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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA

Curso De Engenharia Civil VI Semestre do 3 ͦ ano, 2022


Tema: Pinturas Em Edificios
Tintas e Pinturas
O termo “tinta” refere-se a todos os materiais, líquidos ou em pó, que contendo resinas
orgânicas, são usados como revestimento de qualquer tipo de superfície com fim decorativo, de
protecção ou funcional.
As pinturas de edifícios constituem um dos diversos tipos de revestimento que pode ser usado
na construção civil.
As tintas são materiais amplamente utilizadas na construção civil, para revestimento de
superfícies. Para este facto, muito contribuem os custos competitivos que estas apresentam,
quando comparadas com outros materiais de revestimento, aliados a uma contínua evolução
tecnológica dos componentes empregues no seu fabrico, bem como dos métodos de fabrico e de
aplicação usados.
O revestimento por pintura é o resultado da aplicação de um esquema de pintura que consiste,
segundo a norma ISO 4618, numa “combinação de camadas de material de pintura que são aplicadas
num substrato”. O sistema pode ser caracterizado pelo número de camadas envolvidas, dando origem
a revestimentos de monocamada ou de multicamada e sendo o produto aplicado como camada final
designado por acabamento ou tinta de acabamento.
Quando se aplica um esquema de pintura num determinado substrato, pretende-se obter, após
secagem, um revestimento multifuncional, isto é, um revestimento que proteja o substrato e
que, simultaneamente, melhore o seu aspecto visual, ou que contribua para a melhoria das
condições de iluminação no caso de recintos fechados, promovendo igualmente as suas
condições de salubridade, etc.

Existe hoje no mercado uma vasta oferta de produtos que permitem obter melhorias
consideráveis nos revestimentos de pintura, seja com a finalidade de melhorar o
aspecto estético das construções, seja para proteger o substrato ou ainda por razões
especiais, como a melhoria das condições ambientais e de segurança, ou a introdução
de características específicas, como a resistência a microorganismos, e a resistência
mecânica ou física.
COMPOSIÇÃO DAS TINTAS

Essencialmente, as tintas são compostas por duas fases: um extracto seco e um veículo volátil como
representa o esquema da figura. Cada uma destas fases inclui diferentes componentes, que interagem
física e quimicamente entre si, conferindo à tinta as propriedades necessárias para um bom desempenho.
PRINCIPAIS TIPOS DE TINTAS
TIPOS DE TINTAS

As tintas tradicionais usam um solvente orgânico baseado no petróleo para dispersar as resinas
moleculares.
Tintas com elevado teor de sólidos
As tintas com elevado teor em sólidos são uma evolução das formulações tradicionais. As formulações
líquidas são muito similares, mas os sistemas de resina são modificados para produzir uma tinta com
elevada concentração em sólidos (50 a 70%) e baixo teor em COV. Estas tintas utilizam tecnologias
semelhantes às das tintas tradicionais baseadas em solventes, o que pode ser atractivo para os utilizadores,
porque podem usar o equipamento convencional.
Tintas de base aquosa
As tintas de base aquosa usam principalmente água para dispersar as resinas, embora
possam também conter algum solvente. Podem ser usadas resinas incompatíveis com a
água desde que sofram previamente uma modificação química .

 Soluções
As soluções são misturas de materiais completamente dissolvidos um no outro. As
resinas podem ser modificadas para dissolver em água, mas para que o revestimento
cure, tanto a água como o agente modificador têm de evaporar. Se o agente modificador
evaporar prematuramente, o pH da solução vai mudar e a resina pode sair da solução
(kickout).

 Emulsões
Uma emulsão é uma dispersão de dois líquidos imiscíveis: pequenos glóbulos e um
emulsificador, que os mantém em suspensão. O termo latex é usado para qual quer
emulsão de um material orgânico em água. As tintas de latex são tintas de emulsão de
base aquosa, que contêm resinas não naturais ou borracha sintética.

