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VINICIUS DELUNERO

CARACTERÍSTICAS DO SUBSISTEMA DE FACHADAS


VENTILADAS

São Paulo
2018
VINICIUS DELUNERO

CARACTERÍSTICAS DO SUBSISTEMA DE FACHADAS


VENTILADAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Instituição Anhanguera Educacional, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

Orientador: Lilliany Deo Florencio

São Paulo
2018
VINICIUS DELUNERO

CARACTERÍSTICAS DO SUBSISTEMA DE FACHADAS VENTILADAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Instituição Anhanguera Educacional, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA

Lucia Aparecida Lotito - Especialista

Ronaldo Cavenaghi - Especialista

Sheila Ribeiro de Gouveia - Especialista

São Paulo, 13 de Dezembro de 2018.


DELUNERO, Vinicius. Características do subsistema de fachadas
ventiladas:2018. 31. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Civil) – Instituição Anhanguera Educacional, São Paulo, 2018.

RESUMO

Este trabalho visa apresentar as características do subsistema de uma fachada


ventilada, que apareceu há mais de 60 anos com uma ideia inicial no hemisfério
norte, mas com o passar dos anos obteve alterações e chegou no que é visto hoje.
Fachada ventilada possui uma ideia bem simples, ao ser instalada, se deixa um
espaço entre o revestimento e a alvenaria do edifício. É fixado o revestimento no
edifício através de uma subestrutura metálica, na qual ela é ancorada no edifício. O
vão no qual se deixa entre o revestimento e o edifício, funciona como uma caixa de
ar, onde acontece a circulação de ar frio e ar quente, propiciando um contentamento
térmico no interior do edifício. Suas principais características é a resistência
mecânica, proteção térmica, economia energética, agilidade no processo construtivo
e vantagens sustentáveis. O método de pesquisa foi feito através de pesquisas
bibliográficas em publicações em revistas, consulta de estudos já desenvolvidos,
livros, artigos técnicos, dissertações de mestrados e teses de doutorado, num
período de mais ou menos dez anos. Após feito o estudo, consegui observar que a
fachada ventilada exibia algumas vantagens se comparado com outro tipo de
fachada como economia energética, diminuição no tempo de instalação e redução
do desperdício de material. Sobretudo existem também algumas desvantagens
como a mão de obra especializada, necessidade de um projeto específico e o alto
investimento inicial.

Palavras-chave: Fachada; Ventilada; Vantagens.


DELUNERO, Vinicius. Características del subsistema de fachada ventilada:2018.
31. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Instituição
Anhanguera Educacional, São Paulo, 2018.

RESUMEN

Este Documento tiene como objetivo presentar las características del subsistema de
“Fachada Ventilada” que ha surgido a 60 añosenelhemisferio norte, pero
coneltiempoobtuvomodificaciones hasta llegar al puntoactual. La Fachada ventilada
posee una ideasimple donde al ser instalada, se queda unespacio entre
elrevestimiento y laavenaríadeledificio. El revestimientodeledificio es fijado a través
de una subestructura de metal, lacual es anclada al edificio. El espacio que se
queda entre elrevestimiento y eledificio, trabaja como una caja de aire donde
ocurrelaventilacióndel aire caliente y el aire frio, generando una compensación
térmica enel interior deledificio. Sus principales características es
laresistenciamecánica, protección térmica, ahorro de energía, agilidadenelproceso
de construcción y ventajasostenibles. El método de búsquedafue realizado a través
de búsquedas bibliográficas enpublicaciones de periódicos, consultas de
estudiosyadesarrollado, libros, artículos técnicos, disertacionesenmasters y
doctorados, enunperiodo de diezaños aproximadamente. Tras realizado elestudio,
he podido observar que la “Fechada Ventilada”
muestraalgunaventajaencomparaciónconotro tipo de fachada, como ahorro de
energía, disminucióneneltiempo de instalación y reduccióndeldesperdicio de
material. Sin embargo, este tipo de instalaciónposeealgunasdesventajas como mano
de obra especializada, proyectoespecifico y alta inversión inicial.

