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Nome: Edmirson Chelton de Nelson Eduardo Mugema

Estruturas metálicas e mistas

Trabalho cientifico a ser entregue no


Instituto superior politécnico de Tete
(ISUTE), sub-forma de avaliação,
orientado pelo docente Alfredo
Manjamanda.

Tete
2022
Indice
Introdução ....................................................................................................................................... 3
Ponte Rolante .................................................................................................................................. 4
Tipos de ponte rolante ................................................................................................................. 4
Ponte rolante apoiada............................................................................................................... 4
Ponte rolante suspensa ............................................................................................................. 5
Componentes principais da ponte rolante ................................................................................... 6
Viga principal .......................................................................................................................... 6
Carro Trole .............................................................................................................................. 6
Cabeceiras ................................................................................................................................ 7
Caminho de rolamento............................................................................................................. 7
Talha elétrica ........................................................................................................................... 7
Rodas ....................................................................................................................................... 7
Vantagens dos sistemas de elevação ........................................................................................... 8
Diferentes tipos de sistema de elevação ...................................................................................... 8
Pórtico Rolante Univiga .............................................................................................................. 8
Pórtico Rolante Dupla Viga ........................................................................................................ 9
Semi-Pórtico .............................................................................................................................. 10
Modelagem dos componentes de um Pórtico Rolante .............................................................. 10
Viga principal ............................................................................................................................ 10
Vigas de fechamento ................................................................................................................. 11
Pernas..................................................................................................................................... 11
Vigas de Ligação ................................................................................................................... 12
Classe de utilização do equipamento ..................................................................................... 13
Classe de funcionamento ........................................................................................................... 13
SOLICITAÇÕES ...................................................................................................................... 14
Solicitações principais ........................................................................................................... 14
Solicitações devido aos movimentos verticais da carga ........................................................ 14
Conclusao ...................................................................................................................................... 16
Bibliografia ................................................................................................................................... 17
Introdução
As pontes rolantes são equipamentos robustos e versáteis que operam com autos ciclos de trabalho.
Sua característica principal é a movimentação de materiais em locais onde outros maquinários e o
trabalho braçal se tornam limitados (SORDI, 2016).

Para projetar uma ponte rolante é necessário seguir a norma ABNT NBR (8400, 1984), e outras
caso necessário, pois elas dão a sustentação do projeto para que esse equipamento tenha segurança
e eficiência. Além disso, o projetista também deve analisar diversos fatores durante os cálculos da
estrutura, como exemplo, se o local de atuação da ponte rolante é a campo aberto, pois as
solicitações devidas ao esforço aerodinâmico nesse caso, devem ser consideradas.
Ponte Rolante
Passos (2017), define Ponte Rolante como um sistema de elevação e movimentação de cargas.
Sendo composta por uma viga principal apoiada em dois trilhos paralelos engastados na estrutura
da edificação. O propósito da mesma é içar uma carga e a movimentar nos três eixos, sendo esses
movimentos motorizados e controlados por um operador em uma cabine, ou também podendo ser
controlado por uma botoeira manuseada do solo. A viga principal tem seu movimento realizado
no sentido transversal, deslocando-se pela extensão dos trilhos em planos horizontais. Uma das
desvantagens deste sistema é necessidade do pré-dimensionamento das colunas da edificação para
suportar as cargas geradas pelo próprio equipamento, além do investimento elevado, deve-se
definir uma área para a movimentação e ter sempre um profissional qualificado operando o
sistema.

As Pontes Rolantes são equipamentos que podem ser utilizados nos mais diversos processos, desde
o carregamento e descarregamento de caminhões, até na alimentação de fornos ou no
abastecimento de máquinas, além de apresentar ainda grande utilização em indústrias dos mais
diversos ramos.

Tipos de ponte rolante


As pontes rolantes podem ser caracterizadas como ponte rolante apoiada e ponte rolante suspensa,
sendo distinguidas entre univiga ou biviga. A definição de qual modelo de ponte rolante a se usar
é determinada pelo projetista, pela análise do local, verificação de possíveis restrições, o que será
carregado, e como precisa ser carregado.