 Dispersões
As dispersões são pequenos grupos de moléculas de resinas suspensas num líquido. Nas
dispersões, os grupos são mais pequenos do que nas emulsões e a agitação mecânica é
suficiente para suspender os grupos, que não emulsionam.
Tintas curadas pela luz UV

As tintas curadas pela luz UV requerem radiação electromagnética para iniciar a reticulação da
resina. Podem ser 100% líquidos reactivos, eliminando a utilização de solventes e, ao reduzir o
desperdício de tinta, conseguem atingir perto de 100% de eficiência. Podem ser usadas sobre
variados materiais, incluindo madeira, plástico, papel e metal e podem ser aplicadas usando os
métodos tradicionais de pulverização, embora o rolo de pintura seja usado frequentemente uma vez
que são geralmente usadas para pintar chapas planas, que são peças planas.
Classificação das tintas

A enorme diversidade de produtos de pintura existentes no mercado, com distintas


aplicações e com as mais variadas características, permite ter produtos adaptáveis a
cada situação. Quando se pretende especificar um determinado produto de pintura
recorre-se geralmente a um dos tipos de classificação usuais e que têm por base: a
natureza do solvente, a natureza do ligante ou o fim a que se destinam.

• Classificação baseada na natureza do solvente


Quanto à natureza do solvente, as tintas podem dividir-se em dois grupos:

Tintas em que o solvente é água – neste grupo incluem-se as tintas de emulsão


aquosas (também chamadas de “tintas plásticas”) e todas as tintas aquosas que
tenham resinas sintéticas (como as tintas de água acrílicas ou vinílicas e os esmaltes
aquosos em geral).

Tintas em que o solvente não é água - neste grupo estão incluídas todas as tintas
líquidas não-aquosas, tintas de solvente (tintas acrílicas, vinílicas, epoxídicas e de
borracha), as massas, as tintas sem solvente e as tintas em pó.
• Classificação baseada na natureza do ligante
A classificação de acordo com a natureza do principal ligante é a mais utilizada, podendo as tintas dividir-se em:

– Tintas acrílicas e metacrílicas;


– Tintas alquídicas, oleosas e oloeorresinosas de secagem ao ar;
– Tintas betuminosas;
– Tintas de borracha natural, sintética, modificada ou não;
– Tintas epoxídicas;
– Tintas nitrocelulósicas;
– Tintas de poliésteres;
– Tintas de poliuretano;
– Tintas de silicatos;
– Tintas de silicones;
– Tintas vinílicas.
• Classificação baseada no fim a que se destinam
As tintas são designadas pelo tipo de utilização que têm na construção, sendo as mais
frequentes:
– Tintas plásticas para a construção civil;
– Tintas para a marcação de estradas;
– Tintas para protecção do betão;
– Tintas industriais;
– Tintas para estruturas metálicas;
– Tintas decorativas;
– Tintas de acabamento (esmaltes);
– Tintas de elevada resistência química;
– Primários.
Tecnologias de aplicação de tintas
Uma tinta é um líquido com diversos componentes, que quando aplicada e curada confere uma película
plástica fina. Para a execução de revestimentos por pintura, é necessário dispor de informações gerais sobre
tecnologia de pintura, com especial destaque para a minimização de efeitos adversos dos impactes
ambientais mediante a prevenção da poluição. Efectivamente, a tecnologia de pinturas sofreu uma mudança
radical nas últimas décadas do século XX, devido à publicação de legislação/regulamentação relacionada
com a protecção do ambiente e com a saúde e segurança dos trabalhadores.

Na execução de trabalhos de pintura, há que ter em conta diversos aspectos como forma de garantir o êxito
do processo, uma vez que o resultado final da pintura é condicionado por diversos factores de ordem
ambiental e técnico.

A selecção de um sistema de pintura deve ser adequada às necessidades do tipo de exposição da superfície
onde vai ser aplicado, sendo que, como foi já referido, a eficácia de um revestimento depende de múltiplos
factores, que vão desde selecção adequada dos produtos a aplicar, passando pelo nível de preparação da
superfície e pela qualidade dos materiais utilizados, até à qualidade da aplicação.
Escolha do produto a aplicar
Para seleccionar o sistema de pintura mais adequado para aplicar numa instalação de construção civil é
necessário, em primeiro lugar, identificar e compreender a sua exposição ambiental. Só depois será iniciada a
selecção dos sistemas de pintura com base no historial de uso com sucesso nos ambientes identificados.

