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Propriedades físico- químicas das

soluções

Umuarama, 13 de Outubro de 2016


1. Sistemas dispersos

Sistema de duas ou mais fases, sendo


uma contínua e as demais formadas por
porções separadas, distribuídas
uniformemente no seio da primeira.

Ex. sangue, tendo como fase contínua,


ou dispersante, a água plasmática, e
como dispersos uma infinidade de
elementos cujas unidades
morfológicas apresentam dimensões
que variam desde o nível de
moléculas pequenas até o dos
elementos figurados.
- Quando as partículas dispersas têm diâmetros
compreendidos entre 10-7 a 10-4 cm

Coloidal(região de dois extremos)


- Diâmetros são maiores: Dispersões grosseiras

- Diâmetros são menores: Soluções

Ex. sangue é uma dispersão complexa ou mista.


l O que define o tamanho das partículas dispersas?

Propriedades ópticas, a cinética das partículas, os


fenômenos de superfície, tais como adsorção e/ou
formação de camadas elétricas na interface
dispersante-disperso, a permeabilidade através de
membranas e a velocidade de sedimentação, quando
sujeitas a ação de efeitos centrífugos.

• E os comportamentos diversos?

relacionada aos limites apresentados acima para o


diâmetro das mesmas.
O EFEITO TYNDAL

O efeito Tyndall é um efeito óptico de espalhamento ou dispersão da luz


provocado por partículas de uma dispersão coloidal. Isto quer dizer que as
partículas de poeira,por exemplo, suspensas no ar podem ser visíveis através d
uma réstia de luz que atravessa as árvores.
2. Propriedades Físico – química

“ A físico-química é o estudo do mundo molecular


em si mesmo e a interpretação das propriedades e
comportamento de sistemas macroscópicos em função
das propriedades e comportamento das moléculas”
Gordon M. Barrow.
1. Soluções

1.a) Homogêneas
2. b) Heterogênas

A água pura não existe naturalmente, mas sim repleta de íons, gases e
minerais dissolvidos. Na prática, a maioria das substâncias são soluções na
natureza (o mar, por exemplo), processos vitais (fluidos corporais em
todas as formas de vida, lágrimas, suor, sangue) e nos processos
industriais, na produção do aço ou dos semicondutores tipo-n e tipo-p.
Substância pura: substância com composição característica e definida, com
um conjunto definido de propriedades, exemplos: água, ferro (Fe), sal (NaCl),
açúcar comestível, oxigênio (O2).

Mistura: são duas ou mais substâncias diferentes juntas em um mesmo


sistema*. As misturas podem ser classificadas em homogêneas (soluções) e
heterogêneas. As propriedades de uma mistura são uma combinação das
propriedades dos seus componentes. Para misturas heterogêneas as
propriedades são uma combinação das propriedades das substancias
individuais. Existe um método comum de laboratório para identificar uma
solução de uma mistura heterogênea, este baseia-se na medida da
temperatura de mudança de fase
Figura 1. Curvas de aquecimento e ponto de fusão para (a) uma mistura
heterogênea de dois componentes e (b) uma solução de dois componentes.
Fase: região distinta em um sistema, na qual todas as propriedades são as
mesmas. A visualização das fases pode ser feita a olho nu ou através de
microscópio. Estados físicos diferentes caracterizam fases diferentes.

Solução: mistura homogênea de substâncias puras (átomos, moléculas, íons)


na qual não há precipitação. Soluções são misturas homogêneas porque nelas
ocorre ligação a nível molecular ou atômico entre as substâncias envolvidas,
não apresentando fases diferentes como as misturas heterogêneas. Suas
propriedades físicas e químicas podem não estar relacionadas com aquelas das
substâncias originais, diferentemente das propriedades de misturas
heterogêneas que são combinações das propriedades das substâncias
individuais. As soluções incluem diversas combinações em que um sólido, um
líquido ou um gás atua como dissolvente (solvente) ou soluto.
Solvente: substância presente em maior quantidade em uma solução, por
meio da qual as partículas do(s) soluto(s) são preferencialmente dispersas. É
muito comum a utilização da água como solvente, originando soluções
aquosas.

