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Universidade Federal do Ceará - UFC

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - FFOE


Centro de Estudos Farmacêuticos e Cosméticos - CEFAC
Departamento de Farmácia - DEFA
Disciplina: Farmacognosia I / Código: SI0245

Relatório das Aulas Práticas

A UTILIZAÇÃO DO FRUTO DO FOENICULUM VULGARE MILLER (FUNCHO)


COMO MATÉRIA-PRIMA PARA OBTENÇÃO DO SEU PRODUTO
PADRONIZADO.

Equipe 2 - Planta: Funcho

Ana Larissa Amorim Rodrigues


André Cazé Moreira Filho
Bianca de Souza Bezerra
Eduardo Bandeira Soares
Vitória Keller Oliveira de Araújo

Profª Luzia Kalyne M. Leal


FORTALEZA-CE/ 2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO e JUSTIFICATIVA

2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Granulometria/Grau de cominuição
3.2. Análise de pureza
3.3. Método extrativo
3.4. Caracterização do extrato (CCD)
3.5. Análises Quantitativas
3.5.1. Espectrofotometria
3.5.2. CLAE

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Análise da autenticidade
4.2. Análise de pureza
4.3. Extrato vegetal: produção e caracterização

5. CONCLUSÃO

6. REFERÊNCIAS

FORTALEZA-CE/ 2022
1.INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O Foeniculum Vulgare Mill., consoante a Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (2013), é popularmente conhecido como “funcho” ou “erva-doce-nacional” ou
“falsa erva-doce” (essa última devido a constante confusão botânica causada pela semelhança
de seu fruto com o fruto da espécie Pinmpinella anisum L.), pertencente à família Apiaceae.
O funcho, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2006), é uma
planta herbácea perene, nativa do Norte da África e Ásia Ocidental, de caule estriado de onde
saem os ramos, com até dois metros de altura (mas em geral com menos de 80 centímetros).
Além disso, consoante o Ministério da Saúde (2015), o funcho possui cor verde-acinzentada
ou verde-pardacenta, a raiz é rizomatosa, esbranquiçada e muito suculenta, armazenando
grande quantidade de água, enquanto o cheiro e o sabor característicos (em geral designados
por "anis” ou "erva-doce") resultam da presença de anetol, um composto fortemente
aromatizante; já o fruto é uma semente seca, fortemente aromática, de 3mm a 12 mm de
comprimento e 3 a 4 mm de largura, oblongo, de forma quase cilíndrica, às vezes, ovóide, em
que os dois aquênios (mericarpo) unem-se fragilmente, de forma a, muitas vezes, se
encontrarem separados e, quando aparecem justapostos observam-se as bases dos pedicelos
prolongados pelos carpóforos filiformes bifendidos.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2006), afirma que as folhas são longas (até
40 cm) e delgadas, muito flexíveis, com pecíolos longos e bainhas envolventes, entumecidas
e largas; já as flores são amarelas, hermafroditas, contém 5 pétalas, possuem de 2mm a 5mm
de diâmetro e produzem inflorescências terminais compostas, umbeliformes, composta de 7 a
20 umbelas menores.
Segundo o Ministério da Saúde (2015), os componentes químicos de Foeniculum vulgare são
encontrados em substâncias como os: polifenóis; ácidos graxos, esteróis e furanocumarinas;
flavonóides, tocoferóis; e óleos essenciais com a presença de fenilpropanóides como o trans-
anetol, estragol e apiol, monoterpenos oxigenados como fenchona e timol, e hidrocarbonetos
monoterpênicos, entre os quais o a-pineno, mirceno, a-felandreno, limoneno, p-cimeno e y-
terpineno.
A Erva-doce-nacional tem aplicações terapêuticas, segundo a da Conceição (2013), como a
capacidade anti-inflamatória, antifúngica, antimicrobiana, estrogênica, antioxidante e
diurética. Além disso, auxilia no trato respiratório, estimulando a secreção brônquica, por
meio da diminuição do muco existente nas vias respiratórias, além de exercer benefícios a
nível gastrointestinal como prevenção da flatulência, cólicas e espasmos.
Para realizar a produção do produto padronizado, é necessário avaliar a amostra com as
etapas do controle de qualidade, como a análise de autenticidade, a análise de pureza, na qual
possui sub-etapas, como a determinação da porcentagem de material estranho,pelo
quarteamento e pesagem do material estranho na balança analítica, a determinação do teor de
umidade, feito com uma balança de infravermelho, pois, segundo a Farmacopeia Brasileira