Ponte rolante apoiada


Neste tipo de ponte rolante, a viga principal faz o deslocamento em cima dos trilhos do caminho
de rolamento, e os trilhos são sustentados pelas colunas do próprio local. Caso o projeto do local
não tenha previsto a instalação de uma ponte rolante, os trilhos são sustentados por estruturas
fabricadas de aço, permitindo o funcionamento da ponte rolante.

A Figura 1 representa uma ponte rolante univiga apoiada, que permite um melhor aproveitamento
da altura, pois a mesma comporta o caminho de rolamento como sendo inferior à altura de elevação
da carga. A ponte rolante univiga tem por característica uma única viga na cobertura de seu vão,
que por sua vez atua em sentido transversal limitando assim a capacidade da mesma.
Figura 1 – Viga principal univiga apoiada.

Ponte rolante suspensa


A viga principal desse tipo de ponte rolante é formada por duas vigas paralelas que cobrem o vão
de trabalho (Figura 2). Elas se deslocam por debaixo do caminho de rolamento, o que permite um
melhor aproveitamento do comprimento do local, visto que a talha possui um espaço maior para
se locomover (SORDI, 2016).

Figura 2 – Ponte rolante biviga suspensa.


Componentes principais da ponte rolante
As pontes rolantes possuem vários componentes com determinadas funções (Figura 3), são eles:
viga principal, cabeceiras, caminho de rolamento, carro trole e rodas.

Figura 3 – Ponte rolante e seus componentes.

Viga principal
É a principal estrutura da ponte e a primeira a ser dimensionada pelo projetista. É nela que o
conjunto trole e talha se movimentam, e onde se concentra um grande esforço fletor e cisalhante
(Figura 3 item 1.1).

Carro Trole
Equipamento responsável pelo movimento vertical e horizontal da carga. Possui uma talha que
permite o levantamento do material, um tambor para recolhimento do cabo de aço e um gancho na
extremidade do cabo de aço para fixação da carga (Figura 3 carro em que o item 1.3 está fixado).
Cabeceiras
As cabeceiras estão localizadas nos extremos da viga principal (Figura 3 item 1.2). Nelas estão as
rodas, responsáveis pelo movimento da viga principal da ponte rolante, que por sua vez deslizam
sobre o caminho de rolamento.

Caminho de rolamento
É a base por onde as cabeceiras se movem (Figura 3 item 1.4). Esse caminho é construído por
vigas ou trilhos fixados por solda, em alguns casos particulares por concreto. Em pórticos esse
caminho é feito no chão, e em pontes rolantes é apoiado sob os pilares.

Talha elétrica
A talha (Figura 3 item 1.3) é o equipamento responsável pelo içamento e locomoção da carga em
uma direção. É constituída basicamente por um motor fixado a uma estrutura, um tambor para o
movimento do cabo de aço, um gancho para fixar a carga, o cabo de aço, e um sistema de controle
de operação.

Rodas
Acopladas nas cabeceiras geralmente são fabricadas de aço e variam de acordo com as dimensões
do trilho no qual irão se movimentar. Contém uma aba lateral que impede com que a cabeceira
saia dos trilhos (Figura 4).

Figura 4 – Roda de aço da ponte rolante.


Vantagens dos sistemas de elevação
De acordo com Passos (2017), entre as vantagens de sistemas de movimentação e elevação de
cargas estão:

a) Redução de custos, referentes a mão de obra, perdas durante armazenagem e despesas com
transporte;

b) Aumento na capacidade produtiva, sendo com a intensificação do fornecimento de matéria-


prima, com exploração de espaços para estoques e melhorias na distribuição do armazenamento;

c) Melhores condições de trabalho, com diminuição do risco de acidentes durante as operações e


com a redução da fadiga dos funcionários;

d) Melhorias nas distribuição, circulação e reposição de materiais que podem passar a ser estocados
em locais mais distantes do ponto consumido

Diferentes tipos de sistema de elevação


De acordo com Sordi (2016), dependendo da necessidade, há um equipamento ideal, e os sistemas
de elevação como os Pórticos e as Pontes Rolantes seguem esse mesmo princípio.

As máquinas de elevação são mecanismos desenvolvidos com o intuito de mover cargas,


principalmente separadas em lotes (RUDENKO, 1976).