Palabras Claves: Fachada; Ventilada; Ventajas.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Tipos de fixação.......................................................................................16


Figura 2 – Formas e fixações para revestimentos cerâmicos..................................17
Figura 3 – Fenólico....................................................................................................19
Figura 4 – Equipamentos de proteção individual......................................................22
Figura 5 – Processo de construção da fachada ventilada........................................24
Figura 6 – Componentes estruturais da fachada ventilada ......................................25
Figura 7 – Instalação da camada isolante ................................................................26
Figura 8– Detalhe do acabamento superior e inferior da fachada ventilada ............27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
EPI Equipamento de Proteção Individual
HDF High DensityFiberboard (Placa de fibra de madeira de alta densidade)
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
NBR Norma Brasileira
NR Norma Regulamentadora
MDF Medium-DensityFiberboard (Placa de fibra de madeira de média
densidade)
OSB OrientedStrand Board (Painel de Tiras de Madeira Orientadas)
PVC Polyvinylchloride (Policloreto de Vinila)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................13
2 MATERIAIS UTILIZADOS NA INSTALAÇÃO DE FACHADAS VENTILADAS....15
2.1 TIPOS DE REVESTIMENTOS............................................................................15
2.1.1 Vidro..................................................................................................................15
2.1.2 Madeira.............................................................................................................16
2.1.3 Cerâmica...........................................................................................................17
2.1.4 Alumínio perfilado..............................................................................................18
2.1.5 Painéis fenólicos................................................................................................18
3 PATOLOGIAS E SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DO SERVIÇO..........................20
3.1 PATOLOGIAS......................................................................................................20
3.2 SEGURANÇA NA EXECUÇÃO...........................................................................20
4 MÉTODO EXECUTIVO............................................................................................24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................29
6 REFERÊNCIAS........................................................................................................30
13

1. INTRODUÇÃO

Fachada está ligado diretamente a arquitetura e significa todas as faces


externas de um edifício, qualquer mudança que seja feita na parte externa sem ser
executada de forma legal e regular, pode vir a ter problemas quanto na segurança,
como na poluição visual. Fachada não é apenas utilizada em edifícios empresariais,
se utiliza também em casas, prédios residenciais, entre outros; ela é um diferencial
dos empreendimentos e as construtoras com um grande crescimento tecnológico,
vivem buscando métodos construtivos, revestimentos mais luxuosos, eficiência
energética e maior durabilidade. Se vê a fachada ventilada com grandes
possibilidades de engrenar no cenário Brasileiro. Por ser sustentável, por reduzir
consideravelmente o consumo de energia e por melhorar a sensação térmica dentro
de um ambiente.
Há cerca de trinta e três anos atrás, começaram a instalar o sistema de
fachada ventilada no território europeu, aonde o inverno é muito significativo e o
objetivo principal era reduzir os custos de energia com a refrigeração. Outras
consideráveis vantagens foram se descobrindo, como o isolamento acústico e
térmico, baixo custo de manutenção com o passar do tempo, aumento da vida útil do
edifício, possibilitou também a individualização das placas instaladas e sendo elas
de fácil retirada.
Em constante avanço tecnológico, as fachadas ventiladas não têm mais
apenas a função estética, elas passam a visar por buscas de soluções como por
exemplo a manutenção, manuseio, segurança, durabilidade e a principal que é a de
preservar o meio ambiente. Com o objetivo da preservação ambiental, esse método
de construção tem seus materiais reutilizáveis, não necessitam de frequentes
manutenções e podem ser montados e desmontados em outros locais. Além disso,
apresenta grandes vantagens que podem contribuir muito no meio da construção
civil, ela é um produto sustentável que minimiza problemas com umidade, infiltração
e condensação, tem altíssima qualidade estética e funcional, reduz patologias,além
de ter a manutenção da carga térmica, amortecendo as variações de temperatura e
também faz com que diminua os gastos com ar condicionado ou calefação.
Esse trabalho trata-se de apresentar as funcionalidades das fachadas
ventiladas mostrando como pode ser útil para profissionais da área. Apontando
também as principais vantagens e desvantagens nessa instalação, baseado na
14

busca de solucionar problemas de consumo excessivo de energia e de como ter um


ambiente mais agradável para o consumidor. Sendo assim, quais seriam os seus
principais benefícios?
O objetivo geral desse trabalho, é apontar as principais vantagens e
desvantagens das fachadas ventiladas. Já os específicos, seriam apontar os
principais materiais utilizados nessa instalação; mostrar suas patologias e a
segurança na execução do serviço; discutir a técnica de execução.
Esse trabalho utilizou como metodologia a pesquisa bibliográfica, que foi feito
através de publicações em revistas, consulta de estudos já desenvolvidos, livros,
artigos técnicos, dissertações de mestrados e teses de doutorado, num período de
mais ou menos dez anos. Logo, com a conjugação de informações, irão entender o
método de execução de fachadas ventiladas, aonde irá permitir uma avaliação
analítica e crítica dos meios atuais de construção dessas fachadas.
15

