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2024
AULA 10
HG: Contemporânea III
A Primeira Guerra Mundial; consequências da Primeira Guerra Mundial. O Mundo na Época
da Segunda Guerra Mundial. O entreguerras; a Segunda Guerra Mundial
Sumário
Apresentação 4
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Apresentação
Queridas e Queridos Alunos,
Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar com
vocês nosso trabalho e participar dessa batalha dura e constante na luta pela conquista da sua vaga na
Universidade.
Nesta aula os assuntos são: 1ª Guerra Mundial, Entre Guerras e 2ª. Guerra Mundial. Essas assuntos
são muito importantes para sua prova, além de serem bem clássicos nas provas da EsPCEx.
Não me canso de afirmar: para você toda questão de história é imperdível! Você precisa estar
preparado para TUDO! Não esquece:
Vamos seguir juntos! Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem
rapidinho. Ah, não tem pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!!
1914 1945
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Consequências
Desenrolar
Antecedentes
Rivalidade
entre
potências
Pan-Eslavismo
Estruturais Nacionalismo Pan germanismo
Revanchismo francês
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1.1 – Antecedentes
A primeira coisa que você deve ter em mente é que o clima do final do Século XIX e início do Século
XX era belicoso, ou seja, muita tensão com características de enfrentamento militar. Os historiadores
especialistas nesse período levantam diferentes pontos para explicar esse clima. Vejamos os elementos
estruturais:
Rivalidade entre as potências.
Vimos que a chamada Era dos Impérios ou Neocolonialismo foi caracterizada por uma busca
incessante por novas áreas econômicas – era a corrida imperialista, lembram-se? Essa corrida imperialista
significou uma corrida de conquista de territórios.
CORRIDA IMPERIALISTA:
BUSCA POR 3M's
A questão é que não havia regra ou acordo internacional capaz de estabelecer bases nas quais se
dariam a ocupação e a legitimação das conquistas de cada uma das potências. Muito pelo contrário,
predominavam medidas econômicas protecionistas, sobretudo, porque o Capitalismo tinha atingido sua
fase monopolista e financista. Dessa maneira, grandes empresas, holdings e carteis pressionavam os
governos de seus países a ampliar áreas de influência e de dominação, a qualquer custo.
Nesse cenário, Inglaterra, França e Alemanha eram grandes concorrentes entre si. A Inglaterra
possuía mais colônias e, por meio das suas casas bancárias, concentrava metade dos capitais investidos no
mundo. Em segundo lugar, em número de áreas coloniais vinha a França. Mas a Alemanha já era a maior
produtora de aço e armas do mundo, constituindo ameaça real ao poder britânico.
Nacionalismo
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A questão é que eslavos e germânicos viviam misturados nos mesmos territórios, sobretudo, na
região dos Balcãs. Nesse sentido, é muito importante que você entenda como a Europa estava organizada
político-territorialmente antes da Guerra.
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Observem e anotem o fato de que a divisão territorial não necessariamente estava de acordo com
os múltiplos grupos étnico nacionais. No caso dos Impérios, sobretudo, o Império Austro-Húngaro havia
muitos grupos vivendo sob o governo que não escolheram e que não representava sua etnia.
Além disso nos Balcãs (no círculo vermelho) viviam inúmeros povos com culturas, línguas e religiões
distintas. Nesse começo do século XIX, influenciados pelas ideias de nacionalidade, buscaram criar seus
próprios países. Mas os interesses das grandes potências constituíam-se como um obstáculo a isso porque,
na prática, a resultante seria uma fragmentação territorial que impactaria a lógica imperialista
predominante naquele contexto.
Além disso, quero que observe bem a região dos Balcãs e a região dominada pelo Império turco-
Otomano. Ela é uma região estratégica militar e economicamente porque dá acesso ao Mediterrâneo e ao
Oriente Médio.
Veja no Mapa, o círculo laranja representa o Estreito de Bósforo e o círculo azul representa do
Estreito de Dardanelos. Ambos ligam a Europa ao Oriente Médio (Ásia), ou seja, ao PETRÓLEO – que,
naquele momento, já representava uma importante alternativa energética no processo de expansão do
capitalismo. Mas os estreitos eram controlados pelos turcos e sobre eles existiam garantias internacionais
de navegação comercial e restrições na sua utilização militar, desde a segunda metade do século XIX.
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Não podemos esquecer da importância comercial do Rio Danúbio, em cujas margens está situada
Viena, a capital austríaca; e Belgrado, a capital da Sérvia. Esse rio atravessa vastos territórios controlados,
na época, pelo Império Otomano, para ir desaguar no Mar Negro. Este “mar interior” se comunica com o
Mediterrâneo pelos estreitos do Bósforo e de Dardanelos.
Bem, Cadete, parece que isso explica algumas coisas sobre a região dos Balcãs ser uma área de
disputas e interesses até os dias atuais, né?
Paz Armada e Sistema de Alianças
Alguns historiadores denominam esse momento de rivalidades belicistas sem guerra, mas ameaças
de explodirem a qualquer momento de “Paz Armada”.
Nesse contexto, as potências europeias iniciaram uma corrida armamentista que significava entre
outros elementos:
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Sistema de Alianças
TRÍPLICA TRÍPLICE
ENTENTE ALIANÇA
Inglaterra Alemanha
França Imp. Austro Húngaro
Rússia
Em relação aos momentos críticos da conjuntura que definiram a forma e o momento do início da
guerra, há dois elementos que nos ajudam a compreender a intensificação da tensão existente.
❖ Crise do Marrocos (1905-1911)
Foi um conflito entre a França e a Alemanha por territórios no Marrocos. Tentou-se
estabelecer um acordo, mas a França foi considerada soberana no Marrocos. A Alemanha
ficou inconformada e continuou reivindicando direitos. Então, em 1911, a França cedeu uma
parte do Congo para tentar evitar a fúria da Alemanha, que se mostrava extremamente
belicista.
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Quem imagina que o mundo se chocou com essas múltiplas declarações de guerra está equivocado. Nos
meses de agosto de 1914, era possível assistir a verdadeiras manifestações de entusiasmo, com
bandeiras tremulando em praças públicas, nos terminais de trens que levavam jovens para os campos
de batalhas. A euforia e confiança estavam inscritos em romances, poesias, canções, fotografias, entre
outros. Um entusiasmo coletivo, uma embriaguez social capaz de demonstrar que os Europeus não
tinham a menor ideia do que viveriam nos anos subsequentes. De fato, governos e poderosos grupos
econômicos tinham conseguido fazer campanha e mobilizado suficientemente o sentimento
nacionalista, a ponto de ganhar adesão social e popular ao projeto militar de conduzir uma guerra. Mas
parecia que ninguém tinha a menor noção do que era capaz de fazer uma metralhadora com um ser
humano – ou um grupo deles. Aqueles que se levantaram para criticar foram chamados e acusados de
traidores da pátria.
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A 1ª fase da guerra ocorreu com o avanço rápido da Alemanha por meio do Plano Schlieffen. Mas
a França respondeu rapidamente e conseguiu impor derrotas à Alemanha na Batalha do Marne.
A partir desse momento, os dois lados passaram a utilizar uma tática de guerra de posições, ou
Guerra de Trincheiras. Tratava-se de avançar ocupando o território do inimigo e fazendo-o recuar. Dá um
bizu na imagem:
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Muitos efeitos da guerra assustaram soldados e a sociedade, como por exemplo, o fenômeno da
mutilação. Menos um braço, uma perna, um olho: as minas terrestres instaladas no espaço chamado “terra
de ninguém” (identifique na imagem) fez milhões de vítimas naqueles anos – e continuou fazendo por
muitas décadas depois do fim da guerra.
Leia um trecho de testemunho de um soldado alemão.
“Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia
acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não
somos revezados. Os aviões lançam projeteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações
estão esgotadas – pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio
inferno!”
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Soldados na 1a. Guerra Mundial usando máscara de proteção contra os ataques químicos.
O cientista alemão Fritz Harber (ganhador do Prêmio Nobel de Química devido às suas descobertas acerca
da síntese da amônia), propôs, em 1915, o uso de gás cloro contra os franceses. A intenção era impedir o
imobilismo da guerra de Trincheiras. Sua ideia foi posta em prática na Batalha de Ypres, na Bélgica.
Despreparados, mais de 5 mil soldados franceses morreram nesse ataque. 10 mil ficaram feridos.
Além disso, o gás mostarda foi usado pelos alemães contra os inimigos e os ingleses e franceses utilizaram
gases do sangue. Calcula-se que na 1ª. Guerra mais de 100 mil pessoas foram mortas por causa dos ataques
químicos.
Em 1925, durante uma reunião internacional chamada de Conferência de Genebra, um número expressivo
de países assinou um compromisso de nunca mais usar armas químicas em situação de guerra.
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Por tudo isso, em diversos países atingidos mais ferozmente, começou uma intensa contestação à
Guerra e uma crescente reivindicação por comida e paz. Aquele entusiasmo de 1914 sumia e as luzes da
Belle Époque eram ofuscadas pelo brilho intenso das rajadas de metralhadora. O nacionalismo sedia lugar,
pouco a pouco, para uma radical postura contra a guerra: o pacifismo. Em alguns países, como na Rússia e
na Alemanha, essas manifestações voltaram-se contra seus governos.
Em 1917, o povo russo levantou-se contra o Czar e promoveu uma revolução inicialmente de
caráter democrático e depois de caráter socialista. A Rússia saiu da guerra por pressão da população que
pedia “Pão, Paz e Terra”. Mais abaixo, há uma seção específica sobre a Revolução Russa.
Em 1918, o povo alemão não queria mais a guerra. De maneira muito semelhante ao que ocorreu
na Rússia, pediu-se o fim do conflito. Iniciou-se a Revolução Popular Alemã. O governo do Kaiser Guilherme
II caiu, ele fugiu e, em novembro de 1918, proclamou-se a República de Weimar. Esse foi o passo essencial
para a Alemanha assinar um armistício e acabar com a guerra.
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Veja a Cronologia:
Março
• Chegada das • Contraofensiva
primeiras • Os alemães iniciam aliada na França.
tropas norte- uma última ofensiva Os alemães
americanas à na frente ocidental, começam a bater
mas mais uma vez não em retirada.
França.
conseguem tomar
Paris.
Fevereiro Julho
Setembro
Novembro
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Ainda antes de acabar a Guerra, o Presidente dos EUA lançou as bases de um possível futuro acordo
que ficou conhecido como “Os 14 pontos da Paz de Wilson”. Tratava-se de uma tentativa de abrir um
diálogo diplomático com os países em guerra, tentar vencer a guerra não apenas quando o último homem
morresse, percebem? Inclusive, o discurso era estabelecer o fim da guerra sem vencidos e nem vencedores
e, assim, conquistar uma paz justa e duradoura. Portanto, pretendia-se trabalhar com a ideia de que uma
guerra é sempre ruim para todos os envolvidos.
ideia de auto-
Questões determinação
Criação de novos
Territoriais na nacional para
Europa países
grandes grupos
étnicos
Mas as coisas não saíram bem do modo como o Presidente dos EUA planejou. Naquele momento,
esse país não tinha a influência que tem hoje. A Inglaterra, apesar da destruição causada pelo conflito
seguia sendo a potência mais relevante.
Então, Cadetes, ao longo da Guerra muitos países foram entrando na guerra. Até o Brasil se colocou
ao lado da Tríplice Entente e mandou uma missão médica para a Europa e chegou a realizar operações de
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patrulhamento no oceano Atlântico. O mesmo ocorreu com a Tríplice Aliança, que foi recebendo ajuda de
outros países, como Bulgária e Império Turco- Otomano.
O fato é que durante essas conferências, o sentido geral dos 14 pontos da Paz de Wilson foi
rechaçado pelas principais potências europeias. A noção de rivalidade e revanche era muito maior do que
a de uma paz justa e duradoura. Por isso, Inglaterra e França trabalharam para impor um pesado, oneroso
e humilhante Tratado de derrota para a Alemanha: O Tratado de Versalhes, em 28 de junho de 1919.
Cláusula de Culpa:
❖ O artigo 232 determinava que a Alemanha era a única culpada e responsável pelo conflito!
Questões Territoriais:
✓ Renúncia de todas as colônias em favor dos vencedores
✓ Alsácia-Lorena deveria ser devolvida à França
✓ Formação da Polônia com territórios cedidos pela Alemanha
✓ As cidades alemãs de Eupen e Malmedy foram cedidas para a Bélgica.
✓ Parte setentrional da Prússia Ocidental, Klaipėda, sob o controle francês, depois transferida para a
Lituânia
✓ A província alemã do Sarre passaria para o comando da Liga das Nações durante 15 anos e a França
teria o direito de explorar as minas de carvão dessa região
✓ A cidade de Danzig (hoje Gdańsk, Polônia, naquela época era alemã, berço do nascimento da Prússia)
foi transformada na “Cidade Livre de Danzig” e ficou sobre o controle da Liga das Nações
Desmilitarização
✓ A Alemanha teve que entregar quase todos os navios mercantes à Inglaterra, França e Bélgica
✓ O exército alemão foi desmilitarizado de modo a ter, no máximo 100 mil homens.
✓ Proibição de fabricação de tanques, aviões, carros e qualquer outro instrumento que servisse à
guerra.
✓ Abolição do serviço militar obrigatório
Reparações:
✓ 269 bilhões de marcos, dos quais 226 bilhões como principal
✓ 12% do valor das exportações anuais alemãs
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O desânimo, a desolação e a desesperança eram a marca emocional daqueles anos. Afinal, para que
tinha servido toda tecnologia e invenção do século XIX? Qual era o progresso e qual o sentido da palavra
vitória quando,
na prática,
estavam todos
muito perdidos?
Do ponto
de vista político, o
pós 1ª Guerra foi
um momento de
avanço do
republicanismo
no mundo. As
fronteiras
nacionais, na
Europa, foram
reorganizadas e
surgiram novos
países – todos
republicanos.
Observe o mapa:
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O “frágil e minúsculo corpo humano” se viu no campo minado da experiência das trincheiras, no corpo
maltrapilho torturado pela fome, nas esperanças frustradas em face da frialdade da inflação econômica
e no pessimismo diante do cinismo dos governantes. Destas experiências indeléveis, o frágil corpo
humano ficou privado das experiências comunicáveis, os homens que retornavam do front viam no
silêncio o virtuosismo –porquanto a sofreguidão interna era tão profunda que o comunicar-se era inútil.
Longe se iam, por conseguinte, os tempos nos quais os loquazes provérbios ensinavam-nos valores
duradouros. Nos tempos sombrios que marcaram o início do século XX, um velho moribundo – outrora
ancião sapiente – não ousaria comunicar aos jovens alguma experiência. O desenvolvimento da técnica,
somado com a experiência sórdida da guerra, emudecera os homens.2
Mas essa experiência não foi sentida da mesma maneira por todos os países beligerantes. Enquanto
os países do continente europeu tentavam se reconstruir e se recuperar moral e economicamente – uma
vez que mais de 50 % de sua capacidade produtiva havia ficado sob ruínas – os Estados Unidos da América
1
Disponível em:https://www.ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/lang--pt/index.htm.Acesso em 16-09-
2019.
2
BENJAMIN, Walter Benjamin. Pobreza e Experiência, 1918.
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(EUA) se aproveitavam justamente dessa situação europeia para ocupar um espaço na economia mundial
e, assim, consolidar-se como nova potencial econômica.
Nos anos da década de 1920, os EUA detinham 50% de todo ouro que circulava no mercado
financeiro, bem como, era responsável por quase metade da produção industrial mundial. Assim, o pós-
guerra para os EUA foi uma época conhecida como “anos felizes”. Nesse sentido, o mundo assistia ao início
de uma mudança de eixo de poder econômico em direção à América. Culturalmente, a ousadia científica e
artística da Belle Époque dava lugar à entusiasmada cultura consumista do “American way of life”. Carros,
cigarros, roupas, arranha-céus, autoestradas, eletrodomésticos, festas, jogos, Wall-Street... Os EUA
pareciam não caber mais no mundo!
Ainda assim, o americano poderia sonhar romanticamente com o maravilhoso dia que venderia suas
ações comuns da Westinghouse a um preço fabuloso e viveria em uma casa grande com uma frota de
carros e brilhando e tomaria sol à vontade nas areias de Palm Beach. E quando ele olhava para o futuro
do seu país, podia imaginar uma América, não liberta da corrupção, nem do crime, nem de guerra nem
de controle de Wall Street, nem do ateísmo [...] ele imaginou uma América libertar da pobreza e da
labuta. Ele viu uma ordem mágica construída sobre a nova ciência e a nova prosperidade : estradas
repleta de milhões e milhões de automóveis, aviões escurecendo o céu , as linhas de fio de alta tensão,
arranha-céus subindo, grandes cidades crescendo em grandes massas geométricas de pedra e concreto
rugindo com o tráfego perfeitamente mecanizado, com homens e mulheres bem-vestidos gastando ,
gastando , gastando o dinheiro que ganhou.
Mas depois de toda embriaguez vem a ressaca. No fundo, grande parte desse consumismo interno
foi possível devido aos créditos oferecidos em grande quantidade e barato, bem como por um excesso de
produção. Ocorreu que isso estimulou uma bolha que estourou na conhecida “Quinta-feira Negra”, em 24
de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. Esse evento desencadeou uma
das mais devastadoras crises do capitalismo mundial. Acometeu os EUA e arrastou todos os países que
participavam desse sistema mundial.
Assim, os anos de 1930 são marcados por uma depressão econômica que teve efeitos de uma
guerra, do ponto de vista das perdas econômicas. Somente após a 2ª Guerra Mundial é que, de fato, o
capitalismo voltou a crescer em proporções parecidas (mas nunca mais iguais) ao que ocorreu nos anos de
1920.
A partir de então muitas coisas aconteceram nessa nossa história. A crise de 1929 foi um divisor de
águas. Novas experiências políticas e sociais apareceram com o objetivo de encontrar soluções e
alternativas
De um lado, nos EUA, o chamado keynesianismo começou a ser, pela primeira vez, testado e
colocado em prática por meio do New Deal, com Roosevelt na presidência daquele país. Era o nascimento
do “estado de bem-estar social” e se aprofundava o regime democrático. Até mesmo o modo com que os
EUA se relacionavam com a América Latina mudou e a política imperialista e militarista do “big stick” deu
lugar à chamada “política da boa vizinhança” na qual a diplomacia era o mais importante instrumento de
negociação.
Do outro lado, do Oceano nascia uma das experiências mais cruéis da história do mundo ocidental
contemporâneo: o nazifascismo – um tipo de regime político baseado na crença da superioridade da raça
branca ariana, no Estado Totalitário unipartidário, na mobilização do ódio e da vingança e, por fim, no uso
político da violência como forma de governar e eliminar oponentes. Novamente, a Europa se viu à beira de
uma catástrofe humanitária.
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Mas não podemos nos esquecer, é claro, que a Alemanha – país que abrigou o ápice dessa
experiência autoritária que se espalhou por diversos países europeus – vivia os efeitos não apenas da crise
de 1929, mas, sobretudo, dos efeitos destruidores da imposição do Tratado de Versalhes. Isso demonstra
que aqueles velhos conflitos e rivalidades nacionalistas que geraram a 1ª Guerra Mundial continuaram a
assombrar as relações políticas no Entre Guerras.
Além disso tudo, uma alternativa ao capitalismo liberal expandia-se muito: era o comunismo.
Depois da Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, seguida da Guerra Civil ocorrida até 1921, parecia que
o comunismo era uma forma eficaz de resolver os grandes problemas da humanidade por meio da
superação do capitalismo.
Então, vejam, queridos e queridas, essas primeiras duas décadas do século XX são muito densas, e
são os acontecimentos ocorridos nesses anos que explicam as causas da 2ª Guerra Mundial. Diante disso,
e tendo esse quadro geral dos anos 20 e 30 do século XX no nosso horizonte mental, para efeitos de provas,
podemos organizar nosso estudo da seguinte maneira:
1919-1929 1929-1939
Reconstrução (até
1925)
Europa Recuperaçao
Totalitarismo
(1925-1929)
Estado de Bem-
Crescimento/ Estar Social
EUA American way of
life
A partir de agora veremos cada um desses acontecimentos na medida para você gabaritar a sua prova de
história. Vem comigo!
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reconstrução e recuperação:
1- 1919-1925 • Empréstimos
• Recuperação (infraestrutura e produção)
Reconstrução • Importação de bens de consumo
2- 1925- 1929
• Diminuição dos empréstimos
Recuperação • Retomada da produção
• Diminuição das importações
Nesse processo, sobretudo até 1925, a Europa dependeu muito dos EUA para conseguir desenvolver
seu processo de reconstrução, porque o abastecimento econômico dos países europeus foi garantido pelas
importações de produtos americanos.
Além disso, para colocar em operação a estrutura e capacidade produtiva foi preciso emprestar
dinheiro – também dos EUA.
A Europa, além de não conseguir abastecer o próprio mercado, não conseguia, nos primeiros anos do
pós-guerra, abastecer o mercado dos seus antigos parceiros econômicos na América Latina e na Ásia.
Assim, Cadetes, a primeira coisa que quero que você guarde é que essa situação favoreceu o
desenvolvimento e o crescimento dos Estados Unidos. Grande parte da capacidade de oferecer produtos
e créditos baratos no mercado interno dos EUA tem relação direta com esse mercado externo em ascensão.
Agora, articula uma coisa comigo: No momento em que a Europa passar da reconstrução
a recuperação, em 1925, isso significará uma drástica diminuição de suas relações
comerciais com os EUA. Assim, na mesma medida em que o mercado europeu foi
importante para o crescimento dos EUA, também o será para explicar parte da crise de
1929.
No que se refere especificamente à situação da Alemanha, você preciso lembrar de que esse país
estava sob o jugo do Tratado de Versalhes. A dívida da Alemanha com os países vencedores era
administrada por um Comitê Internacional que cobrava da Alemanha e dividia entre os credores. Na prática
isso levava grande parte do PIB alemão.
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Nesse sentido, o povo alemão era aquele que sentia “no estômago” os efeitos da guerra e dessa
fase da reconstrução. A crise atingiu seu ápice em 1923, quando a inflação assumiu proporções
inimagináveis. Para você ter uma ideia, 1 dólar chegou a valer 4,2 bilhões de marcos. Em meio a essa
cenário, a Alemanha estabeleceu um acordo com os EUA conhecido como Plano Dawes, em 1924.
O objetivo era conseguir reconstruir a Alemanha sem impactar seu compromisso de pagamento da
dívida de guerra. Mas, veja: dívidas para pagar mais dívidas. Aonde isso poderia dar, hein?! Por isso, a
República de Weimar, apesar de ser um avanço constitucional do ponto de vista dos direitos sociais, não
encontrava condições materiais para colocar em prática grande parte de suas promessas. Esse contexto
enfraquecia a república e até mesmo a ideia de democracia. Guarde isso, pois essas relações ajudarão a
desqualificar a democracia como solução para os problemas dos alemães.
Tendo esse quadro geral em mente, passemos a análise dos anos 20 e 30 nos Estados Unidos da
América.
Expansão
econômica EUA
Empréstimos e
Investimentos
produtivo chamamos de “linha de montagem”. A padronização é palavra chave para caracterizar a linha de
produção e o produto resultante. Observe nas imagens:
Observe a linha de montagem de rodas de Observe que todos os carros são iguais: o
carros. famoso FORD T.
Nesse sentido, devido a padronização, o resultado foi um consumo também padronizado. O “legal”
era todo mundo ser igual. A moda e a propaganda contribuíram para influenciar esse modelo de consumo
padronizado. Preste atenção ao esquema a seguir:
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Esse esquema foi possível até 1925 quando a Europa conseguiu retomar sua produção e colocar
em prática um processo de diminuição dos empréstimos e importações dos Estados Unidos da América.
Como parte disso, governos e empresários europeus modernizaram muito rapidamente suas estruturas
produtivas e implementaram práticas protecionistas. O efeito disso para os Estados Unidos da América foi
a diminuição do mercado consumidor externo.
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Assim, a medida imediata foi fortalecer o mercado consumidor interno de modo a ampliar o
consumo individual das famílias americanas. Nesse processo, intensifica-se uma peça fundamental no
quebra-cabeça do mercado: o crédito!!
Exatamente, caro aluno e aluna, o salário médio do trabalhador americano – por maior que fosse
comparado ao salário médio do trabalhador europeu e, principalmente, do latino-americano – não era
suficiente para consumir na mesma velocidade da oferta de produtos. A concentração e de renda eram
gigantes (13% dos mais ricos detinham 90% da riqueza do país), mas, queridos, a vontade de consumo era
bem parecida.
Então, inicia-se um processo de crédito fácil/desregulamentado com juros barato com o objetivo
de ampliar a capacidade de consumo das camadas médias da sociedade. Assim, a médio e longo prazo, as
pessoas podiam tomar emprestado um valor muito superior àquilo que poderiam pagar com seus ganhos
salariais.
Combinado a esse sistema, que conseguiu fazer surgir uma robusta classe média, iniciou-se uma
oferta de investimentos em ações nas bolsas de valores. É verdade que esse tipo de atividade econômica
já existia desde a 2ª Metade do século XIX. Contudo, era atividade de grandes investidores e grandes
empresas. Já a partir dos anos 20, há um estímulo a que empresas menores abrissem seu capital e, também,
que trabalhadores investissem em ações.
Esse processo foi tão intenso e tão propagandeado como uma fórmula de enriquecimento rápido,
que muitos trabalhadores tomaram dinheiro emprestado para comprar ações. E uma parte importante
dessas ações foi de empresas que não valiam tudo o que se negociava.
A atividade de especulação financeira própria das bolsas de valores compreende uma diferença
entre o que de fato vale uma empresa, sua expectativa de lucro, crescimento e valorização de mercado. É
isso que faz uma ação custar X e, daqui um certo tempo poder custar X+1 ou X+2 ou X+n, sacou? É a
expectativa. E expectativa é especulação!
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Acontece que naquele momento essa especulação envolveu uma expectativa de valorização muito
acima de qualquer crescimento real. Isso gerou o que os especialistas chamam de “bolha especulativa”.
Hoje em dia, determinadas práticas que especulam um valor que não existe, como fraudar dados de
empresas para dizer que elas valem mais do que valem de fato, é considerado crime contra o sistema
financeiro. Mas, nas décadas de 20 e 30 do século XX, tudo podia. Não havia regulamentação.
Assim, o american way of life tornou-se o próprio sonho americano de ser rico sem trabalhar muito
para isso. Vou repetir a citação da introdução:
Ainda assim, o americano poderia sonhar romanticamente com o maravilhoso dia que venderia suas
ações comuns da Westinghouse a um preço fabuloso e viveria em uma casa grande com uma frota de
carros e brilhando e tomaria sol à vontade nas areias de Palm Beach. E quando ele olhava para o futuro
do seu país, podia imaginar uma América, não liberta da corrupção, nem do crime, nem de guerra nem
de controle de Wall Street, nem do ateísmo [...] ele imaginou uma América libertar da pobreza e da
labuta. Ele viu uma ordem mágica construída sobre a nova ciência e a nova prosperidade : estradas
repleta de milhões e milhões de automóveis, aviões escurecendo o céu , as linhas de fio de alta tensão,
arranha-céus subindo, grandes cidades crescendo em grandes massas geométricas de pedra e concreto
rugindo com o tráfego perfeitamente mecanizado, com homens e mulheres bem-vestidos gastando ,
gastando , gastando o dinheiro que ganhou.”
1- A Europa entrou na sua fase de recuperação e diminuiu a importação dos EUA, bem como começou
a recuperar espaço no mercado mundial que havia perdido. Resultado: isso impacta no tamanho
do mercado consumidor dos produtos americanos.
AULA 08 – Contemporânea II 31
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E o desemprego, meus caros, é o combustível para o ciclo vicioso e negativo da economia. Assim, o
que vimos em 1929 foi crise de superprodução intensificada por uma crise financeira. As duas, como em
um sistema de retroalimentação causaram a pior crise do sistema capitalista até então:
1-
Superprodução
5-Falências
produtiva/desemprego 3-Endividamento
particular
4-Queda do
consumo
Diminuiçã
o de
crédito
Falência Queda do
Bancária valor das
ações
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Nesse momento, como consequência, surgiu uma crise social como nunca
vista antes na história dos EUA. Isso é perceptível a partir do número de
desempregados. Muitas pessoas perderam emprego, casas financiadas ou
hipotecadas, carro comprado parcelado, entre outros. O modo de vida americano
marcado pela euforia do consumismo e de especulação tornara-se um grande
pesadelo!
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Foi nesse contexto que ocorreram as eleições presidenciais de 1932, nos Estados Unidos.
