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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS TECOLÓGICAS
T´ÉCNICAS CONSTRUTIVAS CONTEMPORÂNEAS
PROFESSOR: DAVID COL DEBELLA

TÉCNICAS CONSTRUTIVAS SUSTENTÁVEIS: SISTEMA CONSTRUTIVO


EM CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO (CCA)
ALUNOS: AMANDA BALBY, AMANDA MARQUES, IVANOVICK
NASCIMENTO, HORTENEZIA BARCELOS, RODRIGO JOSÉ, WALTER.

São Luís – MA
-2016-
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS TECOLÓGICAS
T´ÉCNICAS CONSTRUTIVAS CONTEMPORÂNEAS
PROFESSOR: DAVID COL DEBELLA

Técnicas Construtivas Sustentáveis: Sistema Construtivo Em Concreto Celular


Autoclavado (CCA)

Trabalho apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo,


da Universidade Estadual do Maranhão, como requisito para
obtenção da segunda nota avaliativa da disciplina de Técnicas
Construtivas Contemporâneas.

São Luís – MA
-2016
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................5
2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO EM CONCRETO CELULAR
AUTOCLAVADO...........................................................................................................6
2.1 VANTAGENS DO SISTEMA EM CONCRETO CELULAR
AUTOCLAVADO............................................................................................................8
2.1.1 O Concreto Celular Autoclavado como sistema construtivo sustentável................9
2.2 DESVANTAGENS DO SISTEMA EM CONCRETO CELULAR
AUTOCLAVADO............................................................................................................9
3. USO E APLICAÇÃO DO CCA . ............................................................................ 10
3.1 DETALHAMENTO..................................................................................................12
4. ESTIMATIVA DE CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO E
OPERAÇÃO..................................................................................................................13
4.1 PREÇO......................................................................................................................15
5. PANORAMA DO CCA NO BRASIL......................................................................17

6. CONSTRUÇÕES COM CCA..................................................................................18


7. CONCLUSÃO...........................................................................................................21
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................22
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RESUMO
Este estudo tem como principal objetivo apresentar o Concreto celular
autoclavado como solução construtiva sustentável e como possibilidade de uso para
variados tipos de construções. O CAA é um sistema construtivo com mais ou menos 100
anos, entretanto, nos tempos atuais vem sendo mais explorado e utilizado no mundo todo.
Um dos poucos sistemas construtivos completos, que pode ser utilizado da fundação a
cobertura e que oferece além de qualidade ambiental, conforto acústico, térmico e custo-
benefício.

ABSTRACT
This study aims to present the autoclaved cellular concrete as a sustainable and
constructive solution as a possibility to use for various types of buildings. The ACC is a
building system with about 100 years, however, in recent times has been more exploited
and used worldwide. One of the few complete construction systems, which can be used
as foundation coverage and offers in addition to environmental quality, acoustic comfort,
thermal and cost-effective.

PALAVRAS –CHAVE:

CONCRETO CELLULAR AUTOCLAVADO, SISTEMA CONSTRUTIVO,


SUSTENTABILIDADE,
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1. INTRODUÇÃO

O Concreto Celular Autoclavado (CCA OU ACC), é um sistema construtivo leve,


formado a partir de uma reação química entre cal, cimento, areia siliciosa – ou cinzas
volantes-, água e pó de alumínio, foi desenvolvido na Suécia, em 1914 pelo arquiteto
sueco Johann Axel Erikson, tendo sido patenteado em 1924. Depois do fim da Segunda
guerra Mundial o material tornou-se um sucesso em grande parte do mundo, entretanto,
no Brasil só agora vem tomando destaque e sendo difundido entre os construtores.

O CCA é um material fácil de manusear, fabricado em grandes dimensões e pesa mais


ou menos 20% do peso do concreto armado convencional, o que permite baixo custo de
transporte, e alivio de cargas, gerando economia de aço e concreto na estrutura do edifício.
A diferença do concreto celular autoclavado para o convencional se dá por conta das
milhões de células microscópicas que são geradas durante a produção do CCA, que pode
ser perfurado, serrado ou pregado usando ferramentas de carpintaria.

O Betão celular autoclavado –como também pode ser chamado-, incorpora uma
quantidade tão grande de ar que contém menos matéria-prima por volume do que muitos
outros produtos de construção, além disso, pode conter materiais reciclados, como cinzas
volantes e vergalhões em sua constituição, o que faz com que o sistema construtivo seja
considerado sustentável, o que pode contribuir para créditos no LEED (Leadership in
Energy and Environmental Design - uma certificação para construções sustentáveis) ou/e
em alguns sistemas de classificação Green Building.