Para Passos (2017), entre os equipamentos de movimentação e elevação de cargas, destaca-se os


guindastes, talhas, guinchos, caminhões do tipo munck, Pontes e Pórticos Rolantes, etc. A seguir
serão apresentados alguns modelos de Pontes e Pórticos Rolantes.

Pórtico Rolante Univiga


De acordo com Remor (2012), o Pórtico Rolante Univiga apresentado na Figura 04, também
conhecido como Monobloco, é constituído apenas por uma viga principal, podendo essa ser
abricada com viga caixão ou perfil I.
Figura 5 - Pórtico Univiga

Pórtico Rolante Dupla Viga


Segundo Remor (2012), o Pórtico Rolante de Dupla Viga é uma solução geralmente utilizada com
a finalidade de aumentar a produtividade de grandes empresas. Porém diferente do Pórtico
Univiga, este equipamento possui capacidade de carga geralmente acima de 20 toneladas. Como
pode ser visto na Figura 05, o sistema conta também com uma configuração que possui duplo
balanço, aumentando assim a área de atuação do sistema para além dos trilhos.

Figura 6 - Pórtico Dupla Viga com Duplo Balanço


Semi-Pórtico
Segundo Almeida (2015) os Semi-Pórticos são sistemas utilizados para elevação e transporte de
cargas aonde a viga principal possui um lado apoiado sobre um trilho que é suportado pela estrutura
do edifício e o outro lado sustentado por colunas que transladam sobre os trilhos fixados no solo,
podendo ser utilizado tanto dentro como na área externa de pavilhões. A Figura 7 exibe um
exemplo de Semi-Pórtico com dupla viga e balanço lateral.

Figura 7 - Semi-Pórtico

Modelagem dos componentes de um Pórtico Rolante


Segundo Sobue (2005), para a obtenção de resultados dos deslocamentos, tensões máximas e
esforços solicitantes, é necessária a realização de uma análise estática linear dos elementos da viga.
O carregamento principal das pernas é gerado por um momento fletor, oriundo das reações
horizontais nos apoios do Pórtico.

Viga principal
Conforme descrito anteriormente, o Pórtico Rolante pode ser composto por uma ou duas vigas
principais, o que determina se o mesmo é Univiga ou Dupla Viga, respectivamente, conforme a
configuração apresentada na Figura 8.

Segundo Almeida (2015), é na viga principal que estão as maiores solicitações estruturais, pois ela
suporta o peso de todos os mecanismos e acessórios, bem como a carga a ser levantada. Essas
vigas podem ser fabricadas de diferentes formas, podendo ser com chapas soldadas ou laminadas,
perfil I ou W, ou também sendo fabricado a partir de duas chapas superiores e duas chapas laterais,
sendo chamado de perfil fechado ou viga caixão.

Vigas de fechamento
Segundo Sobue (2005), as vigas de fechamento (Figura 08) são utilizadas para ligar as duas vigas
principais, formando assim um quadro, proporcionando com isso maior rigidez à torção ao Pórtico.

Figura 9 – Elementos utilizados como vigas de fechamento

Pernas
Segundo Almeida (2015), as pernas (Figura 09) são as estruturas responsáveis pela sustentação
das vigas principais e de todos os mecanismos, dispositivos e acessórios.

Nelas estão os esforços de compressão, além dos momentos fletores ocasionados pela flexão das
vigas quando solicitadas. Para Sobue (2005), em alguns casos é possível utilizar um par de pernas
com rótulas, aliviando-as assim das tensões referentes a flexão, sendo assim, esse par de pernas
possui uma seção uniforme, enquanto o outro par possui uma seção variável, aumentando sua
geometria na extremidade superior.
Figura 10 – Elementos utilizados como Pernas

Vigas de Ligação
De acordo com Sobue (2005), as vigas de ligação apresentadas na Figura 11, têm a função de
travamento, localizadas na extremidade inferior das pernas do Pórtico, atribuindo assim,
estabilidade a elas. Esta também pode ser chamada de Viga Cabeceira, quando o mecanismo de
translação do Pórtico é montado nestas vigas.

Figura 10 – Elementos utilizados como vigas de Ligação


Classe de utilização do equipamento
A classe de utilização (Tabela 1) evidencia a frequência de uso dos equipamentos em função da
utilização do movimento de levantamento.