Por exemplo, as pinturas com borracha clorada ou com vinil, que são termoplásticas, não devem ser usadas
em locais sujeitos a muito calor ou a solventes fortes porque podem rapidamente dissolver ou amolecer.
Identificação do ambiente envolvente

É provavelmente a etapa mais importante, que consiste em avaliar as condições sob as quais o sistema de
pintura tem de desempenhar. Não pode ser uma avaliação superficial, pois deve considerar todas as
condições que poderão existir, incluindo pequenos factores que podem parecer irrelevantes. Por vezes, uma
combinação de dois ou mais ambientes envolventes, que actuem em conjunto, podem criar uma envolvente
hostil.
Dentro dos factores de ambiente envolvente poderão ser considerados, entre outros, os seguintes:

Variações de temperaturas
Os ciclos térmicos, geralmente associados com as condições atmosféricas, geram naturalmente forças de
expansão e de contracção. Para um sistema de pintura dar a máxima protecção ao substrato, deve ter a
capacidade de expandir e contrair com o substrato.

Humidade elevada
Os revestimentos podem estar sujeitos a ambientes de humidade contínua ou a uma alternância entre
ambiente seco e molhado que, naturalmente podem afectar o desempenho do sistema de pintura.

A norma BS6150 classifica a humidade da atmosfera que rodeia o edifício a pintar, em três tipos:
Baixo – quando a região apresenta, em média, mais de 6 meses “secos” durante o ano.

Médio – quando a região apresenta, em média, cerca de 4 a 5 meses “secos” durante o ano.

Elevado – quando a região apresenta, em média, até 3 meses “secos” durante o ano.
Preparação De Superfícies

O comportamento de um revestimento por pintura depende da boa qualidade da base de


suporte, que deve ser sempre convenientemente preparada, para que se obtenha uma
superfície homogénea e de porosidade conhecida, apta para receber o esquema de pintura
escolhido.

A preparação adequada da superfície é fundamental para criar uma boa aderência da tinta ao
substrato e aumentar a durabilidade e a eficácia geral da pintura de protecção. A aderência
determina se é ou não suficiente aplicar uma só camada de película fina sobre a superfície.

O procedimento de preparação de superfícies demora, em geral, bastante mais tempo que a


própria pintura, porque se não forem eliminadas todas as imperfeições na superfície a pintar,
poderá ficar comprometida a qualidade, a aparência e a durabilidade da pintura.
Métodos usuais de preparação de superfícies
As superfícies que vão receber os esquemas de pintura
devem estar bem secas, limpas e isentas de
contaminantes, bem como de restos de tinta velha ou
outros resíduos.

Os equipamentos e as técnicas que podem ser usadas


para obter a limpeza e a rugosidade desejadas para a
superfície variam consideravelmente, tendo em conta
que superfícies de materiais distintos requerem
preparações distintas, uma vez que podem apresentar
condições que exigem tratamento específico.
Preparação de superfícies de alvenaria

Quando se vai realizar a preparação para pintura em alvenaria, é preciso conhecer


o estado das superfícies, dado que os cuidados pré-pintura a aplicar devem ser
adaptados ao estado de degradação do paramento em questão.

No caso de superfícies anteriormente pintadas, é necessário realizar a remoção da


tinta velha, que pode ser efectuada com recurso a algumas das técnicas
anteriormente descritas, como a raspagem, a lixagem, a lavagem com jacto de água
de alta pressão, a utilização de removedores químicos (decapagem) ou a utilização
de pistola de calor.
Preparação de superfícies de betão

A preparação de superfícies de betão deve começar por uma limpeza geral, com o objectivo de remover
todas as substâncias estranhas ou prejudiciais, como óleos, pinturas, pó, sujidade, agentes de cura do
betão e produtos similares, mas também limpar todo o betão fissurado, fraco, desagregado ou
delaminado, até que a superfície fique limpa, sã e homogénea. A limpeza geral da superfície poderá ser
feita recorrendo a jacto de água, se for no exterior, ou recorrendo a qualquer um dos restantes métodos,
caso seja no interior.

Começar com uma boa limpeza contribui para melhor identificar as áreas deterioradas e só depois aplicar
o procedimento adequado de preparação da superfície, para torná-la apta a receber o revestimento final de
protecção.