O CCA pode ser utilizado como único material em uma construção, desde a fundação
até o telhado, tendo um bom desempenho e uma diversidade de elementos que
simplificam o processo do projeto, sendo uma ótima opção para inovar na construção, ter
custo-benefício e valorizar o meio ambiente.
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2. DESCRIÇÃO SISTEMA CONSTRUTIVO EM CONCRETO CELULAR


AUTOCLAVADO

O composto Betão celular autoclavado (mistura entre cal, areia siliciosa ou cinzas
volantes, cimento, água e pó de alumínio, que é o que levanta a composição) é colocado
em moldes parcialmente preenchidos para possibilitar o crescimento da pasta (essa
expansão pode chegar até cinco vezes o seu volume original), assim, a reação do pó de
alumínio com a sílica, faz com que se formem células de hidrogénio, que posteriormente
evaporam, fazendo com que o Betão celular fique aerado.

Após o descanso, o Betão celular é desmodelado e cortado de acordo com o produto


necessário: blocos, vergas, canaletas, etc., o produto vai então para a cura em uma câmara
de vapor de alta pressão, chamada de autoclave, onde fica sob uma temperatura de 200ºC
e pressão de 12atm. Esse processo de cura dura em torno de 12 horas, e é o que confere
ao Betão celular autoclavado suas especificidades.

“O ACC é um produto inorgânico que, apesar de ser de baixo peso,


apresenta boa capacidade mecânica, para além de ser um razoável
isolante térmico e acústico e apresentar elevada resistência ao fogo
e aos micro-organismos.” (MATEUS, 2004 apud PATH, 2001).

Bloco sendo carregado em uma autoclave – Fonte: http://www.clubedoconcreto.com.br


7

Figura 1 - Processo de fabricação do CCA – Fonte: tp://us00.i.aliimg.com/img

Os componentes construtivos do CCA apresentam uma cor esbranquiçada, que a


olho nu, pode-se observar uma série de bolhas de ar. Essas bolhas contribuem para as
propriedades isolantes deste material (alto isolamento acústico e controle de temperatura)
e para o seu baixo peso. A porosidade desse material, impede que exteriormente seja
deixado a vista, sendo necessário revesti-lo com acabamento impermeabilizante, assim,
o acabamento desse sistema construtivo assemelha-se aos edifícios convencionais.

Para 1m3 de alvenaria, o Betão celular utiliza ½ a 1/3 do material que seria necessário
nos produtos tradicionais, e consome pouca matéria prima com relação a outros materiais
de construção. Esse sistema construtivo tem sido considerado ainda, um dos poucos, que
consegue só por si satisfazer as exigências funcionais dos elementos construtivos,
podendo ser utilizado para parede - alvenaria interna ou externa, de divisão, de vedação
ou estrutura-, pisos e telhados, devido a sua flexibilidade de design. (MATEUS, 2004)

Figura 2 – Componentes e equipamento de sistema construtivo ACC (Fonte: MATEUS, 2004)


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2.1 VANTAGENS DO SISTEMA EM BETÃO CELULAR


AUTOCLAVADO

Conforme a NBR 13.438/1995, o Betão celular é um concreto leve, pois utiliza bem
menos matéria prima do que o concreto comum, além disso, o ar retido na sua estrutura
lhe confere excelente capacidade de isolamento térmico.

“A capacidade deste material em controlar a


temperatura interior de um edifício foi estudada pelo
Instituto Fraunhofer para a Física Arquitetural,
situado na Alemanha. No teste são medidas as
temperaturas superficiais de uma parede com 250mm
de espessura por um período de 24 horas. A parede em
estudo encontrava-se orientada a poente e o seu
paramento exterior estava pintado de cor preta,
permitindo o aumento da temperatura superficial nessa
face. A amplitude térmica na face exterior foi de
aproximadamente 70ºC, enquanto que a temperatura
da face interior permaneceu próxima dos 20ºC,
havendo apenas uma pequena variação de cerca de
2ºC.” (MATEUS, 2004 apud PATH, 2001).