Tabela 1 – Classes de utilização

Classe de funcionamento
SOLICITAÇÕES
Entende-se por solicitação todo esforço a que o equipamento está submetido. Estas solicitações
são base para a determinação das tensões atuantes na estrutura. Para o cálculo destas tensões
utilizou-se parâmetros críticos de operação, que são apresentados ao longo deste projeto.

Solicitações principais
São as solicitações devido ao peso próprio dos elementos ( ) e devido à carga de serviço ( ). Foi
considerada a situação mais crítica que cada componente poderá experimentar durante sua vida
útil.

Solicitações devido aos movimentos verticais da carga


As solicitações devido ao movimento vertical da carga são oriundas do içamento/abaixamento da
carga, bem como de possíveis choques durante a operação.

Neste projeto os esforços devido a choques serão desprezados, devido sua pequena probabilidade
de ocorrência durante a operação, e pelo fato de que, se ocorrer, será durante o abaixamento,
reduzindo a tensão sobre o equipamento.

Para as solicitações devido ao levantamento da carga, deve ser levado em conta as oscilações de
tensão devido ao esforço para iniciar o movimento de içamento, que leva a um aumento brusco na
tensão durante um pequeno instante de tempo. Para isso utiliza-se o coeficiente dinâmico ( ), que
é determinado de acordo com a velocidade de elevação da carga.

Tabela 3.1 – Valores do coeficiente dinâmico

De acordo com a Tabela 3.1, a velocidade de elevação definida para o projeto é de , aproximadamente .
Desta forma:

Ψ = 1,15
Figura 3.1 – Curva de levantamento e descida para de sinais contrários.

A Figura 3.1 ilustra o comportamento da solicitação sobre a estrutura durante a subida e a descida da
carga. Observa-se dois picos, um durante a subida e outro durante a descida. A maior solicitação a que a
estrutura é submetida é durante a subida (𝑆 + 𝜓 ∙ 𝑆 ).
Conclusao
Através deste estudo concluiu-se que as pontes rolantes têm um papel importante na indústria, pois
ela possibilita a movimentação de cargas de forma mais rápida e segura. A gestão de projetos
auxilia para que os afazeres não excedam o prazo previsto, para que se obtenha uma organização
no ambiente de trabalho, e faz com que o projeto tenha o desempenho esperado. Sem dúvida é
preciso grande perícia no dimensionamento de estruturas. O uso das normas (ABNT, 1984) é
imprescindível para o desenvolvimento do projeto, pois com ela determina-se diversos tipos de
tensões e esforços que uma estrutura ou equipamento pode sofrer.
Bibliografia
8400, N. Calculo de Equipamentos para Levantamento e Movimentação de Cargas. [S.l.]:

ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Sao Paulo, 1984. Citado 8 vezes nas

páginas 10, 11, 12, 22, 26, 28, 37 e 38.

ABNT. Calculo de Equipamentos para Levantamento e Movimentação de Cargas. [S.l.]:

ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Sao Paulo, 1984. Citado 3 vezes nas páginas
22, 25 e 31.

ABNT, N. 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de difícios.
Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2008. Citado na página 29.

MACHADO, V. Estruturas metalicas e de madeiras. 10 2010. Disponivel em


http://www.victormsilva.com/wp-content/uploads/2017/08/Estruturas Met%C3%A1licas-e-de-
Madeira-Unidade-II-Estruturas-Met%C3%A1licas-Aula-1.pdf. Citado na página 29.

MAXIMIANO, A. C. A. Administração de projetos: como transformar idéias em resultados.


[S.l.]: Atlas, 1997. Citado na página 13.

MICHELS, E. Projeto detalhado de uma maquina de elevancao e transporte.

Universidade Federal de Sergipe, 2012. Citado na página 38.

NORTON, R. L. Projeto de máquinas. 4. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2013. Tradução de
Renato Machnievscz. Citado 2 vezes nas páginas 13 e 28.

PASSOS, L. d. C. d. Apostila: Técnicas de instalação, operação, manutenção testes e inspeção:


pontes rolantes, guindastes giratórios e acessórios de movimentação de cargas.

Make Engenharia, Acessoria e Desenvolvimento, 2011. Citado 2 vezes nas páginas 10 e 13.

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