Soluto: substância(s) presente(s) em menor quantidade em uma solução. Por


exemplo, ao se preparar uma xícara de café solúvel, temos como soluto o café
e o açúcar e como solvente a água quente.
Concentração do soluto: é a proporção entre soluto e solvente em uma
solução. A composição de uma solução é expressa pela concentração de um ou
mais de seus componentes
Soluções concentradas e diluídas: são indicações qualitativas da proporção
entre o soluto e o solvente na solução. É incorreto dizer que uma solução é forte
ou fraca, pois estes termos apresentam outros significados em química indicando
a força de eletrólitos.
Solução saturada**: é aquela que, ao se ir adicionando um soluto sólido a um
solvente, atinge o ponto de equilíbrio que é quando não há mais condições de
dissolução desse soluto.
Solução insaturada**: é aquela que tem uma concentração de soluto menor
do que a de uma solução saturada, podendo ainda dissolver soluto adicional
até se tornar uma solução saturada.

Solução supersaturada**: é aquela que tem uma concentração de soluto


maior do que a de uma solução saturada. É uma solução instável, não havendo
equilíbrio de solubilidade e seu soluto tende a cristalizar-se. Esta situação é
possível quando uma solução saturada sob certas condições é colocada em
condições diferentes de temperatura nas quais o soluto é menos solúvel,
retendo assim mais soluto do que reteria na temperatura original.

Solubilidade: solubilidade do soluto é a quantidade necessária para formar


uma solução saturada numa dada quantidade de solvente.
2. Tipos de Soluções
3. Solubilidade
a) Solubilidade de líquidos em líquidos

Exemplo: em uma solução formada entre benzeno (C6H6) e tetracloreto


de carbono (CCl4), ambas as espécies são apolares; portanto, experimentam apenas
forças de London relativamente fracas. Assim, a intensidade das forças atrativas entre
pares de moléculas de benzeno e entre pares de moléculas de tetracloreto de
carbono são, praticamente, de mesma intensidade que entre moléculas de benzeno
e tetracloreto de carbono. Por essa razão, moléculas de benzeno podem substituir,
com facilidade, moléculas de CCl4 em solução; em consequência, estas duas
substâncias são completamente miscíveis (solúveis em todas as proporções).
Substâncias que são apenas parcialmente solúveis entre si:
b) Solubilidade de sólidos em líquidos

Os solutos muito polares e os sólidos iônicos não são solúveis em solventes


apolares.

O NaCl é solúvel em água, mas não em gasolina, que é uma mistura de


hidrocarbonetos (compostos contendo apenas C e H) apolares.

Quando uma substância iônica se dissolve em água, os íons adjacentes no


sólido tornam-se separados e são cercados por moléculas de água.
“semelhante dissolve semelhante”

Substâncias apolares são solúveis em solventes apolares, enquanto que


compostos polares ou iônicos se dissolvem em solventes polares.

c) O mecanismo de dissolução em soluções de líquidos em líquidos

SOLUTO - SOLVENTE Processo Exotérmicos

Ex. Acetona e água


Processo endortérmico

Ex. Etanol e um hidrocarboneto tal como o hexano. As moléculas


apolares de hexano penetram entre as moléculas de etanol ligadas
por pontes de hidrogênio, destruindo, efetivamente, estas pontes.
Esse processo absorve energia e a solução torna-se fria.
d) O mecanismo de dissolução em soluções de sólidos
em líquidos
Podemos abordar a energia envolvida na dissolução de um sólido em um
líquido da mesma forma que o fizemos para um líquido em um líquido.

Ex.: Dissolução de Kl em água

A primeira etapa envolve a separação dos íons

Fornecimento de energia – Processo endotérmico


Etapa de hidratação
e) Fatores que influenciam na solubilidade 02/02/16

Vários fatores afetam a quantidade de soluto que pode ser dissolvida em um


solvente. Logicamente, a natureza de ambos é fator crucial no processo de
dissolução do soluto, mas também a temperatura, a pressão, o tamanho das
partículas afetam a velocidade na qual um soluto se dissolve.