2. MATERIAIS UTILIZADOS NA INSTALAÇÃO DE FACHADAS VENTILADAS

“Associa-se comumente o uso de revestimentos ao aspecto estético,


entretanto este é apenas um dos fatores a serem considerados” (Coelho, Lavínia de
Vasconcelos Xavier, 2006).
O sistema de fachadas ventiladas, vem crescendo o interesse de construtores
e arquitetos, pois apresenta diversas vantagens, também conta com um método
construtivo que torna possível o uso de vários tipos de revestimentos. A seguir irei
fazer um breve resumo com explicações e algumas opções mais conhecidas de
revestimentos no mercado.

2.1 TIPOS DE REVESTIMENTOS

2.1.1 Vidro
O principal fator que diferencia uma fachada ventilada com revestimento em
vidro de uma feita em pele de vidro, é o sistema construtivo, que esteticamente são
muito semelhantes. Além dos vidros, também é possível introduzir uma cortina
veneziana na câmara de ar, fazendo com que permita um controle melhor de raios
solares e luminosidade. Souza (2010), comenta que “os vidros podem ser planos,
ondulados ou em lâmina”.
Em outros tipos de fachadas, tem o costume de aplicar vidros duplos,
entretanto em fachadas ventiladas não se obtém vantagem em utilizar este material,
por causa da existência da câmara de ar. De acordo com Souza (2010),“A aplicação
de vidros duplos não faz muito sentido pois não trazem vantagens ou acústicas”.
Os três tipos de vidros mais utilizados na fixação da fachada são: ancoragem
no tardoz, caixilharia ou fixação para lâminas fixas ou móveis. Como veremos na
figura a seguir:
16

Figura 1 - Tipos de fixação

Fonte:Sousa (2010)

2.1.2 Madeira
Na fachada ventilada, a madeira pode ser utilizada em duas formas:
derivados de madeira ou madeira maciça. Na madeira maciça, pertence a um grupo
que a madeira natural passa por tratamentos químicos, com o objetivo de obter
resistência as temperaturas climáticas durante sua vida útil. Para aumentar a sua
resistência mecânica, ela passa por um tratamento químico no qual é submetida a
temperaturas elevadas com o intuito de retirar o máximo de sua umidade.
Os derivados da madeira são formados por painéis aglomerados, painéis de
densidade média (MDF), painéis de aparas de madeira (OSB), placas de elevada
densidade (HDF) e painéis de partículas de madeiras aglutinadas com cimento. Do
mesmo jeito que as madeiras maciças, estes painéis também precisam passar por
tratamentos químicos.
17

Mesmo havendo diversas maneiras de se conseguir um acabamento em


madeira, seus métodos de fixações serão os mesmos: fixação por pregos, parafusos
ou rebites.

2.1.3 Cerâmica
Segundo Coelho (2006), “os materiais cerâmicos são os mais utilizados
devido a sua disponibilidade de cores e dimensões”. Com o uso da cerâmica, se
obtém várias qualidades ao pano exterior como baixa absorção de água, resistência
térmica, resistência mecânica e a beleza do material cerâmico. Deve-se realizar uma
análise desde sua matéria prima, passando pelos seus aditivos e grau de cozimento
para se verificar a sua real condição. De acordo com Souza (2010), “As fixações
mais utilizadas para este tipo de material são a ancoragem por grampos, linear, no
tardoz ou por sistemas de encaixe”.
Por causa do seu baixo peso, hoje em dia é possível criar painéis com peças
de grandes dimensões, fazendo assim mais competitivo em relação aos outros
revestimentos em questão de desempenho, custo e qualidade. Na figura abaixo
veremos alguns tipos dos formatos e fixações em revestimentos cerâmicos:

Figura 2-Formas e fixações para revestimentos cerâmicos

Fonte: Sousa (2010)