Figura 3 – Temperaturas superficiais nos paramentos de uma parede CAA (fonte: PATH, 2001)

O ponto de fusão do CCA encontra-se na faixa de 1200º C (SICAL, 2003), resistem


ao fogo até duas vezes mais que materiais tradicionais e por conta disso são muito usados
para a proteção contra incêndios. É um material incombustível, não emitem gases tóxicos
quando exposto ao fogo e/ou a altas temperaturas e o baixo coeficiente de dilatação
térmica faz com que sua estrutura possa ser exposta a altas temperaturas e permaneça o
mais estável possível.

O CCA também é um material inorgânico, o que faz dele livre de apodrecimento e


livre de animais danosos. É um bom isolante sonoro pois é constituído por cerca de 60 a
70% de ar, entretanto é necessário que as juntas sejam bem executadas para que não
comprometa essa qualidade do material. É resistente ao frio e aos sulfatos, podendo ser
utilizado em praticamente qualquer lugar do mundo, se adaptando facilmente aos tipos
climáticos. (AZEVEDO, 2008)
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2.1.1 O Concreto Celular Autoclavado como sistema construtivo sustentável

O concreto celular autoclavado tem sido considerado um sistema construtivo “verde”,


ou seja, pode ser utilizado de forma sustentável, já que é uma substancia inerte, atóxica e
tem um processo industrial livre de poluição e desperdício de energia. O bom isolamento
térmico desse material, faz com que se reduza a necessidade de usar meios mecânicos de
acondicionamento da temperatura interior, o que além de ser uma vantagem ambiental é
uma vantagem econômica para o usuário.

Além disso, a principal característica sustentável do CCA, é a possibilidade de as


cinzas volantes, que são os resíduos da combustão do carvão mineral pulverizado e tem
sua origem na matéria inorgânica que acompanha o carvão, serem usadas como
substitutas da areia siliciosa.

Também a tecnologia de produção do concreto celular de


cinzas volantes apresenta significativas vantagens, como a
pouca duração do ciclo de produção para se obter o produto
acabado, e a possibilidade de obtenção de superfícies lisas no
material fabricado. (PIAZZA, DIAZ, 1981)

E no mais, com importância relevante, as cinzas volantes podem ser recicladas -já
que são geradas mais de 50 milhões de tonelada por ano pelas indústrias elétricas- e
usadas na mistura do betão celular. (SCHNITZLER, 2006).

2.2 DESVANTAGENS DO SISTEMA EM BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO

Apesar das muitas vantagens de se utilizar o Betão celular autoclavado como sistema
construtivo de uma edificação, existem algumas limitações nessa técnica. Alguns dos
inconvenientes seriam: a menor resistência sísmica, a exigência de um acabamento de
proteção (por conta da porosidade), a falta de mão-de-obra especializada em algumas
localidades e a produção elevada de partículas cimentícias finas (poeira) durante a fase
de construção, portanto aconselha-se o uso de máscaras e materiais de proteção.
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3. USO E APLICAÇÃO

Antes mesmo de se começar a especificar o processo construtivo do betão celular


autoclavado (CCA) podemos ressaltar que os fabricantes desse sistema construtivo
disponibilizam um suporte variado de produtos, onde sua venda se caracteriza por
sistemas com maior ou menor complexidade, dando-se isso pelo fato dessa tecnologia
possibilitar os mais variados tipos de construção como de paredes, coberturas, pisos e
lajes. Como nos exemplos:

Figura 4: Componentes de sistema construtivo CCA com paredes resistentes.


Disponível em:http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream

Figura 5: Componentes de sistema construtivo CCA sem paredes resistentes.


Disponível em:http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream
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O processo de construção do sistema CCA é realizado de maneira bem


simplificada, os próprios fabricantes disponibilizam informações técnicas satisfatórias
tanto de apoio quanto da concepção do material e construção da edificação. Nas
construções de paredes resistentes, o CCA é disponibilizado nos blocos de tamanhos
variados e também de painéis armados com dimensões elevadas, sendo vendidos como
partes de um sistema construtivo completo ou como complementos às paredes da parte
interior ou exterior da edificação.
A construção das paredes no formato de bloco se assemelha à construção de
paredes resistentes na forma tradicional, na forma de alvenaria. Onde a primeira fiada de
blocos é assentada em fundações e nivelada com a utilização da argamassa convencional.
As próximas fiadas são assentadas utilizando uma argamassa especial que é de
responsabilidade, juntamente dos blocos, do fabricante. As pequenas aberturas e cunhais
que sejam necessários de serem abertos podem ser realizados com cortes nos blocos com
as dimensões e formas necessárias devido à natureza do material ser de natureza mole, o
que facilita o trabalho manual. As cintas de amarração são feitas em formato de U e as
padieiras com elementos de pré-fabricação.
Já os painéis da laje são assentados sobre essas paredes resistentes onde ocorre
uma ligação que é assegurada por lintéis em betão armado. Com o baixo peso de sua
estrutura os blocos e painéis de CCA são elevados e assentados com a utilização de uma
grua ou auto-grua ligeira e já nas construções sem paredes resistentes é necessário que
estes sejam fixados em uma estrutura com uma boa resistência como betão armado ou de
aço, com dispositivos de ligação.