Concorreram os seguintes candidatos:
O resultado da eleição deu vitória a Roosevelt cuja campanha política propunha um novo acordo
nacional para a saída da crise: o New Deal. Tratava-se da alteração do modelo liberal para outro com maior
intervenção do Estado na regulamentação da economia, bem como na resolução de medidas sociais. Era
uma tentativa de conciliar determinadas práticas liberais, como o amplo respeito à iniciativa privada e
intervenção de medidas estatais na economia, sem ferir a livre concorrência. Na prática, tratava-se de
implementar um Estado regulador e fiscalizador.
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O projeto do New Deal foi inspirado na teoria econômica conhecida como keynesianismo
elabora pelo economista inglês John Maynard Keynes. São dois textos fundamentais: “O fim
do laissez-faire”, de 1926, “Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda”, escrito 10 anos
depois. De um modo geral (e bem resumido), o autor critica a ideia de mecanismos naturais
de regulação da economia. Advogava que a intenção e a ação dos indivíduos são elementos
que interferem diretamente na economia, por isso, não há reguladores naturais. Reconhece
os mecanismos de reequilíbrio do sistema econômico, mas sempre com intervenções para
que o prazo não seja capaz de destruir profundamente as formas econômicas e as condições de vida da
sociedade. Para ele, entre outras coisas, o Estado é o responsável por promover condições para atingir
o pleno emprego. É o emprego o melhor cimento do sistema econômico. Veja, portanto, que havia uma
compreensão da economia, da política e da sociedade de maneira mais complexa e conectada. Por isso
tudo, guarde aí: o New Deal, nos EUA, foi considerado o precursor do chamado Estado de Bem-estar
Social que se desenvolveu plenamente na Europa Ocidental capitalista após a 2ª Guerra Mundial ;)
No final dos anos de 1970 e início da década seguinte, sobretudo devido aos efeitos das duas crises do
petróleo (que vocês aprendem em Geografia) as ideias de liberdade de mercado voltaram a ganhar mais
relevância com a defesa de autores como Friedrich von Hayek e por membros da conhecida escola
monetarista da Universidade de Chicago, como Milton Friedman e Robert Lucas. Esse modelo ficou
conhecido como neoliberalismo.
Em 2008, com a nova crise econômica do capitalismo, o embate entre keynesianos e neoliberais
reacendeu. Igualmente foi com a pandemia causada pelo COVID19. Nesse caso, os governos injetaram
muito dinheiro na saúde e em políticas para salvar os empregos. O Governo de Donald Trump, nos
Estados Unidos, implementou o maior plano de ajuda econômica da sua história. Todas essas práticas
keynesianas.
Do ponto de vista econômico, os efeitos da crise de 1929 tiveram um sentido parecido com as
consequências econômicas da Grande Guerra. O comércio internacional retraiu imensamente e houve uma
crise inflacionária gigantesca devido às dívidas acumuladas com os EUA. Nesse sentido, o incipiente
processo de recuperação econômica alcançado em 1925 teve retrocessos significativos.
Do ponto de vista político, a guerra seguida da crise mundial levou a um sério descrédito das
democracias liberais. Esse cenário era explosivo porque colocava o conjunto da população vivendo em
péssimas condições de vida e com grandes traumas sociais. A busca por soluções fáceis e rápidas para a
saída da crise deixava a massa populacional à mercê de discursos eloquentes. Nesse sentido, duas
ideologias disputaram o cenário como alternativas ao liberalismo:
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Agora, veja, o comunismo soviético nasceu em 1917, em meio à Guerra e contra o capitalismo. Assim, a
URSS não sentiu os efeitos da crise de 1929, por isso, na década de 1930 era um dos poucos governos
que pareciam salvar-se do caos gerado pela crise de 1929. Isso explica o sentido do seu crescimento e
fortalecimento naquele contexto.
Em relação ao nazifascismo, podemos afirmar que foram reações de cunho nacionalista que
reivindicavam a supremacia do Estado em relação aos indivíduos e aos grupos políticos.
Além disso, muitos grupos econômicos financiaram os partidos nazifascistas e, depois, os governos
de Hitler e Mussolini. De certa forma, durante a década de 1930, de uma perspectiva geral, menosprezava-
se o potencial destrutivo a que poderiam chegar os regimes nazifascistas.
Imaginem vocês que, em 1936, ocorreram as Olimpíadas de Berlim. O mundo voltou seus olhos para a
Alemanha chefiada por Hitler e pelo Partido Nazista (já em estado avançado). E foram poucas as vozes
que denunciaram o fato de a Alemanha estar enfeitadíssima com as suásticas por todos os cantos e pelo
fato de quase todas as delegações Olímpicas terem feito o sinal de saudação nazista ao passar na frente
de Hitler. As exceções foram Estados Unidos da América e a Inglaterra.
Enfim, a questão é que o desenvolvimento dos regimes políticos nazifascistas gerou um tipo específico
de estado: O Estado Totalitário!
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Ideologia oficial
•Conjunto de ideias que era imposta e que deveria ser seguida por todos.
•Inexistência de pluralismo de ideias.
•Ideias divergentes eram consideradas negativas e poderiam ser consideradas crimes (contra a segurança nacional,
contra a pátria, contra o governo).Censura aos meios de comunição, às universidades, aos meios de cultura.
Estado Policial
Controle da sociedade por orgãos policiais e não por orgãos políticos.
Eliminação de oposição política através de prisão, perseguição, coersão física, psicológica
Propaganda estatal: orgão estatal com o objetivo de criar paropaganda para disseminar e doutrinar as
pessoas para a ideologia oficial do Estado. Proibição de outros meios de propaganda ou implantação de
censura.
Culto ao líder carísmático.
Esses são elementos comuns que caracterizam os Estados Totalitários originados pelo nazismo e
fascismo. Contudo há outros elementos singulares e particulares que marcam cada uma dessas vertentes.
Assim, vejamos um pouco da história da ascensão dessas ideias e partidos políticos.
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O fascismo foi uma ideologia política que foi se constituindo entre 1919 até o período da 2ª Guerra
Mundial. De um modo geral, podemos identificar as seguintes características:
A Itália lutou com a Tríplice Entente durante a 1ª Guerra Mundial. Recebeu fama de “vira-casaca”
porque manteve acordos com a Alemanha desde o final do século XIX. Mas a verdade é que a Itália nunca
entrou na Guerra ao lado da Tríplice Aliança.
De toda forma, o desfecho da guerra não foi muito compensador economicamente para os
italianos. Ao contrário, o cenário econômico era de caos, hiperinflação, alto índice de desemprego e
paralisia produtiva.
Do ponto de vista político, existia uma monarquia parlamentar formada por um governo
extremamente frágil e instável. Muitas facções políticas se digladiavam e não encontravam soluções para
os problemas econômicos com forte repercussão nas condições de vida da sociedade. Cresciam o Partido
Comunista, o anarquismo e, sobretudo, as organizações sindicais.
Diante de um quadro de extrema instabilidade e radicalidade, surgiu uma milícia armada que se
vestia de preto, por isso, ficaram conhecidos como “camisas-negras”. Cometiam atos de violência contra
comunistas, anarquistas, greves, destruíam sindicato e organizações estudantis. Eles afirmavam que
estavam fazendo o que um Estado forte deveria fazer: colocar ordem por meio da violência.
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Em 1924, por meio de eleições fraudulentas, o Partido fascista assumiu a maioria das cadeiras do
Parlamento. A fraude foi denunciada pelo deputado socialista Giacomo Mateotti – que acabou morto pelos
fascistas.
Na verdade, os historiadores especialistas na história italiana demonstram que houve uma adesão e
ligação profunda de diversos burocratas do Estado que ocupavam posições importantes. Assim, eles teriam
contribuído para transformar o estado Italiano em um Estado Fascista. Para tanto, o principal objetivo era
eliminar toda a capacidade da sociedade em fazer oposição e denúncias aos acontecimentos e imposições
do governo.
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Para completar esse apoio e sustentação de um regime de exceção, em 1929, Mussolini estabeleceu
um acordo com a Igreja Católica, o Tratado de Latrão. Ele ofereceu a cessão de um pedaço do território
Italiano no qual a Igreja teria completa autonomia: tratava-se da criação do VATICANO. Além disso, religião
católica passava a ser a religião oficial da Itália. Em troca, Mussolini contou com o apoio dessa instituição
religiosa.
Por fim, quero ressaltar que nada nem ninguém deveria ficar de fora do
controle do Estado e de seu processo de doutrinação, pois o objetivo era
“educar um novo homem” – um homem fascista! Assim, os sindicatos se
tornaram peça fundamental na organização do Estado corporativista fascistas.
Após cassarem todas as lideranças sindicais, os fascistas não fecharam os
sindicatos (como fizeram os nazistas na Alemanha), mas tomaram conta
daquelas instituições e as transformaram em uma forma de garantir a adesão
dos trabalhadores ao regime fascista. Todo trabalhador italiano deveria
OBRIGATORIAMENTE fazer parte do sindicato para ter acesso a determinados
direitos trabalhistas. É importante ressaltar também que os sindicatos serviam
como mais um instrumento de fiscalização ideológica e de doutrinação.
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Por falar em doutrinação, existiu também a organização para crianças e adolescentes chamadas
Opera Nazionale Balila (ONB) e da Gioventù Italiana del Littorio (GIL). A Balila era uma organização de
educação militar formada pelas crianças de 8 a 18 anos cuja matrícula era OBRIGATÓRIA para todos que
frequentassem a escola pública. Ela estava dividida como um verdadeiro exército romano, por idade e sexo.
E conforme as crianças cresciam havia rituais de juramento todos os anos, eram os Leva fascista. Quando
se chegava aos 18 anos a próxima etapa seria ingressar no Partido Fascista. Um dos juramentos era o
seguinte:
“Em nome de Deus e da Itália juro seguir as ordens do Duce e de servir com todas as minhas forças e se
necessário com o meu sangue à causa da Revolução Fascista”
A não participação das crianças poderia levar os pais à acusação de traição à pátria, comunismo e
antifascismo. O medo e a ameaça era elemento constante para ganhar adesão da população ao
regime de Mussolini.
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“Durante a primeira década do séc. XX, o Caffè Savini, na Galleria Vittorio Emanuele no
centro de Milão, tornou-se o ponto de encontro de intelectuais e artistas. Além de
Marinetti, frequentavam também os artistas plásticos Carlo Carrà, Umberto Boccioni,
Luigi Russolo (que também se dedicava a música), entre outros intelectuais da sociedade
milanesa. Juntos eles desenvolveram uma nova filosofia artística, idealizada para
estimular novas abordagens técnicas e estéticas, rompendo com o tradicionalismo
enraizado de instituições e práticas decadentes. Proclamavam a falência cultural de uma
nação que se agarrou ao passado e ignorou os grandes avanços do mundo moderno.
Propunham nada menos do que revolucionar a vida e a sociedade em seus diferentes aspectos: moral,
artístico, cultural, social, econômico e político. [...] Suas ideias agradaram o futuro ditador Benito
Mussolini, que incorporou muitos dos ideais políticos futuristas na elaboração do regime fascista. O
fascismo foi oficialmente fundado por Benito Mussolini e seus correligionários numa reunião realizada
em 23 de março de 1919 na piazza San Sepolcro, em Milão. Marinetti era um dos presentes na reunião
e, em pouco tempo, foi convidado para fazer parte do comitê central e do departamento de imprensa
e propaganda do regime. No início, Marinetti foi um grande apoiador dos ideais fascistas e chegou a
declarar que o regime representava uma extensão natural de seus anseios futuristas. Piero Gobetti, um
jovem jornalista italiano, liberal e ferrenhamente antifascista, considerava o futurismo um precursor
indispensável do fascismo, assim como o filósofo italiano Benedetto Croce, que escreveu que para
qualquer um que possui senso de conexões históricas, “a origem do ideal fascista é realmente
encontrada no futurismo […] que trouxe a ideia de que é preciso sair às ruas, impor sua perspectiva,
calando a voz daqueles que não concordam […] o desejo de romper com todas as tradições […]” (CROCE,
1924, p. 239).3
3
VOTA, Roberto. Filippo Marinetti. Entre o Futurismo e o Fascismo. Revista sobre cultura
eletroacústica. No. 2, 2015. Disponível em: http://linda.nmelindo.com/2015/03/filippo-marinetti-
entre-o-futurismo-e-o-fascismo/
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Bem isso não é mito, nem estereótipos, nem caricaturas superlativas. Mas isso não é tudo e,
também, não explica a ascensão do Nazismo. Por isso, para falar em Nazismo precisaremos estudar a
experiência na Alemanha: quais os argumentos e a natureza deles? afinal, foram capazes de gerar adesão
social e popular a essa ideologia que virou partido político? Qual a forma de governo e tipo de Estado?
Tipo de
Partido
Estado
Partido Totalitário
Nazismo Nacional Reich
Socialista dos
Trabalhadore (império)
s Alemães Forma de
Idelogia
Governo
ideologia oficial
partido oficial
estado policial
propaganda estatal
Culto ao líder
Fusão entre partido, governo e Estado
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Contudo, há elementos singulares que caracterizam a ideologia nazista. Elas foram desenvolvidas ao
longo do tempo, mas foram sistematizadas por Adolf Hitler (um dos fundadores do partido) em seu livro
chamado Mein Kamf (Minha Luta). São as seguintes:
• Ideia de que a "raça" alemã era superior. Isso significava que deveria
ser purificada - estirpar riscos e ameaças.
• Trata-se de uma ideia eugenista, pois a ideia era o melhoramento
Arianismo das raças.
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#Passam para uma fase de atentados coordenados com o objetivo de desestabilizar o cenário político e de
enfraquecer a ideia de República: tudo é comunista e todo comunista é judeu!!!!
#Foco de atuação para arregimentação ao partido: os trabalhadores!!!!!!
Ao longo dos anos esse Partido recebeu muito financiamento de poderosos grupos
econômicos devido a posição nazista contra o comunismo soviético. Além disso, juristas,
médicos, jornalistas, professores e outros membros das classes médias e da burocracia
estatal também foram aderindo às teses nazistas. O discurso místico e emotivo de exaltação
nacionalista em um contexto de enfraquecimento econômico e crise social era
extremamente atraente. Aos poucos iam construindo um inimigo comum que unificaria o
povo alemão: os judeus e os republicanos. Nestes, seria possível colocar toda a culpa em
relação ao caos pelo qual passava o país.
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Em novembro de 1923, o Partido Nazista tentou um golpe militar para derrubar o governo alemão.
A conjuntura era terrível. Em janeiro, tropas da França e da Bélgica invadiram o Vale do rio Ruhr
como uma forma de fazer a Alemanha pagar o que foi imposto pelo Tratado de Versalhes. Isso gerou
uma revolta nacional. A hiperinflação assolava o país e presidente chegou a decretar “estado de
urgência”.
O contexto tornou-se mais tenso com movimentos separatistas que estouraram pelo país, como na Baviera. E foi
na Capital desse estado que Hitler tentou um golpe contra o governo. O evento ficou conhecido como Push da
Cervejaria, ou Golpe de Munique. Foi o maior fracasso. Hitler foi preso e condenado a 5 anos de prisão dos quais
só cumpriu pena por 9 meses porque foi anistiado (perdoado). Na verdade, o processo serviu para o crescimento
do Partido e da transformação de Hitler em uma figura conhecida nacionalmente. Foi nesse momento que ele
ditou seu livro Mein Kampf. É isso mesmo, ele foi falando e o fiel Rudolf Hess foi escrevendo! Desse momento em
diante, o Partido Nazista recebeu muito apoio financeiro e fez um amplo trabalho de profissionalização do partido
e de sua militância. O partido cresceu!
Então em 1925, nas eleições presidenciais, chegou à presidência um político mais conservador e
localizado ideologicamente ao centro. Era um “herói” da 1ª Guerra, Marechal Von Hindenburg. Assim
como seu sucessor, não conseguiu estabilizar a Alemanha nem política e nem economicamente.
Contudo, estabeleceu acordos importantes com os Estados Unidos e colocou a Alemanha na Liga das
Nações, em uma tentativa de inseri-la, novamente, no comércio mundial.
E uma nova avalanche veio em 1929 com a crise econômica mundial. Os desempregados somam mais
de 6 milhões de pessoas. Os jovens perdem completamente a perspectiva de futuro. Essa conjuntura
vai alimentar o discurso nazista antirrepublicano e antiliberal e, de certo modo, ele vai parecer razoável
e legítimo. Assim, sobretudo, a juventude e um setor da classe operaria e campesina, vai engordar as
fileiras do partido nazista. A S.A, ou camisas pardas, começam a atuar livremente por meio da violência
indiscriminada. O medo e o terror se espalham e provocam um quadro insustentável. Então, em 1932,
nas eleições parlamentares, o Partido Nazista aproveitou-se do caos e fez uma campanha eleitoral
eloquente baseada em duras críticas à ineficiência do governo e no Partido Social Democrata. Para a
surpresa de todos o partido conquistou sozinho a maior bancada do parlamento, saltaram de 30
deputados para 230.
Veja o gráfico que mostra o desempenho eleitoral e a proporção de deputados do partido nazista no
Parlamento Alemão:
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Essa importante localização política parlamentar permitiu ao Partido exercer forte pressão sobre o
governo de Von Hindenburg. Assim, em Janeiro de 1933, Hitler foi nomeado Chanceler da Alemanha.
A partir desse momento o Partido Nazista inicia uma escala de dominação total do poder político na
Alemanha. Vejamos os capítulos dessa série dramática:
Assim, em 20 de fevereiro de 1933, ocorreu um grande jantar de gala entre Hitler e alguns membros
do Partido Nazista, executivos de algumas grandes companhias, entre elas: Allianz, Basf, Bayer, Simens,
Thyssenkrupp (aquele dos elevadores espalhadas pelo mundo todo, já viram?). Segundo o historiador Éric
Vuillard, no seu livro A Ordem do Dia, esses executivos doaram muito dinheiro sem grandes problemas
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O fato é que os nazistas aproveitaram o evento – que, hoje, sabemos tratar-se de uma atuação das S.A,
para acusar anarquistas, socialistas e comunistas. Os deputados socialistas e comunistas tiveram seus
mandatos cassados. Muitos ativistas de grupos dessas ideologias foram enviados para o campo de
concentração de Dachau.
Mas a oposição não estava apenas no campo da oposição política em outras organizações.
Internamente, o partido nazista vivia uma onda de disputas e os chefes da S.A, como Ernst Röhm, queriam
mais poder no partido e também queriam que a S.A fosse o embrião de um novo exército da Alemanha.
Mas, como falamos antes, Hitler e outros, viam os membros da S.A como pessoas pouco inteligentes. Esses
fatores levaram Hitler a criar a SS, ou Tropa de Proteção, e a temida polícia política chamada de GESTAPO.
Assim, era hora de eliminar a oposição interna: 30 de junho de 1934: Noite dos Longos Punhais. A Noite
das Facas Longas ou Noite dos Longos Punhais foi um expurgo que aconteceu na Alemanha Nazista na noite
do dia 30 de junho para 1 de julho de 1934, quando a facção de Adolf Hitler do Partido Nazista realizou
uma série de execuções políticas extrajudiciais logo após seu líder tornar-se chanceler da Alemanha.
Reformas Políticas:
Em 14 de Julho de 1933 é decreta uma grande lei de reforma política e administrativa do Estado com
os seguintes pontos:
✓ Dissolução dos partidos políticos e definição do Partido Nazista como o partido único.
✓ Fim da autonomia dos Estado
✓ Transferência do poder legislativo ao chefe do executivo
Em outubro de 1933, a Alemanha se retirou da Sociedade das Nações, uma organização que Hitler
desprezava.
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Esse é o momento da fusão entre Partido, Governo e estado. Essa fusão tem dois
elementos simbólicos:
✓ A associação entre a águia alemã e a cruz gramada nazista.
✓ A incorporação da bandeira nazista como bandeira nacional.
Juventude Hitlerista
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Foi uma verdadeira escala de terror. “Terror em Escala” quer dizer que a o antissemitismo
foi ampliando sua radicalidade e medidas ao longo do tempo. Poderíamos estabelecer os
seguintes tipos de medidas que foram crescendo progressivamente:
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Extermínio
total (campos de
Transferência concentração,
câmaras de gás e
para os fornos
Segregação: campos de crematórios).
formação dos trabalho
Classificação e guetos forçado (nos
identificação : campos de
Estrelas deDavi trabalho
forçado)
Veja algumas imagens que representa essa escalada de classificação, segregação e extermínio!
Lembrando que boa parte desse terror atingia não apenas judeus, mas todos os que não se
encaixavam política e ideologicamente no campo do nazifascismo.
Mas, não apenas isso, caros, tratava-se também da tentativa de penetrar nas esferas mais particulares
da vida social, como a família, a educação dos filhos e, até mesmo, o namoro e as relações pessoais entre
as pessoas. Nesse sentido, determinar regras para o casamento, a educação escolar e a produção e acesso
à arte e cultura. Leia um trechinho do livro do Hitler:
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“O povo alemão, hoje destruído, morrendo, entregue, sem defesa, aos pontapés do resto do mundo,
tem absoluta necessidade da força que a confiança em si proporciona. Todo o sistema educacional deve
ter como objetivo dar às crianças de nosso povo a certeza de que são absolutamente superiores aos
outros povos”
Veja, durante o governo de Hitler, ele manteve um rígido controle da sociedade, inclusive de toda a
economia produtiva. Para tanto, estruturou uma arquitetura de instituições baseadas em 2 grandes
sistemas: PROPAGANDA E REPRESSÃO.
Polícia -
Gestapo
Exército - SS
As instituições
Meios de que
Comunicação, Campos de
propaganda e sustentaram o concentração
censura Regime
Nazista
Sistema
Judiciário
“A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma ideia de forma tão sincera, com tanta
vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa ideia completamente, de modo a nunca mais escaparem
dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas ideias. É claro que a propaganda tem um
propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham
a ser influenciados por tal propósito nem o percebam.” Josef Goebbels – Ministro do Esclarecimento
do Povo e da Propaganda, do estado Nazista ( The Diaries 1939-1941)
A história oral atribui à Goebbels a famosa frase: “Uma mentira contada mil vezes torna-se uma
verdade”. Aqui estamos diante da MENTIRA como tática política fundamental para alcançar a adesão das
massas e da opinião pública.
Veja o que a filósofa de política Hannah Arendt explica sobre esse assunto em seu livro A Origem do
Totalitarismo:
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Nessa lógica de absoluta doutrinação social, o sistema educacional era um pilar fundamental da
política de propaganda do regime político. Sua organização era militarizada e o conteúdo dos ensinamentos
impunham os princípios nazistas de superioridade racial do povo alemão e do ódio aos judeus
(antissemitismos). Nesse sentido, os professores deveriam ser transmissores dos pensamentos do governo,
ou seja, da forma como o governo e o Partido Nazista interpretavam o mundo. Caso discordassem ou
criticassem, de alguma maneira, o que estava acontecendo, seu destino poderia ser a prisão ou até um
campo de trabalho.
A Repressão ficou a cargo da polícia política e do Exército chefiadas por Heinrich Himmler. Ele foi
deputado, organizou a S.A. e foi mentor da construção do Campo de Dachau. Foi o arquiteto da eliminação
do povo judeu na Europa pois elaborou a chamada “Solução Final” – eliminação de todos os judeus, corpos
e provas do Holocausto Nazista. É atribuída a ele a frase:
A melhor arma política é a arma do terror. A crueldade gera respeito. Podem odiar-nos, se quiserem.
Não queremos que nos amem. Queremos que nos temam.
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Mas Profe, a remilitarização e o desenvolvimento da indústria bélica não eram proibidos pelo Tratado de
Versalhes?
Sim, caríssimo, era proibido. Mas Hitler entrou no poder com a promessa de mandar esses acordos
da Primeira Guerra Mundial “às favas”. Ele não reconhecia como legítimo o Tratado de Versalhes.
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Sendo assim, podemos afirmar que a década de 1930 é marcada por forte influência das ideias de
inspiração nazifascistas, o que colocava em risco o sistema de estabilidade internacional concretizado após
a 1ª Guerra Mundial. Assim, internacionalmente, aprofundavam-se as condições políticas para a explosão
de um novo grande conflito armado: a 2ª Guerra Mundial.
Como vocês já devem saber, a brutalidade da 2ª Guerra Mundial retirou da 1ª. Guerra Mundial o
título de “Grande Guerra”. A 2ª. Guerra envolveu mais países, mais regiões, mais tecnologias, mais armas
e, infelizmente, mais mortes. A experiência da guerra, segundo especialistas, pode ser aferida pelos
números:
❖ 55 milhões de mortos
❖ 35 milhões de feridos
❖ 20 milhões de órfãos
❖ 190 milhões de refugiados
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Holocausto é uma expressão utilizada para fazer referência ao extermínio em massa de cerca de seis
milhões de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Assim, quando nos referimos ao período
da Segunda Guerra Mundial, está-se a falar de um genocídio de um grupo específico, os judeus, já que
genocídio é o extermínio sistemático e planejado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico,
racial ou religioso.
O termo tem sua origem na palavra greco-latina holocaustum e significa "totalmente queimado" ou
"vítima de um incêndio".
Mas, sobretudo em Israel, há outro termo para se referir ao extermínio de judeus, na 2ª. Guerra: a Shoah
- significa "destruição" ou "catástrofe". A Declaração de Independência do Estado de Israel, de maio de
1948, utiliza essa expressão.
Na década de 1990, a ONU definiu que 27 de Janeiro é o dia da memória do extermínio.
Vejam como esses termos tratam da mesma experiência. Fiquem ligadíssimos!
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A partir da década de 1930, então, alguns desses países, como Alemanha, Itália e Japão
estabeleceram uma ALIANÇA que tinha o objetivo de expandir militar, territorial e economicamente,
alterando, portanto, a ordem mundial estabelecida nos pós 1ª. Guerra. Essa Aliança se constituiu entre
1936 e 1937 por meio do Pacto Anticomintern. Um pacto que visava uma luta contra o comunismo e contra
a democracia.
✓ Essa aliança entre os países autoritários, Itália, Alemanha e Japão ficou conhecida como EIXO.
✓ O objetivo expansionista dessa Aliança é conhecido como POLÍTICA DE AGRESSÃO!
Contra essa política de expansão, os países da Liga das Nações, como França, Inglaterra, Bélgica
responderam seguindo os princípios da Liga de estabelecer acordos diplomáticos para evitar novos
conflitos de natureza militar. Chamamos essa postura de Política de Apaziguamento.
Tendo essas informações em mente, para entendermos o início da Guerra, precisamos
compreender esse processo expansionista das potências do Eixo RoBerTo.
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➢ Expansionismo Alemão
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✓ Em março de 1938, Hitler anexou a Áustria. Essa fusão é conhecida como Anchuluss (união). A
justificativa foi o fato de Alemanha e Áustria pertencerem ao mesmo povo/raça, a germânica! Isso
correspondia à ideologia do arianismo. Na Áustria, essa política foi impulsionada pelo partido
Nazista Austríaco que apoiou e facilitou a anexação do país pela Alemanha.
✓ Outubro de 1938. A Região dos Sudetos, na Tchecoslováquia foi ocupada e anexada pela Alemanha.
Hitler reivindicava essa região sob o argumento de que nele viviam 3 milhões de alemães que eram
oprimidos pelo governo Tcheco. O governo afirmava ser uma fraude essa acusação. Assim, para
debater essa questão, as potências europeias convocaram a Conferência de Munique – reunião
entre França, Inglaterra, Alemanha, Itália, mas sem o governo da Tchecoslováquia.
Profe, quer dizer que eles estavam decidindo sobre um território tcheco, mas o governo tcheco não
pode participar? Mas isso não era uma violação da soberania nacional que vimos?
Exatamente, queridos. A França e Inglaterra, para tentar frear as pretensões anexionistas de Hitler,
consentiram na ocupação dos Sudetos pela Alemanha com a promessa de que ele parasse por aí.
Março de 1939. Hitler, secretamente manda o exército alemão invadir a Tchecoslováquia. Doce
ilusão das principais potências europeias. Nenhum acordo diplomático pararia Hitler. Ele
simplesmente não respeitava nenhum tratado ou instituição, como já falamos. Com essa invasão
ele quebra o Tratado de Munique feito em setembro de 1938.
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Nesse momento acende uma luz vermelha, cai a ficha geral, e a Inglaterra e França dão um ultimato na
Alemanha: que ela não invada mais nenhum território, pois isso seria uma verdadeira declaração de guerra!
Era tudo o que Hitler queria: uma declaração de guerra indireta!