Agitação: Verifica-se, por exemplo, que os cristais de NaCl em água


desaparecem mais rapidamente quando a solução é agitada. Isso ocorre
porque a agitação da solução possibilita que partes novas de solvente fresco
entrem em contato com o soluto. Outro exemplo semelhante seria a
dissolução do açúcar no café
Temperatura: Este fator influencia na velocidade na qual o soluto se dissolve
porque a energia cinética das moléculas, a frequência e a força de suas
colisões com os cristais da superfície das partículas de soluto são maiores em
temperaturas mais elevadas. Em geral, a solubilidade da maioria das
substâncias sólidas e líquidas em um solvente líquido aumenta com o
aumento da temperatura.
- Para gases em líquidos tem-se observado o comportamento oposto (uma
consequência adversa é a poluição térmica de rios e lagos provocada pelo
despejo de dejetos industriais quentes das usinas nucleares ou plantas de
processos, já que o aumento da T da água é inadequada para ávida aquática );
- Sólidos em líquidos, a solubilidade aumenta com a temperatura;
- Gases em sólidos ou líquidos, a solubilidade diminui quando se aumenta a
temperatura (exemplo: garrafa de refrigerante quente). Ex. Água fervendo,
Refrigerante aberto na geladeira.

A concentração de oxigênio dissolvido, que é imperativo para a vida aquática,


decresce nos meses de verão, em comparação com análises semelhantes
realizadas durante os meses de inverno – desde que todas as outras condições
sejam as mesmas, naturalmente. A solubilidade de O2 diminui em 22% com o
aumento da T, assim a 25°C a solubilidade de O2 é 0,00045g/L e a 50°C é 0,
00035g/L.
- Pressão: A pressão, em geral, tem muito pouco efeito sobre a solubilidade de
líquidos ou sólidos em solventes líquidos. A solubilidade de gases, todavia,
sempre aumenta com o aumento da pressão. Ex. Bebidas gaseificadas são
engarrafadas a alta pressão; mal estar da descompressão quando alguém esta no
fundo de um lago e volta repentinamente para a superfície.
- Pressão sobre a solubilidade de um gás

Efeito da pressão sobre a solubilidade de um gás: (a) há um equilíbrio entre o gás e


a sua solução; (b) o equilíbrio é perturbado; (c) o equilíbrio é restabelecido para
dissolução de mais gás.
O comportamento da solubilidade de gases com relação à pressão também
pode ser explicado facilmente em termos do princípio de Lê Châtelier.

soluto (g) + solvente (l) « solução (l)

Se a pressão for aumentada, o princípio de Lê Châtelier nos diz que o sistema


responderá de modo a fazer com que a pressão seja reduzida a um valor
próximo de seu valor inicial. Isso poderá ocorrer se mais gás for dissolvido, pois,
assim, existirão menos moléculas na fase gasosa a exercer pressão.

Lei de Henry - concentração do soluto gasoso na solução:

Dg=hgpg
Onde: pg = Pressão parcial sobre o gás;
hg= Constante de proporcionalidade de Henry

*Exemplo no quadro.
Esta relação permite-nos calcular a solubilidade de um gás a uma
dada pressão, desde que conheçamos sua solubilidade a alguma
outra pressão. Realmente, a lei de Henry só é precisa para
concentrações e pressões relativamente baixas e para gases que
não reajam significativamente com o solvente.
f) Soluções saturadas, insaturadas e supersaturadas

Exemplo de soluções supersaturadas: as nuvens são supersaturadas com


umidade. Pulverizando finas partículas de iodeto de prata, induz-se a
precipitação de H2O.
g) Propriedades das soluções

A mudança do ponto de ebulição depende mais do número de


partículas do que do tamanho delas e que compostos iônicos
tornam-se íons em solução.
Ponto de congelamento: O ponto de congelamento da solução é menor que o
da água pura.