Figura 6: Assentamentos dos blocos CCA. Figura 7: Colocação de painéis/piso CCA


Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream
O processo do CCA é de fácil instalação, porém devido sua grande quantidade
de produção de pó, faz-se necessário à utilização de máscaras durante toda sua operação.
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Para os revestimentos da parte externa, o CCA possui a sua superfície já preparada para
receber a tradicional inclusão do reboco de argamassa, cimento e areia. Mas há a
recomendação de ser utilizadas argamassas com doses pré-estabelecidas pelo fabricante,
sendo este reboco permeável ao vapor e impermeável à água para que torne as edificações
mais resistências às incidências dos raios solares e revestimentos interiores podem ser
utilizados os rebocos tradicionais ou pré-estabelecidos como nas externas ou também com
painéis de gesso.
3.1 DETALHAMENTO:
A grande maioria dos fabricantes se disponibiliza para a realização do projeto
além dos manuais encontrados para sua construção, alguns pequenos pormenores
construtivos básicos para a construção de edifícios com CCA:

Figura 8: Ligação de painéis Figura 9: Ligação de painéis de piso/cobertura a viga


horizontais de parede a pilar de aço.
Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt

Figura 10: Ligação de painéis horizontais Figura 11: Ligação de painéis a viga
de parede a pilar de aço.
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Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream

Figura 12: Componentes de sistema construtivo CCA sem paredes resistentes.


Disponível em:http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/817/6/Parte%20II.pdf

4. ESTIMATIVA DE CUSTO DE IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO

O bloco CCA apresenta inúmeras vantagens do ponto de vista econômico,


podendo a partir delas apresentar uma redução considerável no custo final de aplicação,
porém uma análise criteriosa de sua aplicação deve ser feita, para que os objetivos
financeiros e relacionados à sustentabilidade sejam concluídos de maneira satisfatória,
por exemplo, que o acesso ao produto e às técnicas estejam viáveis para a utilização.

Seguindo essas características, mostraremos algumas vantagens e desvantagens


do produto, que interferem direta ou indiretamente nas estimativas de custo:

Vantagens:

 Peso do material: por ser mais levem garante economia estrutural, além de
propiciar um volume maior de blocos assentados ao dia;

 Blocos de grandes dimensões: maior produtividade;

 Blocos maciços: menor custo de argamassa de assentamento;


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 Regularidade dimensional: possibilita um revestimento em espessura menor,


caracterizando uma economia de material;

 Bom isolante térmico: por possuir o pó de alumínio em sua fabricação,


componente que tem propriedade de refletir mais de 95% do calor transmitido pelas
radiações solares, além da possibilidade de ser utilizado juntamente com as
características do local, como ventilação, para reduzir custos relacionados com a
climatização de ambientes;

 Economia de mão-de-obra: devido ao maior rendimento na construção.

Desvantagens:

 Baixo número de fornecedores: concentração apenas nas grandes cidades;


 Custo de transporte: o custo pode ser um agente negativo de acordo com a
localização da fábrica;
 Dificuldade em mão de obra especializada;
 Qualidade do bloco: pode ser um fator agravante, devido à falta de empresas com
a devida preparação para lidar com a tecnologia;
 Dificuldade em mão-de-obra especializada.

A partir da análise destas características, podemos perceber que o uso do bloco CCA
pode ser rentável se compararmos a outras técnicas, porém características como a
disponibilidade de mão-de-obra e da própria matéria prima deve receber um enfoque
principal, pois essas características se relacionarão de forma direta às perspectivas de
custos.

4.1 PREÇOS

Do ponto de vista de preço, o CCA apresenta um valor de venda do m² do produto


mais elevado que seus concorrentes mais tradicionais, o bloco de concreto, e o cerâmico,
porém a conclui-se que no final da aplicação, a técnica trará vantagens econômicas, e do
ponto de vista sustentável, algo que não é prioridade das outras.