✓ 1 de setembro de 1939, tropas alemãs invadem uma parte da Polônia!!!!! A outra é invadida pela
URSS em 17 de setembro, fruto da cláusula secreta que ninguém conhecia. Na prática, isso
demonstrava uma espécie de intenção de não existir uma guerra na Europa Oriental... bem, pelo
menos não por enquanto.
Setembro de 1939:
Inglaterra e França
declaram guerra contra à
Alemanha!
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2a. fase:
• Rápida e eficiente 1942-45
ofensiva alemã
• Blitzkrieg - • Ampliação da Guerra
Panzers • Formaçao aliança militarr
entre EUA, URSS, Iglaterra,
França e outros aliados
1a.fase: • Holocausto
1939-41 • Vitória dos Aliados
Essa fase foi marcada por uma rápida, densa e eficiente tática militar alemã. O uso dos tanques
Panzers e do ataque combinado de forças navais, aéreas terrestres foram o segredo da rapidez com
que os alemães conquistaram os territórios de diversos países. Essa tática militar é conhecida como
Blitzkrieg. Veja a cronologia da ofensiva alemã na 1ª. Fase:
Um parte da França
ficou sobre o controle
direto dos alemães.
Julho de 1940: Ourra Parte, chamada 14-06-1940:
Batalha Aérea de França de Vichy, Invasão da
comandada pelo Gal. França/Paris!
RAF X Luftwaffe Pétain que colaborou
oficialmente com a
ocupação Nazista
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[...]Digo à Câmara o que disse aos ministros que se uniram a este Governo: nada tenho a
oferecer além de sangue, trabalho, lágrimas e suor. Temos à nossa frente uma provação das
mais terríveis. Temos à nossa frente muitos, muitos meses de luta e sofrimento. Pergunta-me:
Qual é sua política: Digo que é guerrear por terra, mar e ar. Guerra com todo o nosso poder e
com toda a força que Deus nos deu; guerrear contra uma monstruosa tirania jamais
ultrapassada no sombrio e lamentável catálogo dos crimes humanos. É essa a nossa política.
[...]
Nesse contexto, os Estados Unidos mantinham uma postura de neutralidade vendendo armas
e petróleo para os dois lados. Mas o 1º Ministro Britânico, Wilson Churchill, e a diplomacia
inglesa conseguiram pressionar os EUA a garantirem prioridade na remessa de alimentos,
armas, navios, tanques e aviões produzidos naquele país. Em março de 1941, os EUA e a
Inglaterra assinaram um termo de compromisso no qual Inglaterra e URSS comprariam
armamentos e alimentos em condições mais vantajosas que os alemães. O presidente
americano, Roosevelt, era hostil à ditadura nazifascista e trabalhou internamente para a
entrada dos EUA na Guerra – que falaremos mais à frente.
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De todo modo, depois de meses de resistência e intenso bombardeiro aéreo alemão no território
da Inglaterra, a Real Air Force venceu a força aérea alemã. Churchill conseguiu o que queria, por hora:
vencer a Alemanha!
Foi a primeira derrota das forças militares nazista. A partir desse momento, então, a Alemanha
muda sua tática e segue em direção ao leste Europeu. Invade a região dos Balcãs e a Grécia e vai em direção
à União Soviética. E a Guerra vai entrando na sua 2ª Fase.
AULA 08 – Contemporânea II 65
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07 de dezembro de 1941
22 de Junho de 1941
No Pacífico, o Japão atacou a base
A Alemanha rompe com o Pacto militar de PearlHarbor dos EUA
Ribbentrop-Molotov e ataca a URSS
com mais de 3 milhões de soldados. em 08 de dezembro, o Congresso
Americano aprovou a declaração de
Guerra contra o Japão.
Início da Guerra na Frente Oriental -
jun.41 até Fev.43
A Alemanha declara guerra os
EUA
Com a entrada dos EUA e da URSS na Guerra podemos afirmar que se concretizou mais claramente
os dois lados da Guerra: Eixo e Aliados. O Eixo já falamos dele, sobretudo, porque essa aliança começou a
ser criada antes mesmo de começar a Guerra, como vimos anteriormente.
A novidade aqui é que, para criar uma força contra a Alemanha, considerada a inimiga comum e
mais poderosa, Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética - e mais 23 nações, entre elas o Brasil -
estabeleceram uma aliança militar. Eles ficam conhecidos como “Aliados”, ou Potências Aliadas.
Ao longo da Guerra os Aliados fizeram uma série de Conferências para discutir os rumos da guerra
bem como esboçar a ordem mundial pós-guerra.
AULA 08 – Contemporânea II 66
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Julho de 1945
1943 Fevereiro de 1945
Conf. De Potsdam:
Conf. de Teerã:é hora de Conf. de Yalta: acordos
Estabecer os acordos da Nova
virar o jogo para fim da guerra ordem Mundial
Com a entrada dos Estados Unidos da América na Guerra, o Brasil se tornou estratégico no
conflito da 2ª GM. Veja:
Por um lado, a posição geográfica do país, com um litoral banhado pelo Oceano Atlântico e com
a ponta do nordeste (Rio Grande do Norte) voltada para a África, era almejada pelas potencias
em conflito.
Por outro, diante da neutralidade do Brasil, conquistar o apoio brasileiro era importante, seja
para o lado do Eixo, seja para o lado dos Aliados. Afinal, como falamos antes, trata-se do maior
país da América do Sul e com uma quantidade imensa de riquezas.
AULA 08 – Contemporânea II 67
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Vargas também promovia um modelo de intervenção na econômica combinado com regime político
autoritário.
Além disso, antes da guerra, os alemães chegaram a sinalizar investimentos no Brasil, principalmente
no financiamento para a construção de indústrias pesadas (siderurgia). Mas Vargas protelava qualquer
ajuda estrangeira: lembra-se do nacionalismo varguista?
A ideia de culto ao líder, artifício político utilizado por Hitler e Mussolini, também agradava a Getúlio
Vargas. Lembra-se de que Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, para fazer
propaganda de suas ações? Politicamente, portanto, também havia convergências: o Estado Novo de
Vargas era uma ditadura (como vimos na Aula 00); Hitler e Mussolini governavam por meio de regimes
ditatoriais.
No interior do governo Vargas, os principais auxiliares do Presidente estavam divididos entre os que
queriam o Brasil ao lado do Bloco do Eixo e outros que queriam uma aproximação com o bloco dos Aliados.
Olha como era:
Favoráveis Favorável
ao Eixo aos Aliados
Filinto Müller, chefe de
polícia; Lourival
Fontes, chefe do Osvaldo Aranha,
Departamento de Ministro do Exterior.
Imprensa e
Propaganda
Francisco Campos,
Ministro da Justiça;
General Gaspar
Dutra, chefe do
Exército.
Vale lembrar que, na década de 1930, a década do início da 2ª GM, a história brasileira estava
marcada por uma escalada militar e ditatorial, como nos explica a historiadora Angela de Castro Comes.
AULA 08 – Contemporânea II 68
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Leia o trecho com atenção. Tente conectá-lo com tudo o que temos aprendido:
Nas revoltas e guerras, um dos sons mais significativos, pela carga de dor que traz e pelos
desdobramentos político-sociais que produz, é o dos tiros. A década de 30 do século XX começou com
um dos eventos mais decisivos da história do Brasil, não importando se sua designação consagrada —
Revolução de 1930 — tenha suscitado muitos debates na área acadêmica sobre seu real ou autêntico
caráter revolucionário, como movimento de transformação das estruturas socioeconômicas do país.
Entre esses dramáticos sons de abertura e desfecho, ainda houve uma guerra civil (a Revolução
Constitucionalista de 1932). Além disso, esse foi o momento em que eclodiu a Segunda Guerra Mundial,
cujos impactos na vida política e econômica brasileira foram grandes5.
Nesse contexto, dentro de uma postura duvidosa no início da 2ª GM, Vargas chegou a comemorar as
primeiras vitórias dos nazistas, principalmente quando a França foi invadida.
Diante disso, começou uma movimentação diplomática dos EUA para afastar o Brasil dos alemães.
Não por menos, Osvaldo Aranha, o Ministro das Relações Exteriores, foi o grande nome que ajudou a
articular o apoio do Brasil aos Aliados e não ao Eixo. Guarde esse nome!
Os norte-americanos iniciaram um movimento de pressão junto os países da América Latina para que
nenhum deles apoiasse a Alemanha e os demais países do Eixo. Em 28 janeiro de 1942, ocorreu no Rio de
Janeiro uma reunião dos Chanceleres da América. Nesse dia o Brasil rompeu as relações diplomáticas e
econômicas com os países do Eixo devido à pressão e às promessas de apoio econômico feitas pelo governo
americano.
Os alemães, por sua vez, para evitar que o Brasil ajudasse a sustentar os EUA e a Inglaterra,
começaram a atacar o Brasil. E como foi isso?
Submarinos alemães atacaram e afundaram navios mercantes brasileiros. Esses navios estavam com
mercadorias destinadas aos países Aliados. A população, cansada da “neutralidade” do Governo Brasileiro
saiu às ruas e exigiu a entrada imediata do Brasil na Guerra contra o Eixo (veja imagem).
5
GOMES, Angela de Castro. As marcas do período. In: Lilia Moritz Schwarcz (Dir.). História do Brasil
nação: 1808-2010. Vol. 4 (Olhando para dentro: 1930-1964). Madri: Fundación Mapfre; Rio de
Janeiro: Objetiva, 2013, p. 24.
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Assim, em agosto de 1942, o Brasil declarou oficialmente guerra aos países do Eixo.
Com isso, Vargas que, como vimos na Aula 00, era um habilidoso negociador de interesses em
conflito, começou a fazer bons acordos econômicos com os norte-americanos. O Brasil vendeu muita
mercadoria aos EUA. Parte dessas movimentações diplomáticas envolveu, também, um empréstimo de 20
milhões de dólares dos EUA ao Brasil para o início da construção da Companhia Siderúrgica de Volta
Redonda (a CSN).
Em troca, o Brasil cedeu uma base aeronaval para os EUA em Natal, no Rio Grande do Norte. Essa
base serviu para contribuir com a linha de defesa do Norte da África.
Logo em seguida à declaração de guerra, o governo Vargas organizou um contingente militar para
ser enviado à Europa e ajudar no combate às tropas do Eixo. Esse destacamento brasileiro foi chamado de
Força Expedicionária Brasileira (FEB)
As tropas brasileiras combateram na Europa entre julho de 1944 e o final da Guerra. A FEB
atuou em território Italiano por 11 meses, sobretudo, nas Batalhas de Monte Castelo (a mais
importante e conhecida), Castelnuovo e Montese, entre outras (observe o mapa a seguir).
Além disso, a Marinha Brasileira acompanhou e deu cobertura a mais de 3 mil navios
mercantes. Foram “25 mil homens que lá se arriscaram, apesar do péssimo treinamento e do
frio intenso.”
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“A Cobra vai FUMAR”!! Essa frase se tornou lema da FEB. Acontece que antes de o
Brasil declarar guerra ao EIXO, havia uma desconfiança da opinião pública sobre a
participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Quer seja devido às demonstrações de
simpatia que Vargas dava à Alemanha, quer seja pelo fato de os brasileiros não
acreditarem na capacidade do Exército Brasileiro. Na boca do povo rodava a frase: “é
mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil participar da guerra”. E não foi
que a cobra fumou mesmo! Daí em diante, o emblema da FEB passou a ser uma cobra
fumando! A criação foi do Tenente-Coronel Senna Campos.
6
Atlas Histórico Geográfico. Fonte: https://atlas.fgv.br/marcos/segunda-guerra-
mundial/mapas/principal-batalha-dos-pracinhas. Acesso em 07-07-2019.
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As cinzas dos 451 oficiais e pracinhas mortos na Guerra foram transladadas do cemitério de Pistoia,
na Itália, para o Brasil, em 5 de outubro de 1960, e hoje se encontram no monumento em homenagem aos
mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.
Com o aprofundamento da guerra, Vargas teve que escolher o lado norte-americano, uma
vez cortadas as relações marítimas com a Europa. Conquistou mais ganhos materiais que
nenhum outro país do continente, como armamentos e treinamento de uma tropa para lutar
na Europa, a FEB (Força Expedicionária Brasileira), e dinheiro para instalação da primeira
grande siderúrgica latino-americana, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) de Volta
Redonda. Em troca, forneceu matérias-primas e produtos estratégicos, como a borracha, e
cedeu 16 bases em território nacional para ocupação de soldados e oficiais dos Estados
Unidos, como a Base Aérea do Amapá. Com a construção dessa Base, antes mesmo do Amapá se tornar
território, o governo central demonstrou na prática a importância das terras amapaenses para o Brasil
e para o mundo em guerra. Por conta da expansão alemã pela Europa e a África, o litoral norte do Brasil
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se tornou estrategicamente crucial, para concentrar as forças armadas que pudessem combater os
nazistas nessa altura do Oceano Atlântico7.
7
CAVLAK, Iuri e GRANJER, Stéphane. Entre criação do Amapá e intercâmbios econômicos, as
consequências da Segunda Guerra Mundial nas relações entre o Brasil e a Guiana Francesa. Revista
Fronteiras & Debates, Macapá, v. 1, núm, 1, 2014, pp. 69-70.
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A libertação da Itália, um pouco antes do Dia D, foi fruto de uma ação conjunta e comandada pelos EUA.
Aqui quero lembrar de que a libertação da Itália foi impulsionada pela forte e corajosa “resistência italiana”
que fez um ataque a Mussolini e ao Exército italiano, os quais perderam apoio popular com a guerra total
imposta pelos fascistas. Mussolini perdeu o poder em 1943 e, em setembro, a Itália assinou a rendição.
No entanto, nesse contexto, os alemães ocuparam a Itália por a considerar traidora e também para não
perder posição estratégica em relação à África e ao Mediterrâneo. Lá levaram a cabo um processo de
perseguição. Milhares de italianos foram mandados para os Campos de Extermínio na Polônia.
Assim, nesse contexto, quando os aliados chegaram à Itália lutaram contra os alemães que estavam
ocupando-a. Em junho de 1944, Roma foi libertada. Mussolini foi caçado e enforcado publicamente em 28
de abril de 1945.
#O Brasil teve um importante papel nesse processo do qual participaram mais de 25 mil soldados das Forças
Expedicionárias Brasileiras (FEB). Veja mais na aula de história do Brasil, final da era Vargas.
Assim, veja, enquanto os russos avançavam no Leste, ingleses e estadunidenses avançavam no Oeste e
os nazistas iam sendo derrotados.
A rendição da Alemanha foi difícil porque o Alto Comando Alemão decidiu lutar até morrer! Para
isso mobilizou mulheres, idosos e crianças. Mas, em 25 de abril de 1945, Berlim já estava cercada pelo
Exército Vermelho. Em 30 de Abril de 1945, Hitler e Goebbels se suicidam. Himmler ainda tenta se salvar e
fazer um acordo com os americanos contra os soviéticos. Depois também se suicida com cianureto. Em 08
de Maio de 1945, a Alemanha se rende, finalmente. Essa é a data considerada como o Dia da Vitória porque
é oficialmente a derrota da Alemanha nazista para os Aliados. A ocasião foi motivo de grandes celebrações,
especialmente em Londres, onde mais de um milhão de pessoas festejaram o fim do conflito. Não era mais
possível suportar o horror da guerra.
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Foram 2 bombas:
O saldo humanitário era absolutamente brutal. Embora seja difícil estabelecer uma cifra absoluta,
especialistas falam em 300 milhões de pessoas atingidas pela Guerra. São 70 milhões de mortos, dentre os
quais, 6 milhões de judeus.
A destruição da capacidade produtiva na Europa fez com que as antigas ex-potências deixassem de
ser o eixo econômico. Este eixo migrou para a América do Norte. Dali para frente, EUA ocuparam o papel
de maior potência capitalista do mundo e não voltaram mais a uma postura de neutralidade ou isolamento.
A pujança tornou os EUA a “polícia do mundo”.
A Capitalismo, liderado por este país, deveria ter novas feições: mais democrática para combater o
horror das práticas autoritárias, racistas e violentas do nazismo; menos desigual para garantir condições
dignas de vida a camadas mais amplas das populações, a fim de impedir o avanço do comunismo soviético.
Portanto, na Nova Ordem Mundial, pretendia-se, apesar das expectativas de conflito, parecer melhor do
que tinha sido até então.
Como parte desse processo, destaco alguns elementos políticos e institucionais que inovaram as
relações e o contexto internacional:
❖ Julho de 1944 - Conferência Econômica de Bretton Woods:
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Outra consequência relacionada mais diretamente com a Alemanha foi a fragmentação territorial
desse país. Foi na Conferência de Potsdam, em 1945, que se decidiu a divisão da em territórios
administrados pelos países vencedores da Guerra. Contudo, em 1949, deu-se da divisão desse território
em 2 países distintos:
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Apesar de Berlim ser Capital da Alemanha Ocidental, essa cidade estava dividida em
Berlim Ocidental e Oriental. Nesse caso, o maior símbolo dessa segregação é o
famoso Muro de Berlim. Esse muro era uma grande cerca, na verdade, instalada em
1961 para impedir a migração da Alemanha Oriental para a Ocidental. A cerca virou
um muro, que virou uma torre de vigilância e foi “enfeitada” com campos minados
ao seu redor... Um muro antifascista ou um muro violador de direito individuais,
muro da vergonha? Depende das ideologias dos olhares sobre o muro. Em 9 de Novembro de 1989, há 20
anos, com o colapso da URSS em curso, o governo Berlinense declarou a abertura das fronteiras. O Muro
e seus significados foram à baixo!! A queda do Muro foi a representação simbólica da ordem erguida nela:
a bipolarização mundial.
Bem, queridas e queridos alunos, futuros Cadetes do Exército Brasileiro, chegamos ao final da nossa
aula sobre os conflitos as primeiras décadas do Século XX e suas dolorosas experiências de ideologias e
guerras. Depois da Segunda Guerra, de fato, a ordem Mundial que se anuncia é a da chamada Guerra Fria,
aquela disputa entre dois sistemas político-econômicos e culturais: o capitalismo e o comunismo – período
este que o estudioso Eric Hobsbawm chamou de “A Era dos Extremos” do breve século XX.
Falar sobre as experiências da segunda metade do século XX é assunto da nossa próxima aula de
História Geral.
Faça seu controle de temporalidade!!
Faça todos os exercícios. ESTUDE os comentários das questões. Cada uma delas é comentada com
o apreço pelo detalhe da explicação, para fazer você aprender não apenas a resposta certa, mas como
realizar a questão. Fiz com cuidado e carinho. Aproveite bem!
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De 1919 a 1933, a Alemanha viveu sob o signo da “República de Weimar”, primeira experiência democrática
da história alemã. Junto com a República de Weimar, nasceu o Partido Nazista, que pregava, entre outras
coisas: a existência da raça ariana; o nacionalismo exacerbado; o totalitarismo; e o anticomunismo. Em
1932, o Partido Nazista conquistou, democraticamente, 230 cadeiras no Parlamento, e Hitler foi nomeado
Chanceler. A partir daí, houve uma espiral totalitarista que resultou na 2ª Guerra Mundial.
Aponte, dentre as alternativas abaixo, aquela que explica a ascensão democrática dos Nazistas ao poder.
a) A Revolução Russa de 1917 já havia instaurado o comunismo em países como a Polônia, a Hungria e a
Tchecoslováquia e continuava avançando em direção à Europa Ocidental, causando medo na população
alemã, que resolveu eleger um partido claramente anticomunista.
b) A grave crise econômica iniciada com a queda da Bolsa de Nova York, em 1929, aumentou ainda mais o
sentimento de humilhação imposto pelo Tratado de Versalhes, gerando em grande parte da população o
desejo por um líder carismático capaz de resgatar a honra nacional. Isso justificava a escolha de um partido
ultranacionalista que promulgava a existência de uma raça superior.
c) A morte do Presidente alemão Paul von Hindenburg levou à necessidade de escolher outro líder
carismático, com capacidade de resgatar a honra nacional. Hitler, do Partido Nazista, personificava esse
líder.
d) O Fascismo na Itália, um regime claramente ditatorial, estava se expandindo por outros países da Europa,
como Portugal, Hungria e Polônia. Isso amedrontou a população alemã, que optou por eleger,
democraticamente, o Partido Nazista.
e) O sucesso da Guerra Civil Espanhola, que derrotou o socialismo naquele país, com apoio do Partido
Nazista, trouxe esperanças ao povo alemão, que resolveu eleger seus integrantes.
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TEXTO II
“Somente na última década do Século XIX, a França começou a sair do seu isolamento internacional,
conseguindo estabelecer um pacto militar com a Rússia em 1894. No início do século XX, também a
Inglaterra se aproximou da França, formando uma Aliança que fundia os interesses comuns dos dois países
no plano internacional.
Em 1907, a Rússia se aliou à França e à Inglaterra”.
Os dois textos descrevem a formação de blocos, antecedendo a Primeira Guerra Mundial. Os textos I e II
narram, respectivamente, a formação da
a) Entente Cordiale e da Tríplice Entente.
b) Tríplice Aliança e da Tríplice Entente.
c) Tríplice Entente e da Entente Cordiale.
d) Entente Cordiale e da Tríplice Aliança.
e) Tríplice Aliança e da Entente Cordiale.
AULA 08 – Contemporânea II 81
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a) a disputa por regiões coloniais acirrou as rivalidades entre as grandes potências, levando ao fim grandes
alianças, como é o caso do desmantelamento da Tríplice Entente.
b) a chamada “paz armada” foi imposta ao final do conflito, quando os países europeus já se encontravam
desgastados com a guerra, com o objetivo de cessar os combates e evitar novos conflitos.
c) a entrada dos Estados Unidos, com seu apoio econômico e militar, ao lado da Entente, foi fundamental
para a derrota da Tríplice Aliança.
d) o assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, levou o Império austríaco,
juntamente com a Rússia, a declarar guerra à Sérvia, dando início ao conflito.
e) ao final do conflito, a Alemanha impôs à França a devolução dos territórios da Alsácia-Lorena, ricos em
minério de ferro e carvão.
(EsPCEx/2001/4000039475)
"É este o momento lógico e histórico de nossa intervenção. Nossos antigos aliados(Alemanha e
Áustria) sempre tiveram interesses próprios, diferentes dos da Itália. Não nos impediram de concluir
acordos com a Inglaterra e com a França e de encontrar na Rússia, a propósito da questão da Líbia,
um apoio mais espontâneo e simpático do que junto aos nossos aliados. (...). Para participar do equilíbrio
europeu, a Itália (...) enfrentava o incrível paradoxo de estar aliada com a sua natural inimiga, a Áustria.
(...). Chegou o dia no qual a Itália teve que decidir-se pelos Aliados."
Discurso do deputado Vittório Emanuele Orlando, no Teatro Massimo de Palermo, em 21 de
novembro de 1915. In JANOTTI, Maria de Lourdes. A Primeira Grande Guerra - o confronto de
imperialismos. São Paulo: Atual, 1992. Pág. 34-35.
O texto acima demonstra a opção da Itália de entrar na Primeira Guerra Mundial ao lado de Inglaterra,
França e Rússia, desprezando antigos aliados como Alemanha e Áustria. Entretanto, o texto também
refere-se à Áustria como a "natural inimiga" da Itália, o que contribuiu para a sua posição no
conflito. Esta situação de “natural inimiga” ocorreu devido
a) à constante busca austríaca de uma saída para o mar através da Itália.
b) à ocupação austríaca dos territórios considerados "italianos", como Trieste e Trento.
c) ao revanchismo gerado pela derrota da Itália na guerra Austro-prussiana.
d) à concorrência imperialista austríaca junto à Líbia.
e) ao fracasso italiano perante os austríacos na conquista da Etiópia.
AULA 08 – Contemporânea II 82
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(EsPCEx/2001/4000039473)
A tabela abaixo apresenta algumas das operações realizadas na Campanha da África do Norte durante a
Segunda Guerra Mundial. Os dados em negrito representam a aliança que conseguiu a vitória em cada uma
das operações. Observe os dados oferecidos e responda o item a seguir:
A relação comparativa dos dados acima possibilita várias conclusões. Uma das mais significativas é
que:
a) lado vencedor foi aquele que tinha, nas quatro operações citadas, mais aviões de combate.
b) tanto nas vitórias como nas derrotas, as forças do Eixo estavam em inferioridade de carros e aviões de
combate.
c) os efetivos militares, tanto dos Aliados quanto do Eixo, foram aumentando ao longo do tempo
considerado na tabela.
d) quando os Aliados foram vencedores, eles tinham uma superioridade numérica de dois por um, nos três
itens indicados.
e) Eixo obteve as suas vitórias durante o inverno norte-africano, e os Aliados, durante o verão da região.
(EsPCEx/2000/ 4000039346)
I - No final da Campanha das Filipinas em 1944, um soldado norte-americano, orgulhoso da vitória dos EUA,
perguntou para um prisioneiro japonês quem era, afinal, o melhor combatente de selva da guerra. O
japonês respondeu que o melhor soldado combatente de selva era o do Japão. O soldado norte-americano
perguntou quem era o segundo melhor combatente de selva. O nipônico completou que o segundo melhor
combatente de selva era o australiano e depois vinham o indiano e o sul-africano. Surpreso, o norte-
americano perguntou, então, qual era aposição dos EUA. A resposta veio rápida: o soldado dos EUA não
lutava na selva, ele destruía a selva..
II - No mesmo ano de 1944, durante a campanha britânica na Birmânia (atual Myanmar), um oficia] inglês
recebeu o comando de um batalhão de Gurkhas (nativos de uma tribo guerreira do atual Nepal) e a missão
de conseguir voluntários para as tropas aerotransportadas. Logo, na sua apresentação, ele pediu voluntários
para saltar de aviões; como de hábito, todo o batalhão se apresentou. O sargento nativo perguntou ao
oficial inglês quantos metros eles deveriam saltar e, ao receber a resposta de "uns dois mil metros", todo o
batalhão recuou espantado - tal fato surpreendeu o oficial, mas o sargento falou que dois mil metros era
muito, mas que eles estavam dispostos a saltar de uns cem metros. Pensativo, o oficial retrucou achando
que cem metros não seria suficiente para abrir o pára-quedas. Nesse momento, o sargento ghurka respirou
aliviado e disse; "Ah, os senhores vão nos dar pára-quedas"...
Uma outra relação possível entre os textos indica a (o)
a) exagerado sentimento nacionalista japonês e a falta de coesão na Comunidade Britânica.
b) falta de capacidade do soldado americano e a aversão dos nepaleses à tecnologia bélica.
c) fase do avanço dos Aliados na região da Ásia e do Pacífico, no final da II Guerra Mundial.
d) imperialismo britânico, usando criminosamente os seus colonos na Guerra das Malvinas.
e) início do movimento pacifista nos EUA, evitando a sua participação na Guerra do Vietnã.
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(EsPCEx/2000/ 4000039345)
I - No final da Campanha das Filipinas em 1944, um soldado norte-americano, orgulhoso da vitória dos EUA,
perguntou para um prisioneiro japonês quem era, afinal, o melhor combatente de selva da guerra. O
japonês respondeu que o melhor soldado combatente de selva era o do Japão. O soldado norte-americano
perguntou quem era o segundo melhor combatente de selva. O nipônico completou que o segundo melhor
combatente de selva era o australiano e depois vinham o indiano e o sul-africano. Surpreso, o norte-
americano perguntou, então, qual era a posição dos EUA. A resposta veio rápida: o soldado dos EUA não
lutava na selva, ele destruía a selva.
II - No mesmo ano de 1944, durante a campanha britânica na Birmânia (atual Myanmar), um oficial inglês
recebeu o comando de um batalhão de Gurkhas (nativos de uma tribo guerreira do atual Nepal) e a missão
de conseguir voluntários para as tropas aerotransportadas. Logo, na sua apresentação, ele pediu voluntários
para saltar de aviões; como de hábito, todo o batalhão se apresentou. O sargento nativo perguntou ao
oficial inglês quantos metros eles deveriam saltar e, ao receber a resposta de "uns dois mil metros", todo o
batalhão recuou espantado - tal fato surpreendeu o oficial, mas o sargento falou que dois mil metros era
muito, mas que eles estavam dispostos a saltar de uns cem metros. Pensativo, o oficial retrucou achando
que cem metros não seria suficiente para abrir o paraquedas. Nesse momento, o sargento ghurka respirou
aliviado e disse; "Ah, os senhores vão nos dar paraquedas"...
Uma relação possível entre os dois textos refere-se ao
a) processo de internacionalização da luta durante a II Guerra Mundial.
b) conflito dos Aliados na Guerra da Coréia contra o Japão Imperialista.
c) fato de a II Guerra Mundial marcar o início do movimento ecológico no Japão,
d) início da Guerra do Vietnã, quando os EUA estavam ganhando o conflito
e) pequeno valor dado ao poder aéreo como arma antes da Guerra do Golfo.