Exemplo: álcool ou outro anticongelante é adicionado à água do radiador do


carro.

Quando 1 mol do soluto é dissolvido em 1 litro de água, a temperatura de


congelamento diminui 1,86 0C. Aqui, novamente as substâncias iônicas
dobram a diminuição de temperatura (2 x 1,860C). Assim, CaCl2 poderia ser
mais efetivo que álcool como anticongelante nos carros (mas é corrosivo).
h) Unidades de concentração

- Fração molar;
- Porcentagem molar;
- Molaridade;
- Molalidade;
- Partes por milhão (ppm);
- Normalidade
Fração molar

A fração molar X de um componente em solução é a razão do número de


mols daquele componente pelo número total de mols de todos os componentes.
Sendo n o número de mols, tem-se:
Porcentagem molar

Indica o número de mols de um componente expresso como uma


porcentagem de número total de mols presentes:
Molaridade

Molaridade ou concentração molar é o número de mols do soluto dissolvido


por litro de solução. Se nA representa o número de mols do soluto A e V
representa o volume da solução em litros, então:

A molaridade é expressa em M que seria a abreviação de mol/L. Uma


solução cujo resultado seja, por exemplo, 0,35 mol/L, é uma solução 0,35
M, sendo lida como “0,35 molar”.
Molalidade

Molalidade é o número de mols de soluto dissolvido por quilograma de


solvente. Assim, a molalidade do soluto A em solução com o solvente B é:

onde nA é o número de mols do soluto A e mB é a massa de solvente B em


kg. Uma solução contendo 2mol/kg diz-se 2 molal e escreve-se 2m.
Partes por milhão (ppm)

Unidade conveniente para expressar a concentração de substâncias


extremamente diluídas, como por exemplo, os contaminantes do ar. É a
relação entre a massa de soluto e a massa da solução em gramas,
multiplicada por 1000000, ou seja:

onde mA representa a massa do soluto A em gramas e m a massa da solução.


Normalidade

A normalidade de uma solução é definida como sendo o número de


equivalentes-gramas do soluto em 1 litro de solução. É uma unidade
geralmente utilizada para certos cálculos de análise quantitativa. A
normalidade de uma solução pode ser expressa por:

mA massa do soluto em gramas, PeqA é o equivalente de soluto, que é a massa


de um mol de soluto* (mmA) por sua valência e V é o volume da solução em
litros, ou seja:

A valência depende do tipo da substância:


· ácidos: é o número de H ácidos que possuem
· bases: é o número de grupos OH ácidos que contém
· sais: calcula-se multiplicando o índice do cátion ou do ânion pela valência
respectiva
Propriedades físico-químicas de soluções
aquosas – Aula 03/02
• Densidade;
• Tensão superficial;
• PH;
• Índice de refração;
• Condutividade.
Hiperclorito de sódio: Bactericida, desodorizante e solvente de tecido
– Odontologia

Propriedade Substância
NaClO 0,5% NaClO 1,0% NaClO 2,5% NaClO 5,0%
Densidade (g/cm3) 1.00 1.04 1.06 1.09
Tensão superficial 74.3 75.0 75.7 73.8
(dinas/cm)
pH 11.98 12.60 12.65 12.89
Viscosidade (centipoise) 0.956 0.986 1.073 1.110
Capacidade de 2 hrs. 20 min. 1 hrs. 27 min. 1 hrs. 23 min. 18 min.
umectação (tempo)
Condutividade 26.0 65.5 88.0 127.5
(miliSiemens)

GUERISOLI, D.M.Z.; SILVA, R.S.; PÉCORA, J.D. Evaluation of some physico-chemical properties of different concentrations of sodium
hypochlorite solutions. Braz. Endod. J. 3(2): 21-3, 1998.
Densidade (d=m/ V) – Unidade: g/L, g/mL,g/cm3
mede o grau de compacidade desta substância. Com o aumento da
temperatura da substância, a sua densidade decresce, em geral.