Quando as superfícies de betão são demasiado lisas e densas, a aderência da tinta poderá ser difícil.
Nestes casos, é necessário criar uma textura para melhorar a aderência da superfície utilizando um
método adequado.

A rugosidade é obtida geralmente através de uma limpeza de jacto abrasiva, Para que o processo de
decapagem abrasiva do betão seja realizado sem causar qualquer tipo de danos no betão, as pressões
utilizadas não devem ultrapassar os 2,75-3,45 Bar [40 a 50 psi] e o bico do jacto deve ser mantido a uma
distância maior do que quando se está a preparar superfícies metálicas, pois a decapagem do betão é
obtida muito rapidamente.
Aplicação dos produtos de pintura

A aplicação de um esquema de pintura é condicionada por diversas variáveis, como o tipo de tinta a usar,
o tipo e o tamanho da superfície a revestir, o método escolhido para realizar a pintura e os regulamentos
ambientais.
Algumas condições ambientais que rodeiam a superfície a pintar podem influenciar o resultado do
trabalho pelo que a aplicação dos produtos de pintura deve ser feita apenas com tempo favorável,
seguindo as condições de temperatura e humidade relativa recomendadas pelo fabricante.

Deve dar-se especial relevo às condições meteorológicas existentes na altura da execução da pintura, visto
que existem condicionantes que poderão provocar defeitos no resultado final e que podem facilmente ser
eliminados, desde que se tenha o cuidado de:
• Não realizar pinturas com temperaturas ambiente demasiado baixas, sendo 5ºC o limite inferior para a
maior parte das tintas à base de água ou solvente não aquoso. Temperaturas muito baixas, além de
dificultarem o processo de aplicação, fazem com que a tinta demore demasiado tempo a secar,
permitindo deste modo que se infiltrem impurezas provenientes do ar, no esquema de pintura.

• Não realizar pinturas com temperaturas ambiente demasiado elevadas, sendo 35ºC o limite
superior, visto que este facto irá fazer com que a tinta seque demasiado depressa,
comprometendo deste modo a durabilidade do esquema de pintura, bem como a sua
qualidade.

• Não realizar pinturas com humidade ambiente demasiado reduzida.

• Evitar a realização de pinturas em superfícies quando estas se encontram directamente


expostas à luz solar, especialmente devido à elevada temperatura da superfície.

• Evitar a realização de pinturas em dias de chuva, visto que a necessidade de parar a exe cução
a meio poderá provocar defeitos no resultado final.
Esquemas de pintura
A norma ISO 4618 define esquema de pintura como sendo a “combinação de camadas de
material de pintura que são aplicadas num substrato. O sistema pode ser caracterizado pelo
número de camadas envolvidas”, sendo que uma camada, ou demão, é o “depósito contínuo
de um produto de pintura resultante de uma única operação de aplicação”.

Geralmente, a aplicação de um esquema de pintura consiste numa sequência de demãos de


diversos tipos de produtos, aplicadas segundo uma determinada ordem. Os produtos de
pintura devem ser de natureza diferente, compatíveis entre si, e ter diferentes funções mas
complementares (protecção, textura, cor, etc.).

A sequência habitual de aplicação de um esquema de pintura inclui, os primários, as


camadas intermédias ou subcapas e as camadas de acabamento. O esquema de pintura mais
simples é, em geral, constituído por uma demão de primário, seguida de duas a três demãos
de tinta de acabamento.
Métodos de aplicação

Uma vez que a superfície do substrato está devidamente preparada e as condições


ambientais estão dentro das tolerâncias especificadas, pode proceder-se à aplicação
do esquema de pintura.

Existem diferentes equipamentos para transferir a tinta da lata para o substrato, que
podem incluir desde a simples aplicação por pincéis, trinchas e rolos até aplicações
à pistola, que serão descritos em seguida. Todos os métodos de aplicação têm
inerentes vantagens e limitações.