6ºed. (2019), é importante realizar esses testes a fim de assegurar a segurança e eficácia do
produto padronizado, objetivo deste estudo.
Portanto, com o intuito de produzir esse produto padronizado, é imprescindível utilizar um
método extrativo para obter resultados, o qual consiste na maceração dinâmica. Essa
maceração é “uma operação física que consiste em retirar ou extrair de uma amostra
substâncias consideradas princípios ativos, para extração de compostos bioativos presentes”
(LIMA, 2019). Para compreender mais sobre esse método, deve-se perceber as suas
vantagens e desvantagens, porquanto, consoante Lima (2019), a maceração dinâmica possui
como uma de suas vantagens, o não esgotamento do composto extraído, por causa da
saturação do líquido extrator, e o equilíbrio difusional entre o líquido extrator e o interior da
célula vegetal; ademais, possui outras vantagens como o controle de temperatura, a não
degradação da substância e o fato de ser um processo simples e de baixo custo, o que
favorece a aplicação desse método na formação do produto padronizado. Entretanto, sua
desvantagem é o tempo demorado da extração. Por conseguinte, nesta pesquisa, será
realizada a maceração dinâmica do funcho, de modo que o fruto da Erva-doce-nacional será
irá reagir com o etanol, pelo tempo de uma hora e trinta minutos, com a finalidade de obter o
extrato a partir do princípio ativo dessa planta, o qual é o anetol.
Desse modo, o funcho será utilizado como matéria prima para obtenção do seu produto
padronizado, a fim de observar as características botânicas, de analisar as aplicações
terapêuticas do funcho, avaliando a pureza da amostra estudada, além da utilização do
método extrativo, que consiste na maceração dinâmica, para obter o produto padronizado e,
por fim, discutir os resultados desse estudo.
Figura 1: Funcho Figura 2: Foeniculum Vulgare Mill
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt- Fonte:https://www.brettelliott.com/
br/acesso-a-informacao/participacao- blog_2015/fennel-seed-foeniculum-
social/consultas-publicas/2017/ vulgare-herbal-monograph/
arquivos/MonografiaFuncho.pdf
Desde a chegada da revolução neolítica, o
homem utiliza plantas como base para a sua
sobrevivência em sociedade e, dentre elas, vale ressaltar as espécies que possuem atividade
farmacológica. O Foeniculum vulgare, mais conhecido como funcho, é uma dessas espécies
devido às suas inúmeras propriedades, tais como expectorante, anti-inflamatórias e favoráveis
às enzimas digestivas, além do efeito, descoberto recentemente, de inibição sobre a resposta
inflamatória aguda pelo anetol, seu princípio ativo (DOMICIANO, T., 2011).
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Resolução
da Diretoria Colegiada (RDC) nº 26 de 13/05/2014, são considerados medicamentos
fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias- primas ativas vegetais cuja
segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela
constância de sua qualidade. Sendo assim, é de fundamental importância a padronização do
funcho, visto que só assim a sua utilização poderá ser feita de forma segura e seus benefícios
poderão ser efetivamente garantidos.
Portanto, para assegurar a qualidade do produto, analisaremos a autenticidade e a pureza do
funcho, bem como produziremos um extrato através da maceração dinâmica e realizaremos
Cromatográfica de Camada Delgada (CCD) para observar a presença do princípio ativo nele
e, por meio da Espectrofotometria, faremos análises qualitativas.
Deste modo, conclui-se que este trabalho é importante por analisar essa espécie que assegura
tantos benefícios à população devido às suas propriedades farmacológicas e por fornecer o
conhecimento acerca do processo de garantia da qualidade do produto, além de contribuir
para a comunidade acadêmica devido à possibilidade de seus resultados poderem ser
utilizados por outros estudos na área de Farmacognosia, em especial àqueles voltados ao
Foeniculum vulgare.

2.OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Realizar a caracterização do fruto do Foeniculum vulgare Mill. (funcho) e seu extrato
vegetal, por meio de técnicas qualitativas e quantitativas para a obtenção do seu produto
padronizado com garantia do controle de qualidade.