Densidade de uma solução d= (m1 + m2)/ (V1 + V2)


Exemplo) Qual é a massa em gramas presente em 100 mL de uma
solução que apresenta uma densidade igual a 1,19 g/cm3?
Dados do exercício:
d = 1,19 g/cm3
V = 100 mL
m=?
Ex. 1) Foram preparados 200 mL de uma solução dissolvendo-se 2 gramas de um sal em
200 gramas de água. Calcule a densidade dessa solução em g/L. (R: d = 1010 g/L)
Dados do exercício:
d = ? g/L
V = 200 mL ou 0,2 L (dividindo os 200 por 1000)
m1 = 2 g
m2 = 200 g
Ex.2) 520 mL de uma solução aquosa foram preparados pela adição de certa massa de
KOH em 300 mL de água. Determine a massa de soluto presente nessa solução. Dados:
densidade da solução igual a 1,50 g/mL; densidade da água igual a 1,0 g/mL. (R: m1=
480g) Dados do exercício:
d = 1,50 g/mL
V = 520 mL ; m1 = ?
d2 = 1 g/mL
V2 = 300 mL
A tensão superficial depende da natureza
da substância em contato e da
temperatura.

Para uma membrana


superficial retirar o 2. Ex. Leite
no copo

Ex. Filme de sabão


A viscosidade é uma medida da resistência ao fluxo. (Aula: 10/02)
Em um gás, as moléculas estão em média longe umas das outras e as
forças de atração não são
efetivas. Assim, a viscosidade não vem do atrito interno, mas da
transferência de “momentum” (quantidade de movimento) entre
camadas adjacentes, que se movem com velocidade relativa.

A viscosidade vem do atrito entre camadas adjacentes, nas quais o


líquido se divide ao escoar.
Indíce de refração

Desvio que a luz sofre quando passa de um meio para outro, depende
da velocidade da luz nos dois meios. A grandeza física que relaciona as
velocidades nos dois meios, é o índice de refração relativo (n21), que é
definido como sendo a razão entre a velocidade da luz no primeiro
meio (v1) e a velocidade da luz no segundo meio (v2):

n21 = v1 / v2

Quando o primeiro meio é o vácuo (v1 = c), o índice de refração que


relaciona a velocidade da luz no vácuo com a velocidade em outro meio
(v), é denominado índice de refração absoluto (n):

n = c /v
A velocidade da luz no vácuo é c = 3x 108 m/s e em outro meio
qualquer é menor do que este valor. Conseqüentemente, o valor do
índice de refração em qualquer meio, exceto o vácuo, é sempre
maior que a unidade (n > 1).
Exemplo: A velocidade da luz no vidro é v = 2x108 m/s. O índice de
refração do vidro será:
nvidro = c / v = 3x108 / 2x108 = 1,5

Meio material Índice de refração (n)


ar 1,00
água 1,33
vidro 1,50
glicerina 1,90
álcool etílico 1,36
diamante 2,42
acrílico 1,49

Indice de refração relativo


Como v1 = c / n1 e v2 = c / n2, substituindo , obtemos:
n21 = v1 / v2 = (c / n1) / c / n2) = n2 / n1
O índice de refração relativo (n21) é o quociente entre
os índices de refração do meio (2) e do meio (1).
A lei de Snell - Descartes relaciona os ângulos de incidência e refração
com os índices de refração.
Refração de um raio quando passa de um meio (1) menos refringente para uma
meio (2), mais refringente.