• Aplicação por Pincel e Trincha


O pincel e a trincha são utensílios de pintura muito vulgares para aplicação de
produtos de pintura. Os pincéis têm forma arredondada e são usados para pinturas
de pequenas áreas com superfícies irregulares e para acabamentos; por fazerem uma
aplicação lenta, os pincéis, não são adequados para tintas de secagem rápida. As
trinchas têm forma achatada, maiores dimensões e são usadas para aplicação de
tintas em paredes convencionais.
● Aplicação por Rolo

Os rolos de pintura caracterizam-se por serem mais espessos e mais resistentes do que os pincéis, sendo
também mais fáceis de usar, pois além de conservarem a sua forma e não soltarem fibras, salpicam e
sujam menos, permitindo obter uma pintura mais rápida e de melhor qualidade.

São muito utilizados na construção civil e por pintores profissionais, geralmente para áreas grandes e
planas, como paredes ou tectos, interiores ou exteriores, que são demasiado grandes para aplicação com
pincel ou onde a aplicação à pistola não pode ser tolerada.

Os rolos consistem em duas partes: uma armação (eixo central ligado a um cabo) e uma cobertura. A
cobertura é a parte que aplica a tinta e pode variar no diâmetro, comprimento, tipo de tecido e
comprimento das fibras.
Aplicação por Pistolas de Pintura

Actualmente as pinturas em obra são realizadas


frequentemente com recurso a pistolas de pintura, sobretudo
para pintura de paredes. Existem diferentes tecnologias de
aplicação de tintas além da pistola convencional de
alimentação por pressão, como sejam a “pistola sem ar”, a
“pistola de alto volume e baixa pressão”, entre outras.

• Pistola de alimentação por aspiração


A tinta está contida num reservatório que se encontra ligado
à pistola; esta contém um tubo mergulhado até à base do
reservatório, que funciona por aspiração. É um tipo de
equipamento (figura 23) que se usa apenas quando se
pretende realizar trabalhos de curta duração e extensão,
visto que o reservatório tem capacidade reduzida.
• Pistola de alimentação por gravidade

É um tipo de equipamento usado, à


semelhança do anterior, quando se está
perante trabalhos de curta duração, onde a
quantidade de tinta a utilizar seja igualmente
reduzida. Apresenta a vantagem de permitir
que sejam usadas tintas mais espessas. Neste
caso o depósito de tinta encontra-se na parte
superior da pistola, como pode ver-se na
figura 24
• Pistola de alimentação por pressão

recorre-se a este tipo de equipamento quando a


extensão da pintura a realizar obriga a que o
reservatório tenha um volume superior a 1 litro
(ver figura 25), visto que o peso dificultaria a
capacidade de manobra ao executante. Assim,
neste caso, ter-se-á um reservatório de maior
volume assente no chão, com líquido sob pressão,
que contém um tubo de alimentação ligado
directamente à pistola.
Modo de execução

Qualquer trabalho, e a pintura não é excepção, deverá ser realizado seguindo uma
metodologia definida, de modo a evitar qualquer tipo de erro de execução.

No caso de trabalhos de pintura, devem observar-se alguns cuidados consoante se


trate da pintura de uma divisão interior ou do exterior de um edifício.

Interiores
Assim, deverá iniciar-se a pintura pelo tecto da divisão,
nomeadamente começando pelas extremidades, que fazem
fronteira com as paredes. Nesta fase deverá ser utilizado um
pincel de tamanho reduzido. A restante superfície do tecto deverá
ser pintada recorrendo a um rolo, preferencialmente encaixado
numa vara extensível, de forma a permitir que a execução seja
rápida, visto que no caso de se usar um escadote, o tempo de
execução seria muito superior devido à necessidade de o mover
constantemente. Quando for necessário retocar alguma parte que
tenha ficado menos bem pintada, o executante deverá ser rápido
o suficiente para que a tinta nessa zona ainda esteja húmida, de
forma a evitar sobreposição de camadas. Deverá também deixar
secar por completo a tinta antes de aplicar próxima demão.
Exteriores
Em termos gerais, o modo de execução das pinturas de paredes
em exterior, não será muito distinto do usado para as paredes
interiores. Há que ter especial atenção ao facto do executante não
poder criar as condições ambientais envolventes necessárias, de
forma artificial como para o interior, visto que estas irão depender
das condições meteorológicas no local. Nunca realizar uma
pintura exterior se as condições não forem propícias,
nomeadamente no que diz respeito à temperatura, vento ou chuva.