18

2.1.4 Alumínio Perfilado


Este tipo de revestimento, consiste em um alumínio fixado na estrutura interior
por cantoneiras metálicas. Este perfil constitui por duas chapas de alumínio tratado,
possui sua própria subestrutura e o acabamento, fazendo com que tenha um baixo
peso específico, baixo índice de corrosão, elevada resistência e que sofra pouca
vibração.
Já a sua fixação pode ser feita por rebites, parafusos, pregos, moldura ou
sistema de encaixe. Segundo Souza (2010), “este tipo de revestimento faz muito
sucesso com arquitetos por ser um revestimento contínuo”.
Além da variedade de padrões, este revestimento traz outra facilidade, ela
possibilita ser moldada em obra por meio de maquinas cortadoras e moldadoras.
Com isso permite que os painéis sejam realizados com medidas específicas de cada
local da obra, sem contar que também se obtém o benefício de criar superfícies
arredondadas ou curvada com a mesma qualidade, devido a flexibilidade deste
material.

2.1.5 Painéis Fenólicos


Esses possuem revestimentos composto a base de resina endurecida
reforçada com fibras de madeira, fabricadas sob altas temperaturas e pressões com
o objetivo de que os materiais se fundam e endureçam. Segundo Souza (2010),
“Este composto é depois sujeito a um tratamento especial, com elevadas pressões e
temperaturas, que faz com que se funda e posteriormente endureça”.
Conforme defendido por Causs (2014), os painéis fenólicos são constituídos
pelas seguintes camadas: película protetora constituída por resina melamínica nas
suas extremidades, folha decorativa formada por uma folha de madeira saturada
com resina melamínica em cada extremidade o que a torna resistente à abrasão e
um núcleo composto por folhas de papel Kraft. Os componentes são adicionados
segundo a ordem na imagem a seguir:
19

Figura3– Fenólico

Fonte: Dutra (2010)

Com esses componentes faz com que o painel se torne um material


homogêneo. Conforme defendido por Souza (2010), existem diversas cores que não
há limitações por padrões, podendo serem com texturas, lisas, folhas de madeira ou
até mesmo imagens impressas na película.
Suas formas de fixação podem ser por ancoragem no tardoz, ancoragem por
grampos, parafusos ou por rebites.
20

3. PATOLOGIAS E SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DO SERVIÇO

3.1 Patologias
Toda edificação está submetida a se desenvolver algum tipo de patologia, que
pode ocorrer por diversos motivos; seja por má confecção do material utilizado, por
má qualidade da mesma, forças de impactos externos entre outros.
Uma vez que a fachada ventilada funciona como uma capa protetora que
recebe os impactos antes do edifício, isso faz com que ocorra com menos
frequência patologias em relação a fachadas aderidas.
O problema mais comum nesse tipo de fachada, como relata Direito (2011),
“está no desprendimento e queda do revestimento, podendo ser por aplicações
deficientes, baixa qualidade do material de revestimento, movimentos de suporte ou
sistema de fachada mal concebido”.
No entanto, recomenda-se evitar a má execução de emboço, chapisco,
selante, argamassa adesiva, devido ao método de fixação no perfil metálico, que são
os motivos mais frequentes de desplacamento.
Conforme defendido por Direito (2011), no revestimento ou na ligação da
fachada ventilada com outras interfaces, também pode-se aparecer patologias,
devido as fissuras, placas partidas, desgaste de placas, inchamento, infiltração,
variação de cor e manchas.
As juntas garantem algumas funcionalidades que, segundo Direito (2011) os
painéis garantem a verticalidade, resistência de agentes ambientais e
impermeabilização, e, consequentemente, garante o nivelamento, alinhamento, e
encaixe posterior de novas peças com o sistema de encaixe. Com isso a junta
garante tolerâncias dimensionais, estanqueidade, limpeza e bloqueia a entrada de
seres de pequena proporção.
Os problemas relacionados com a queda e o desprendimento do
revestimento, são as patologias que ocorrem mais comumente em sistemas de
fachadas ventiladas.