Enunciado da lei de Snell Descartes:

sen θ 1 / sen θ 2 = n21 = n2 / n1

Conclusão: Quando o meio 2 for mais refringente que o meio 1 (n2 > n1), o raio
refratado se aproxima mais da normal no meio 2, ou seja, θ 2 < θ
Exemplo) Mediu-se o módulo da velocidade da luz amarela de sódio propagando-
se num sólido e obteve-se o valor 2,00 . 108m/s. Qual o índice de refração
absoluto desse sólido, para a luz de sódio? Usar velocidade da luz no vácuo igual a
3,00 . 108m/s.
Ex.1) Quando um feixe de luz monocromático sofre uma mudança de meio,
passando do ar para a água, a grandeza que se mantém sempre constante é:
a) o comprimento de onda
b) a velocidade de propagação
c) a intensidade do feixe
d) a direção de propagação
e) a freqüência

Ex.2) Um feixe de luz que vem se propagando no ar incide em uma placa de


acrílico com um ângulo de 45° em relação à normal. O índice de refração do
ar é igual a 1,00 e o índice de refração do acrílico é igual a 1,40.
a) Responder, sem realizar nenhum cálculo, se o
raio que se desloca no vidro se aproxima ou se
afasta da reta normal.
b) Calcular o ângulo de refração.
c) Desenhar a situação descrita no problema.
Ex. 3) Um feixe de luz se propaga em um meio com índice
de refração igual a 2,00 e incide em uma interface com um
ângulo de 30° em relação à reta normal. O índice de refração
do meio onde o raio de luz penetra após passar pela
interface é 1,15.
a) Responda, sem realizar nenhum cálculo, se o raio se
aproxima ou se afasta da reta normal após passar pela
interface.
b) Calcule o ângulo de refração.
c) Desenhe a situação descrita no problema.
Condutividade
A manifestação da eletricidade ligada á matéria, tem a ver com a
propriedade de conduzir corrente elétrica de determinado material:
a condutividade elétrica que, por sua vez, difere de um material para
outro. Alguns materiais são bons condutores elétricos, outros não.

COMPOSTOS IÔNICOS e MOLECULARES: Sólidos, líquidos e soluções aquosas

só haverá condução de eletricidade no caso dos materiais em solução


aquosa, e ainda assim naquelas soluções nas quais vai poder observar a
existência de partículas eletricamente carregadas, responsáveis pela
condução elétrica.
Bioeletricidade e potenciais de ação

- As células apresentam diferença de potencial (ddp) dos dois lados da


membrana (interno e externo).
- A origem dessa ddp é uma concentração heterogônea de íons,
principalmente Na+, K+, Cl- e HPO4-3.

- Definição:
A Bioeletricidade ou Bioeletromagnetismo (algumas vezes também chamado
de biomagnetismo) refere-se à voltagem estática de células biológicas e às
correntes elétricas que fluem em tecidos vivos, tal como nervos e músculos,
em consequência de potenciais de ação.
Peixe poraquê encontrado na Amazônia
- Poraquê (Electrophorus electricus) é uma espécie de peixe actinopterígio,
gimnotiforme, que pode chegar a 3 m de comprimento, e a cerca de 30 kg,
sendo uma das conhecidas espécies de peixe-elétrico, com capacidade de
geração elétrica que varia de cerca de 300 volts a cerca de 0,5 A a cerca de
1.500 volts a cerca de 3 A.

- As descargas são produzidas por células musculares especiais, modifi


cadas – os eletrócitos, sendo o conjunto deles denominado de
mioeletroplacas. Cada célula nervosa tipica gera um potencial elétrico de
cerca de 0,14 volt. Essas células estão concentradas na cauda, que ocupa
quatro quintos do comprimento geral do peixe.
-
- Elementos básico de fenômenos bioelétricos: o detector, o
amplificador e o analisador.

1) Detectores – são os eletrodos (eletródios) constituídos


por simples hastes metálicas ou por dispositivos mais complexos. Os
eletródios indicados para estudos biofísicos são denominados
impolarizáveis, quer dizer, para recolher os potenciais de corrente, é
necessário o uso de eletródios que não se polarizem. A polarização ocorre
com o acumulo de cargas opostas às que estão sendo medidas, e que
abaixam o potencial verdadeiro. Isso ocorre em biossistemas, pois em
meio líquido sempre há íons positivos e negativos.
O Protoplasma (citoplasma+ nucleoplasma)é um condutor elétrico de
segunda classe. Considerado isoladamente, sua condutividade é baixa.
Estudos comprovam que o valor da continuidade cai pela polarização
que ocorre em consequência da migração dos íons, quando é utilizada a
corrente contínua. Assim, a mensuração da condutividade se faz melhor
com a corrente alternada de alta frequência.
2) Amplificadores – são os componentes cuja função é amplificar a
intensidade do sinal, sem deformá-lo. Os potenciais bioelétricos são de
muito baixa voltagem, podendo ser da ordem de microvolts. Pulsos
elétricos deste potencial não têm suficiente capacidade para acionar os
sistemas analisadores, mesmo eletrônicos. Em eletrobiologia, são usados
amplificadores eletrônicos para correntes diretas (DC) e para alternadas
(AC).