(EsPCEx/2000/ 4000039344)
1917 pode ser considerado como o ano decisivo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), uma vez que os
Aliados perderam a contribuição de um dos seus integrantes iniciais. Por outro lado, receberam o apoio de
um país até então neutro. Esses países são, respectivamente
a) Brasil e Itália.
b) EUA e França.
c) Itália e Rússia.
d) França e Brasil.
e) Rússia e EUA.
(EsPCEx/1999/ 4000039222)
O ano de 1999 marca o sexagésimo aniversário do início da Segunda Guerra Mundial. Este conflito,
que envolveu dezenas de nações, iniciou-se na
a) Europa, com a invasão da Sérvia pelas tropas alemãs.
b) Ásia, com a invasão da Indochina pelas tropas japonesas.
c) África, com a invasão da Etiópia pelas tropas italianas.
d) Ásia, com a invasão da URSS pelas tropas japonesas.
e) Europa, com a invasão da Polônia pelas tropas alemãs.
AULA 08 – Contemporânea II 84
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(EsPCEx/1999/4000039221)
A Primeira Guerra Mundial (1914-18) pode ser caracterizada como um conflito estático, baseado
em grandes entrincheiramentos, onde a artilharia e os ataques com gases eram dominantes.
Entretanto, alguns melhoramentos tecnológicos na área bélica começaram a despontar
neste conflito. Dentre estes podemos apontar o
a) avião e o radar.
b) submarino nuclear e o míssil.
c) míssil e o tanque.
d) tanque e o avião.
e) radar e bomba atômica.
(EsPCEx/1998/4000039130)
Uma das principais consequências do Primeiro Conflito Mundial, ocorrido entre 1914 e 1918, foi
o
a) fim dos Impérios Coloniais, face ao movimento de descolonização da Ásia e da África.
b) grande deslocamento de populações dentro e fora da Europa.
c) imediato enfraquecimento econômico dos EUA.
d) intenso surto inflacionário, atingindo igualmente todos os países capitalistas.
e) declínio relativo das potências capitalistas europeias no plano mundial.
(EsPCEx/1997/4000038989)
O quadro abaixo contém dados das principais potências envolvidas na Primeira Guerra Mundial
(1914-18).
Legenda:
País: Países Aliados e Potências Centrais.
Renda: Refere-se à renda nacional anual e é um valor médio para cada um dos cinco anos do conflito (os
dados estão em bilhões de dólares no valor de 1914).
Gastos: Despesa total do país em todo o conflito (também em bilhões de dólares).
População: Número, aproximado, de habitantes do país na época (cifrado em milhões).
Mobilizados: Total de pessoas mobilizadas nas forças armadas (também em milhões).
Mortos: Total de mortos militares em número aproximado (em milhares de pessoas).
Da análise do quadro acima, pode-se concluir que
a) os Aliados tiveram um maior número de mortos, mas proporcionalmente ao número de mobilizados e
da população total dos países envolvidos no conflito estas perdas significam menos que o total de mortos
das Potências Centrais.
AULA 08 – Contemporânea II 85
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b) os números totais nos cinco itens indicam claramente a superioridade dos Aliados e criam uma sensação
de vitória certa deste grupo. Inclusive, não houve nenhum momento, durante o desenrolar do conflito, em
que esta superioridade foi questionada ou ameaçada pelas Potências Centrais.
c) a Alemanha foi o mais importante país do esforço de guerra das Potências Centrais em todos os itens da
tabela, mas ela representou menos da metade dos totais de sua coalizão nestes mesmos itens.
d) a Rússia, em termos absolutos, foi o mais significativo país dos Aliados nos tópicos relativos ao potencial
humano e ao número de mortos, enquanto que o Império da Áustria-Hungria representou o mesmo papel
para as Potências Centrais.
e) mesmo que os Aliados não tivessem contado com a participação dos EUA e da Rússia, ainda assim teriam
superioridade numérica sobre as Potências Centrais.
(EsPCEx/1997/ 4000038988)
No desenrolar da Segunda Guerra Mundial, Hitler decide pela invasão da União Soviética,
rompendo o Pacto de Não-Agressão de 1939, dando início ao/à:
a) Plano Schlieffen.
b) Operação Barbarossa.
c) rompimento da Linha Maginot.
d) Projeto Overlord.
e) Ofensiva Molotov .
(EsPCEx/1997/4000038984)
A charge abaixo, reproduzida do livro Caricatura dos Tempos (Melhoramentos, São Paulo, 1982, p. 58) e
feita na época pelo caricaturista brasileiro Benedito Bastos Barreto (1896-1947) - o “Belmonte”, aparecem
o Primeiro-Ministro Churchill da Inglaterra (à esquerda) e o Presidente dos EUA, Franklin Roosevelt. A
figura faz referência irreverente à negociação que resultou no (a):
AULA 08 – Contemporânea II 86
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a) Plano Colombo (1950), realizado pelos EUA para reparar a economia britânica abalada pela Segunda
Guerra Mundial.
b) Plano Dawes (1924), ajuda norte-americana para combater a depressão econômica inglesa.
c) Carta do Pacífico (1916), aliança econômica e militar anglo-americana da Primeira Guerra Mundial.
d) Lei de Alocação de Fundos (1918), feita para resolver a dívida britânica contraída com os EUA durante a
Primeira Guerra Mundial.
e) Lei de Empréstimo e Arrendamento (1941), ajuda financeira e de material bélico feita pelos EUA à
Inglaterra na Segunda Guerra Mundial.
(EsPCEx/1997/4000038980)
Os trechos abaixo são uma parte da música “Where the Rose is Sown” (“Onde a Rosa é Plantada”),
feita pelo grupo de rock escocês Big Country, em 1984, como uma homenagem às tropas britânicas
que lutaram setenta anos antes.
Estas estrofes fazem referência à característica militar principal dos combates daquela época,
que ficou conhecida pela famosa expressão “Guerra de Trincheiras”. Com base na data indicada e
nesta característica, pode-se afirmar que a guerra em questão é a:
a) Guerra das Falklands-Malvinas.
b) Guerra da Coréia.
c) Primeira Guerra Mundial.
d) Guerra do Ópio.
e) Segunda Guerra Mundial.
(EsPCEx/1996/4000038809)
No contexto da Segunda Guerra Mundial, a operação Overlord, conhecida como “Dia - D” (06 de
junho de 1944) correspondeu à
a) comemoração da vitória aliada na Europa.
b) vitória russa na batalha de Kursk.
c) invasão aliada ao norte da França.
d) estreia da FEB nos combates da Itália.
e) realização do desembarque americano na ilha de Okinawa.
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( ) A II Guerra Mundial foi marcada pelos campos de concentração e as bombas contra as cidades chinesas
de Hiroshima e Nagasaki.
( ) O Brasil participou da Guerra ao lado dos Aliados e ajudou na libertação da Itália do fascismo de Benito
Mussolini.
( ) Um dos principais fatores que causaram a guerra foi o apoio da população alemã às ideias antissemitas
e exterminacionista do Partido Nazista.
( ) Nos primeiros anos da Guerra, o EIXO teve várias vitórias, mas os rumos começaram a mudar quando
eles quebraram o Pacto Germano-soviético, bem como quando os EUA entraram na Guerra.
O julgamento correto é
a)V V V V
b)V F V F
c)F V V F
d)F V F V
e)F V F F
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Levando em consideração a letra do poema e o momento de sua publicação, podemos inferir que:
a) Trata-se de um poema que lembra os efeitos do acidente nuclear de Chernobyl
b) O poema faz referências críticas ao atentado atômico praticado pelos Estados Unidos contra o Japão,
durante a Segunda Guerra Mundial.
c) A letra do poema ressalta a importância da política de controle nuclear pela Agência de Energia
Atômica da ONU porque os efeitos de um ataque nuclear são devastadores, sobretudo, para crianças e
mulheres.
d) O poema é uma forma singela e subjetiva de nos fazer lembrar dos riscos que um novo ataque
nuclear poderia causar no mundo, por isso é importante uma guerra contra o Irã.
e) A poesia é uma crítica à participação do Brasil na 2ª. Guerra Mundial
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e) Plano Marshall.
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c) Foi fundada com o objetivo de promover a paz duradoura por meio da cooperação entre os países.
d) Sempre se colocou contra todas as guerras ocorridas ao longo do século XX.
e) É uma organização onerosa que chega no século XXI sem cumprir um papel relevante no cenário
internacional.
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derrubar um Governo levemente esquerdista o povo espanhol, contra todas as expectativas, levantara-se
contra isso. Parecia — e talvez fosse — a virada da maré.
ORWELL, Georg. Lutando na Espanha. Disponível em: < http://bibliotecadigital.puc-
campinas.edu.br/services/e-books/George%20Orwell-3.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2020.
Ao tratar do contexto da Guerra Civil Espanhola, o relato faz referência à atuação
a) da Divisão Azul, tropa militar organizada pela União Soviética para conter o franquismo na Espanha.
b) das Brigadas Internacionais, formadas por voluntários que se dispunham a lutar pelos ideais de esquerda.
c) dos nacionalistas, ala que reunia militares e civis espanhóis contrários à penetração de ideias totalitárias.
d) do Partido da Falange, organização de caráter socialista e à frente do governo ameaçado por Franco.
e) do Movimento Nacional, conjunto de forças progressistas que lutaram em favor da república espanhola.
e) A Alemanha não queria que o Brasil, apesar de ser ainda neutro na Segunda Guerra Mundial, continuasse
a fornecer matérias-primas para seus inimigos.
(UEA – 2017)
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) provocou mudanças históricas relevantes e, em certa medida,
duradouras, tais como:
a) a guerra de movimento e o surgimento de armas nucleares.
b) a união europeia e a abolição de tarifas alfandegárias no continente.
c) as mudanças revolucionárias na Rússia e o avanço econômico norte-americano.
d) a quebra da bolsa de investimentos de Nova York e a Guerra Fria.
e) a Revolução Industrial e a divisão da África entre as potências capitalistas.
(UEA - 2002)
De acordo com a tabela, são corretas duas das afirmativas a seguir, a respeito da participação, às vésperas
da Primeira Grande Guerra, das potências capitalistas no comércio mundial:
I. a Grã-Bretanha e a França apresentaram um declínio relativo de sua participação no comércio mundial;
II. os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão apresentaram, entre 1896 e 1913, crescimento de sua
participação no comércio mundial;
III. ao contrário do declínio relativo britânico, houve um grande aumento da participação americana no
comércio mundial, de 1870 até as vésperas da Primeira Guerra Mundial;
IV. apesar do declínio relativo de sua participação no comércio mundial, a economia britânica manteve uma
proporção maior do que o resto do mundo, entre 1870 e 1913.
São elas:
(A) I e II
(B) I e III
(C) I e IV
(D) II e III
(E) II e IV
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(UEA - 2002)
“Cinco milhões e meio de desempregados em 1933, dois milhões em 1935, menos de um em 1937, algumas
dezenas de milhares entre 1933 e 1939. A produção mais que dobrou entre 1933 e 1939. Política de grandes
obras – autoestradas, ferrovias, aeroportos... Tudo realizado no âmbito de uma política rigorosa de controle
de preços, de crédito... (pelo Estado)” (M. Béaud). Assinale a alternativa que corretamente aborda o
desenvolvimento econômico alemão na década que antecede a 2ª Guerra Mundial.
(A) O dirigismo econômico, apoiado em poderosos complexos industriais e bancários, também obrigou os
poderosos grupos estrangeiros, como General Motors, Ford, Shell e Unilever, a reinvestir seus lucros no
fortalecimento da economia alemã.
(B) O impulso econômico alemão nazista apoiou-se exclusivamente em poderosos conjuntos industriais e
financeiros do capitalismo alemão, porque o Estado combatia o capitalismo internacional e expulsou as
empresas estrangeiras na década de 1930.
(C) A indústria alemã se tornou espetacularmente poderosa pela política governamental de incentivo aos
investimentos estrangeiros, cujo ingresso maciço se deu nos anos anteriores à guerra.
(D) Todas as medidas econômicas da Alemanha, no período anterior à Segunda Grande Guerra,
assemelham-se, pelo nacionalismo, previdência social e organização do trabalho, às medidas de
implantação de um regime socialista.
(E) O dirigismo nazista impôs a descartelização do capitalismo alemão, invertendo a tendência das décadas
anteriores, principalmente na produção de aço e na indústria química.
(UEA -2004)
A concentração do capital industrial e sua associação ao capital financeiro dos bancos gerou uma
acumulação cujo volume era tamanho que apenas pequena parte podia ser investida no mercado nacional
ou em outros países da Europa.
Assinale a alternativa que explica corretamente a consequência histórica principal desse processo.
(A) Nos Estados Unidos, a Guerra de Secessão foi a consequência da luta pelo protecionismo alfandegário
e pelo fim da escravidão como forma de dar vazão aos capitais excedentes.
(B) A Primeira Guerra Mundial foi travada, sobretudo, para atender aos interesses da indústria bélica e como
forma de resolver a crise do mercado do aço.
(C) Os países europeus queriam reconquistar mercados nos continentes subdesenvolvidos ainda não
protegidos por tarifas elevadas, principalmente, a fim de reativar suas indústrias.
(D) Os conflitos localizados e a tensão internacional foram formas de dar vazão às rivalidades que
ameaçavam o equilíbrio mundial.
(E) O imperialismo e o colonialismo sobre países da América Latina, da Ásia e da África buscavam mercados
para onde exportar os capitais excedentes para empréstimo ou investimento.
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(UNCISAL – 2008)
“A 28 de junho de 1914, durante visita a Sarajevo, capital da Bósnia, Francisco Ferdinando e sua esposa
Sofia foram assassinados a tiros por militantes da Jovem Bósnia. (...) Era a fagulha que faltava para atear
fogo ao barril de pólvora. Um mês depois, a guerra começou.”
(Alceu Pazzinato e Maria Helena Senise,
História Moderna e Contemporânea)
(FUVEST – 2000)
Há controvérsias entre historiadores sobre o caráter das duas grandes revoluções do mundo
contemporâneo, a Francesa de 1789 e a Russa de 1917; no entanto, existe consenso sobre o fato de que
ambas:
a) fracassaram, uma vez que, depois de Napoleão, a França voltou ao feudalismo com os Bourbons e a
União Soviética, depois de Gorbatchev, ao capitalismo.
b) geraram resultados diferentes das intenções revolucionárias, pois tanto a burguesia francesa quanto a
russa eram contrárias a todo tipo de governo autoritário.
c) puseram em prática os ideais que as inspiraram, de liberdade e igualdade e de abolição das classes e do
Estado.
d) efetivaram mudanças profundas que resultaram na superação do capitalismo na França e do feudalismo
na Rússia.
e) foram marcos políticos e ideológicos, inspirados, a primeira, as revoluções até 1917, e a segunda, os
movimentos socialistas até a década de 1970.
(FUVEST 1999)
"As lâmpadas estão se apagando na Europa inteira. Não as veremos brilhar outra vez em nossa existência".
Sobre esta frase, proferida por Edward Grey, secretário das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, em agosto
de 1914, pode-se afirmar que exprime:
a) a percepção de que a guerra, que estava começando naquele momento e que iria envolver toda a Europa,
marcava o fim de uma cultura, de uma época conhecida como a Belle Époque;
b) a desilusão de quem sabe que a guerra, que começava naquele momento, entre Grã-Bretanha e
Alemanha, iria sepultar toda uma política de esforços diplomáticos visando evitar o conflito.
c) a compreensão de quem, por ser muito velho, consegue perceber que também aquela guerra, embora
longa e sangrenta, iria terminar um dia, permitindo que a Europa voltasse a brilhar;
AULA 08 – Contemporânea II 99
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d) a ilusão de que, apesar de tudo, a guerra que estava começando, iria, por causa de seu caráter mortal e
generalizado, ser o último grande conflito armado a envolver todos os países da Europa;
e) a convicção de que à guerra que acabava de começar, e que iria envolver todo o continente europeu,
haveria de suceder uma outra, a Segunda Guerra Mundial, antes da paz definitiva ser alcançada.
(FUVEST 1993)
Os Tratados de Paz assinados ao fim da Primeira Guerra Mundial "aglutinaram vários povos num só Estado,
outorgaram a alguns o status de 'povos estatais' e lhes confiaram o governo, supuseram silenciosamente
que os outros povos nacionalmente compactos (como os eslovacos na Tchecoslováquia ou os croatas e
eslovenos na Iugoslávia) chegassem a ser parceiros no governo, o que naturalmente não aconteceu e, com
igual arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro grupo de nacionalidades chamadas
minorias, acrescentando assim aos muitos encargos dos novos Estados o problema de observar
regulamentos especiais, impostos de fora, para uma parte de sua população. (... ) Os Estados recém-criados,
por sua vez, que haviam recebido a independência com a promessa de plena soberania nacional, acatada
em igualdade de condições com as nações ocidentais, olhavam os Tratados das Minorias como óbvia quebra
de promessa e como prova de discriminação."
(Hannah Arendt, AS ORIGENS DO TOTALITARISMO)
A alternativa mais condizente com o texto é:
a) após a Primeira Guerra, os Tratados de Paz estabelecidos solaparam a soberania e estabeleceram
condicionamentos aos novos Estados do Leste europeu através dos Tratados das Minorias, o que criou
condições de conflitos entre diferentes povos reunidos em um mesmo Estado.
b) o surgimento de novos Estados-nações se fez respeitando as tradições e instituições dos povos antes
reunidos nos impérios que desapareceram com a Primeira Guerra Mundial.
c) os Tratados de Paz e os Tratados das Minorias restabeleceram, no mundo contemporâneo, o sistema de
dominação característico da Idade Média.
d) apesar dos Tratados de Paz estabelecidos depois da Primeira Guerra terem tido algumas características
arbitrárias em relação aos novos Estados-nações do Leste europeu, o desenvolvimento histórico destas
regiões demonstra que foi possível uma convivência harmoniosa e gradativamente ocorreu a integração
entre as minorias e as maiorias nacionais.
e) os Tratados de Paz depois da Primeira Guerra conseguiram satisfazer os vários povos do Leste europeu.
O que perturbou a convivência harmoniosa foi o movimento de refugiados das revoluções comunistas.
(FUVEST – 1987)
A expansão colonialista europeia do século XIX foi um dos fatores que levaram:
a) à diminuição dos contingentes militares europeus.
b) à eliminação da liderança industrial da Inglaterra.
c) ao predomínio da prática mercantilista semelhante à do colonialismo do século XVI.
d) à implantação do regime de monopólio.
e) ao rompimento do equilíbrio europeu, dando origem à Primeira Guerra Mundial.
(UEA - 2002)
“Cinco milhões e meio de desempregados em 1933, dois milhões em 1935, menos de um em 1937, algumas
dezenas de milhares entre 1933 e 1939. A produção mais que dobrou entre 1933 e 1939. Política de grandes
obras – autoestradas, ferrovias, aeroportos... Tudo realizado no âmbito de uma política rigorosa de controle
de preços, de crédito... (pelo Estado)” (M. Béaud). Assinale a alternativa que corretamente aborda o
desenvolvimento econômico alemão na década que antecede a 2ª Guerra Mundial.
(A) O dirigismo econômico, apoiado em poderosos complexos industriais e bancários, também obrigou os
poderosos grupos estrangeiros, como General Motors, Ford, Shell e Unilever, a reinvestir seus lucros no
fortalecimento da economia alemã.
(B) O impulso econômico alemão nazista apoiou-se exclusivamente em poderosos conjuntos industriais e
financeiros do capitalismo alemão, porque o Estado combatia o capitalismo internacional e expulsou as
empresas estrangeiras na década de 1930.
(C) A indústria alemã se tornou espetacularmente poderosa pela política governamental de incentivo aos
investimentos estrangeiros, cujo ingresso maciço se deu nos anos anteriores à guerra.
(D) Todas as medidas econômicas da Alemanha, no período anterior à Segunda Grande Guerra,
assemelham-se, pelo nacionalismo, previdência social e organização do trabalho, às medidas de
implantação de um regime socialista.
(E) O dirigismo nazista impôs a descartelização do capitalismo alemão, invertendo a tendência das décadas
anteriores, principalmente na produção de aço e na indústria química.
(UEA – 2009)
Observe a capa da revista carioca Careta, de 15.07.1944.
(D) às várias rebeliões enfrentadas pelos ingleses na Índia, as quais tiveram em Gandhi seu líder mais
importante.
(E) à provável derrota de Hitler, cujos exércitos não resistiam aos ataques dos exércitos ingleses, americanos
e soviéticos.
(URCA 2019)
“De todas as perguntas não respondidas sobre nossa época, talvez a mais importante seja: ‘o que é
fascismo?’. Uma das organizações americanas de pesquisa fez recentemente pergunta a 100 pessoas
diferentes e obteve respostas que foram desde ‘democracia pura’ até ‘demonismo puro’. Neste país, se se
pedir a uma pessoa medianamente esclarecida que defina o fascismo, ela em geral responderá apontando
os regimes alemão e italiano. Mas isso é muito insatisfatório, porque mesmo os grandes Estados fascistas
diferem em boa medida um do outro em estrutura e em ideologia” (Revista Piauí, n. 127, abril, p. 28)
Considerando o texto acima e os seus conhecimentos sobre a temática tratada, assinale a alternativa
correta:
A) Considerando as especificidades da Alemanha e do Japão do período da Segunda Guerra Mundial,
facilmente podemos afirmar que eram países igualmente fascistas;
B) O fascismo é inerentemente belicoso, só prospera num ambiente de histeria bélica e só pode resolver
seus problemas econômicos mediante guerras ou conquistas no estrangeiro, a exemplo do que ocorreu em
Portugal e várias ditaduras da América Latina no século XX;
C) O Partido Conservador Inglês é um exemplo clássico de agrupamento fascista, o que se explica pelas suas
práticas no final do século XIX e início do século XX em suas colônias na África e na Ásia;
D) Socialismo e fascismo são a mesma coisa o que se comprova pelo colaboracionismo entre os socialistas,
comunistas, trabalhistas britânicos anarquistas e os nazistas nos países ocupados pela Alemanha entre os
anos de 1939 e 1945;
E) Muitas vezes a palavra ‘fascismo’ é quase sempre desprovida de significado, mas é obvio que, do ponto
de vista econômico e político, há diferenças entre os regimes fascistas e os democráticos.
(URCA 2019)
Um vídeo publicado pela Embaixada da Alemanha no Brasil (…) provocou forte reação nas redes sociais. Na
publicação, a embaixada fala da importância de não esquecer os crimes do nazismo entre 1933 e 1945,
período em que o Holocausto levou à morte de cerca de 6 milhões de judeus e de 5 milhões de pessoas de
outros grupos. O GLOBO - Embaixada da Alemanha explica o nazismo e é contestada por brasileiros,
17/09/2018. Acesso no endereço: https://oglobo.globo.com/sociedade/embaixada-da-alemanhaexplica-
nazismo-e-contestada-por-brasileiros-2-23074988)
A respeito do Nazismo e do Fascismo considere as opções verdadeiras:
I – O Nazismo foi a vertente alemã do Fascismo italiano encabeçado por Benito Mussolini, que tem suas
origens na Itália pós-Primeira Guerra Mundial. A palavra surge ligada aos "Fasci italiani di combattimento"
em tradução livre significaria: Feixes (unidades) de combate italianos".
II –O Nazismo é considerado uma ideologia de esquerda, inclusive dentro da Alemanha e pelos próprios
Judeus, que têm vários programas escolares e de memória para lembrar os horrores das ações
desencadeadas por Hitler e o Holocausto judeu.
III - Embora inicialmente se associe a emergência do Fascismo à Itália de Mussolini, o certo é que vários
países da Europa, da Alemanha à Hungria em maior ou menor grau, passaram a por tais experiências. Sua
emergência se associa, portanto, aos efeitos da Primeira Guerra Mundial;
IV - Em termos gerais o movimento de base fascista suscita grandes mobilizações populares através do medo
e da veneração aos seus líderes ou, ao próprio estado fascista, o controle sobre as ações de comunicação
sempre sob a tutela do estado e a intensa valorização do nacionalismo, dentre outras características.
V – Na Contemporaneidade, pode-se dizer que as práticas fascistas foram totalmente superadas, não
havendo qualquer manifestação de grupo político, étnico ou social que ainda propale os ideais do Fascismo.
Destaca-se como corretas as afirmações abaixo:
A) As alternativas I, II, III e IV.
B) A Alternativa III.
C) As Alternativas I, III e IV.
D) A alternativa II e III.
E) As alternativas I, III, e V.
Em 1942, os nazistas, sem nenhuma declaração formal de guerra, empreenderam uma campanha
submarina no Atlântico, na qual atacaram cinco navios brasileiros (Baependi, Itajiba, Araraquara, Aníbal
Benévolo e Araras). Esse evento obrigou o governo brasileiro a tomar uma posição mais sólida: no mesmo
mês, Getúlio Vargas (o então presidente do Brasil) declarou guerra à Alemanha. Para tanto, o governo criou
a Força Expedicionária Brasileira (FEB), realizou a convocação de mais de 25 mil soldados e enviou-os para
a batalha na Segunda Guerra. O exército brasileiro foi liderado pelo general Mascarenhas de Morais e foi
integrado como parte do 5º exército Norte Americano para atuar no fronte de guerra Itália. Esses soldados
ficaram conhecidos como “pracinhas”.
Assim, sabemos que a alternativa correta é letra c). Vamos olhar os erros das outras:
a) O Brasil ainda mantinha algumas relações com os membros do Eixo no início da guerra.
b) Como estudamos, os navios brasileiros foram afundados em 1942.
d) O Brasil declarou guerra à Alemanha e foi em 1942.
e) O Brasil lutou na Itália, os desembarques foram na França.
Gabarito: C
Comentários:
Essa era aquela questão sabe ou não sabe. Bom, Anschluss é o termo alemão que designa anexação. Em
História, é usada para designar a anexação político-militar da Áustria pela Alemanha em 1938. Portanto,
alternativa a) é a correta.
Gabarito: A
TEXTO II
“Somente na última década do Século XIX, a França começou a sair do seu isolamento internacional,
conseguindo estabelecer um pacto militar com a Rússia em 1894. No início do século XX, também a
Inglaterra se aproximou da França, formando uma Aliança que fundia os interesses comuns dos dois países
no plano internacional.
Em 1907, a Rússia se aliou à França e à Inglaterra”.
Os dois textos descrevem a formação de blocos, antecedendo a Primeira Guerra Mundial. Os textos I e II
narram, respectivamente, a formação da
a) Entente Cordiale e da Tríplice Entente.
b) Tríplice Aliança e da Tríplice Entente.
c) Tríplice Entente e da Entente Cordiale.
d) Entente Cordiale e da Tríplice Aliança.
e) Tríplice Aliança e da Entente Cordiale.
Comentários:
Às vésperas da I Grande Guerra Mundial, dois blocos de força se formaram, contrários entre si: a Tríplice
Aliança - formada por Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro – e a Tríplice Entente, sendo os países
membros França, Inglaterra e Rússia. Portanto, o primeiro texto se refere à Aliança e, o segundo, à Entente.
Assim, temos alternativa b) como gabarito.
Gabarito: B
e) a segunda fase da guerra (1915-1917) foi marcada pela chamada “guerra de trincheiras”, em que cada
lado procurava garantir suas posições.
Comentários:
Os anos que antecederam a Primeira Guerra foram marcados por uma intensa disputa no quadro do
neocolonialismo. Isso ocorreu porque algumas potências, como Alemanha e Itália, possuíam mercados
exteriores reduzidos.
O desenrolar da guerra ocorreu basicamente em três fases: Guerra de Movimento (1914), Guerra de
Trincheiras (1915 – 1917) e, por fim, a Segunda Guerra de Movimento ou Fase Final (1918).
Em 1917 a Rússia saiu da Guerra (em razão da Revolução Russa) e os EUA entraram militarmente no
conflito. O fim da Guerra se deu em 1919 com a assinatura do Tratado de Versalhes, nesse acordo a
Alemanha foi obrigada e aceitar uma série de imposições que levaram esse país a uma crise em espiral.
Sabendo disso, vejamos as alternativas:
a) Incorreta. Conforme discutimos, o clima já estava tenso antes de estourar a guerra.
b) Incorreta. A Alemanha foi obrigada a assinar o Tratado de Versalhes.
c) Incorreta. Os EUA entraram na guerra em 1917.
d) Incorreta. A Revolução Russa de 1917 instaurou o socialismo na Rússia, toda essa movimentação fez com
que esse país deixasse a guerra.
e) Correta, conforme discutimos.
