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INTRODUÇÃO

No vasto território da química, a solubilidade e a recristalização são fenômenos essenciais,


oferecendo uma visão muito ampla do que ocorre entre soluções.

A solubilidade, descreve a habilidade de uma substância, o soluto, de se dissolver em outra, o


solvente, formando uma mistura homogênea. Esta interação dinâmica é fortemente
influenciada pela polaridade molecular das espécies envolvidas. Moléculas polares
frequentemente interagem mais eficazmente com solventes polares, enquanto substâncias
apolares mostram maior afinidade por ambientes não polares. Essa dicotomia reflete a
importância da distribuição de cargas elétricas nas moléculas na determinação da solubilidade.
As forças intermoleculares, como pontes de hidrogênio, forças dipolo-dipolo e forças de
dispersão, também desempenham um papel crucial nesse cenário. Essas interações moldam a
dinâmica entre as moléculas, influenciando a dissolução ou a separação das substâncias no
processo de solubilização. Compreender a natureza e a intensidade dessas forças é essencial
para antecipar e explicar os comportamentos observados nas soluções.
No contexto da recristalização, trata-se de um processo que envolve a dissolução controlada
de um sólido em um solvente adequado, seguida pela regeneração do composto em condições
controladas para formar cristais mais puros. Este método aproveita as interações entre as
moléculas, equilibrando cuidadosamente a solubilidade e as forças intermoleculares. No
âmago desse procedimento está a relação crítica com a polaridade molecular. A capacidade de
uma substância se dissolver em um solvente específico depende, em grande parte, da natureza
polar ou apolar das moléculas envolvidas. Moléculas polares têm maior afinidade por
solventes polares, facilitando a dissolução, enquanto substâncias apolares preferem ambientes
não polares.

As forças intermoleculares, como as pontes de hidrogênio, forças dipolo-dipolo e forças de


dispersão, são os fios invisíveis que tecem a trama da recristalização. Durante o processo de
dissolução e recristalização, essas forças influenciam as interações moleculares, permitindo a
separação seletiva de impurezas e a regeneração de cristais mais puros.
A compreensão aprofundada da solubilidade e recristalização não só aprimora nosso
entendimento dos princípios químicos fundamentais, mas também abre portas para aplicações
cruciais em setores como a indústria farmacêutica, a produção de materiais avançados e a
pesquisa científica.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A) Solubilidade:

Parte 1- Pares de Solventes miscíveis e imiscíveis

Para que o processo fosse iniciado adicionou-se em um tubo de ensaio seco 1 ml de água e
1 ml de um dos solventes listados na tabela ao final. Após isso, agitou-se o tubo por alguns
segundos para determinar se os líquidos são miscíveis (uma fase), parcialmente miscíveis
(modificação dos volumes nas fases) ou imiscíveis (duas fases). Posteriormente, repetiu-se
o procedimento para os demais solventes da tabela e por fim refez-se a análise de
solubilidade substituindo a água por hexano.

SOLVENTES
Acetona (C3H6O2)
Acetato de Etila (C4H8O2)
Hexano (C6H14)

Parte 2- Miscibilidade de álcoois

Inicia-se adicionando em um tubo de ensaio seco 1 ml de água e 1 ml de um dos álcoois


listados na tabela apresentada ao final. A seguir, agitou-se o tubo por alguns segundos
para determinar se os líquidos são miscíveis, parcialmente miscíveis ou imiscíveis.
Subsequentemente, repetiu-se o procedimento para o outro álcool da tabela e para
concluir o procedimento refez-se as análises de solubilidade substituindo água por hexano.

ÁLCOOIS
Etanol (C2H6O)
Octan-1-ol (C8H18O)

B) Recristalização:

Para que o processo fosse iniciado analisou-se a solubilidade em cinco tubos de ensaio (0,03g
de amostra por 1 ml de solvente) da amostra de ácido salicílico nos seguintes solventes: água,
etanol, acetona, acetato de etila e hexano. O solvente em que a amostra foi solúvel descartou-
se do procedimento, já o solvente em que a amostra não foi solúvel em frio passou pelo
aquecimento próximo ao ponto de ebulição no banho Maria com um béquer de 250ml. Se a
amostra não foi solúvel nem mesmo a quente, pode ser descartada junto ao solvente, mas se a
mesma for solúvel a quente, o solvente será utilizado na recristalização do composto. Feito
isso, foi pesado 1,5g da amostra a ser recristalizada num béquer A de 100ml e adicionou-se

70ml deste solvente em um outro béquer (B) de 100ml. Aqueceu-se o solvente do béquer B
até a ebulição e verteu-se 30ml do solvente quente no béquer A. Após essa execução,
manteve-se a solução sob aquecimento adicionando mais solvente quente minimamente até a
dissolução do sólido (Imagem 1). Posteriormente a dissolução, foi filtrada a solução a quente
num funil simples previamente aquecido com papel pregueado de filtração rápida em um
béquer de 100ml (imagem 2), deixando depois o que foi filtrado resfriar naturalmente. Em
seguida, o filtrado ficou sendo resfriado em banho de gelo até atingir a cristalização da

solução. Após a cristalização, a água-mãe contém impurezas solúveis, juntamente com parte
do material de interesse dissolvido. Para eliminar a água mãe (líquido residual que permanece
após a cristalização) fez-se uma filtração à vácuo do material resfriado (Imagem 3). Os cristais
ficaram retidos no papel de filtro e a água-mãe é removida. Para efetuar a filtração a vácuo
utilizou-se um kitassato com funil de Buchner e como fonte de vácuo utilizou-se uma bomba
de vácuo. Ao final levou-se os cristais enrolados no papel toalha ao dessecador para que a
amostra do composto orgânico fosse seco.
Imagem 1: Dissolução do sólido

Imagem 2: Filtração a quente

Imagem 3: Filtração a vácuo

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