UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

                                                                               
ARIDELSON BATISTA DA SILVA

A relação entre Anarquismo e Comunismo: Semelhanças e

Disparidades
 

 
João Pessoa
2018
 ARIDELSON BATISTA DA SILVA

ATIVIDADE AVALIATIVA DE
HISTÓRIA COMTEMPORANÊA I

Atividade avaliativa de História

Contemporânea I apresentada a
Universidade Federal da Paraíba, na
disciplina de “História Contemporânea
I” ministrada pelo Professor Doutor
Tiago Bernardon de Oliveira, como
requisito parcial para obtenção de nota
avaliativa.

João Pessoa
2018
Anarquismo
O anarquismo foi um movimento contemporâneo às teorias socialistas
desenvolvidas por Karl Marx e Friedrich Engels que, em seu conjunto de doutrinas
preconiza a organização de uma sociedade sem nenhuma forma de autoridade. Não há
consenso entre os historiadores sobre as origens da ideologia anarquista, mas, é possível
afirmar que alguns pensadores teóricos influenciaram em larga medida o conteúdo da
ideologia Anarquista. Dentre estes se encontra   William Godwin (1756 – 1836), um dos
primeiros a lançar as primeiras ideias anarquistas, propôs uma radical transformação nas
bases organizacionais da sociedade. Godwin acreditava veementemente na criação de
uma organização comunitária fundada na abolição da propriedade privada e no repúdio
a qualquer tipo de lei ou governo como proposto na obra Enquiry Concerning Political
Justice (1793).

        Propondo críticas contundentes ao sistema capitalista Pierre-Joseph

Proudhon (1809 – 1865) foi outro importante pensador de suma importância para o
desenvolvimento das bases ideológicas do anarquismo. Em sua principal obra “O que é
propriedade?” (1840), ele defendeu a criação de um regime político guiado por uma
“república de pequenos proprietários”. Partindo de seu prisma de percepção os bancos e
cooperativas deveriam ter como objetivo fornecer, sem juros, recursos a toda e qualquer
atividade produtiva realizável em pequenas propriedades. Mikhail Bakunin (1814 –
1876) um dos maiores seguidores das teses de Proudhon. Também deu importante
contribuição ao anarquismo em termos teóricos. Bakunin discordava das teorias
marxistas, haja visto que, o mesmo não aceitava a ideia de que o alcance de uma
sociedade comunista passava pela manutenção de um Estado transitório. De acordo com
a perspectiva de Bakunin, a abolição do Estado deveria ser executada de maneira
imediata. Partindo deste pressuposto, ele defendeu o uso da violência desde que
acelerasse o processo de extinção dos governos.

O termo anarquismo é de origem grega, e ao contrário de como é representado

erroneamente, não consiste em um sinônimo de desordem ou baderna. A palavra
Anarquismo advém da palavra grega ánarkhos que em sua significação mais basilar
remeteria à “sem governo”, o que resume a oposição política a qualquer forma de poder
que limite as liberdades individuais tendo em vista que, os indivíduos na sociedade
anarquista devem adotar formas de cooperação voluntária e postura de autodisciplina, a
fim de assim estabelecer o equilíbrio entre ordem social e as liberdades do indivíduo. A
grosso modo, o anarquismo defende que a liberdade humana não está nas instituições,
mas, seria parte do próprio homem. E que o indivíduo enquanto responsável por si,
deveria tomar o lugar das regras dos líderes e governos.

Comunismo

A partir da elaboração teórica de cunho econômico do alemão Karl Marx o

termo comunismo surge, influenciado por filósofos como Hegel, Marx tece um
minucioso e laborioso estudo acerca relações econômicas e suas manifestações ao longo
do tempo. O termo é atribuído à uma organização social só experimentada pelo ser
humano em seus estágios iniciais de desenvolvimento coletivo. No comunismo, o
espaço destinado as classes sociais não teriam razão de existir, por dar lugar maneira
comunal de vivência da coletividade, logo, trabalhando e compartilhando o resultado de
seu esforço. Segundo o autor, tal estágio será atingido pela “catabolização” do
capitalismo derivado de seu desgaste natural, provocado por imperfeições inerentes à
sua própria composição.

Podendo ser definido como uma corrente política e econômica, o Comunismo

estuda condições de emancipação do chamado proletariado (classe da sociedade que tira
o seu sustento única e somente da venda do seu trabalho e não do lucro de qualquer
capital). Uma característica básica viés é que os meios de produção são disponíveis ao
público, abolindo-se a propriedade privada destes.

Doravante, é importante lembrar que apesar da experiência vivida por várias

nações no século XX, que buscavam pôr em prática a doutrina econômica de Marx,
poucas ou nenhuma destas podem ser chamada de comunista no sentido restrito da
palavra, sendo melhor se referir a tais regimes como socialistas, pois, haja visto a ideia
de Marx de que a possibilidade de implantação de uma sociedade comunista somente
após a derrocada do modo capitalista de produção, algo que não aconteceu em muitos
países, em especial na mais importante experiência comunista, realizada na
dissoluta União Soviética.

Outro conceito turvo envolvendo a palavra é com relação à natureza do trabalho

de Marx. Apesar de sua título mais famoso sobre o assunto ser "O Capital" (Das
Kapital, em três volumes), em boa parte de sua obra Marx se dedica ao estudo da
economia global, seu funcionamento, agentes e o seu respectivo comportamento social.
Nem mesmo em obras como o "Manifesto Comunista", classificado como um tratado
político, o autor estabelece uma teoria sobre como se daria o processo de transição do
capitalismo para o comunismo em termos políticos. A grosso modo, as bases
econômicas do comunismo foram estabelecidas em seu trabalho, ainda que sem
especificações sobre como seria uma política de cunho capitalista. Neste contexto a
construção teórica de Lênin emerge afim de preencher tal lacuna, escrevendo sobre
a ciência política do comunismo. É com este político russo que surgem muitos dos
conceitos historicamente ligados aos partidos comunistas no mundo, como por exemplo
a tomada do poder através da luta revolucionária, e que conhecemos por Marxismo-
Leninismo.
 Referências:

BAKUNIN, Mikhail Aleksandrovich. Federalismo, socialismo e

antiteologismo. São Paulo: Cortez, 1988a.]

CORRÊA, Felipe; SILVA, Rafael Viana da. Anarquismo, teoria e história. In:
CORRÊA, Felipe; SILVA, Rafael Viana da; SILVA, Alessandro Soares da
(orgs.). Teoria e história do anarquismo. Curitiba: Editora Prismas, 2015

ENGELS, Friedrich. Princípios Básicos do Comunismo. Disponível em:

<http://www.marxists.org/portugues/marx/1847/11/principios.htm>. Acesso em: 23 out.
2018.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1998.