Gabarito: E
a) a disputa por regiões coloniais acirrou as rivalidades entre as grandes potências, levando ao fim grandes
alianças, como é o caso do desmantelamento da Tríplice Entente.
b) a chamada “paz armada” foi imposta ao final do conflito, quando os países europeus já se encontravam
desgastados com a guerra, com o objetivo de cessar os combates e evitar novos conflitos.
c) a entrada dos Estados Unidos, com seu apoio econômico e militar, ao lado da Entente, foi fundamental
para a derrota da Tríplice Aliança.
d) o assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, levou o Império austríaco,
juntamente com a Rússia, a declarar guerra à Sérvia, dando início ao conflito.
e) ao final do conflito, a Alemanha impôs à França a devolução dos territórios da Alsácia-Lorena, ricos em
minério de ferro e carvão.
Comentários:
A Primeira Grande Guerra explodiu em 1914, no entanto, uma série de rivalidades se acumulavam entre
grandes potências desde meados do século XIX. Esses pequenos conflitos levaram à formação de Alianças
(Tríplice Aliança e Tríplice Entente) e, sendo elas a causa imediata da guerra. A Tríplice Aliança era formada
por Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro e, a Tríplice Entente, por França, Inglaterra e Rússia.
A Guerra teve 3 fases: Guerra de Movimento (1914), Guerra de Trincheiras (1915 – 1917) e, por fim, a
Segunda Guerra de Movimento ou Fase Final (1918). Em 1917, em razão da Revolução Bolchevique, a
Rússia abandonou o conflito. Nesse mesmo ano, os EUA entraram militarmente ao lado da Tríplice Entente
após alemães afundarem navios de abastecimento norte-americanos.
Após anos de batalhas, a guerra teve fim com a assinatura do Tratado de Versalhes em 1919. Nele, uma
série de imposições foram feitas a Alemanha, levando esse país a crise em diversos setores.
Sabendo disso, vejamos as alternativas:
a) Incorreta. A Tríplice Entente permaneceu junta até o fim da guerra.
b) Incorreta. A Paz Armada foi um período na Europa, que se estende desde o fim da Guerra Franco-
Prussiana até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
c) Correta. A entrada dos EUA foi decisiva para a vitória da Tríplice Entente. Isso porque, além do seu
poderio econômico e militar, esse país não estava enfrentando 3 anos de guerra como os outros.
d) Incorreta. De fato, o assassinato de Francisco Ferdinando representa o estopim da Guerra. No entanto,
o Império Austro-Húngaro pertencia a Tríplice Aliança e contava com o apoio da Alemanha e Itália.
Portanto, a Rússia ficou ao lado da Sérvia.
Gabarito: C
rompesse relações com o Eixo (Itália, Alemanha e Japão). Quando nazistas afundaram navios brasileiros,
Vargas declarou guerra a esse grupo e se alinhou com os Aliados (França, Inglaterra, EUA, e,
posteriormente, URSS). Para tanto, o governo criou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e enviou-os para
a batalha na Segunda Guerra. O exército brasileiro foi liderado pelo general Mascarenhas de Morais e foi
integrado como parte do 5º exército Norte Americano para atuar no fronte de guerra Itália. Esses soldados
ficaram conhecidos como “pracinhas”. Portanto, a alternativa correta é letra c)
Gabarito: C
(EsPCEx/2001/4000039475)
"É este o momento lógico e histórico de nossa intervenção. Nossos antigos aliados(Alemanha e
Áustria) sempre tiveram interesses próprios, diferentes dos da Itália. Não nos impediram de concluir
acordos com a Inglaterra e com a França e de encontrar na Rússia, a propósito da questão da Líbia,
um apoio mais espontâneo e simpático do que junto aos nossos aliados. (...). Para participar do equilíbrio
europeu, a Itália (...) enfrentava o incrível paradoxo de estar aliada com a sua natural inimiga, a Áustria.
(...). Chegou o dia no qual a Itália teve que decidir-se pelos Aliados."
Discurso do deputado Vittório Emanuele Orlando, no Teatro Massimo de Palermo, em 21 de
novembro de 1915. In JANOTTI, Maria de Lourdes. A Primeira Grande Guerra - o confronto de
imperialismos. São Paulo: Atual, 1992. Pág. 34-35.
O texto acima demonstra a opção da Itália de entrar na Primeira Guerra Mundial ao lado de Inglaterra,
França e Rússia, desprezando antigos aliados como Alemanha e Áustria. Entretanto, o texto também
refere-se à Áustria como a "natural inimiga" da Itália, o que contribuiu para a sua posição no
conflito. Esta situação de “natural inimiga” ocorreu devido
a) à constante busca austríaca de uma saída para o mar através da Itália.
b) à ocupação austríaca dos territórios considerados "italianos", como Trieste e Trento.
c) ao revanchismo gerado pela derrota da Itália na guerra Austro-prussiana.
d) à concorrência imperialista austríaca junto à Líbia.
e) ao fracasso italiano perante os austríacos na conquista da Etiópia.
Comentários
Em primeiro lugar, note que a questão aborda acontecimentos ocorridos durante a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918). Neste conflito, enfrentaram-se as principais potências industriais e imperialistas da
época. De um lado, combateram Alemanha, Áustria Hungria e Itália (a Tríplice Aliança, ou Potências
Centrais); de outro, Inglaterra, França e Rússia (Tríplice Entente, ou Aliados). Durante a guerra, a Itália
mudou de lado, a Rússia se retirou da guerra e os EUA aderiu à Entente. Enquanto isso, O Império Turco-
Otomano se juntou à Tríplice Aliança. A guerra acabou com a vitória da Entente, em 1918. Dito isto, o
enunciado aborda especificamente as razões que levaram a Itália a mudar de lado, deixando a Tríplice
Aliança e juntando-se à Entente. O texto é um discurso de um deputado italiano que discorre sobre essas
razões. Ele cita a boa diplomacia que a Itália tem com vários dos países da Entente. Porém, no fim, o que
parece ter pesado mais é o fato dos italianos considerarem o Império Austro-húngaro seu “inimigo natural”.
E é isso que a questão quer saber, o teor dessa inimizade, suas motivações. Vejamos:
a) Incorreta. O Império Austro-húngaro tinha acesso ao Mar Mediterrâneo sem a necessidade de atravessar
território italiano.
b) Correta! Na verdade, essa inimizade remonta ao século XIX e ao processo de unificação da Itália. Antes
1861, não existia Itália, mas sim uma variedade de países, reinos e republicas na Península Itálica. E boa
parte dos territórios no norte italiano estavam sob domínio austríaco. Apesar do novo Estado italiano pós-
unificação ter conseguido se apossar de parte deles, muitas áreas continuaram sendo disputadas com os
austríacos até o século XX.
c) Incorreta. A Itália prestou apoio aos prussianos, durante a Guerra Austro-Prussiana, de 1866, lado que
saiu vitorioso.
d) Incorreta. Os italianos disputavam o domínio imperialista da Líbia com o Império Turco-Otomano, não
com os austríacos, naquela época. Vale destacar que, após a Itália mudar de lado, os turco-otomanos
entraram na guerra ao lado da Tríplice Aliança.
e) Incorreta. A Itália havia tentado invadir e colonizar a Etiópia entre 1895 e 1896, episódio que ficou
conhecido como Primeira Guerra Ítalo-Etíope. No entanto, os italianos perderam para os etíopes, mas sem
interferência austríaca.
Gabarito: B
(EsPCEx/2001/4000039473)
A tabela abaixo apresenta algumas das operações realizadas na Campanha da África do Norte durante a
Segunda Guerra Mundial. Os dados em negrito representam a aliança que conseguiu a vitória em cada uma
das operações. Observe os dados oferecidos e responda o item a seguir:
A relação comparativa dos dados acima possibilita várias conclusões. Uma das mais significativas é
que:
a) lado vencedor foi aquele que tinha, nas quatro operações citadas, mais aviões de combate.
b) tanto nas vitórias como nas derrotas, as forças do Eixo estavam em inferioridade de carros e aviões de
combate.
c) os efetivos militares, tanto dos Aliados quanto do Eixo, foram aumentando ao longo do tempo
considerado na tabela.
d) quando os Aliados foram vencedores, eles tinham uma superioridade numérica de dois por um, nos três
itens indicados.
e) Eixo obteve as suas vitórias durante o inverno norte-africano, e os Aliados, durante o verão da região.
Comentários
Esta é uma questão de interpretação de dados. A tabela apresenta dados referentes à batalhas que
ocorreram no Norte da África, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Essas batalhas no
continente africano se deram entre 1941 e 1942. É importante lembrar que a Segunda Guerra foi um
conflito entre as principais potências industriais e imperialistas do mundo naquela época. De um lado, o
Eixo (Alemanha, Itália e Japão); de outro, os Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS). Entretanto, foquemos
na tabela. Na primeira coluna, temos as operações que resultaram em batalhas entre Eixo e Aliados, no
Norte da África. Na segunda, a quantidade de combatentes de cada lado. Na terceira, a quantidade de
carros de combate (tanques de guerra) empregados por cada um. A quarta, a quantidade de aviões de
combate utilizados por cada um. E, finalmente, a designação de à qual aliança se refere os dados, os Aliados
ou do Eixo. Detalhe importante: quando os dados e o nome da aliança aparecem em negrito, significa que
é o vencedor daquela operação. Com isso em mente, vejamos qual das alternativas apresenta uma
conclusão correta sobre a comparação dos dados apresentados:
a) Correta! Em primeiro lugar, note como em todas as operações os aliados tinham mais combatentes e
mais tanques. Em seguida, repare na quantidade de aviões de cada lado. Na operação Battleaxe, o Eixo
venceu um avião a mais, mesmo tendo menos soldados e menos tanques. Quando da operação Crusade,
os Aliados venceram, superando o exército do Eixo em todos os aspectos, inclusive nos aviões (mais de 600
a mais que o Eixo). Na operação Teseu, o Eixo voltou a ganhar com menos soldados e menos tanques, mas
com uma vantagem de 300 aviões a mais que os Aliados. A última operação, Charge, terminou com a vitória
dos Aliados, que voltaram a ter centenas de aviões a mais em combate do que o Eixo.
b) Incorreta. Nas vitórias, o Eixo superou os Aliados em aviões de combate.
c) Incorreta. Apenas o efetivo dos Aliados aumentou continuamente ao longo das quatro operações. O Eixo
só aumentou seu efetivo entre a primeira e a segunda operações. Depois, manteve-se estagnado com 110
mil combatentes.
d) Incorreta. Apenas na última operação os Aliados tinham uma superioridade de dois para um em todos
itens, isto é, o dobro de tudo que o Eixo tinha.
e) Incorreta. O Norte da África, que está acima da linha do Equador, tem a ordem das estações do
Hemisfério Norte. Ou seja, quando o Eixo venceu, nas operações Battleaxe (junho/1941) e Teseu (maio-
junho/1942), era verão. Por sua vez, na Operação Crusade, os Aliados venceram durante o inverno, entre
novembro de 1941 e fevereiro de 1942. Na operação Charge, os Aliados voltaram a vencer, mas agora no
outono, entre outubro e novembro de 1942.
Gabarito: A
(EsPCEx/2000/ 4000039346)
I - No final da Campanha das Filipinas em 1944, um soldado norte-americano, orgulhoso da vitória dos EUA,
perguntou para um prisioneiro japonês quem era, afinal, o melhor combatente de selva da guerra. O
japonês respondeu que o melhor soldado combatente de selva era o do Japão. O soldado norte-americano
perguntou quem era o segundo melhor combatente de selva. O nipônico completou que o segundo melhor
combatente de selva era o australiano e depois vinham o indiano e o sul-africano. Surpreso, o norte-
americano perguntou, então, qual era aposição dos EUA. A resposta veio rápida: o soldado dos EUA não
lutava na selva, ele destruía a selva..
II - No mesmo ano de 1944, durante a campanha britânica na Birmânia (atual Myanmar), um oficia] inglês
recebeu o comando de um batalhão de Gurkhas (nativos de uma tribo guerreira do atual Nepal) e a missão
de conseguir voluntários para as tropas aerotransportadas. Logo, na sua apresentação, ele pediu voluntários
para saltar de aviões; como de hábito, todo o batalhão se apresentou. O sargento nativo perguntou ao
oficial inglês quantos metros eles deveriam saltar e, ao receber a resposta de "uns dois mil metros", todo o
batalhão recuou espantado - tal fato surpreendeu o oficial, mas o sargento falou que dois mil metros era
muito, mas que eles estavam dispostos a saltar de uns cem metros. Pensativo, o oficial retrucou achando
que cem metros não seria suficiente para abrir o pára-quedas. Nesse momento, o sargento ghurka respirou
aliviado e disse; "Ah, os senhores vão nos dar pára-quedas"...
Uma outra relação possível entre os textos indica a (o)
a) exagerado sentimento nacionalista japonês e a falta de coesão na Comunidade Britânica.
b) falta de capacidade do soldado americano e a aversão dos nepaleses à tecnologia bélica.
c) fase do avanço dos Aliados na região da Ásia e do Pacífico, no final da II Guerra Mundial.
d) imperialismo britânico, usando criminosamente os seus colonos na Guerra das Malvinas.
e) início do movimento pacifista nos EUA, evitando a sua participação na Guerra do Vietnã.
Comentários
Aqui temos uma questão de interpretação de texto. Em primeiro lugar, note que os dois textos se referem
a acontecimentos do ano de 1944. Além disso, os dois contam cenas de guerra. Pela data e pelos
personagens mencionados, trata-se da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Neste conflito, lutaram entre
si as principais potências industriais e imperialistas do mundo, que se dividiram em duas alianças opostas.
De um lado, o Eixo (Alemanha, Itália e Japão); de outro, os Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS). Então,
repare que, nos dois texto, as cenas se passam na Ásia, onde tanto europeus quanto japoneses tinham
várias colônias que se tornaram alvo de disputa entre eles durante a guerra. Com essas considerações em
mente, vejamos qual a possível relação entre os dois textos:
a) Incorreta. Apenas o primeiro texto pode ser interpretado como expressão do nacionalismo japonês, uma
vez que só nele temos um personagem japonês. Por seu turno, em nenhum dos textos fica expressa
qualquer falta de coesão na Comunidade Britânica. Primeiro que só no segundo texto temos um britânico
participando da narrativa. Além disso, a Birmânia, onde se passa a cena, não era território britânico durante
a Segunda Guerra, mas sim do Japão. Os ghurkans não faziam parte da Comunidade Britânica, sendo apenas
aliados locais do Reino Unido.
b) Incorreta. Somente o primeiro texto menciona um personagem norte-americano e não fica expressa sua
incapacidade, mas sim sua mentalidade de guerra (destruir o meio para enfraquecer o inimigo). Por outro
lado, não é a aversão dos nepaleses (ghurkans) à tecnologia bélica que fica evidente no texto II, nem mesmo
uma ignorância, pois eles sabiam o que eram paraquedas. O que fica evidente é seu desconhecimento das
táticas de guerra utilizadas pelos britânicos, empregando o paraquedas de forma ativa no combate.
c) Correta! Como destaquei no comentário, as duas cenas se passam na Ásia que é banhada pelo Oceano
Pacífico em sua porção, leste e sudeste. No primeiro texto, notamos que os Aliados estão em vantagem,
uma vez que o japonês é prisioneiro do soldado norte-americano. No segundo texto, não fica muito
evidente se os Aliados estão ganhando, mas no mínimo podemos considerar que estão preparando seu
avanço no território, fazendo aliança com povos locais e treinando-os para o combate contra o Eixo.
d) Incorreta. Apenas o texto II tem britânicos como personagens. Até podemos interpretar que a aliança
britânica com os ghurkans era uma forma de colonialismo. No entanto, não tem nada a ver com a Guerra
das Malvinas, que foi um conflito entre Inglaterra e Argentina, em 1982, décadas depois do final da Segunda
Guerra.
e) Incorreta. A Guerra do Vietnã só se deu entre 1965 e 1975, cerca de duas décadas depois do final da
Segunda Guerra.
Gabarito: C
(EsPCEx/2000/ 4000039345)
I - No final da Campanha das Filipinas em 1944, um soldado norte-americano, orgulhoso da vitória dos EUA,
perguntou para um prisioneiro japonês quem era, afinal, o melhor combatente de selva da guerra. O
japonês respondeu que o melhor soldado combatente de selva era o do Japão. O soldado norte-americano
perguntou quem era o segundo melhor combatente de selva. O nipônico completou que o segundo melhor
combatente de selva era o australiano e depois vinham o indiano e o sul-africano. Surpreso, o norte-
americano perguntou, então, qual era a posição dos EUA. A resposta veio rápida: o soldado dos EUA não
lutava na selva, ele destruía a selva.
II - No mesmo ano de 1944, durante a campanha britânica na Birmânia (atual Myanmar), um oficial inglês
recebeu o comando de um batalhão de Gurkhas (nativos de uma tribo guerreira do atual Nepal) e a missão
de conseguir voluntários para as tropas aerotransportadas. Logo, na sua apresentação, ele pediu voluntários
para saltar de aviões; como de hábito, todo o batalhão se apresentou. O sargento nativo perguntou ao
oficial inglês quantos metros eles deveriam saltar e, ao receber a resposta de "uns dois mil metros", todo o
batalhão recuou espantado - tal fato surpreendeu o oficial, mas o sargento falou que dois mil metros era
muito, mas que eles estavam dispostos a saltar de uns cem metros. Pensativo, o oficial retrucou achando
que cem metros não seria suficiente para abrir o paraquedas. Nesse momento, o sargento ghurka respirou
aliviado e disse; "Ah, os senhores vão nos dar paraquedas"...
AULA 08 – Contemporânea II 114
Prof. Alê Lopes
(EsPCEx/2000/ 4000039344)
1917 pode ser considerado como o ano decisivo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), uma vez que os
Aliados perderam a contribuição de um dos seus integrantes iniciais. Por outro lado, receberam o apoio de
um país até então neutro. Esses países são, respectivamente
a) Brasil e Itália.
b) EUA e França.
c) Itália e Rússia.
d) França e Brasil.
e) Rússia e EUA.
Comentários
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi um grande conflito entre as principais potências industriais e
imperialistas da época. De um lado, combateram Alemanha, Áustria Hungria e Itália (a Tríplice Aliança, ou
Potências Centrais); de outro, Inglaterra, França e Rússia (Tríplice Entente, ou Aliados). Ao longo do conflito,
teve país que trocou de lado, que saiu da guerra e outros que eram neutros, mas aderiram a um dos lados.
AULA 08 – Contemporânea II 115
Prof. Alê Lopes
Todavia, o enunciado se concentra apenas no que houve entre os países dos Aliados (ou Entente). As
alternativas apresenta, na ordem, o páis que deixou a guerra e aquele que era neutro, mas aderiu aos
Aliados. Vejamos:
a) Incorreta. O Brasil não estava na guerra desde o início. E, depois que “entrou”, não teve uma participação
direta, prestando apenas fornecimento de surpimentos para os Aliados. Por sua vez, a Itália mudou de lado
durante a guerra.
b) Incorreta. Os EUA só entrou na guerra, em 1917, ao lado dos Aliados. A França esteve na guerra, com os
Aliados, desde o início e nunca deixou o conflito.
c) Incorreta. Como já disse, a Itália deixou a Tríplice Aliança e se juntou à Entente, durante o conflito. Por
outro lado, a Rússia estava com a Entente desde o início, mas em 1917 se retirou da guerra, devido à
eclosão da Revolução Russa naquele ano.
d) Incorreta. Como vimos, a França nunca deixou o conflito e o Brasil apenas prestou suporte logistíco e de
abastecimento aos Aliados, mas não desde o início.
e) Correta! Como disse, a Rússia teve que deixar a guerra em 1917 e, nesse mesmo ano, os EUA decidiram
entrar no conflito ao lado dos Aliados (ou Entente).
Gabarito: E
(EsPCEx/1999/ 4000039222)
O ano de 1999 marca o sexagésimo aniversário do início da Segunda Guerra Mundial. Este conflito,
que envolveu dezenas de nações, iniciou-se na
a) Europa, com a invasão da Sérvia pelas tropas alemãs.
b) Ásia, com a invasão da Indochina pelas tropas japonesas.
c) África, com a invasão da Etiópia pelas tropas italianas.
d) Ásia, com a invasão da URSS pelas tropas japonesas.
e) Europa, com a invasão da Polônia pelas tropas alemãs.
Comentários
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um conflito entre as principais potências industriais e
imperialistas do mundo naquela época. De um lado, o Eixo (Alemanha, Itália e Japão); de outro, os Aliados
(Inglaterra, França, EUA e URSS). A vitória foi dos Aliados. Dito isto, note que o enunciado direciona a
questão perguntando qual foi o estopim que deu início ao conflito. Vejamos:
a) Incorreta. As tropas alemãs estiveram estacionadas na Sérvia entre 1941 e 1945, ou seja, nos anos finais
da guerra.
b) Incorreta. O Japão invadiu a Indochina em 1940, um ano após o início da guerra.
c) Incorreta. A invasão italiana da Etiópica ocorreu entre 1935 e 1936, antes do início da guerra.
d) Incorreta. Os japoneses invadiram o território soviético em 1938, antes do início da guerra.
e) Correta! Os alemães realizaram um bombardeio relâmpago, com aviões, na Polônia, em 01º de setembro
de 1939. Em represália Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha, dando início à Segunda Guerra
Mundial.
Gabarito: E
(EsPCEx/1999/4000039221)
A Primeira Guerra Mundial (1914-18) pode ser caracterizada como um conflito estático, baseado
em grandes entrincheiramentos, onde a artilharia e os ataques com gases eram dominantes.
Entretanto, alguns melhoramentos tecnológicos na área bélica começaram a despontar
neste conflito. Dentre estes podemos apontar o
a) avião e o radar.
b) submarino nuclear e o míssil.
c) míssil e o tanque.
d) tanque e o avião.
e) radar e bomba atômica.
Comentários
A questão aborda os métodos e armas de combate inventados durante a Primeira Guerra Mundial (1914-
1918). Lembre-se que nesse conflito se enfrentaram as principais potências industriais e imperialistas do
mundo naquela época. De um lado, a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália); de outro, A
Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia). Durante o conflito, a Itália mudou de lado, a Rússia se retirou
da guerra e os EUA aderiu à Entente. Enquanto isso, O Império Turco-Otomano se juntou à Tríplice Aliança.
A guerra acabou com a vitória da Entente, em 1918. Como o enunciado destaca, foi uma “Guerra de
Trincheiras” que na maior parte do tempo ficou estagnada, sem nenhum dos lados avançar
significativamente no território inimigo até que novas armas fossem aperfeiçoadas e empregadas nas
batalhas. Vejamos quais foram:
a) Incorreta. O radar já havia sido inventado em 1904. Por sua vez, alguns inventores ao redor do mundo
já haviam construído aviões experimentais entre 1890 e 1914, na França (Clement Ader), nos Estados
Unidos (irmãos Wright) e no Brasil (Santos Dummont). Apesar de não haver um consenso sobre quem
inventou primeiro a máquina de voar, ela realmente foi aperfeiçoada durante a Primeira Guerra, na qual
foi utilizada pela primeira vez para fins militares.
b) Incorreta. Os primeiros mísseis foram criados e utilizados pela Alemanha durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945). Por seu turno, o submarino movido por um reator nuclear foi inventado pelos EUA,
em 1954.
c) Incorreta. Já vimos que míssil só foi inventado décadas depois do fim da Primeira Guerra. Porém, de fato,
o tanque de guerra foi criado e usado pela primeira vez pela Inglaterra, na Primeira Guerra Mundial. O
primeiro protótipo é de 1915 e o primeiro tanque utilizado em batalha é de 1916.
d) Correta! Como vimos na alternativa “a” e “c”, o avião e o tanque são duas tecnologias aperfeiçoadas
para sua aplicação durante a Primeira Guerra Mundial.
e) Incorreta. Já vimos que o radar foi criado antes da Primeira Guerra. Por sua vez, a bomba atômica foi
criada e usada pela primeira vez em 1945, pelos EUA, no final da Segunda Guerra Mundial.
Gabarito: D
(EsPCEx/1998/4000039130)
Uma das principais consequências do Primeiro Conflito Mundial, ocorrido entre 1914 e 1918, foi
o
a) fim dos Impérios Coloniais, face ao movimento de descolonização da Ásia e da África.
b) grande deslocamento de populações dentro e fora da Europa.
c) imediato enfraquecimento econômico dos EUA.
d) intenso surto inflacionário, atingindo igualmente todos os países capitalistas.
(EsPCEx/1997/4000038989)
O quadro abaixo contém dados das principais potências envolvidas na Primeira Guerra Mundial
(1914-18).
Legenda:
País: Países Aliados e Potências Centrais.
Renda: Refere-se à renda nacional anual e é um valor médio para cada um dos cinco anos do conflito (os
dados estão em bilhões de dólares no valor de 1914).
Gastos: Despesa total do país em todo o conflito (também em bilhões de dólares).
População: Número, aproximado, de habitantes do país na época (cifrado em milhões).
Mobilizados: Total de pessoas mobilizadas nas forças armadas (também em milhões).
Mortos: Total de mortos militares em número aproximado (em milhares de pessoas).
Da análise do quadro acima, pode-se concluir que
a) os Aliados tiveram um maior número de mortos, mas proporcionalmente ao número de mobilizados e
da população total dos países envolvidos no conflito estas perdas significam menos que o total de mortos
das Potências Centrais.
b) os números totais nos cinco itens indicam claramente a superioridade dos Aliados e criam uma sensação
de vitória certa deste grupo. Inclusive, não houve nenhum momento, durante o desenrolar do conflito, em
que esta superioridade foi questionada ou ameaçada pelas Potências Centrais.
c) a Alemanha foi o mais importante país do esforço de guerra das Potências Centrais em todos os itens da
tabela, mas ela representou menos da metade dos totais de sua coalizão nestes mesmos itens.
d) a Rússia, em termos absolutos, foi o mais significativo país dos Aliados nos tópicos relativos ao potencial
humano e ao número de mortos, enquanto que o Império da Áustria-Hungria representou o mesmo papel
para as Potências Centrais.
e) mesmo que os Aliados não tivessem contado com a participação dos EUA e da Rússia, ainda assim teriam
superioridade numérica sobre as Potências Centrais.
Comentários
Esta é uma questão de interpretação de dados. A tabela apresenta dados referentes à renda média anual,
gastos totais, populações totais, número de mobilizados e de mortos entre os países que participaram da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), durante os cinco anos que o conflito durou. Repare que abaixo da
tabela há uma legenda explicando detalhadamente o que significa cada coluna da tabela. Leia tudo
atentamente e, sem seguida, analise as alternativas. Vejamos:
a) Correta! Em primeiro lugar, note que afirmação se refere apenas aos cruzamentos entre as linhas “Total
Aliados” e “Total Pot. Centrais” e as colunas “População”, “Mobilizados” e “Mortos”. Esses dados
correspondem à soma das informações dos países de cada aliança. Portanto, os dados que você deve se
atentar são: Aliados, com 390 milhões de habitantes, 40,1 milhões de mobilizados e 4.764 mortos;
Potências Centrais, com 142 milhões de habitantes, 25,1 milhões de mobilizados e 3.410 mortos. Vemos
que realmente o número total de mortos dos Aliados foi mais alto que o das Potências Centrais. Mas ao
fazer uma regra de três, percebemos que proporcionalmente, as Potências Centrais perderam mais
AULA 08 – Contemporânea II 119
Prof. Alê Lopes
combatentes em relação à sua população total e ao total de mobilizados durante o conflito. Os Aliados
mobilizaram 10,28% de sua população. Os mortos eram 0,001% do total da população e 0,01% dos
mobilizados. As potências centrais mobilizaram 17,6% de sua população total. Os mortos eram 0,002%
de sua população e 0,013% dos mobilizados.
b) Incorreta. Novamente, atente-se aos dados das linhas “Total Aliados” e “Total Pot. Centrais”, mas agora
nos cruzamentos com todas as colunas. É fácil reparar que os Aliados tinham muito mais recursos
financeiros e humanos, assim como gastos. No entanto, durante o conflito isso não significou uma vitória
tranquila e rápida. Pelo contrário, a guerra se estendeu por longos cinco anos nos quais ambos os lados
tiveram grandes prejuízos. A principal causa da longa duração do conflito foram os métodos de combate
utilizados, sobretudo as trincheiras. As batalhas duravam meses, sem que nenhum dos lados avançasse
significativamente no território inimigo.
c) Incorreta. Aqui, você deve se concentrar apenas nas informações referentes às Potências Centrais
(Alemanha, Áustria-Hungria e Bulgária-Turquia), tanto seus dados individuais quanto a somatória. Ao
compará-los, percebemos que, de fato, a Alemanha tinha a maior renda, os maiores gastos, a maior
população, mais pessoas mobilizadas e mais mortos durante a Primeira Guerra, comparado às demais
Potências Centrais. No entanto, em todos os itens, os alemães ultrapassavam a metade da somatória de
sua aliança, com exceção da população. Somando a população de todas as Potências Centrais, temos 142
milhões de pessoas. A metade disso é 71 milhões, enquanto o total da população alemã naquela época
correspondia a 65 milhões.
d) Incorreta. Agora, você vai precisar basicamente os dados de todos os países e suas somatórias
referentes às colunas “População”, “Mobilizados” e “Mortos”. As duas primeiras correspondem ao
potencial humano. Vamos lá, a Rússia realmente tinha mais habitantes, mais mobilizados e mais mortos
entre os Aliados. Porém, entre as potências, quem tinha mais potencial humano e mais mortos era a
Alemanha, não a Áustria-Hungria.
e) Incorreta. Aqui, você deve reparar apenas na coluna “Mobilizados”. Note que o total de mobilizados
dos Aliados era 40,1 milhões de combatentes. Destes, 3,8 milhões eram soldados estadunidenses e 13
milhões de russos. Lembra que a Rússia foi quem mais mobilizou tropas entre os Aliados? Então, faça os
cálculos. Sem os norte-americanos e os russos, os Aliados teriam apenas 23,3 milhões combatentes,
enquanto as Potências Centrais continuariam com seus 25,1 milhões de soldados.