3.2 Segurança na execução


Na execução da fachada ventilada, devemos ter um maior cuidado quando
comparado a uma fachada convencional, principalmente nos transportes das placas,
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já que seus materiais podem vir a ser mais pesados ou também por possuir grandes
dimensões, como por exemplo a cerâmica.
Ressalto a importância do acabamento final do produto, que não possa deixar
zonas perigosas que coloquem em risco à integridade física da pessoa ou deixar
algum tipo de ponta cortante principalmente em lugares de movimento. Realizando
também, regularmente, manutenções dos equipamentos utilizados para a segurança
e montagem de equipamentos. Segundo Dutra (2010), “numa edificação, o tempo
necessário para a ocorrência de uma inflamação generalizada é influenciada pela
natureza dos materiais presentes nas superfícies dos elementos construtivos”.
Todas as fases de uma obra na Engenharia Civil, em algum instante, podem
vir a oferecer algum tipo de risco à saúde dos trabalhadores em que ali estão. Além
da NR 06 (2015) que direciona a Equipamentos de Proteção Individual (EPI), as
normas NR 18 (2011) e NR 35 (2012), Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção e Trabalho em Altura, respectivamente, são exemplos que
ajudam em questão de segurança na execução, nos assegurando que irá suceder a
execução do produto final.
Conforme defendido por Causs (2014), precisa se atentar e se preocupar se
todos os envolvidos na obra estão utilizando os equipamentos de segurança, pois é
indispensável o uso dos EPIs. Devemos nos prevenir quanto à seleção dos
equipamentos, sua inspeção e conservação de uso. Existem vários tipos de EPIs,
que são eles: óculos, luvas, protetor auricular, capacete, botas, máscara, cinto,
protetor facial, dentre outros. Na figura que veremos a seguir, temos alguns tipos de
equipamentos de proteção individual:
22

Figura 41 - Equipamentos de Proteção Individual

Fonte:Prolife (2014)

A NR 18 (2011) além de abordar muitos outros temas, sistemas de prevenção


quanto à segurança em processos construtivos. Referindo-se em fachada ventilada,
destaca-se o tópico que trata de Medidas de Proteção Contra a Queda de Altura e
Andaimes e Plataformas de Trabalho, na qual encontramos vários itens relacionados
à segurança de todos os envolvidos na obra.
A rede de segurança é um grande exemplo de cuidado que deve ser tomado,
ele evita a queda tanto a de algum tipo de material ou ferramenta, como também do
próprio trabalhador. Devendo apresentar malha uniforme em sua extensão, sendo
de cor escura para apresentar contraste e ser em cordéis 30/40 de 40 a 60
milímetros de distância entre nós e mínimo de 10 metros de altura.
Conforme defendido por Causs (2014), conhecida como balancim, a cadeira
suspensa serve como apoio para instalações das estruturas metálicas ou das
placas. Podendo também ser utilizada nas manutenções das placas, tanto na
lavagem ou na substituição delas. Geralmente se utilizam a cadeira suspensa em
locais e atividades que é inviável a instalação de andaimes.
A NR 35 (2012) fala do trabalho em altura acima de 2 metros que possa
correr risco de queda. Deve ser realizado um curso de capacitação ou algum
treinamento, teórico e prático onde se aborde os temas de alguns tipos de acidentes,
de equipamentos de proteção coletivo, conduta em situação de emergência, normas
23

do assunto, dentre outros, para que um trabalhador realize alguma atividade em


altura. Deve ser avaliado por parte dos empregadores, o estado de saúde dos
funcionários, para assegurar que todos estão capacitados para realizar esse tipo de
atividade.
24

4. MÉTODO EXECUTIVO
A técnica de execução para Dutra (2010) de uma fachada ventilada é formada
por uma caixa de ar ventilada, nesse espaço ocorre o efeito chaminé, que seria a
entrada de ar frio pela parte debaixo e a saída de ar quente pela parte de cima.
Também é possível adicionar uma camada de isolante térmico caso a camada de ar
não seja o necessário para o isolamento térmico desejado. Causs (2014) comenta
que é recomendado a utilização de uma camada isolante já que na câmara de ar há
uma grande ascensão de ar quente o qual deve ser evitado a transferência de calor
para a edificação. Na figura a seguir mostra o procedimento da construção de uma
fachada ventilada:

Figura 5 - Processo de construção da fachada ventilada

Fonte: Arch Daily (2015)

“Os painéis de revestimento são fixos à estrutura de apoio através de encaixes


metálicos que podem ser feitos pontualmente ou por uma estrutura”. (Dutra, Miguel
Resendes, 2010). Causs (2014) cita que o revestimento externo funciona como uma
barreira que protege o isolamento térmico das intempéries exteriores bem como do
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resto da estrutura interior, assegurando uma maior durabilidade do sistema.