Na tabela a seguir, é mostrada uma relação de preços do m² dos blocos de CCA


para venda, em diferentes locais do Brasil.
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LARGURA ALTURA COMPRIMENTO UN SP RJ MG PR


(MM) (MM) (MM)

100 300 600 M² 18,64 23,10 19,79 23,00

125 300 600 M² 24,21 28,88 24,74 28,75

150 300 600 M² 27,95 34,65 29,69 34,50

200 300 600 M² 37,27 46,20 39,59 46,00

Dados referenciais de material a partir do TCPO data-base novembro/2006.

Na tabela a seguir, é mostrada uma comparação entre o bloco de CCA, e o bloco


cerâmico, onde são mostrados pontos em que os produtos se sobressaem um em relação
ao outro, com um parecer sobre qual apresenta um resultado final mais satisfatório.

FONTE: Fractal Construções


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5. PANORAMA DO CCA NO BRASIL

Entre os tipos de blocos estruturais disponíveis no Brasil, é o menos empregado.


Mesmo sendo maciço e, portanto, utilizado apenas em obras de alvenaria não armada. É
bastante utilizado em reformas e situações em que não se podem sobrecarregar as
estruturas existentes, como em paredes divisórias de vedação e em estruturas mistas.
(SOARES 2014)

“Uma grande dificuldade é obter fornecedor desse tipo de


bloco. A utilização desse bloco é dificultada por conta do alto
preço e da pequena quantidade de fornecedores e fabricantes. Se
a gente faz o planejamento de uma obra para utilizar o bloco de
concreto celular, geralmente é necessário ter um plano B com
blocos convencionais, porque há falta do primeiro tipo de bloco
no mercado, o preço está muito alto e eu sou obrigado a voltar
para o bloco tradicional (concreto ou cerâmica). Essa é a grande
dificuldade que temos no mercado”. (DA MATA apud
MARIANE, 2013).

Produzido pela Precon, fabricante de material de construção com 50 anos de atividade


no Brasil, o bloco de concreto autoclavado é bastante usado na região sul, nos estados de
São Paulo e Minas Gerais, e no Nordeste, é na Bahia que o consumo é mais elevado.
Além da unidade industrial em Minas Gerais, o produto também é fabricado em
Alagoas.(GARCEZ 2015)

De acordo com Varisco (2014), pautado em informações da Precon de junho de 2006,


anualmente são produzidos cerca de 144.000 m³ de BCCA no País (vedação e estrutural):
46,7% em São Paulo, cerca de 23,3% em Minas Gerais, 10,1% em Santa Catarina, 6,3%
no Rio de Janeiro, 4,5% na Bahia e o restante distribuído entre Goiás, Paraná, Distrito
Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Piauí.
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Figura 13 – Distribuição de Consumo de BCCA no brasil, (fonte: VARISCO. 2014)

6. CONSTRUÇÕES COM CCA

Como resultado da destruição causada pelo furacão Katrina. O Grove na Enseada


Praia foi o primeiro de alta densidade desenvolvimento residencial de Panhandle da
Flórida all-AAC, O Grove na Enseada Praia destina-se a suportar condições
meteorológicas e de segurança futuros desafios em seu ambiente Costa do Golfo. Todas
as paredes, pisos e tetos destas residências unifamiliares são feitas com painéis AAC e
blocos. A excelente classificação de incêndio (quatro horas para quatro polegadas) foi
fundamental para a aprovação de zoneamento local, e não há preocupações de incêndio
estruturais como resultado. Quando furacões chegar, estas estruturas são preparados para
atender a 150 milhas por hora (mph) ventos (categoria 4), e com reforço adequado, podem
ser projetados para suportar ventos de 200 mph ou mais (categoria 5). casas AAC não são
destruídas por inundações, ou: eles resistem a subida das águas, rot, mofo e bolor e podem
ser limpos, pintados, e reaberto para os moradores-NO reconstrução necessário.(PCA
2016)

Uma grande casa de família simples em uma floresta, cuja construção está a ser gerido
pelo próprio proprietário; uma única família modesta em um local arborizado, projetado
por um arquiteto em busca ambientalmente saudável e uma vida saudável; e um grande
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desenvolvimento ao longo da Louisiana Gulf Coast exigindo resistência às intempéries


superior. O Residencial Versatilidade da AAC. (PCA 2016)

O hotel Geórgia foi desenvolvido voltado à um sistema concreto para ajudar a


satisfazer as suas necessidades para fornecer uma qualidade do projeto.