Gabarito: A
(EsPCEx/1997/ 4000038988)
No desenrolar da Segunda Guerra Mundial, Hitler decide pela invasão da União Soviética,
rompendo o Pacto de Não-Agressão de 1939, dando início ao/à:
a) Plano Schlieffen.
b) Operação Barbarossa.
c) rompimento da Linha Maginot.
d) Projeto Overlord.
e) Ofensiva Molotov .
Comentários
Questão factual. Note a questão pede para identificar o nome dado à operação alemã que invadiu a URSS,
rompendo o Pacto de Não-Agressão, acordado entre Hitler e Stalin em 1939. Esses episódios fizeram parte
dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nesse conflito, as principais potências
industriais do mundo se enfrentaram. De um lado, o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e, de outro, os Aliados
(França, Inglaterra, EUA e URSS). Sabendo disso, vejamos qual o nome dado à operação de invasão alemã
à URSS:
a) Incorreta. O Plano Schlieffen foi um plano militar executado pelos alemães durante a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918).
b) Correta! A Operação Barbarossa durou entre junho e dezembro de 1941, terminando com a derrota
alemã.
c) Incorreta. A Linha Maginot era uma linha de defesa, com várias fortificações, ao longo das fronteiras da
França com a Alemanha e com a Itália, construída pelos franceses entre 1930 e 1936. Tratava-se de uma
medida preventiva contra possíveis invasões alemãs após a Primeira Guerra Mundial. Os alemães
romperam essas defesas em 1940, no início da Segunda Guerra.
d) Incorreta. Na verdade, Operação Overlord consistiu o desembarque das forças dos Aliados na
Normandia, no norte da França, em 1944.
e) Incorreta. Não existiu uma operação de guerra com esse nome.
Gabarito: B
(EsPCEx/1997/4000038984)
A charge abaixo, reproduzida do livro Caricatura dos Tempos (Melhoramentos, São Paulo, 1982, p. 58) e
feita na época pelo caricaturista brasileiro Benedito Bastos Barreto (1896-1947) - o “Belmonte”, aparecem
o Primeiro-Ministro Churchill da Inglaterra (à esquerda) e o Presidente dos EUA, Franklin Roosevelt. A
figura faz referência irreverente à negociação que resultou no (a):
a) Plano Colombo (1950), realizado pelos EUA para reparar a economia britânica abalada pela Segunda
Guerra Mundial.
b) Plano Dawes (1924), ajuda norte-americana para combater a depressão econômica inglesa.
c) Carta do Pacífico (1916), aliança econômica e militar anglo-americana da Primeira Guerra Mundial.
d) Lei de Alocação de Fundos (1918), feita para resolver a dívida britânica contraída com os EUA durante a
Primeira Guerra Mundial.
e) Lei de Empréstimo e Arrendamento (1941), ajuda financeira e de material bélico feita pelos EUA à
Inglaterra na Segunda Guerra Mundial.
Comentários
Aqui temos uma questão de interpretação de imagem. Na charge, vemos o Primeiro Ministro britânico,
Winston Churchill (de bengala) negociando a compra de cruzeiros com o presidente dos EUA, Franklin D.
Roosevelt. A charge satiriza um pouco a situação, como se Roosevelt fosse dono de um armazém, quase
uma mercearia, atendendo um cliente que tenta comprar fiado. Então, o enunciado requere que você
identifique no que resultou a negociação retrata pela charge. Nesse sentido, uma referência importante à
qual você deve se atentar é o TEMPO. Lembre-se que Churchill foi primeiro ministro do Reino Unido por
duas ocasiões, uma entre 1940 e 1945 e outra entre 1951 e 1955. Por sua vez, Roosevelt foi presidente dos
EUA entre 1933 e 1945. Sabendo disso, vejamos:
a) Incorreta. Na verdade, o Plano Colombo foi um plano de recuperação voltado para o sudeste asiático,
idealizado em 1951, quando Roosevelt já havia deixado a presidência dos EUA.
b) Incorreta. Pela data, já vemos que esse plano é anterior tanto ao mandato presidencial de Roosevelt,
nos EUA, quanto ao mandato ministerial de Churchill no Reino Unido. Além disso, o Plano Dawes tinha o
objetivo de viabilizar o pagamento das dívidas alemãs contraídas com o Tratado de Versalhes, que
consolidou sua derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
c) Incorreta. Na verdade, a Carta do Pacífico é um documento de 1954, que formaliza uma cooperação
militar, política e econômica entre Austrália, França, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Reino
Unido e Estados Unidos.
d) Incorreta. Não existiu uma lei com esse nome e com essas determinações.
e) Correta! Essa lei determinou o empréstimo de vários recursos militares dos EUA à Inglaterra e outros
países Aliados. Vale ressaltar que isso foi aprovado antes dos EUA entrar oficialmente na guerra. No
entanto, os norte-americanos já temiam a ascensão da Alemanha como um potencial rival na exportação
de produtos industrializados e no imperialismo. Alguns meses depois do empréstimo, os EUA entraram
oficialmente no conflito, ao lado das Aliados, devido a um ataque japonês ao porto norte-americano de
Pearl Harbour.
Gabarito: E
(EsPCEx/1997/4000038980)
Os trechos abaixo são uma parte da música “Where the Rose is Sown” (“Onde a Rosa é Plantada”),
feita pelo grupo de rock escocês Big Country, em 1984, como uma homenagem às tropas britânicas
que lutaram setenta anos antes.
Estas estrofes fazem referência à característica militar principal dos combates daquela época,
que ficou conhecida pela famosa expressão “Guerra de Trincheiras”. Com base na data indicada e
nesta característica, pode-se afirmar que a guerra em questão é a:
a) Guerra das Falklands-Malvinas.
b) Guerra da Coréia.
c) Primeira Guerra Mundial.
d) Guerra do Ópio.
e) Segunda Guerra Mundial.
Comentários
Em primeiro lugar, repare que o tema da questão é uma guerra. A música, escrita em 1984, é uma
homenagem ao exército britânico que lutou bravamente em uma guerra setenta anos antes, ou seja, em
1914. Em seguida, note que o enunciado fala que o conflito ficou conhecido como “Guerra de Trincheiras”.
As trincheiras são valas feitas no solo, geralmente em um campo aberto, nas quais os soldados se refugiam
e de onde tentam a acertar seus inimigos sem serem notados. Quando ambos os lados usavam essa tática,
a batalha se estendia por meses, sem que nenhum deles conseguisse fazer um avanço significativo. Com
base nessas informações, tudo que você precisava fazer é identificar de qual guerra se trata. Vejamos:
a) Incorreta. A Guerra das Falklands (ou Malvinas) foi um conflito entre Argentina e Reino Unido pela posse
das ilhas Malvinas, chamadas de ilhas Falklands pelos britânicos. Porém, essa guerra se deu em 1982.
b) Incorreta. A Guerra da Coreia se deu entre 1950 e 1953, entre a Coreia do Norte (comunista) e a Coreia
do Sul (capitalista.
c) Correta! A Primeira Guerra Mundial se iniciou em 1914 e durou até 1918. O conflito opôs as principais
potências industriais e imperialistas da época. De um lado, a Tríplice Entente, formada por Inglaterra,
França e Rússia, e, de outro, a Tríplice Aliança, que reunia Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro. Nessa
guerra, foi a primeira vez que as trincheiras foram utilizadas.
d) Incorreta. Houve duas Guerras do Ópio, que opôs a Inglaterra e a China: uma entre 1839 e 1842; e outra
entre 1856 e 1860.
e) Incorreta. A Segunda Guerra Mundial se deu entre 1939 e 1945. Nela, enfrentaram-se o Eixo (Alemanha,
Itália e Japão) e os Aliados (França, Inglaterra, EUA e URSS).
Gabarito: C
(EsPCEx/1996/4000038809)
No contexto da Segunda Guerra Mundial, a operação Overlord, conhecida como “Dia - D” (06 de
junho de 1944) correspondeu à
a) comemoração da vitória aliada na Europa.
b) vitória russa na batalha de Kursk.
c) invasão aliada ao norte da França.
d) estreia da FEB nos combates da Itália.
e) realização do desembarque americano na ilha de Okinawa.
Comentários
A Segunda Guerra Mundial ocorreu entre 1939 e 1945. Foi um conflito entre as principais potências
industriais do mundo naquela época. Uniram-se Alemanha, Itália e Japão (O Eixo) contra Inglaterra, França,
EUA e URSS (os Aliados). Dito isso, o enunciado é bem objetivo na sua requisição: apontar o que foi
exatamente a operação Overlord, ou Dia D, ocorrida em 6 de junho de 1944, penúltimo ano da guerra.
Vejamos:
a) Incorreta. A vitória dos Aliados só se concretizou de forma definitiva em 1945.
b) Incorreta. A Batalha de Kursk ocorreu entre julho e agosto de 1943.
c) Correta! As forças dos Aliados desembarcaram na Normandia, no norte da França em 06 de junho de
1944, um dos movimentos que os levaria à vitória contra o Eixo.
d) Incorreta. A Frente Expedicionária Brasileira (FEB) chegou à Itália em setembro de 1944, depois do Dia
D.
e) Incorreta. Isso só ocorreu em abril de 1945.
Gabarito: C
II. Correto! Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) as principais potências da época estiveram envolvidas,
tornando assim, um conflito global. Dois blocos principais se enfrentaram: a Tríplice Entente formada pela
França, Inglaterra e Rússia, e a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Áustria e Itália. Apesar de ter
iniciado na Europa, a Guerra acabou envolvendo os territórios e exércitos coloniais da África e da Ásia, além
de contar com a participação de países americanos, fator que estendeu o alcance do conflito.
III. Correto! O imperialismo, o colonialismo e nacionalismos, gerados pelo caráter expansionista de algumas
potências europeias, o crescimento industrial, e os conflitos nascidos dos interesses econômicos e políticos
entre potências foram decisivos para a gênese da primeira Guerra Mundial. Como principais exemplos,
temos o antigermanismo francês, em consequência da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), na qual a
França saiu derrotada e perdeu para a Alemanha as regiões mineradoras da Alsácia e Lorena; a rivalidade
russo-germânica, causada pela pretensão alemã de construir uma estrada de ferro ligando Berlim ao
Oriente Médio; o antigermanismo inglês, resultado da concorrência industrial alemã; e por fim, a questão
balcã, que serviu de estopim para o início do conflito.
IV. Incorreto. O período que antecede Primeira Guerra Mundial ficou conhecido como Paz Armada (1871-
1914), onde o bloco da Tríplice Aliança, formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália e a Tríplice
Entente, formada pela Rússia, França e Inglaterra ampliaram sua capacidade beligerante através de uma
intensa corrida armamentista. Nessa fase, essas nações se empenharam em produzir novas tecnologias
para a guerra e quase todas impuseram o serviço militar obrigatório. Com a crescente tensão e agressões,
a explosão da guerra era apenas uma questão de tempo.
Portanto, a alternativa correta é a letra “b”.
Gabarito: B
uma potência europeia. Assim, Guilherme II optou por uma política externa que promovesse o Império
mundialmente. A corrida armamentista, imperial e suas intenções políticas geraram uma crescente tensão,
contribuindo para o desencadeamento da Primeira Guerra Mundial, conflito do qual a Alemanha saiu
derrotada.
b) Incorreto. Joachim von Ribbentrop foi um político alemão, diplomata e ministro de Relações Exteriores
da Alemanha Nazista (1938-1945) e uma das mais influentes figuras do Terceiro Reich de Adolf Hitler. Foi
responsável por assinar o acordo de neutralidade entre Alemanha e Rússia, chamado de Pacto Molotov-
Ribbentrop.
c) Correto! Otto von Bismarck foi chanceler alemão entre 1871 e 1890. O Sistema Bismarckiano é o nome
que se dá para a política externa conduzida por ele, levado à cabo após a Guerra Franco-Prussiana e durante
o processo de unificação e fundação do Império Alemão.
d) Incorreto. Viatcheslav Molotov, foi um diplomata e político da União Soviética de destaque na primeira
metade do século XX. Militar bolchevique, foi o braço direito de Stálin. No verão de 1939, Mólotov, que era
ministro dos Negócios Estrangeiros e o ministro alemão Joachim von Ribbentrop, assinaram um acordo de
neutralidade entre URSS e a Alemanha, conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop. Entretanto, dois anos
após assinarem o acordo, em 1941, a Alemanha invadiu a URSS, culminando na participação soviética na
Segunda Guerra Mundial.
e) Incorreto. Rudolf von Ribbentrop foi um ex-capitão alemão da Waffen-SS que serviu na Segunda Guerra
Mundial. Ele era filho do diplomata e ministro das Relações Exteriores alemão Joachim von Ribbentrop.
Gabarito: C
b) Incorreto. Em 1917, ainda na fase (guerra das trincheiras), os EUA decidiram entrar efetivamente na
Primeira Guerra Mundial, ao lado da Inglaterra e da França. A fase final do conflito corresponde à segunda
guerra de movimento, que ocorreu após a entrada estadunidense.
c) Incorreto. A primeira fase da Primeira Guerra Mundial foi a guerra de movimento. A entrada dos Estados
Unidos ocorreu durante a segunda fase, a guerra das trincheiras. Vale lembrar que motivos centrais da
entrada dos EUA no conflito foram a promessa de apoio aos países europeus que compravam mercadorias
das indústrias norte-americanas e os ataques dos submarinos alemães à marinha mercante dos EUA.
d) Incorreto. A saída da Rússia, em 1917, da Primeira Guerra Mundial, devido à eclosão da Revolução Russa,
se deu no final da segunda fase, a guerra das trincheiras.
e) Incorreto. Além das duas primeiras fases destacadas na alternativa, guerra de movimento e guerra de
trincheiras, a Primeira Guerra Mundial contou ainda com uma terceira e última etapa, a segunda guerra de
movimento, ou fase final.
Gabarito: A
c) Incorreto. O Tratado de Sèvres foi um acordo de paz assinado entre os Aliados e o Império Otomano em
10 de agosto de 1920, após a Primeira Guerra Mundial. O Tratado dividia o Império Otomano entre o Reino
da Grécia, o Reino de Itália, o Império Britânico e a República Francesa, além de aumentar o território da
Armênia, e a criação de um estado Curdo.
d) Correto! A Conferência de Potsdam encerrou a Segunda Guerra Mundial. O evento aconteceu no período
entre julho e agosto de 1945, na cidade alemã de Potsdam, com a presença dos líderes que representavam
os Países Aliados: o estadunidense Harry S. Truman, o russo Josef Stalin e os britânicos Winston Churchill e
Clement Attlee.
e) Incorreto. O Tratado de Neuilly-sur-Seine, também conhecido como Tratado de Neuilly, foi um acordo
de paz assinado na comuna francesa de mesmo nome, em 27 de novembro de 1918, um ano após o fim da
Primeira Guerra Mundial. O tratado foi assinado entre os países vencedores da Primeira Guerra e a Bulgária,
que havia sido derrotada. De acordo com os termos deste tratado, a Bulgária deveria abrir mão de
pequenas áreas territoriais ao Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, e a Dobrudja foi dada para a
Romênia.
Gabarito: D
b) Incorreto! Até a Primeira Guerra Mundial o maior produtor de produtos industrializados era a Inglaterra.
Alemanha, Estados Unidos e França estavam em vias de se tornar seus principais competidores. Com a
eclosão do conflito e o prejuízo dos países europeus, cujos territórios se tornaram em campos de batalha,
a indústria norte-americana levou a vantagem, pois virou a principal fornecedora de armas, alimentos e
outros bens de consumo tanto para os europeus, quanto para o resto do mundo.
c) Incorreto! Na realidade, foi o contexto político e comercial que fez com que os Estados Unidos saíssem
quase ilesos e como uma potência ao final da Primeira Guerra, e não o fato de o país ter entrado no final
do conflito.
d) Incorreto! Problemas de abastecimento são decorrência de algo relacionado à produção ou à
distribuição das mercadorias, não da ausência de um mercado consumidor. Os EUA contavam tanto com
uma indústria em ascensão e com uma boa distribuição de mercadorias quanto com um mercado
consumidor pujante, durante e depois da Grande Guerra.
e) Correto! Com o advento da Guerra, em um curto espaço de tempo, as nações europeias necessitavam
de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Mesmo que permanecendo neutro, por
uma questão de interesse e afinidade, o governo estadunidense exportava seus produtos apenas às nações
integrantes da Tríplice Entente.
Gabarito: E
Comentários
O tema da questão é a crise de 1929, também chamada de Grande Depressão, e seus impactos no Brasil.
Trata-se de uma crise econômica que teve início nos Estados Unidos da América, mas suas consequências
rapidamente repercutiram por todo o mundo, sobretudo nos países diretamente dependentes do capital
norte-americano. Naquele momento, quase toda a América Latina e a Europa. É importante lembrar que
desde o final do século XIX, o capitalismo tinha entrado em uma fase monopolista e financista. Em outras
palavras, alguns grandes conglomerados empresariais dominavam a maioria dos mercados e contavam
com o apoio de seus respectivos governos nacionais, que concediam privilégios e concessões ou
simplesmente não interferiam na economia para beneficiá-los. Essa dinâmica estava intimamente ligada
ao imperialismo que gerava uma grande competição entre as grandes potências da época. No entanto,
lembre-se que nos anos 1920, tinha acabado de terminar a Primeira Guerra Mundial e dela saíram
prejudicadas todas as potências europeias, tanto as vitoriosas quanto as perdedoras, devido aos grandes
gastos com o conflito e a destruição de parte de seus territórios. Dessa forma, no período entreguerras,
não só os países subdesenvolvidos como as nações europeias se voltaram para os EUA, potência industrial
em ascensão que passou a ser o grande fornecedor de produtos industrializados assim como fonte de
empréstimos. Por sua vez, o governo norte-americano, desde o século XIX, vinha praticando uma política
imperialista no próprio continente americano, legitimada pela Doutrina Monroe (América para os
americanos). No início do século XX, essa ideologia foi levada ao limite com a política do Big Stick, idealizada
e aplicada pelo presidente Theodore Roosevelt, mas que continuou a ser seguida de uma forma ou de outra
por seus sucessores. Essas políticas externas norte-americanas transformaram as Américas em uma esfera
de influência exclusiva dos Estados Unidos no século XX. Com isso, quando a bolsa de Nova York quebrou,
foi como um efeito dominó. Sabendo desse contexto, vejamos o impacto da crise no Brasil:
a) Incorreta. De certa forma, até podemos considerar a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, em 1930,
como um dos desdobramentos do impacto da crise de 1929 no Brasil. Contudo, essa não é uma relação
direta. Os anos de 1920 foram especialmente críticos para a República brasileira. A economia do país,
fortemente dependente da produção e da venda de café, sofria com as oscilações cada vez mais abruptas
dos preços do produto no mercado internacional. A crise atingiu especialmente os cafeicultores, em função
da retração do consumo no mercado externo. No entanto, outros problemas, que se misturavam com
fatores políticos, contribuíam para a deterioração da hegemonia das elites cafeeiras de Minas Gerais e São
Paulo, que era cada vez mais contestada por outros setores da sociedade. As classes médias e o operariado
urbano, que se ampliavam em virtude da industrialização e da urbanização em curso no país, organizavam-
se e exigiam maior representação política, assim como alguns setores do Exército, comerciantes,
empresários e produtores rurais não vinculados ao café. Nos estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais
e da Paraíba, era grande a insatisfação das elites agrárias com a festão do governo central. Estes grupos
apoiaram a candidatura de Getúlio Vargas à presidência, contra o candidato Júlio Prestes, da situação. No
entanto, Vargas perdeu e o resultado foi contestado por seus apoiadores, que clamaram por uma revolução
que restaurasse a moralidade republicana. O assassinato de João Pessoa, candidato a vice de Vargas, foi o
pretexto para o movimento armado precisava para dar início à revolução, que acabou derrubando o
governo de Washington Luís, em outubro de 1930 e alçou Getúlio à liderança do governo provisório. Ele só
deixaria a presidência em 1945, com o fim do Estado Novo. Assim, podemos dizer que os impactos da Crise
de 1929 engrossaram esse caldo de tensões políticas, mas não foi a principal causa da ascensão de Vargas.
b) Correta! Como já mencionei, na década de 1920, o setor cafeeiro brasileiro sofria com a oscilação dos
preços do grão no mercado internacional. Isso se devia em grande parte aos prejuízos sofridos pela Europa,
resultado dos gastos e devastação que a Primeira Guerra Mundial causou. Com isso, muitos países
europeus que consumiam café brasileiro diminuíram seu consumo ou interromperam-no. Na expectativa
de compensar as perdas, muitos produtores contraíram empréstimos, sobretudo com bancos norte-
americanos, para ampliar as lavouras de café e, dessa forma, aumentar o volume de vendas do produto.
Mesmo assim, a crise econômica mundial de 1929 levou muitos cafeicultores à ruína. Mais um grande
consumidor de café brasileiro, EUA, diminuía consideravelmente seu consumo, além dos europeus que
estavam começando a se recuperar, mas quebraram novamente com a crise. Em função da retração do
consumo no mercado externo e da queda ainda maior dos preços, os estoques de café se acumularam. Os
pedidos de moratória das dívidas e de concessão de novos financiamentos feitos pelos produtores paulistas
ao presidente Washington Luís foram negados.
c) Incorreta. Como acabamos de ver, os cafeicultores foram extremamente prejudicados com a crise
econômica que, somada às crises políticas e sociais já em curso (que comentei na alternativa “a”), o
resultado foi o enfraquecimento da elite cafeeira, que acabou sendo derrubada do poder com a Revolução
de 1930. Durante os governos Vargas, os cafeicultores continuaram sendo importantes tanto econômica
como politicamente, mas já não eram mais os condutores do Estado.
d) Incorreta. O Estado brasileiro já era intervencionista antes da crise de 1929. Vale ressaltar que governo
passou a ser ainda mais intervencionista, interferindo também nas relações de trabalho, porém não tanto
por causa da crise, mas mais pela orientação político-ideológica de Vargas, que era adepto do nacional-
desenvolvimentismo do trabalhismo.
e) Incorreta. A entrada das mulheres no mercado de trabalho é anterior à crise de 1929. Na verdade, se
pararmos para pensar, as mulheres negras sempre estiveram no mercado de trabalho, pois muitas haviam
sido escravizadas antes de 1888 e continuavam trabalhando em uma infinidade de atividades profissionais
após a libertação. Elas eram quitandeiras, empregas domésticas, lavadeiras, costureiras, etc. Muitas
mulheres imigrantes de baixa renda que chegaram no país no final do século XIX e início do XX também
atuavam nessas atividades. Além disso, havia igualmente um número considerável de mulheres (brancas e
negras) atuando como professoras desde o século XIX. De fato, conforme o século XX avança, as mulheres
vão ocupando uma diversidade maior de profissões, por vários fatores, entre eles crises econômicas,
guerras e mudanças culturais.
Gabarito: B
Comentários
Antes tudo, repare que o tema da questão são o fascismo italiano e o nazismo alemão, ideologias que se
fortaleceram no período entreguerras (1918-1939). Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o
mundo europeu iniciava a sua reconstrução, após as assinaturas dos Tratados de Paz. A “paz dos
vencedores” foi uma vitória amarga. A manifestação de governos totalitários marcou o século XX e
reacendeu os conflitos que levaram à Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Esse cenário também é
marcado pelas consequências da Revolução Russa, de 1917, que deu oportunidade à criação e crescimento
do primeiro Estado socialista no mundo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou
simplesmente União Soviética, o que inspirou medo nas burguesias e aristocracias dos países capitalistas.
Os EUA, agora a nova grande potência econômica e militar no cenário internacional da qual a Europa se
tornava dependente, enfrentaram uma gravíssima crise, a Grande Depressão, em 1929, que abalou o
mundo todo. A vitória dos países que adotavam a democracia liberal não estava plenamente assegurada:
as fragilidades dos regimes e a catastrófica situação econômica colocavam os novos governos sob pressão.
Setores descontentes utilizaram-se de discursos nacionalistas extremistas e aproveitaram a insatisfação
com os governos do pós-guerra para ampliar a sua penetração nas sociedades europeias e defender a
adoção de um Estado forte. A Itália e a Alemanha são dois países onde o autoritarismo se difundiu, sendo
dominados, respectivamente, pelo fascismo e o nazismo. Embora houvesse diferenças entre os regimes
políticos que levaram à derrota o modelo liberal-democrático do pós-guerra, em partes da Europa
podemos destacar alguns pontos comuns às novas forças políticas. Vejamos quais são eles:
I. Verdadeira! Lembre-se que o nacionalismo derivou do liberalismo, especificamente da defesa de
autodeterminação dos povos. Nesse sentido, cada povo/nação deveria ter o direito a um Estado próprio
para representa-lo. Porém, no caso da Alemanha e da Itália, cada uma delas já tinha seu próprio Estado.
Por isso, falamos em nacionalismo exacerbado, ou ultranacionalismo no caso desses movimentos, pois
assume uma defesa violenta de um povo supostamente mais legítimo para controlar o Estado, o que
desemboca na xenofobia e no racismo. No contexto específico do entreguerras, o discurso da humilhação
nacional diante dos resultados da guerra e dos acordos de paz procuraram justificar ações violentas para a
obtenção do “progresso nacional” e, de alguma forma, assegurar o apoio popular às causas do Estado
autoritário.
II. Verdadeira! Essas ideologias sacralizavam a guerra como uma necessidade vital para a preservação da
nação, o que conduziu ao processo de militarização da sociedade. Lembre-se que a guerra e as ações
militares também eram peça fundamental do imperialismo, prática de dominação de outros países e
territórios para obter matérias-primas baratas e mercados consumidores externos, para sustentar a
industrialização nacional. Isso foi um dos principais elementos que causou as rivalidades que eclodiram na
Primeira Guerra Mundial. Ironicamente, era também ingrediente fundamental para o clima que causou a
Segunda Guerra.
III. Falsa. Apesar de racismo ser latente ao fascismo de modo geral, foi no nazismo alemão que encontrou
lugar central a defesa da superioridade da raça ariana, da qual os alemães descendiam, e da necessidade
de regenerar a população para que a “pureza racial” fosse preservada (eugenia). Outro aspecto importante
foi o antissemitismo, ou seja, os judeus (semitas) eram considerados subumanos e responsáveis pela
decadência alemã. Esses pressupostos significaram a base para a construção dos campos de concentração
e o extermínio em massa da população judaica pelo Estado alemão.
IV. Verdadeira! O caráter autoritário dessas ideologias era hostil aos princípios políticos liberais e contrário
a qualquer revolução social. A polícia e o aparato militar eram utilizados para coagir a organização política
e persegui os opositores do regime. Em contrapartida se promovia a exaltação do líder e a concentração
de poder. A repressão era ainda mais violenta com os comunistas e os movimentos de trabalhadores que
pudessem questionar a ordem social. Esse aspecto anticomunista foi o que atraiu o apoio de grande parte
das elites alemãs, temerárias que a revolução na Rússia chegasse a seu país e rompesse a ordem vigente.