3) Analisadores – são dispositivos cuja finalidade é analisar o sinal


recebido, traduzindo-o para uma linguagem compreensiva ao
pesquisador. Eles se apresentam sob várias características, desde uma
simples lâmpada até o sofisticado computador, passando por
galvanômetros e osciloscópios.
Galvanômetros
Osciloscópios são instrumentos de medida eletrônico que cria
um gráfico bi-dimensional visível de uma ou mais diferenças
de potencial. O eixo horizontal do display normalmente
representa o tempo, tornando o instrumento .til para mostrar
sinais periódicos. O eixo vertical comumente mostra a tensão.
O monitor . constituído por um “ponto” que periodicamente
“varre” a tela da esquerda para a direita.
Potencial elétrico

Potencial elétrico
Campo elétrico (E) e linhas do Campo Elétrico

F= q. E

Unidade: E=N/C

E= V0/d
Denomina-se estímulo a todo e qualquer meio de se fazer desencadear uma
resposta em um sistema biológico. O estímulo é um fator normalmente
existente nos seres vivos. Sua origem é, geralmente, neuro-hormonal.

Ex. batimentos cardíacos e as ondas elétricas cerebrais.

Os estímulos artificiais podem ser de vários tipos: estímulos mecânicos


(picadas, atrito, etc.); químicos (ação de certas substâncias); radiantes
(ações das radiações); gravitacionais (ação da força da gravidade); elétricos
(ação de descargas elétricas). Entre todos estes tipos, a estimulação elétrica
é a que apresenta maior vantagem.
Os estimuladores elétricos são dispositivos eletro-eletrônicos nos quais são
possíveis os controles da intensidade (m A) e da tensão da corrente (m V).
Permitem também a escolha da corrente, se direta ou alternada.
Controlando ainda a forma e a frequência da onda.
Princípio de eletricidade

“Em um sistema eletricamente isolado a carga elétrica é constante, e o valor


da carga elétrica de um corpo é nula ou igual a um múltiplo da carga
elementar”

Carga elementar (e) = 1,6.10-19 C (Ampère/segundo)

Existem dois tipos de carga elétrica, positiva e negativa, e o princípio básico da


interação das cagas elétricas diz que cargas oposta se atraem, cargas iguais se
repelem.
Condutores e isolantes

Materiais que possuem carga elétrica com grande grau de liberdade de


movimento, onde podemos destacar o GRAFITE e os METAIS como
condutores eletrônicos e GASES IONIZADOS e SOLUÇÕES ELETROLÍTICAS
como condutores iônicos (permitem mobilidades a átomos e moléculas
carregados).

Materiais Isolantes (dielétricos) possuem portadores de carga elétrica que


tem dificuldade de movimento. Alguns materiais, como o silício por
exemplo, tem características intermediárias, assim denominados
semicondutores.
Corrente elétrica - movimento ordenado de elétrons livres no interior de
um condutor metálico.
I = ΔQ/Δt
Onde: I é corrente elétrica, Q é a carga elétrica total e t é o tempo
Unidade: Coulomb/segundo= A
Q= n.e
Se a corrente variar com o tempo, utilizamos:

Lei de Ohm
Densidade de corrente (J)

J = I/A, onde I é a corrente elétrica e A é Área

Exemplo)

Cerca de 106 íons Na+ penetram num célula nervosa, excitada num
intervalo de 1ms, atravessando sua membrana. A área da membrana
celular é aproximadamente 6.10-10m2. Calcule a intensidade de corrente
elétrica I e a densidade média de corrente elétrica através da membrana.