Figura 14: Residência Versatility Figura 15: Hotel georgia

Disponível em: http://www.cement.org/think-harder-concrete-/homes/building-


systems/autoclaved-aerated-concrete

No Brasil as construções em CCA, em sua predominância se restringe à paredes de


vedação e corta chamas, bem como sua utilização na execução de lajes, onde o principal
mercado produtor e consumidor deste produto é a região sul e sudeste do país.

Figura 16 – Construção com uso de alvenaria em CCA no Brasil


Disponível em: http://www.construpor.com.br/
19

Figura 17: Parede corta fogo Figura 18: Edificio com vedação em BCCA

Disponível em: http://www.construpor.com.br/


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7. CONCLUSÃO

Tendo em vista a notória importância de uma remodelação no âmbito da construção


no que tange a soluções sustentáveis, o sistema construtivo em CCA fornece uma ótima
interface custo/beneficio/sustentabilidade. Pois é um material fácil de manusear, devido
ser fabricado em grandes dimensões e pesar mais ou menos 20% do peso do concreto
armado convencional, o que permite baixo custo de transporte, e alivio de cargas, gerando
economia de aço e concreto na estrutura do edifício, bem como fornece boas
características térmicas superiores aos produtos tradicionais de construção. No entanto,
assim como todo material o CCA tem algumas limitações não sendo tão amplamente
disponível como a maioria dos produtos de concreto, embora possa ser enviado em
qualquer lugar devido seu peso leve, principalmente no Brasil onde a disponibilidade
deste produto encontra-se mais acessível nas regiões sul e sudeste. Necessita ainda de um
acabamento de proteção uma vez que o material é poroso e iria deteriorar-se se expostos
à umidade excessiva.

Por fim a escolha de materiais, produto e sistemas construtivos em uma deve sempre
estar pautada na função, custo e impactos gerados. Deve-se ainda realizar uma analise
macro, para se obter um sistema construtivo ideal à necessidade exigida de projeto e
concepção atrelados a sustentabilidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MATEUS, Ricardo F. M. S. Novas tecnologias construtivas com vista à


sustentabilidade da construção. Universidade do Minho, Escola de Engenharia. 2004.
Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/817>. Acesso em: jun.
2016.
PATH (2001), Autoclaved Aerated Concrete – An Overview, Partnership for Advanced
Tecnology in Housing, Washington D.C., USA.
SCHNITZLER, Stefan. Autoclaved Aerated Concrete as a Green Building Material.
2006. Disponível em:
<https://extension.ucdavis.edu/sites/default/files/auto_aerated_concrete.pdf>. Acesso
em: jun. 2016.

SICAL INDUSTRIAL LTDA. Painel de vedação e painel laje. Belo Horizonte. 2003.
Relatório técnico comercial.
AZEVEDO, Márcio Lenin M. Concreto Celular Autoclavado (CCA). 2008. Disponível
em: < http://www.ecivilnet.com/artigos/concreto_celular_autoclavado_cca.htm>. Acesso
em: jun. 2016.
GARCEZ, Naná. Tijolo de concreto autoclavado reduz tempo de execução da obra.
Revista edificar, 2015. Disponível em: <http://revistaedificar.com.br/noticias/tijolo-de-
concreto-autoclavado-reduz-tempo-de-execucao-da-obra/>. Acesso em: jun. 2016.
MARIANE, Aline. Bloco de concreto celular. Construcaomercado-pini, ed. 141, 2013.
Disponível em: <http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/141/artigo299769-1.aspx>. Acesso em: jun. 2016.
VARISCO, Marcelo Queiroz. Análise do desempenho de blocos de concreto celular
autoclavado em um sistema de vedação externa. 2014. Dissertação em
desenvolvimento de tecnologia - Institutos de Tecnologia para o Desenvolvimento,
LACTEC, Instituto de Engenharia do Paraná, Curitiba, 2014.
SOARES, Sílvia Maria Baptista. Alvenaria estrutural. Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul – PUCRS. 2014. Disponivel em:
<http://www.feng.pucrs.br/professores/soares/Topicos_Especiais_Alvenaria_Estrutural/Alvenar
ia_1_NOVA_VERSAO.pdf> Acesso em: jun. 2016.
PIAZZA, José Luiz; DIAZ, Jorge Vergara. Concreto celular autoclavado a partir das
cinzas volantes das termoelétricas do Rio Grande do Sul. In: SIMPÓSIO LATINO-
AMERICANO DE RACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO E SUA APLICAÇÃO
ÀS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL, 1981, São Paulo.
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