V. Falsa. A teoria do espaço vital foi enaltecida pelos nazistas. O conceito de Lebensraum (espaço vital em
alemão) se popularizou no século XIX, após a Unificação Alemã, por meio dos trabalhos do geógrafo
Friedrich Ratzel. Esse período foi caracterizado pelo imperialismo e neocolonialismo. Muitas das nações
europeias e países de outros continentes, como os EUA e o Japão, empenharam-se em conquistar grandes
extensões de terras a fim de garantir pleno desenvolvimento de suas capacidades econômicas. Ratzel, que
havia visitado os Estados Unidos na época do auge da Doutrina Monroe, passou depois a conceber uma
doutrina geopolítica que defendia que toda “raça ou povo com dotes civilizacionais superiores” precisaria
de um vasto espaço físico para o seu pleno desenvolvimento. A conquista desse “espaço vital” dependia
da subjugação de povos ou raças supostamente inferiores, ocupantes de territórios indignos deles. Assim,
como guerra, imperialismo, nacionalismo e racismo continuavam sendo elementos importantes para o
nazismo, essa teoria foi apropriada e usada por Hitler e seu governo.
Portanto, a alternativa correta é a letra “c”.
Gabarito: C
consentimento do próprio Parlamento. Conhecendo esse contexto, vejamos quais foram os primeiros atos
de Hitler ao assumir plenos poderes do Estado alemão:
a) Correta! O federalismo é uma forma de organização do governo no qual vários estados se reúnem para
formar um Estado federal, cada um conservando sua autonomia. Em geral, em um modelo defendido por
liberais e republicanos. Além disso, é o oposto à centralização do poder. Lembra que mencionei lá em cima
que Hitler era contrário ao liberalismo político? Então, a alternativa está correta! Após adquirir plenos
poderes legalmente, com a conivência do Parlamento, Hitler se proclamou Führer (líder ou condutor, em
alemão), perseguiu a oposição e centralizou o poder em suas mãos, instaurando uma ditadura fascista no
país.
b) Incorreta. No campo econômico, Hitler não cumpriu várias promessas que fizera ao povo: não fez
reforma agrária, não melhorou os salários e deu maior liberdade de ação aos trustes, com grandes nomes
da indústria e das finanças assumindo cargos na ditadura nazista. Para você lembrar, os trustes são a fusão
ou união entre duas empresas de um mesmo ramo ou de áreas diferentes da economia, constituindo uma
única companhia ou um grupo de associados de maior porte. Além de buscar a diminuição da concorrência,
os trustes podem ser realizados quando uma empresa decide expandir o seu mercado para outros ramos
de atividade.
c) Incorreta. De fato, Hitler tornou o sindicatos ilegais e, em seu lugar, criou as cooperativas nacionais, que
envolviam tanto trabalhadores quanto patrões, além de serem subordinadas ao Estado. Contudo, seu
governo estimulou, sim, a indústria de base, principalmente a de armamento, mas também na construção
de grandes obras públicas.
d) Incorreta. Como já comentei, não foi realizada reforma agrária alguma, portanto não houve êxodo
urbano, mas sim rural. As pessoas iam para as cidades em busca de emprego na indústria que recebia todos
os investimentos. Todavia, realmente a política econômica de Hitler abaixou o índice de desemprego, pois
grande parte da população foi emprega na indústria bélica e de construção civil.
e) Incorreta. Já disse acima que ele conseguiu abaixar o índice de desemprego. Por sua vez, também
aumentou a censura e as perseguições políticas a seus opositores, instalando uma ditadura.
Gabarito: A
a)V V V V
b)V F V F
c)F V V F
d)F V F V
e)F V F F
Comentários
Como enunciado destaca, o tema da questão é a Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945.
Lembre-se que essa guerra foi motivada por disputas imperialistas entre as potências mundiais da época,
o revanchismo dos países perdedores da Primeira Guerra e a consolidação de regimes autoritários em
diversos países. De um lado, Inglaterra, França e, mais tarde, EUA e URSS formaram o bloco dos Aliados;
de outro, Alemanha, Itália e Japão se reuniram como bloco do Eixo.
Falsa. Realmente, os campos de concentração foram uma característica marcante da Segunda Guerra
Mundial. Eram campos de trabalhos forçados e extermínio para os quais eram enviados os opositores do
regime, mas principalmente os judeus, maiores alvos da política racial nazista. No entanto, o bombardeio
mais marcante desse grande conflito foi o lançamento de bombas nucleares pelos norte-americanos nas
cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Verdadeira! Durante a Segunda Guerra, o Brasil era governado por Getúlio Vargas, sob o regime ditatorial
do Estado Novo (1937-1945). Inicialmente, Vargas manteve uma posição neutra em relação ao conflito.
Vale destacar que ele demonstrava bastante simpatia pelo nazifascismo, porém, preferiu não definir seu
apoio a ninguém abertamente. Somente em 1942, o Brasil posicionou-se em favor dos Aliados, declarando
guerra ao Eixo. Inclusive, permitiu aos EUA instalarem uma base no Nordeste, para servir de ponto de apoio
às ações na África. Em 1944, enviou tropas para a Itália, a Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Falsa. Apesar de grande parte da população alemã ter aderido à ideologia nazista ou pelo menos ter sido
conivente com ela, não foi isso que causou a guerra por si só. Mesmo com todas as denúncias sobre os
campos de concentração e a violação de direitos humanos, as demais potências mundiais tentavam evitar
um novo conflito armado tão pouco tempo depois do término da Primeira Guerra, que causou prejuízos
tremendos inclusive aos vitoriosos. O que acabou dando início ao novo conflito global foram as iniciativas
militares da Alemanha, que claramente desrespeitavam os tratados assinados, como a invasão da Polônia,
em 1939.
Verdadeira! O pacto de não-agressão germano-soviético, assinado em 1939, era um acordo para ganhar
tempo. Após os êxitos alemães na Europa ocidental, Hitler se preparava para invadir a União Soviética. Esta,
por sua vez, enquanto as atenções estavam centradas no combate franco-germânico, anexou as regiões da
Estônia, Letônia e Lituânia, além da Finlândia. Em junho de 1941, Hitler atacou a URSS, rompendo o acordo
de não-agressão e impondo, em poucos meses, grandes perdas aos soviéticos. No entanto, essas vitórias
não destruíram a capacidade de resistência do Exército Vermelho. O clima e a geografia russa também
favoreceram os soviéticos, que desgastaram bastante o exército nazista. Os EUA, por sua vez, que haviam
optado por uma política isolacionista no período anterior à guerra, acabaram entrando no conflito após um
ataque japonês ao porto Pear Harbour, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941. A parir do ano seguinte, os
Aliados – agora Inglaterra, EUA e URSS – começaram a reverter as conquistas dos países do Eixo.
Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.
Gabarito: D
Gabarito: C
ideia de auto-determinação
Questões Territoriais na
nacional para grandes Criação de novos países
Europa
grupos étnicos
Liga das nações, organismo
Prevenção de futuras para resolver diplomatica e
Relações internacionais publicamente as disputas
guerras
internacionais
Mas as coisas não saíram bem do modo como o Presidente dos EUA planejou. Naquele momento, esse país
não tinha a influência que tem hoje. A Inglaterra, apesar da destruição causada pelo conflito seguia sendo
a potência mais relevante.
Perceba que o sentido geral dos 14 pontos da Paz de Wilson foi rechaçado pelas principais potências
europeias. Por isso, não podemos assinalar a alternativa C.
A noção de rivalidade e revanche era muito maior do que a de uma paz justa e duradoura. Por isso,
Inglaterra e França trabalharam para impor um pesado, oneroso e humilhante Tratado de derrota para a
Alemanha: O Tratado de Versalhes, em 28 de junho de 1919. Sendo assim, a alternativa A é o gabarito
porque ela expressa o sentido geral do Tratado de Versalhes.
Vejamos alguns pontos centrais:
Cláusula de Culpa:
❖ O artigo 232 determinava que a Alemanha era a única culpada e responsável pelo conflito!
Questões Territoriais:
✓ Renúncia de todas as colônias em favor dos vencedores
✓ Alsácia-Lorena deveria ser devolvida à França
✓ Formação da Polônia com territórios cedidos pela Alemanha
✓ As cidades alemãs de Eupen e Malmedy foram cedidas para a Bélgica.
✓ Parte setentrional da Prússia Ocidental, Klaipėda, sob o controle francês, depois transferida para a
Lituânia
✓ A província alemã do Sarre passaria para o comando da Liga das Nações durante 15 anos e a
França teria o direito de explorar as minas de carvão dessa região
✓ A cidade de Danzig (hoje Gdańsk, Polônia, naquela época era alemã, berço do nascimento da
Prússia) foi transformada na “Cidade Livre de Danzig” e ficou sobre o controle da Liga das Nações
Desmilitarização
✓ A Alemanha teve que entregar quase todos os navios mercantes à Inglaterra, França e
Bélgica
✓ O exército alemão foi desmilitarizado de modo a ter, no máximo 100 mil homens.
✓ Proibição de fabricação de tanques, aviões, carros e qualquer outro instrumento que
servisse à guerra.
✓ Abolição do serviço militar obrigatório
Reparações:
✓ 269 bilhões de marcos, dos quais 226 bilhões como principal
✓ 12% do valor das exportações anuais alemãs
Sabendo de tudo isso, podemos eliminar a alternativa B e reafirmar como gabarito a alternativa A.
A alternativa D foi, na verdade, uma determinação dos acordos do fim da SegundaGuerra Mundial.
A alternativa E é errada porque pós 1ª. Guerra Mundial, em 1919, foi criada a República de Weimar.
Gabarito: A
E- Nada menciona sobre o Brasil na Guerra. Além disso, sabemos que o Brasil não atuou contra o
Japão, mas na Itália contra os nazifascistas.
Gabarito: B
I – falso, pois foram os EUA quem doaram um dinheiro para o Brasil, como parte dos acordos da entrada
do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Com esse dinheiro, Vargas construiu a CSN.
II – falso, pois o erro está em afirmar que a ruptura foi com os países Aliados, quando, na verdade, o Brasil
rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo (Itálica, Alemanha e Japão).
III – Correto. Isso ocorreu após o Brasil romper relações com o Eixo.
IV – Correto. A agressão alemã ao torpedear os navios brasileiros gerou grande comoção popular,
Manifestações passaram a exigir uma declaração de guerra contra a Alemanha.
Gabarito: D
liberalismo triunfaria por ali. Ou seja, a situação indicava a presença do Estado nas economias e o
surgimento de modelos econômicas alternativos.
Nesse contexto, está correto afirmar que a Inglaterra – a qual vinha aplicando políticas liberais desde o
século XIX - deixou de ser potência. Ademais, o país estava em situação econômica desfavorável em função
dos gastos militares. Dessa forma, a dinâmica da economia liberal oriunda das duas revoluções industriais
já não respondia ao mercado da época. Por isso, as economias nacionais teriam que se reinventar. Na
Inglaterra, tal como nos EUA, começa a surgir um tipo de Estado de Bem-Estar social.
a) falso, pois os Estados socialistas estavam no início de sua formação. Sobre isso, vale lembrar que a
próxima grande nação que passou por uma Revolução Socialista foi a China. Por fim, a crise do socialismo
real ocorre no final da década de 1980.
b) falso, pois ocorreu o contrário, já que a Alemanha foi derrotada na guerra.
c) falso, pois o neoliberalismo é uma resposta a crise das economias nacionais na virada da década de 1970
para 1980, após o declínio dos Estados de Bem-Estar Social.
e) errado, pois este foi um fenômeno após a 2ª Guerra Mundial, sem contar que a Declaração mencionada
é de 1949.
Gabarito: D
e) falso, pois o Plano Marshall foi um plano econômico dos EUA para a reconstrução da Europa no pós-2ª
Guerra Mundial.
Gabarito: C
Diante dessas colocações para refrescar a memória, vamos analisar cada alternativa usando uma tática
diferente, qual seja: encontrar os erros das alternativas:
a) Reforço do liberalismo está errado, pois a crise de 1929 é a crise do liberalismo e a ascensão de opções
políticas estado-centristas. O New Deal, uma resposta do governo norte-americano assegurou a
intervenção do estado na economia. Sobre o New Deal, considerando que é um elemento bastante cobra
do em provas, vale a pena nos debruçarmos um pouco mais.
O New Deal: tratava-se da alteração do modelo liberal para outro com maior intervenção do Estado na
regulamentação da economia, bem como na resolução de medidas sociais. Era uma tentativa de conciliar
determinadas práticas liberais, como o amplo respeito à iniciativa privada e intervenção de medidas
estatais na economia, sem ferir a livre concorrência. Na prática, tratava-se de implementar um Estado
regulador e fiscalizador.O New Deal, nos EUA, foi considerado o precursor do chamado Estado de Bem-
estar Social que se desenvolveu plenamente na Europa Ocidental capitalista após a 2ª Guerra Mundial ;)
b) O avanço do anarquismo é a informação errada, pois, na Europa, por exemplo, cresceram os movimentos
nazista (Alemanha) e fascista (Itália).
c)Está tudo certo nessa alternativa. A nova corrida armamentista, no caso, pode ser relacionada com a
ascensão bélica dos regimes nazifascistas e a remilitarização da Alemanha e da Itália, ou seja, o preâmbulo
da 2ª Guerra Mundial.
d) Errado, pois o surgimento do neoliberalismo é uma característica do final da década de 1970.
e) O principal erro da alternativa é afirmar que houve recuo no desemprego, pois, logo após a crise de 1929
o desemprego tomou conta do mundo ocidental.
Gabarito: C
Principais Objetivos da
ONU
A ONU é estruturada em cinco órgãos principais que trabalham separadamente. Os principais são o
Conselho de Segurança e a Assembleia Geral.
Conselho de Segurança: é o órgão de maior poder da instituição, nele são discutidas ações militares e
intervenções em situações de guerra. Sua composição é formada por delegados de quinze países-
membros, dos quais cinco são permanentes e dez indicados por dois anos. Os membros permanentes e
que possuem poder de veto são: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Claramente, a
estrutura de poder do Conselho de Segurança foi pautada nos vencedores da Segunda Guerra Mundial,
o que gera descontentamento de outros países
O momento de criação da ONU também foi marcado pela necessidade de reconhecimento de direitos
fundamentais para todos os seres humanos, resultado das experiências aterradoras verificadas nas duas
guerras mundiais, com ênfase na segunda guerra devido ao holocausto. Tanto que, em 10 de dezembro de
1948, foi publicada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi incorporada pelas constituições
de diversas democracias recentes. Perceba que a DUDH é uma resposta à barbárie do Nazismo e das
consequências da guerra que ele produziu. Foi um importante documento internacional para reafirmar a
igual natureza humana de todos os indivíduos, antes classificados por raças.
Ao longo do século XX, bem como nesse início do século XXI, a ONU se posicionou em relação à vários
conflitos, tendo servido como mediadora nos acordos e resoluções deles, como na Guerra da Indochina,
nos diferentes conflitos de independência na África, além dos conflitos no Oriente Médio.
Diante desse comentário geral, passemos à análise das alternativas:
a) Apesar de podermos entender a 2ª. Guerra como uma continuidade da 1ª. Guerra, a ONU não
se criou diretamente por conta da 1ª. Guerra. Naquele momento, em 1919, foi criada a Liga das
Nações que antecedeu a ONU.
b) Nem sempre a ONU conseguiu evitar conflitos, mas a palavra NUNCA é muito forte e inflexível.
Então, sim a ONU já conseguiu resolver conflitos por meio de seus tratados e suas práticas de
buscar a cooperação internacional.
c) Gabarito correto. Esses são os princípios que norteiam as ações onuzianas.
d) SEMPRE também é expressão forte e inflexível. Até mesmo porque, em diversos conflitos, a
ONU, por meio do Conselho de Segurança atuou em conflitos bélicos sim.
e) Apesar das críticas e conflitos que possam ser feitos, não se pode dizer que a ONU não tem
relevância no cenário internacional, sobretudo, quando se pensa nas ações de prevenção e
promoção de direitos que são realizadas por meio de suas agências.
Gabarito: C
Foram 2 bombas:
❖ 06-08-1945: Uma bomba foi lançada em Hiroshima. O governo japonês do Imperador
Hirohito não se manifestou.
❖ 09-08-1945: Outra bomba caiu sobre Nagasaki.
❖ 02 de setembro de 1945: Japão assina a capitulação.
Gabarito: A
Esse processo desfecho da 1ª Guerra é marcado por uma série de acordos impostos pelos países
vencedores aos países derrotados. Ao longo das negociações cada país que compunha a Tríplice Aliança
assinou um acordo diferente. Isso quer dizer que o Tratado de Versalhes é o mais famoso deles. Mas não
é o único.
Ainda antes de acabar a Guerra, o Presidente dos EUA lançou as bases de um possível futuro acordo que
ficou conhecido como “Os 14 pontos da Paz de Wilson”. Tratava-se de uma tentativa de abrir um diálogo
diplomático com os países em guerra, tentar vencer a guerra não apenas quando o último homem
morresse, percebem? Inclusive, o discurso era estabelecer o fim da guerra sem vencidos e nem vencedores
e, assim, conquistar uma paz justa e duradoura. Portanto, pretendia-se trabalhar com a ideia de que uma
guerra é sempre ruim para todos os envolvidos.
Podemos dizer que essa proposta estava centrada em 2 grandes blocos:
Paz de Wilson
ideia de auto-
Questões Territoriais na determinação nacional
Criação de novos países
Europa para grandes grupos
étnicos
Liga das nações, organismo
Prevenção de futuras para resolver diplomatica e
Relações internacionais
guerras publicamente as disputas
internacionais
Mas as coisas não saíram bem do modo como o Presidente dos EUA planejou. Naquele momento, esse país
não tinha a influência que tem hoje. A Inglaterra, apesar da destruição causada pelo conflito seguia sendo
a potência mais relevante.
Perceba que o sentido geral dos 14 pontos da Paz de Wilson foi rechaçado pelas principais potências
europeias. Por isso, não podemos assinalar a alternativa C.
A noção de rivalidade e revanche era muito maior do que a de uma paz justa e duradoura. Por isso,
Inglaterra e França trabalharam para impor um pesado, oneroso e humilhante Tratado de derrota para a
Alemanha: O Tratado de Versalhes, em 28 de junho de 1919. Sendo assim, a alternativa A é o gabarito
porque ela expressa o sentido geral do Tratado de Versalhes.
Vejamos alguns pontos centrais:
Cláusula de Culpa:
❖ O artigo 232 determinava que a Alemanha era a única culpada e responsável pelo conflito!
Questões Territoriais:
✓ Renúncia de todas as colônias em favor dos vencedores
✓ Alsácia-Lorena deveria ser devolvida à França
✓ Formação da Polônia com territórios cedidos pela Alemanha
✓ As cidades alemãs de Eupen e Malmedy foram cedidas para a Bélgica.
✓ Parte setentrional da Prússia Ocidental, Klaipėda, sob o controle francês, depois transferida para a
Lituânia
✓ A província alemã do Sarre passaria para o comando da Liga das Nações durante 15 anos e a França
teria o direito de explorar as minas de carvão dessa região
✓ A cidade de Danzig (hoje Gdańsk, Polônia, naquela época era alemã, berço do nascimento da
Prússia) foi transformada na “Cidade Livre de Danzig” e ficou sobre o controle da Liga das Nações
Desmilitarização
✓ A Alemanha teve que entregar quase todos os navios mercantes à Inglaterra, França e
Bélgica
✓ O exército alemão foi desmilitarizado de modo a ter, no máximo 100 mil homens.
✓ Proibição de fabricação de tanques, aviões, carros e qualquer outro instrumento que
servisse à guerra.
✓ Abolição do serviço militar obrigatório
Reparações:
✓ 269 bilhões de marcos, dos quais 226 bilhões como principal
✓ 12% do valor das exportações anuais alemãs
Sabendo de tudo isso, podemos eliminar a alternativa B e reafirmar como gabarito a alternativa A.
A alternativa D foi, na verdade, uma determinação dos acordos do fim da SegundaGuerra Mundial.
A alternativa E é errada porque pós 1ª. Guerra Mundial, em 1919, foi criada a República de Weimar.
Gabarito: A
e) Aqui, na verdade, não é uma Conferência, mas um Pacto, o Pacto de Varsóvia uma aliança militar
formada em 14 de maio de 1955 pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética.
Gabarito: B
relacionado à morte de milhares de pessoas judias. holocausto é conceito histórico e político. Tem definição
específica.
Holocausto é uma expressão utilizada para fazer referência ao extermínio programado e sistemático em
massa de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso.
Cerca de seis milhões de judeus foram mortos de maneira planejada pelos nazistas na Segunda Guerra
Mundial. O termo tem sua origem na palavra greco-latina holocaustum e significa "totalmente queimado"
ou "vítima de um incêndio".
Tendo isso em mente, vejamos as alternativas:
a) Errado. Esse argumento é parte de uma postura chamada negacionismo. Negacionismo é a prática
de dissimular a história para dizer o que ela não foi, quando os fatos provam que ocorreu. Há um
ótimo filme sobre esse tema que indico ao final dos comentários dessa questão.
b) Errado. Holocausto nazista é uma experiência única, mas holocausto não. Não importa a escala das
mortes quando falamos em holocausto, mas sim o planejamento de eliminação sistemática.
c) Errado. O ódio aos judeus pode ter provocado o holocausto nazista, mas ódio aos judeus é
antissemitismo e não holocausto.
d) Certo. É o nosso exato gabarito. Holocausto é extermínio programado de pessoas, por diferentes
motivos.
e) Certo. Houve trabalho forçado em campos de concentração nazista sim. Foi parte da estratégia
nazista de confinamento dos judeus, além de tudo, usados como mão de obra para produzir
material bélico, por exemplo. Mas isso não define holocausto.
Dica de Filme: Negação
O filme negação conta a história de um aluta no Tribunal Inglês pela verdade histórica. Baseado em fatos
reais, é o típico filme de tribunal de um processo recente, que começa no final da década de 1990 e
termina em 2003. De um lado está Deborah, pesquisadora idealista que se dedica não apenas à verdade
histórica, mas também em denunciar mentiras proferidas sobre o Holocausto; do outro está Irving, um
historiador mentiroso que passou a vida negando o holocausto. Ele se mostra ardiloso e populista,
buscando sempre os holofotes da fama.
O que é muito interessante nesse filme é que uma certa conclusão científica importante: a história não
é opinião e, para negar determinados fatos da história, foi necessário mentir, como no caso do escritor
David Irving – e isso não é minha opinião, mas sim, a sentença final do juiz inglês que julgou o caso. Vale
muito à pena ver esse filme!
Gabarito: D
brasileira, onde foram avistados submarinos alemães monitorando nossa Marinha Mercante. Alternativa
errada.
d – essa alternativa é para pegar os candidatos desatentos. Ora, o Eixo era composto por Alemanha, Itália
e Japão; então, por que motivo, a Alemanha atacaria um país neutro tendo como objetivo evitar que este
se torne um aliado? Se você leu Aliados no lugar de Eixo, aumentou as chances de errar a questão. Se
estivesse escrito “Aliados”, aí sim poderíamos considerar o item certo. Mas a banca tentou confundir os
candidatos. Alternativa errada.
e- a alternativa apresenta a polêmica principal em torno dos navios mercantes brasileiros no contexto da
Segunda Guerra Mundial. O torpedeamento dos navios mercantes brasileiros na costa americana e na
Europa foi parte da estratégia alemã de impor um bloqueio naval contra os portos inimigos - objetivando,
entre outras coisas, dificultar a produção inimiga de equipamentos militares -, mas acabou arrastando o
Brasil para dentro da guerra ao lado dos Aliados. ALTERNATIVA CORRETA.
Gabarito: E
(UEA – 2017)
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) provocou mudanças históricas relevantes e, em certa medida,
duradouras, tais como:
a) a guerra de movimento e o surgimento de armas nucleares.
b) a união europeia e a abolição de tarifas alfandegárias no continente.
c) as mudanças revolucionárias na Rússia e o avanço econômico norte-americano.
d) a quebra da bolsa de investimentos de Nova York e a Guerra Fria.
e) a Revolução Industrial e a divisão da África entre as potências capitalistas.
Comentários:
A questão nos pede para identificar mudanças históricas duradouras provocadas pela Primeira Guerra
Mundial. Para tanto, vamos olhar cada uma das alternativas, relembrar os eventos citados e ver se eles
foram uma consequência desse conflito:
a) Incorreta. De fato, o surgimento de armar nucleares ocorreu na Primeira Guerra. Contudo, guerra de
movimento é como ficou conhecida a primeira fase do conflito, não sendo, portanto, uma mudança
causada por ele.
b) Incorreta. A União Europeia foi criada, oficialmente, em 1992. A semente desse bloco econômico é o
Benelux, bloco criado durante a Segunda Guerra Mundial que recebeu esse nome por conta das iniciais dos
países integrantes: Bélgica (Be), Holanda (Ne), do Inglês “Netherland”, e Luxemburgo (Lux). Assim, ele não
é uma consequência da Primeira Guerra.
c) Correta. Vamos por partes:
• Revolução Russa de 1917: para participar da 1ª. Guerra, o Governo russo mobilizou cerca de
13 milhões de soldados, mas as condições da participação eram péssimas. Em dois anos de
combate, os resultados eram os piores possíveis: 3 milhões de mortos, 2 milhões de feridos
e mutilados. A fome nas cidades era crescente e absurda. Então, a opinião pública e o povo
acreditavam que a culpa pelos problemas sociais era do Czar (imperador) chamado de “czar-
fome”. Assim, greves, manifestações contra a guerra e um amplo movimento de deserção
tornou insustentável a participação da Rússia na Guerra e a continuidade da monarquia
absolutista dos Romanov. No ápice da insatisfação popular, por meio dos sovietes (órgãos
coletivos de participação popular) e do Partido Social Democrata Russo, em 15 de Março de
1917, toda a oposição (socialistas, liberais, democratas, republicanos) organizou e participou
de uma grande manifestação que invadiu o Palácio do Governo, prendeu toda a Família do
czar Nicolau II e instalou um Governo Provisório. No entanto, a principal medida continuava
em aberto: tirar a Rússia da Guerra. Além disso, não houve uma resposta rápida do governo
para o problema da fome e das terras. Nesse contexto, o grupo dos socialistas radicais, ou
(UEA - 2002)
De acordo com a tabela, são corretas duas das afirmativas a seguir, a respeito da participação, às vésperas
da Primeira Grande Guerra, das potências capitalistas no comércio mundial:
I. a Grã-Bretanha e a França apresentaram um declínio relativo de sua participação no comércio mundial;
II. os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão apresentaram, entre 1896 e 1913, crescimento de sua
participação no comércio mundial;
III. ao contrário do declínio relativo britânico, houve um grande aumento da participação americana no
comércio mundial, de 1870 até as vésperas da Primeira Guerra Mundial;
IV. apesar do declínio relativo de sua participação no comércio mundial, a economia britânica manteve uma
proporção maior do que o resto do mundo, entre 1870 e 1913.
São elas:
(A) I e II
(B) I e III
(C) I e IV
(D) II e III
(E) II e IV
Comentários:
Durante o período, o mundo passava por um momento de expansão do capitalismo industrial,
impulsionado pela segunda revolução industrial, e pelo fortalecimento do capitalismo e das doutrinas
imperiais e liberalistas. Com isso, o país que mais se destacou foi os Estados Unidos, que aumentou o seu
nível de produção industrial, após Guerra de Secessão, de maneira significativa. Em contrapartida, países
como Inglaterra e França perderam força na produção industrial. Portanto, analisando os dados da tabela
e os tópicos elencados, pode-se concluir:
I. Correta, conforme a tabela.
II. Incorreta, mediante ao declínio da Alemanha em 1 % no período posterior.
III. Correta, conforme a tabela.
IV. Incorreta, uma vez que desde 1896-1900, a produção industrial do resto do mundo já era equivalente
ao da Inglaterra.
Portanto a resposta é alternativa (B), I e III estão corretas.
Gabarito: B
(UEA - 2002)
“Cinco milhões e meio de desempregados em 1933, dois milhões em 1935, menos de um em 1937, algumas
dezenas de milhares entre 1933 e 1939. A produção mais que dobrou entre 1933 e 1939. Política de grandes
obras – autoestradas, ferrovias, aeroportos... Tudo realizado no âmbito de uma política rigorosa de controle
de preços, de crédito... (pelo Estado)” (M. Béaud). Assinale a alternativa que corretamente aborda o
desenvolvimento econômico alemão na década que antecede a 2ª Guerra Mundial.
(A) O dirigismo econômico, apoiado em poderosos complexos industriais e bancários, também obrigou os
poderosos grupos estrangeiros, como General Motors, Ford, Shell e Unilever, a reinvestir seus lucros no
fortalecimento da economia alemã.
(B) O impulso econômico alemão nazista apoiou-se exclusivamente em poderosos conjuntos industriais e
financeiros do capitalismo alemão, porque o Estado combatia o capitalismo internacional e expulsou as
empresas estrangeiras na década de 1930.
