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Guerra Civil Inglesa também denominada Revolução Puritana e Revolução


Inglesa foi um confronto entre os defensores da Casa real dos Stuart, a massa e os partidários do
Parlamento. O rei, Carlos I (1600-1649), era apenas o segundo monarca da dinastia, que herdara
o trono após a morte sem filhos da rainha Elizabeth I (1533-1602), da Casa Tudor. Desde a
ascensão de Jaime I (1566-1625), houvera problemas recorrentes com o Parlamento pelas mais
variadas razões. Por exemplo: o novo rei era defensor da doutrina absolutista francesa, e, em
1614, apoiado em sua prerrogativa, aumentou os impostos. Quando o Parlamento protestou, foi
dissolvido e fechado por sete anos. Assim, a relação amistosa da dinastia com
a burguesia abastada que começava a participar da política ficou muito prejudicada. Quando
Jaime I morreu, foi sucedido pelo filho Carlos, que em breve se casaria com a princesa francesa
Henriqueta (1609-1669), numa união que não se provou popular entre os anglicanos, e muito
menos entre a corrente puritana.Com a Ascenção de Carlos I (dinastia stuart), ao trono acontece
a unificação das coroas escocesa, irlandesa e inglesa. Pretendendo um governo absolutista
Carlos I assim como seu pai pretendia governar sem parlamento sob alegação de que seu poder
real era advindo do plano divino. E utilizando de sua influência garante que o anglicanismo
ressalte esta teoria.

Quanto ao parlamento o qual abarcava a burguesia urbana e produtores rurais em grande


maioria adeptos ao puritanismo (seita Calvinista), estava em conflito eminente com a coroa
especialmente por conta da implementação de vários impostos criados pela coroa. Após fazer
com que o Parlamento aprovasse aumento dos impostos, Carlos I não o convocaria pelos
próximos 11 anos; ao mesmo tempo, de acordo com a política absolutista anglicana, passou a
perseguir os dissidentes religiosos – principalmente puritanos, o que corrobora para a imigração
em massa destes ao território que se entende hoje pelos Estados Unidos. Aliado ao
descontentamento da massa para com o rei devido ao aumento dos impostos o estopim para a
guerra acaba sendo a tentativa por parte do rei, em 1637, de substituir o culto presbiteriano da
Escócia pelo anglicano. Rapidamente, os escoceses contra tal medida e aproveitando-se do
ambiente de instabilidade da Inglaterra revoltaram-se, e Carlos I se vê obrigado a convocar o
Parlamento para arregimentar um exército. Contudo, os parlamentares por sua vez exigiram o
controle da política financeira e o comando do exército e regularidade na convocação do
parlamento. O rei em retaliação a tais exigências dissolveu o Parlamento. Passando então a
governar com apoio da Câmara Estrelada (Tribunal Nobre). Em 1640, Carlos I tentou
novamente extrair auxílio do Parlamento, que se mostrou tão hostil que o monarca ordenou
nova dissolução. Quando os parlamentares se recusam a deixar o prédio, o rei ordena a invasão
da câmara dos comuns por soldados a fim de prender os opositores. A cidade de Londres se
revoltaria, obrigando Carlos I a fugir para Oxford. Lá a alta nobreza apoiaria o rei, organizando
o chamado Exército dos Cavaleiros, com um contingente de aproximadamente 20 mil homens.
Estes Cavaleiros (cavaliers) arregimentados pela nobreza realista eram experientes lutadores e
fortes nos combates a cavalo com grande pressão de poder principalmente nas regiões norte e
oeste da Inglaterra que se encontravam economicamente atrasadas. O Parlamento, por sua vez,
organizou um exército composto por cidadãos, tendo por líder o puritano Oliver
Cromwell (1599-1658), oriundo da pequena nobreza. Oliver Cromwell atesta a ideia de que uma
revolução só se dará através de mediadas revolucionarias ao instituir uma reforma militar. Em
seu exército (os cabeças redondas) ascensão de patentes passa a se dar por mérito, além disso
Cromwell defendia a ideia de que o recrutamento deveria ser executado de maneira mais
democrática, e não somente ligada aos aspectos religiosos. Cromwell entra em processo de
divergência para com seus superiores devido a defesa de tais ideias, não por se tratar de um
simples atrito entre presbiterianos e independentes como nos é ensinado geralmente. Mas
segundo Hill, tratava-se de um confronto entre a grande burguesia mercantil e aristocracia cujos
interesses estavam ligados ao presbiterianismo — e a pequena nobreza progressiva, os pequenos
proprietários de terras, e a burguesia livre-cambista, além da massa camponesa —
independentes.

Para além da força dos “cabeças redondas”, o parlamento também contava com as
milícias feudais dos condados aliadas. Inicialmente o paramento perde as primeiras batalhas
contra a nobreza realista, no entanto devido ao apoio do povo como na frente dos cidadãos
londrinos em Turham Green (1642) o avanço realista fora impedido. E sob a nova configuração
do exército parlamentar inicia-se um processo paulatino de construção de vantagens bélicas,
que corroboram para a vitória da batalha de Naseby (1645). Com a derrota em Naseby, Carlos I
foge para Escócia de onde é deportado com pouco tempo novamente para Londres. O
parlamento agora majoritariamente puritano sob a liderança de Oliver Cromwell condenam
Carlos I a morte. A partir de então institui-se uma republica na Inglaterra a qual passa a ser
dirigida por Cromwell.

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