As tintas para exterior, caracterizam-se por manterem a cor


original, visto que têm maior resistência aos raios UV e à
intempérie, por acompanhar dilatações e contracções dos
materiais e pela maior resistência ao aparecimento de fungos e
algas.
Segurança

Equipamentos de protecção individual (EPI)

Um equipamentos de proteção individual (EPI) é,


segundo o decreto-lei nº 348/93, “Todo o equipamento,
bem como qualquer complemento ou acessório,
destinado a ser utilizado pelo trabalhador para se
proteger dos riscos, para a sua segurança e para a sua
saúde.” Portanto, a utilização de um EPI tem por
objectivo proteger o trabalhador das agressões externas
que são geradas no desempenho de uma determinada
actividade laboral, ou seja, os EPI’s destinam-se a
proteger o trabalhador contra riscos ambientais,
acidentes e efeitos prejudiciais à saúde, que podem
manifestar-se a curto ou a longo prazo.
• Protecção dos olhos e da face

O uso de equipamentos de proteção para os olhos e face em


trabalhos de pintura, consiste na utilização de óculos e viseiras com
o objectivo de proteger essas zonas da acção de gases irritantes para
os olhos e evitar lesões.

• Protecção respiratória

Para realização de trabalhos de pintura, onde existe o perigo de


aspiração e/ou inalação de substâncias perigosas, devem usar-se
máscaras, com ou sem filtro, para proteger as vias respiratórias de
produtos químicos e também de poeiras, no caso da realização de
um processo de raspagem ou lixagem

• Protecção da pele
É essencial proteger a pele dos materiais nocivos que a podem
lesar, sendo obrigatório usar luvas, roupas e calçado apropriado.
Em trabalhos de pintura, a pele das mãos é muito exposta, pelo que
devem ser usadas luvas adequadas ao trabalho que se vai realizar,
ou seja, devem proteger as mãos contra a ação de produtos
químicos, como solventes, decapantes, etc.
Patologias em revestimentos por pintura

Patologias são defeitos que ocorrem nas pinturas ou em outras fases das construções,
novas ou velhas, por acção de agentes externos, erros de aplicação/construção ou
inadequação dos materiais aplicados.

No caso de patologias em revestimentos por pintura, são defeitos ou anomalias que


surgem nas superfícies sobre as quais foram aplicados esquemas de pintura.

As patologias podem ocorrer em diversas fases do processo, que podem ir da


armazenagem da tinta, à sua aplicação ou à fase da vida útil. Como resultado das
patologias, aparecem defeitos que, de acordo com a altura em que ocorrem, podem
classificar-se em:
• Defeitos de curto prazo ou imediatos: resultam de patologias que aparecem
durante a fase de aplicação da tinta, ou num curto espaço de tempo após ser
finalizada a aplicação.

• Defeitos de médio prazo: resultam de patologias que ocorrem entre o período de


recepção da obra e o final do “prazo de garantia” da mesma (de 5 anos).

• Defeitos de longo prazo: são decorrentes do envelhecimento das superfícies ao


longo dos anos, principalmente por acção de agentes atmosféricos adversos, que
originam o aparecimento de patologias. Em geral, ocorrem depois do período de
5 anos.

• Defeitos inesperados: resultam de situações imprevistas.


Principais causas
Quando se abordam as patologias em superfícies que foram sujeitas a um esquema de pintura, é
necessário ponderar os diversos factores que podem contribuir para o seu aparecimento. As patologias
podem estar relacionadas com diferentes factores, que seguidamente serão descritos:

 A selecção dos materiais


Para proteger o substrato devem usar-se materiais de pintura adequados e compatíveis, que resistam à
deterioração causada pelas condições de exposição. Não existe nenhum revestimento que proteja todos
os tipos de substratos em todas as condições de exposição.

 A formulação da tinta
Durante o processo de fabrico, os componentes de uma tinta devem ser misturados em várias proporções
e numa dada sequência. O não cumprimento das instruções traduz-se num problema de qualidade da
tinta que pode conduzir a defeitos, embora estes sejam diferentes nas tintas orgânicas e inorgânicas:

• Tintas orgânicas – os defeitos são devidos a alterações na formulação, às matérias-primas, proporções


inadequadas, mistura insuficiente e outros pro cessos de fabrico.