Veremos alguns componentes da estrutura da fachada ventilada na figura a seguir:

Figura 6 -Componentes estruturais da fachada ventilada

Fonte:CypeIngenieros adaptado (2016)

É importante fazer uma análise na face aonde a fachada será construída


antes de iniciar o processo de construção, averiguando se este lado do edifício está
impermeabilizado, regularizado e finalizado. Pode ser feita a impermeabilização de
resina impermeabilizante acrílica ou cimentícia, sempre que junto com o ar entra
entre a estrutura e o revestimento também entra umidade. Com esta conferência de
início, consegue se evitar patologias futuras ou danos na fachada ventilada.
Se julgado necessário, o isolante térmico poderá ser de vidro, de poliestireno
(isopor) ou de lã mineral; materiais que são fixados de modo mecânico com
argamassa colante. Segundo Causs (2014), a fixação desta camada isolante,
também pode ser feita através de buchas de PVC.
Para se fazer a colagem desta camada, primeiro passa a argamassa colante
em uma área que tenha proporção de pelo menos metade da área da face do
isolante. Logo após é reforçado com fixadores mecânicos conforme mostra a
imagem a seguir:
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Figura 72-Instalação da camada isolante

Fonte:Knauf (2011)

O próximo passo é começar a colocação da estrutura de fixação. Inicia-se


com as ancoragens, que irão receber os perfis metálicos. Os operários as instalam
com a ajuda de um equipamento que mantenha o prumo com a fachada do edifício.
Caso a estrutura fique fora do prumo, poderá ocorrer uma futura queda da mesma.
Para Gerola e Ferreira (2013), para a ancoragem, o tipo de material usado é definido
de acordo peso próprio do componente. Podendo ser de aço inoxidável, madeira ou
alumínio.
É necessário ser feito uma subestrutura de perfis para o assentamento das
peças do revestimento externo no acabamento da fachada. Essa subestrutura pode
ser metálica e é fixada conforme as ancoragens de fixação, podendo ser também de
aço, que seria um material mais pesado, ferro ou alumínio, sendo um material bem
mais leve.
Segundo Gerola e Ferreira (2013), para o Brasil, um país de clima tropical,
mais quente, o espaço entre a face externa do edifício e a subestrutura é
recomendável ter uma espessura de 10 centímetros a 16 centímetros.
Espaçamentos pequenos, menores que 10 centímetros, e espaçamentos grandes,
maiores que 40 centímetros, podem prejudicar o funcionamento do sistema.
E por último, aplica-se o revestimento que protege a camada de isolante
térmica e a estrutura metálica. São aplicados de diversas maneiras os materiais para
o revestimento, através de ganchos, parafusos e encaixes macho e fêmea. São
fixações que podem ser aparentes ou não aparentes na área externa. O método
aparente, os rebites e parafusos são presos nos perfis. Já no método não aparente,
27

é feito pela parafusagem direto no painel. É necessário colocar espaçadores de


plásticos para o acabamento no espaço entre as placas, tanto no método aparente
quanto no método não aparente.
É indispensável realizar os acabamentos para que as fachadas possuam uma
vida útil maior e que também se evite patologias. Mendes (2009) recomenda a
colocação de rufos na parte superior e inferior da fachada, caso a mesma não
chegue até o chão, pois com isso evita-se a penetração de água, porém não
fechando por completo, pois se necessita de uma abertura para a entrada e saída de
ar da câmara. As juntas horizontais e verticais do revestimento é outro acabamento
que deve ser executado. Conforme mostra a imagem a seguir, as juntas poderão ser
abertas quando os encaixes das placas de revestimentos forem machos e fêmeas,
pois se tem o controle das águas da chuva e não evitam intempéries.