(C) A indústria alemã se tornou espetacularmente poderosa pela política governamental de incentivo aos
investimentos estrangeiros, cujo ingresso maciço se deu nos anos anteriores à guerra.
(D) Todas as medidas econômicas da Alemanha, no período anterior à Segunda Grande Guerra,
assemelham-se, pelo nacionalismo, previdência social e organização do trabalho, às medidas de
implantação de um regime socialista.
(E) O dirigismo nazista impôs a descartelização do capitalismo alemão, invertendo a tendência das décadas
anteriores, principalmente na produção de aço e na indústria química.
Comentários:
A Alemanha, que após a Primeira Guerra Mundial passou por uma grave crise financeira e social,
encontrou no movimento nazista uma forma de se recuperar tanto financeira quanto politicamente. A
AULA 08 – Contemporânea II 158
Prof. Alê Lopes
política econômica durante a República de Weimar, não foi o suficiente para suprir os problemas internos
que a Alemanha enfrentava. Ao longo de toda a década de 20, discursos antissemitas, anticomunistas,
antiliberais e antirrepublicanos foram ganhando força dentro de território nacional abalado. Além disso,
um relativo apoio de empresas privadas nacionais, a alta militarização de caráter ultra nacionalista,
promovida pela ascensão do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães ao poder causaram
profundas mudanças, que fizeram o país se tornar no que conhecemos hoje, por Totalitarismo Nazista.
Com a ascensão da Partido Nazista ao poder foi implementada uma política econômica conhecida como
“dirigismo alemão”. Nada mais é que uma política econômica ultra nacionalista com fortíssima intervenção
do PARTIDO na economia: planificou, estatizou, proibiu remessa de lucro, fortaleceu e subsidiou as
empresas alemãs. Para vocês terem uma ideia, membros do partido nazista tinham acento nas diretorias
dessas grandes empresas com o objetivo de garantir decisões voltadas para o projeto mais geral de
expansão territorial e militar do partido nazista, algo como uma intervenção do partido direto em cada
empresa opinando e definindo as estratégias comerciais. Atenção: os lucros não iam para o Estado ou
Partido (por isso, não se trata de uma economia socialista). Resultado Cartelização e formação de
gigantescos monopólios. Exemplo: Volkswagen.
Visto isso, vamos analisar as alternativas.
A) Correto. As empresas estrangeiras não podiam enviar seus lucros às matrizes e eram convencidos a
reinvestir nos projetos propostos pelo Partido.
B) Incorreta. As empresas estrangeiras não foram expulsas do território alemão e não é verdade que o
nazismo combateu o capitalismo. O nazismo é um tipo específico de capitalismo baseado em um estado
central, autoritário, militarista e expansionista.
C) Incorreta. Os investimentos não eram estrangeiros, mas nacionais ou de empresas estrangeiras
instaladas na Alemanha.
D) Errada. Uma alternativa que trabalha uma ideia de senso comum. Uma economia com forte intervenção
do Estado não quer dizer socialista. Para ser socialista PRECISA ter economia estatal e sem propriedades
privadas.
E) Errada, como vimos no comentário geral, a cartelização foi uma consequência do dirigismo econômico
nazista.
Gabarito: A
(UEA -2004)
A concentração do capital industrial e sua associação ao capital financeiro dos bancos gerou uma
acumulação cujo volume era tamanho que apenas pequena parte podia ser investida no mercado nacional
ou em outros países da Europa.
Assinale a alternativa que explica corretamente a consequência histórica principal desse processo.
(A) Nos Estados Unidos, a Guerra de Secessão foi a consequência da luta pelo protecionismo alfandegário
e pelo fim da escravidão como forma de dar vazão aos capitais excedentes.
(B) A Primeira Guerra Mundial foi travada, sobretudo, para atender aos interesses da indústria bélica e como
forma de resolver a crise do mercado do aço.
(C) Os países europeus queriam reconquistar mercados nos continentes subdesenvolvidos ainda não
protegidos por tarifas elevadas, principalmente, a fim de reativar suas indústrias.
(D) Os conflitos localizados e a tensão internacional foram formas de dar vazão às rivalidades que
ameaçavam o equilíbrio mundial.
(E) O imperialismo e o colonialismo sobre países da América Latina, da Ásia e da África buscavam mercados
para onde exportar os capitais excedentes para empréstimo ou investimento.
Comentários:
A questão traz informações de diversos aspectos ligadas as relações internacionais entre os
países ao longo do século XIX e começo do século XX.
Com base no texto, portanto, analisemos as alternativas:
A) Incorreto. Os Estados Unidos, pelo contrário, queriam extinguir o protecionismo alfandegário.
B) Incorreto. A Primeira Guerra Mundial, sobretudo, foi motivada por uma disputa de poder, mercados,
mão de obra e matérias primas, dos potenciais imperialistas europeias, em seus domínios na África, Ásia
e América Latina.
C) Os países europeus não queriam reativar suas indústrias. Elas já estavam ativadas desde as
Revoluções liberais ocorridas na Europa durante a primeira metade do século XIX. Eles queriam é
expandir suas influências e mercados pelo mundo, dentre os países subdesenvolvidos e as colônias.
D) Incorreto. Esses conflitos deixaram mais acentuadas as disputas entre os países europeus, ao
contrário do que a alternativa sugere.
E) Correto. O colonialismo e o Imperialismo tinham como plano de fundo buscar novos mercados para
onde exportar os produtos excedentes, frutos da revolução industrial que ocorria na Europa.
Gabarito: E
B) Correto. Com a guerra Franco-Prussiana, os alemães conseguiram anexar esse território ao Império,
se tornando um espaço estratégico para o desenvolvimento econômico do país.
C) Incorreto. Esse acontecimento não gerou um conflito que se estendeu até culminar na Primeira
Guerra Mundial.
D) Incorreto. A perca da Criméia pelo Estado russo, ocorreu aproximadamente uma década antes desse
acontecimento citado na pergunta.
E) Incorreto. Foi a região de Trentino que foi incorporado ao território austríaco, e esse não foi um
espaço de enormes conflitos que impulsionaram a Grande Guerra.
Gabarito: B
(UNCISAL – 2008)
“A 28 de junho de 1914, durante visita a Sarajevo, capital da Bósnia, Francisco Ferdinando e sua esposa
Sofia foram assassinados a tiros por militantes da Jovem Bósnia. (...) Era a fagulha que faltava para atear
fogo ao barril de pólvora. Um mês depois, a guerra começou.”
(Alceu Pazzinato e Maria Helena Senise,
História Moderna e Contemporânea)
Comentários:
A questão nos pede para identificar um dos fatores que levaram à Primeira Guerra Mundial. Para tanto,
vamos relembrar o que estudamos na aula sobre os antecedentes desse conflito:
A primeira coisa que você deve ter em mente é que o clima do final do Século XIX e início do Século XX
era belicoso, ou seja, muita tensão com características de enfrentamento militar. Os historiadores
especialistas nesse período levantam diferentes pontos para explicar esse clima. Vejamos os elementos
estruturais:
Rivalidade entre as potências.
Vimos que a chamada Era dos Impérios ou Neocolonialismo foi caracterizada por uma busca
incessante por novas áreas econômicas – era a corrida imperialista lembram-se? Essa corrida
imperialista significou uma corrida de conquista de territórios. Nesse cenário, Inglaterra, França e
Alemanha eram grandes concorrentes entre si. A Inglaterra possuía mais colônias e, por meio das
suas casas bancárias, concentrava metade dos capitais investidos no mundo. Em segundo lugar, em
número de áreas coloniais vinha a França. Mas a Alemanha já era a maior produtora de aço e armas
do mundo, constituindo ameaça real ao poder britânico.
Nacionalismo
Conexo a essas disputas imperialistas estavam os movimentos e sentimentos nacionalistas. O
nacionalismo foi um sentimento, uma prática e uma política com múltiplos sentidos. Nesse contexto
histórico ele estava expresso na ideia liberal de soberania popular – que pode ser desdobrada em
termos de direitos políticos, como escolher seus próprios representantes políticos, e direitos civis, como
liberdade de expressão e de estabelecer contratos.
Vimos que as Unificações de Itália e Alemanha são resultantes da constituição de movimentos políticos
com muitos interesses econômicos e políticos, muito além de meros sentimentos de pertencimento e
de identidades de ordem cultural.
Nesse sentido, foi essa última perspectiva que prevaleceu no final do século XIX e no começo do XX
e, de certa forma, amplificou as rivalidades entre as potências europeias. Vamos lembrar do final da
unificação alemã e a derrota que este país impôs à França, com crueldade – como impedir os franceses
de enterrarem seus mortos, ou ainda ao fazer a coroação de Guilherme I em pleno Palácio de Versalhes,
que tem um simbolismo agressivo.
A Alemanha também anexou territórios franceses como Alsácia-Lorena (grandes reservas de metal
e carvão). Isso gerou um sentimento de vingança nos franceses que os historiadores chamam de
revanchismo francês.
Além do revanchismo francês, com impacto imediato nesse contexto de tensão e de belicismo,
havia políticas nacionalistas de grandes estados que pretendiam agrupar povos semelhantes, étnico-
culturalmente, sob um mesmo território. Para os casos que veremos logo mais, isso significou uma
política expansionista. Veja:
(FUVEST – 2000)
Há controvérsias entre historiadores sobre o caráter das duas grandes revoluções do mundo
contemporâneo, a Francesa de 1789 e a Russa de 1917; no entanto, existe consenso sobre o fato de que
ambas:
a) fracassaram, uma vez que, depois de Napoleão, a França voltou ao feudalismo com os Bourbons e a
União Soviética, depois de Gorbatchev, ao capitalismo.
b) geraram resultados diferentes das intenções revolucionárias, pois tanto a burguesia francesa quanto a
russa eram contrárias a todo tipo de governo autoritário.
c) puseram em prática os ideais que as inspiraram, de liberdade e igualdade e de abolição das classes e do
Estado.
d) efetivaram mudanças profundas que resultaram na superação do capitalismo na França e do feudalismo
na Rússia.
e) foram marcos políticos e ideológicos, inspirados, a primeira, as revoluções até 1917, e a segunda, os
movimentos socialistas até a década de 1970.
Comentários:
Essa é uma questão bem interessante. Veja, o elemento comum a essas duas Revoluções é o fato de serem
marcos políticos, históricos e ideológicos. A Revolução Francesa inspirou outros tantos movimentos pelo
mundo como a Conjuração Mineira e a Independência do Haiti. Por sua vez, a Revolução Russa virou
referência para movimentos de esquerda e de operários, a própria greve de 1917 no Brasil recebeu
influência do movimento. Vamos olhar as alternativas:
a) Incorreta. Fracassar é um termo relativo. A França não voltou ao Feudalismo. A União Soviética existiu e
resistiu por mais de 70 anos. Além disso, Gorbatchev foi o último presidente do sistema socialista.
b) Incorreta. Os movimentos colocaram em prática os ideais revolucionários, pelo menos em um primeiro
momento.
c) Incorreta. Nenhum dos movimentos defendia a abolição do Estado, essa é uma ideia anarquista.
d) Incorreta. A França rompeu com o Antigo Regime e a Rússia superou o capitalismo.
e) Corretíssima, é o nosso gabarito!
Gabarito: E
(FUVEST 1999)
"As lâmpadas estão se apagando na Europa inteira. Não as veremos brilhar outra vez em nossa existência".
Sobre esta frase, proferida por Edward Grey, secretário das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, em agosto
de 1914, pode-se afirmar que exprime:
a) a percepção de que a guerra, que estava começando naquele momento e que iria envolver toda a Europa,
marcava o fim de uma cultura, de uma época conhecida como a Belle Époque;
b) a desilusão de quem sabe que a guerra, que começava naquele momento, entre Grã-Bretanha e
Alemanha, iria sepultar toda uma política de esforços diplomáticos visando evitar o conflito.
c) a compreensão de quem, por ser muito velho, consegue perceber que também aquela guerra, embora
longa e sangrenta, iria terminar um dia, permitindo que a Europa voltasse a brilhar;
d) a ilusão de que, apesar de tudo, a guerra que estava começando, iria, por causa de seu caráter mortal e
generalizado, ser o último grande conflito armado a envolver todos os países da Europa;
e) a convicção de que à guerra que acabava de começar, e que iria envolver todo o continente europeu,
haveria de suceder uma outra, a Segunda Guerra Mundial, antes da paz definitiva ser alcançada.
Comentário
Questão mais antiga da FUVEST, mas mostra perfeitamente um formato bastante tradicional: questão de
interpretação. Atenção: toda questão de interpretação de história requer contextualização! Nesse caso,
sua primeira missão é encontrar o período tratado no texto: nesse caso, é sobre a 1ª. Guerra mundial
(agosto de 1914).
A frase do Secretário Britânico demonstra um certo desapontamento com a Guerra! De fato, esse evento
marcou o fim de uma Era Histórica de grande otimismo e frenesi que se expressou na cultura da Belle
Époque. Não podemos esquecer que o século XIX começou com o entusiasmo liberal das ideias de
liberdade, igualdade, fraternidade e com a promessa de que o livre comércio faria a humanidade avançar
ao mais alto nível de evolução. Na verdade, e, em certo sentido, a guerra era uma demonstração de
fracasso ético da humanidade capaz de usar suas descobertas para causar a morte de mais de 11 milhões
de pessoas.
Tendo tudo isso em mente, vamos à análise de cada alternativa:
a- Gabarito. Condiz com uma possível leitura do texto.
b- Essa alternativa está incorreta porque não houve grandes esforços diplomáticos para evitar a
Guerra. Ao contrário, depois do fracasso do Conferência de Berlim, as relações internacionais foram
marcadas por relações de diplomacia secreta expressa nos acordos secretos e nos Sistemas de
Aliança que impulsionaram as disputas e rivalidades.
c- O sentido expresso aqui é oposto ao que menciona a frase, pois ela não mostra otimismo, mas
desapontamento e desesperança.
d- Qual o caráter moral de uma guerra, gente? Essa alternativa é, no mínimo, mal escrita.
e- Aqui seria um exercício de futurologia, já que não era possível afirmar, no começo da 1ª. Guerra
Mundial, que haveria uma outra guerra.
Gabarito: A
(FUVEST 1993)
Os Tratados de Paz assinados ao fim da Primeira Guerra Mundial "aglutinaram vários povos num só Estado,
outorgaram a alguns o status de 'povos estatais' e lhes confiaram o governo, supuseram silenciosamente
que os outros povos nacionalmente compactos (como os eslovacos na Tchecoslováquia ou os croatas e
eslovenos na Iugoslávia) chegassem a ser parceiros no governo, o que naturalmente não aconteceu e, com
igual arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro grupo de nacionalidades chamadas
minorias, acrescentando assim aos muitos encargos dos novos Estados o problema de observar
regulamentos especiais, impostos de fora, para uma parte de sua população. (... ) Os Estados recém-criados,
por sua vez, que haviam recebido a independência com a promessa de plena soberania nacional, acatada
em igualdade de condições com as nações ocidentais, olhavam os Tratados das Minorias como óbvia quebra
de promessa e como prova de discriminação."
(Hannah Arendt, AS ORIGENS DO TOTALITARISMO)
(FUVEST – 1987)
A expansão colonialista europeia do século XIX foi um dos fatores que levaram:
a) à diminuição dos contingentes militares europeus.
(UEA - 2002)
“Cinco milhões e meio de desempregados em 1933, dois milhões em 1935, menos de um em 1937, algumas
dezenas de milhares entre 1933 e 1939. A produção mais que dobrou entre 1933 e 1939. Política de grandes
obras – autoestradas, ferrovias, aeroportos... Tudo realizado no âmbito de uma política rigorosa de controle
de preços, de crédito... (pelo Estado)” (M. Béaud). Assinale a alternativa que corretamente aborda o
desenvolvimento econômico alemão na década que antecede a 2ª Guerra Mundial.
(A) O dirigismo econômico, apoiado em poderosos complexos industriais e bancários, também obrigou os
poderosos grupos estrangeiros, como General Motors, Ford, Shell e Unilever, a reinvestir seus lucros no
fortalecimento da economia alemã.
(B) O impulso econômico alemão nazista apoiou-se exclusivamente em poderosos conjuntos industriais e
financeiros do capitalismo alemão, porque o Estado combatia o capitalismo internacional e expulsou as
empresas estrangeiras na década de 1930.
(C) A indústria alemã se tornou espetacularmente poderosa pela política governamental de incentivo aos
investimentos estrangeiros, cujo ingresso maciço se deu nos anos anteriores à guerra.
(D) Todas as medidas econômicas da Alemanha, no período anterior à Segunda Grande Guerra,
assemelham-se, pelo nacionalismo, previdência social e organização do trabalho, às medidas de
implantação de um regime socialista.
(E) O dirigismo nazista impôs a descartelização do capitalismo alemão, invertendo a tendência das décadas
anteriores, principalmente na produção de aço e na indústria química.
Comentários:
A Alemanha, que após a Primeira Guerra Mundial passou por uma grave crise financeira e social,
encontrou no movimento nazista uma forma de se recuperar tanto financeira quanto politicamente. A
política econômica durante a República de Weimar, não foi o suficiente para suprir os problemas internos
que a Alemanha enfrentava. Ao longo de toda a década de 20, discursos antissemitas, anticomunistas,
antiliberais e antirrepublicanos foram ganhando força dentro de território nacional abalado. Além disso,
um relativo apoio de empresas privadas nacionais, a alta militarização de caráter ultra nacionalista,
promovida pela ascensão do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães ao poder causaram
profundas mudanças, que fizeram o país se tornar no que conhecemos hoje, por Totalitarismo Nazista.
Com a ascensão da Partido Nazista ao poder foi implementada uma política econômica conhecida como
“dirigismo alemão”. Nada mais é que uma política econômica ultra nacionalista com fortíssima intervenção
do PARTIDO na economia: planificou, estatizou, proibiu remessa de lucro, fortaleceu e subsidiou as
empresas alemãs. Para vocês terem uma ideia, membros do partido nazista tinham acento nas diretorias
dessas grandes empresas com o objetivo de garantir decisões voltadas para o projeto mais geral de
expansão territorial e militar do partido nazista, algo como uma intervenção do partido direto em cada
empresa opinando e definindo as estratégias comerciais. Atenção: os lucros não iam para o Estado ou
Partido (por isso, não se trata de uma economia socialista). Resultado Cartelização e formação de
gigantescos monopólios. Exemplo: Volkswagen.
Visto isso, vamos analisar as alternativas.
A) Correto. As empresas estrangeiras não podiam enviar seus lucros às matrizes e eram convencidos a
reinvestir nos projetos propostos pelo Partido.
B) Incorreta. As empresas estrangeiras não foram expulsas do território alemão e não é verdade que o
nazismo combateu o capitalismo. O nazismo é um tipo específico de capitalismo baseado em um estado
central, autoritário, militarista e expansionista.
C) Incorreta. Os investimentos não eram estrangeiros, mas nacionais ou de empresas estrangeiras
instaladas na Alemanha.
D) Errada. Uma alternativa que trabalha uma ideia de senso comum. Uma economia com forte intervenção
do Estado não quer dizer socialista. Para ser socialista PRECISA ter economia estatal e sem propriedades
privadas.
E) Errada, como vimos no comentário geral, a cartelização foi uma consequência do dirigismo econômico
nazista.
Gabarito: A
(UEA – 2009)
Observe a capa da revista carioca Careta, de 15.07.1944.
Inglaterra e os Estados Unidos, por um erro de estratégia, os militares de Adolf Hitler não se
concentraram na parte ocidental do front de batalha. Então, a partir desse dia, os Aliados começaram a
derrotar e a massacrar o exército germânico, reconquistando diversas cidades tomadas pelos nazistas
ao longo da Guerra, como Bruxelas e Paris.
Assim, se notarmos na charge, ela é uma representação dos nazistas sendo amassados por um
rolo compressor pelas tropas dos países Aliados, representadas pelas bandeiras de diversos países que
ajudaram ou declararam apoio a esse grupo. Com isso, a única resposta que se encaixa no contexto da
tira, é a letra (E).
Gabarito: E
(URCA 2019)
“De todas as perguntas não respondidas sobre nossa época, talvez a mais importante seja: ‘o que é
fascismo?’. Uma das organizações americanas de pesquisa fez recentemente pergunta a 100 pessoas
diferentes e obteve respostas que foram desde ‘democracia pura’ até ‘demonismo puro’. Neste país, se se
pedir a uma pessoa medianamente esclarecida que defina o fascismo, ela em geral responderá apontando
os regimes alemão e italiano. Mas isso é muito insatisfatório, porque mesmo os grandes Estados fascistas
diferem em boa medida um do outro em estrutura e em ideologia” (Revista Piauí, n. 127, abril, p. 28)
Considerando o texto acima e os seus conhecimentos sobre a temática tratada, assinale a alternativa
correta:
A) Considerando as especificidades da Alemanha e do Japão do período da Segunda Guerra Mundial,
facilmente podemos afirmar que eram países igualmente fascistas;
B) O fascismo é inerentemente belicoso, só prospera num ambiente de histeria bélica e só pode resolver
seus problemas econômicos mediante guerras ou conquistas no estrangeiro, a exemplo do que ocorreu em
Portugal e várias ditaduras da América Latina no século XX;
C) O Partido Conservador Inglês é um exemplo clássico de agrupamento fascista, o que se explica pelas suas
práticas no final do século XIX e início do século XX em suas colônias na África e na Ásia;
D) Socialismo e fascismo são a mesma coisa o que se comprova pelo colaboracionismo entre os socialistas,
comunistas, trabalhistas britânicos anarquistas e os nazistas nos países ocupados pela Alemanha entre os
anos de 1939 e 1945;
E) Muitas vezes a palavra ‘fascismo’ é quase sempre desprovida de significado, mas é obvio que, do ponto
de vista econômico e político, há diferenças entre os regimes fascistas e os democráticos.
Comentários:
O fascismo foi uma ideologia política que foi se constituindo entre 1919 até o período da 2ª Guerra
Mundial. O partido fascista foi fundado em 1919 na Itália por Benito Mussolini. Seu contexto está inserido
nos desdobramento do pós Grande Guerra. A Itália lutou com a Tríplice Entente durante a 1ª Guerra
Mundial. Recebeu fama de “vira-casaca” porque manteve acordos com a Alemanha desde o final do século
XIX. Mas a verdade é que a Itália nunca entrou na Guerra ao lado da Tríplice Aliança. De toda forma, o
desfecho da guerra não foi muito compensador economicamente para os italianos. Ao contrário, o cenário
econômico era de caos, hiperinflação, alto índice de desemprego e paralisia produtiva.
Do ponto de vista político, existia uma monarquia parlamentar formada por um governo extremamente
frágil e instável. Muitas facções políticas se digladiavam e não encontravam soluções para os problemas
econômicos com forte repercussão nas condições de vida da sociedade. Cresciam o Partido Comunista, o
anarquismo e, sobretudo, as organizações sindicais. Diante então de um quadro de extrema instabilidade
e radicalidade, surge o Fascismo.
Sobre ele, o autor menciona que o termo se popularizou e ganhou novos formatos. Sobre o fascismo:
a) Incorreto. Eles eram países com regimes totalitários, porém o fascismo é um modelo de Estado imposto
na Itália.
b) Incorreto. O fascismo pode se desenvolver independentemente de um ambiente bélico ou de guerras.
Além disso, não necessariamente está atrelado a conquistas no exterior.
c) Incorreto. O Partido Conservador Inglês não era um agrupamento fascista. O Conservadorismo e o
Fascismo são conceitos diferentes. As Colonizações inglesas na África e na Ásia foram aprovadas
amplamente no Parlamento britânico.
d) Incorreto. A distinção essencial entre essas duas ideologias é que o fascismo é uma forma de governar
o sistema capitalista e o comunismo é, em si, outro regime político baseado na inexistência da propriedade
privada individual dos meios de produção.
e) Correto. Como elencado no enunciados, a palavra “fascista” hoje muitas vezes é empregada sem um
motivo para tal. Porém, do ponto de vista político e econômico, ele tem um funcionamento claro:
centralizador, nacional, autoritário, antiliberal, anticomunista e antidemocrático.
Gabarito: E
(URCA 2019)
Um vídeo publicado pela Embaixada da Alemanha no Brasil (…) provocou forte reação nas redes sociais. Na
publicação, a embaixada fala da importância de não esquecer os crimes do nazismo entre 1933 e 1945,
período em que o Holocausto levou à morte de cerca de 6 milhões de judeus e de 5 milhões de pessoas de
outros grupos. O GLOBO - Embaixada da Alemanha explica o nazismo e é contestada por brasileiros,
17/09/2018. Acesso no endereço: https://oglobo.globo.com/sociedade/embaixada-da-alemanhaexplica-
nazismo-e-contestada-por-brasileiros-2-23074988)
A respeito do Nazismo e do Fascismo considere as opções verdadeiras:
I – O Nazismo foi a vertente alemã do Fascismo italiano encabeçado por Benito Mussolini, que tem suas
origens na Itália pós-Primeira Guerra Mundial. A palavra surge ligada aos "Fasci italiani di combattimento"
em tradução livre significaria: Feixes (unidades) de combate italianos".
II –O Nazismo é considerado uma ideologia de esquerda, inclusive dentro da Alemanha e pelos próprios
Judeus, que têm vários programas escolares e de memória para lembrar os horrores das ações
desencadeadas por Hitler e o Holocausto judeu.
III - Embora inicialmente se associe a emergência do Fascismo à Itália de Mussolini, o certo é que vários
países da Europa, da Alemanha à Hungria em maior ou menor grau, passaram a por tais experiências. Sua
emergência se associa, portanto, aos efeitos da Primeira Guerra Mundial;
IV - Em termos gerais o movimento de base fascista suscita grandes mobilizações populares através do medo
e da veneração aos seus líderes ou, ao próprio estado fascista, o controle sobre as ações de comunicação
sempre sob a tutela do estado e a intensa valorização do nacionalismo, dentre outras características.
V – Na Contemporaneidade, pode-se dizer que as práticas fascistas foram totalmente superadas, não
havendo qualquer manifestação de grupo político, étnico ou social que ainda propale os ideais do Fascismo.
Destaca-se como corretas as afirmações abaixo:
A) As alternativas I, II, III e IV.
B) A Alternativa III.
C) As Alternativas I, III e IV.
D) A alternativa II e III.
E) As alternativas I, III, e V.
Comentários:
Em relação ao nazifascismo, podemos afirmar que foram reações de cunho nacionalista que reivindicavam
a supremacia do Estado em relação aos indivíduos e aos grupos políticos. Desenvolvidos na Alemanha e na
Itália, diante da crise do liberalismo e do avanço do comunismo em direção ao centro da Europa, muitos
países apoiaram ou não interferiram nos governos liderados por Hitler, na Alemanha, e Mussolini na Itália.
Além disso, muitos grupos econômicos financiaram os partidos nazifascistas e, depois, os governos de Hitler
e Mussolini. De certa forma, durante a década de 1930, de uma perspectiva geral, menosprezava-se o
potencial destrutivo a que poderiam chegar os regimes nazifascistas.
Sobre essas doutrinas:
I. Correto. Os movimento radicais, de extrema-direita surgem em ambos os países pós a Primeira Guerra
Mundial. Suas características são semelhantes, como a fusão de Estado-Governo-Partido; o Estado policial;
a propaganda estatal e a constituição de um partido único militarizado. No caso do fascismo, ele teve como
seu fundador Mussolini e a origem da palavra está ligada a um nacionalismo que remete aos tempos do
Império Romano.
AULA 08 – Contemporânea II 171
Prof. Alê Lopes
II. Incorreto. O Nazismo é considerado uma ideologia de extrema-direita. A Embaixada Alemã inclusive
afirma isso na reportagem em destaque.
III. Correto. Os efeitos desastrosos causados pela Primeira Guerra Mundial fez surgir em vários países da
Europa movimentações de cunho radical atrelados a grave crise socioeconômica que estes países
enfrentavam.
IV. Correto. Essas características são a base da ideologia nazifascista.
V. Incorreto. O Nazifascismo continua existindo nas sociedades atuais, na forma de grupos e partidos
neonazistas e neofascistas espalhados pelo mundo, porém, sem muita relevância e força política.
Gabarito: C
Considerações Finais
Bem, queridos futuros cadetes, chegamos ao final da nossa aula 10 e, com ela, as principais guerras
do século XX. Estamos quase acabando nossos estudos sobre o Mundo contemporâneo na História Geral.
Mais do que nunca é hora de manter o foco e seguir firma na missão!
Lembre-se de que cada questão acertada é como um degrau até a sua sonhada aprovação. E nessa
jornada orientaremos vocês, sempre!
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas rapidinho! E não se esqueça de que não
existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!
Um grande abraço estratégico,
Alê