• Tintas inorgânicas - os defeitos são causados principalmente pelos veículos metálicos usados na sua
composição.
 Aderência da tinta

Os defeitos de aderência são numerosos e podem ser catastróficos. Uma das razões mais comuns é
pintar sobre um substrato contaminado com, por exemplo, sais solúveis que promovem
empolamento quando a humidade ou o vapor gasoso passam através de películas semi-permeáveis.

 Tipo de substrato
Existem vários tipos de superfície de substratos com diferentes características, como a densidade,
porosidade e reactividade química, devendo assegurar-se a adequada preparação da superfície que
serve de base e os seus possíveis defeitos. Por exemplo, o betão tem uma superfície não uniforme e
não é um material muito denso, é poroso e muito reactivo. Por outro lado, o aço é muito denso, não
poroso e menos reactivo do que os outros substratos. Esta comparação simples ilustra as diferenças
entre os tipos de substrato.
No caso da alvenaria rebocada e do betão, a perda de aderência, empolamento ou destacamento da
camada de revestimento ocorrem devido a:

 Reacções químicas e elevado teor de humidade;


 Formação de sais de cálcio sob a película;
 Bicos de alfinete, ar e água na superfície do substrato;
 Transmissão de água através do substrato.

Estas patologias aparecem essencialmente devido a defeitos de construção.


 A aplicação

Os métodos de aplicação são a causa mais frequente relacionada com defeitos de


pinturas, pelo que existe um conjunto de cuidados indispensáveis para garantir a
eficiência e a qualidade do processo, relacionados com a selecção dos materiais ou
com a sua formulação, mas também, e principalmente, de origem humana.

 Projecto da estrutura
Numerosos defeitos ocorrem devido a problemas provocados por zonas angulosas
de difícil acesso presentes nos edifícios e às suas dificuldades inerentes, visto que
por vezes, quem desenha uma estrutura, não prevê as operações de revestimento.
Contudo, com uma selecção adequada de materiais e técnica de aplicação,
conseguem ultrapassar-se alguns destes problemas.

 Forças exteriores
Alguns ambientes particularmente agressivos (ex.: abrasão, erosão ambientes
químicos) a que o revestimento pode estar sujeito, poderão ser a principal causa de
falha. São frequentes os ambientes de água corrente que contêm várias
concentrações de sais dissolvidos e fluxos de água contendo materiais abrasivos,
como partículas de areia.
Patologias consoante as fases em que podem ocorrer

Como foi já referido, os defeitos que surgem depois da execução de um esquema de pintura podem
ser causados por factores de natureza diversa. As patologias daí decorrentes podem ter origem em 3
momentos principais:

 durante a armazenagem da tinta ainda em lata,


 durante a aplicação
 durante a fase de exposição das superfícies pintadas.

Patologias durante a armazenagem da tinta

Ao serem disponibilizados para o mercado, os materiais de pintura devem ter a


qualidade garantida pelo fabricante, mediante um certificado de cumprimento das
especificações, decorrente de ensaios de controlo da qualidade. Entre o fabrico e a
utilização, decorre um período de armazenagem das tintas, durante o qual podem
aparecer diversos defeitos.
Patologias na fase de aplicação

Algumas ocorrências durante a fase de aplicação e secagem das tintas, podem


também conduzir ao aparecimento de defeitos, tanto no interior como no exterior.
Serão abordadas, em seguida, algumas dessas patologias e as respectivas causas e
soluções.

Patologias na fase de vida útil

As paredes exteriores da maior parte dos edifícios estão permanentemente


expostas a condições ambientais variáveis, que constituem um factor adverso para
a resistência dos seus acabamentos, particularmente no que se refere aos
revestimentos por pintura. Ainda assim, existem determinadas actividades que se
desenvolvem no interior dos edifícios que contribuem grandemente para a
degradação das pinturas em paredes internas.

Deste modo, é possível distinguir anomalias características das superfícies


exteriores, bem como das superfícies interiores.
OBRIGADO
PELA
ATENÇÃO

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