Figura 8 - Detalhe do acabamento superior e inferior da fachada


ventilada

Fonte: Gerola e Ferreira (2013)

Sousa (2010) relata que com uma diversidade tão grande de soluções, tanto
de revestimentos como de fixação, é importante avaliar quais os aspectos mais
vantajosos, do ponto de vista exigência, de cada uma das soluções.
Conforme defendido por Direito(2011) a opção mais utilizada de fixação é
aplicado fundamentalmente recorrendo a ancoragens pontuais. Por meio de
28

perfurações diretamente no suporte onde são fixas por ancoragens, são realizados
este tipo de fixação, aonde se torna esse sistema menos caro em relação aos outros
tipos, porém, em algumas outras ocasiões, compromete a versatilidade pelo número
de ancoragens.
29

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este tipo de fachada está se tornando um diferencial dos empreendimentos, e
logo, as construtoras buscam métodos construtivos e revestimentos mais evoluídos,
com grande durabilidade e eficiência energética. E com isso faz com que o assunto
fachada ventilada esteja bastante pautado atualmente.
As fachadas ventiladas no início começaram a ser elaboradas com o objetivo
principal de diminuir os custos com energia para calefação e refrigeração, contudo
esse sistema possui outras vantagens, entre elas vale a pena ressaltar a diversidade
nos materiais de instalação, o isolamento térmico e acústico e um menor prazo de
instalação. E com o passar dos anos, outros grandes benefícios foram notados
como a facilidade de limpeza e manutenção e também a possibilidade de uso dos
inúmeros revestimentos aonde alguns foram citados nesse trabalho.
Em todas as etapas da instalação da fachada ventilada, é de se preocupar se
todos os envolvidos estão equipados devidamente com os EPIs, pois como
mencionado no decorrer do trabalho, ele é imprescindível por que assegura a saúde
e a segurança do trabalhador. Devendo se atentar quanto a seleção dos
equipamentos, sua conservação, inspeção e limitação de uso.
Mesmo com todos esses benefícios que este tipo de fachada apresenta, a
dificuldade de inclusão se deve pelo alto investimento e demora do retorno
financeiro. No método construtivo se tem a necessidade de uma mão de obra
especializada, pois é requisitado um alto nível de detalhamento para a realização
dos projetos, tanto que para o acompanhamento da instalação é exigido um
engenheiro especialista neste método construtivo.
Para pesquisas futuras eu indico um estudo mais aprofundado de o porquê de
não existir normas brasileiras para esses sistemas, de como seria feito o
treinamento dos operários para a instalação da fachada ventilada, medir e analisar a
produtividade de instalação de uma fachada ventilada e comparar o desempenho
térmico de uma fachada ventilada na Europa com uma do Brasil.
30

REFERÊNCIAS
ARCH DAILY (Brasil). Conheça as vantagens das fachadas ventiladas. 2015.
Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/775512/conheca-as-vantagens-das-
fachadas-ventiladas>. Acesso em: 13 out. 2018.

CAUSS, Leonel Werlich. Sistema de fachada ventilada em edificações:


características, métodos executivos e aplicações. 2014. 123 f. TCC (Graduação)
- Curso de Engenharia Civil, Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/127401/TCC
%20A5%20-%20Leonel%20Werlich%20Causs%20-%20vers%C3%A3o
%20final.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 24 Ago. 2018.

COELHO, Lavínia de Vasconcelos Xavier. Avaliação da Alteração de Placas de


Rocha em Fachada: Estudo de Caso. 2006. 133 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Engenharia Civil, Universidade Católica de Pernambuco, Recife, 2006. Disponível
em: <http://www.unicap.br/tede/tde_arquivos/3/TDE-2006-12-14T142358Z-7/
Publico/Lavinia Coelho.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.

CYPE INGENIEROS (Espanha). Fachadas e paredes meeiras:Isolamento pelo


exterior em fachadas ventiladas. 2016. Disponível em:
<http://www.geradordeprecos.info/obra_nova/Isolamentos_e_impermeabilizacoes/
Isolamentos/Fachadas_e_paredes_meeiras/
NAF040_Isolamento_pelo_exterior_em_fachada.html>. Acesso em: 13 out. 2018.

DIREITO, Joana Ferreira. Estudo da Segurança Contra Incêndio em Fachadas


Ventiladas. 2011. 92 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,
Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Porto, 2011. Disponível em:
<https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/63395/1/000149937.pdf>. Acesso
em: 15 set. 2018.

DUTRA, Miguel Resendes. Caracterização de Revestimentos em Fachadas


Ventiladas: Análise de Comportamento. 2010. 102 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Engenharia Civil, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2010.
Disponível em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395140450819/Tese
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