I = 106. 1,6. 10-19 / 10-3 = 1,6. 10-10A

J = 1,6. 10-19 /6.10-10 = 0,27 A/m2


POTENCIAL DE REPOUSO

- Numa célula nervosa ou muscular o potencial de repouso é


sempre negativo, apresentando um valor constante e
característico.
- Variação de -55mV e -110mV - Fibras nervosas e musculares
de animais de sangue quente;
- Variação de – 30mV e – 55mV - Fibras de músculos lisos (vasos
sanguíneos, bexiga, útero, trato gastrointestinal etc)

*Ponteira de eletródio de prata cloreto de prata.


Cálculo do campo elétrico nas regiões de uma célula:

E= 0 Dentro e fora das células Variação do potencial (ΔV) = 0

Na membrana o campo elétrico é:

E = - V0 / d = 70 mV/ 80 0A = 8,8.106N/C Onde d é a espessura da membrana.

A carga de um íon monovalente, como existentes dentro e fora da célula é:

q = 1e = 1,6.10-19C

A força elétrica exercida sobre um desses íons no interior da membrana é:

F= q.E = 1,4. 10-12N Força mais intensa que o peso desses íons.
O Potencial de repouso da membrana dos nervos

A diferença da concentração intracelular e extracelular de substâncias e


íons através da membrana plasmática pode ser mantida por
transporte passivo (sem gasto de energia sendo o caso da difusão e da
osmose) ou por transporte ativo (com gasto de energia, caso da
bomba de sódio e potássio).
Bomba de sódio e potássio - A concentração do sódio
é maior no meio extracelular enquanto a de
potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas concentrações é realiza
+) no
citoplasma e bombeia-os para fora da célula. No meio extracelular, capturam os íon
+) e os bombeiam para o meio interno.

A bomba de sódio e potássio é importante uma vez que estabelece a


diferença de carga elétrica entre os dois lados da membrana que é
fundamental para as células musculares e nervosas e promove a
facilitação da penetração de aminoácidos e açúcares. Além disso, a
manutenção de alta concentração de potássio dentro da célula é
importante para síntese
de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para o meio extracelular per
Capacitores

São utilizados para armazenar energia. Capacitância (C) - Faraday (F)

Permissividade elétrica do material entre as placas = 8,85.10-12 C2/N.m2


Exemplo: Membrana: d= 80 A = 80.10-10 m,
Supondo uma célula de forma cúbica de lado l =10-5m
V = 10-15m3; Área da membrana celular: 6.l2 = 6.10-10m2

C/A = e/d = 8,85.10-11/ 80.10-10 = 1,1.10-2 F/m2

Densidade superficial de carga (σ): C =- Q/V, dividindo por A,


temos:

Q/A= -C.V/A σ = - C.V/A

Utilizando o potencial em repouso V0= -70mV, temos:


σ = 7,7.10-4 C/m2
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS

l Transporte através da membrana celular, seja diretamente, através de


canais ou poros na membrana plasmática ou por meio das proteínas
carreadoras, como a sódio/potássio ATPase, concorrem para manter uma
distribuição assimétrica entre os meios intra e extracelular.
- A difusão (também chamada de transporte passivo) ocorre de uma região
de maior concentração para outra de menor concentração;
Difusão do oxigênio através da membrana respiratória

Região de maior concentração, o alvéolo pulmonar, para outra de menor concentração, o


capilar alveolar.
- É diretamente proporcional à temperatura e ao gradiente de
concentração;
- É inversamente proporcional à distância e ao tamanho da partícula
difundida.
- Transporte ativo é realizado com gasto de energia, principalmente do ATP,
produzindo o movimento contrário ao transporte passivo.

Ex. Bomba de próton mantém o desequilíbrio, criando um gradiente de


concentração para o íon H+.

bomba de prótons mantendo distribuição assimétrica de


íons

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