Você está na página 1de 1

Nota de aula nº 2

A Crise do Absolutismo Inglês

O reinado de Carlos I (1625-1648), tem uma ligação direta com a queda da Monarquia
Absolutista inglesa e com o aumento do poder da burguesia. Após sua morte surgiram as bases
da futura monarquia parlamentar no país e deu-se início ao desenvolvimento do poder político
burguês e do capitalismo. Filho de Jaime I, Carlos I começou a reinar em 1625, após a morte de
seu pai. Três anos depois, o parlamento o obrigou a assinar a chamada Petição dos Direitos, que
o impedia de convocar o exército e criar novas taxas sem autorização do parlamento. Em 1629,
após alcançar algumas vitórias junto ao parlamento, o rei decidiu dissolvê-lo. Em 1640, Carlos I
reconvocou o parlamento visando obter recursos para financiar uma ação militar contra
rebeliões que aconteciam na Escócia. Nesse contexto, parlamentares da burguesia mercantil e
capitalistas da nobreza, detentores de pequenas propriedades, conseguiram a manutenção de
um exército permanente e também que a política religiosa passasse a ser controlada pelo
parlamento, visando a garantia de uma maior liberdade religiosa. Em 1641, o rei tentou
novamente dissolver o parlamento visando ampliar seu poder. Tal medida desencadeou uma
guerra civil no país, que ficou conhecida como Revolução Puritana (1641-1649). As forças
beligerantes eram divididas em dois grupos: os chamados “Cavaleiros”, compostos por
anglicanos, católicos e latifundiários, apoiadores de Carlos I, e os chamados “Cabeças
Redondas”, em sua maioria puritanos e presbiterianos que, liderados por Oliver Cromwell,
apoiavam o poder do Parlamento. Já em 1646, após sucessivas derrotas, Carlos I se rendeu e foi
preso. Após isso, ele ainda conseguiu fugir para a ilha de Wight, de onde tentou reorganizar seu
exército. Entretanto, foi derrotado definitivamente por Cromwell e em 1648, a mando do
Parlamento, foi julgado e condenado a morte por traição, sendo decapitado em 1649. A morte
de Carlos I foi a primeira execução de um rei europeu após uma determinação a mando do
Parlamento. Como consequência prática e simbólica da morte do monarca, houve o fim da ideia
de caráter divino e da autoridade incontestável do rei. Após a morte de Carlos I, instaurou-se na
Inglaterra a República, modelo que não duraria muito tempo. Na verdade, a instituição do poder
político da burguesia, o parlamento, fortaleceu-se. O desenvolvimento político e econômico da
burguesia ganhava assim impulso e apresentava os contornos que iriam conformar a sociedade
contemporânea.

Você também pode gostar