2.2 Objetivos específicos

 Avaliar a autenticidade da amostra do funcho;


 Determinar a pureza da droga vegetal por meio de métodos farmacopeicos;
 Produzir o extrato do funcho através do método extrativo maceração dinâmica;
 Pesquisar a presença do anetol no extrato por cromatografia em camada delgada
(CCD);
 Verificar a concentração de fenóis totais no extrato do funcho utilizando a
espectrofotometria;
3. MATERIAIS E MÉTODO:

Para atingir os objetivos citados anteriormente, iremos apresentar os seguintes materiais e


métodos utilizados nas práticas.

3.1. Granulometria/Grau de cominuição

A granulometria não foi realizada.

3.2. Análise de pureza:

     A finalidade desse método é avaliar a pureza de plantas medicinais de Programas


Públicos de Fitoterapia ou presentes no Mercado Alimentício ou Farmacêutico com auxílio
de métodos farmacopeicos. 

Material:

Para a realização do método citado foram utilizados os seguintes materiais:

● Papel de quarteamento
● Lupa
● Pinça
● Balança analítica
● Balança de infravermelho
● Mufla
● Dessecador
● Vidro de relógio
● Funcho (Foeniculum vulgare Mill.) 
Procedimento:

A seguir, com os materiais reunidos, realizamos diversas etapas que irão compor a análise de
pureza:

● Determinação de material estranho:


1. Quarteamento (Amostragem)
2. Determinar a porcentagem de materiais estranhos encontrados
● Determinação do teor de umidade:
1. Medição de umidade por infravermelho
● Determinação de cinzas totais

Determinação de material estranho:

Iniciamos a análise com a determinação de material estranho, que é qualquer material que
não conste na definição da droga na monografia, deixando ela isenta de insetos, fungos e
contaminantes de origem animal. Para realizar esse processo, primeiramente, fizemos o
quarteamento (amostragem) do funcho e, em seguida, determinamos a porcentagem de
materiais estranhos encontrados na amostra.

→ Quarteamento: 

Pesamos 5,014 gramas de funcho e espalhamos em uma fina camada sobre uma superfície
plana em 4 quadrantes, selecionando 2 quadrantes para análise e descartando os demais.
Posteriormente, separamos manualmente, com auxílio de uma pinça, os materiais
estranhos.    
Figura 3: Pesagem da amostra. Figura 4: Esquema de amostragem.
Fonte: Práticas de Farmacognosia I. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/356572/

→Determinação da porcentagem de
materiais estranhos encontrados:

Pesamos 0,042 gramas de material estranho e multiplicamos o resultado por 2, determinando,


assim, o peso de material estranho. Posteriormente, calculamos a porcentagem de material
estranho com base no peso da tomada de ensaio.

Determinação do teor de umidade:


Além disso, também realizamos, utilizando o método gravimétrico, a análise do teor de
umidade do funcho, que quantifica a quantidade de água existente na amostra, já que uma
elevada concentração de água é um ambiente propício para o desenvolvimento de
microrganismos que podem tornar impróprio o uso do material. Para obtermos o teor de
umidade, fizemos a medição utilizando uma balança de infravermelho.

→Medição de umidade por infravermelho:


Pesamos cerca de 1,002 gramas da amostra de funcho que, em seguida, foi levada à balança
de infravermelho ligada 30 minutos antes de realizarmos a análise. Programamos o aparelho
para aquecimento até 105 °C durante 10 minutos e, ao final do tempo estipulado, a balança
forneceu o valor de massa restante sem água e sua porcentagem. Posteriormente, calculamos
a porcentagem de água perdida em relação a amostra antes da secagem.

Determinação das cinzas totais:


A determinação das cinzas totais não foi realizada.

3.3 Método extrativo:

A finalidade dessa etapa é realizar a produção de extratos vegetais, empregando métodos


extrativos, especificamente a maceração dinâmica.

Material:
Para a realização desse método, os seguintes materiais foram utilizados:
● Água destilada
● Agitador magnético
● Béquer 1L pyrex
● Béquer de plástico
● Balança analítica
● Funil
● Papel de filtro
● Placa de petri
● Proveta
● Barra magnética
● Etanol
● Espátula
● Amostra do fruto do funcho

Procedimento:
Para a produção de 100 ml de extrato a 30% m/v, realizamos algumas etapas a seguir.
Pesamos 30,0054g de funcho na balança analítica e, em seguida, a droga vegetal foi colocada
em um béquer de 1 L pyrex, adicionando um solvente preparado a partir de 50ml de água e
50ml de álcool etílico. Posteriormente, o béquer foi colocado sobre um agitador magnético, e
nele foi inserido uma barra magnética, deixando-o por um período de uma hora e meia
ligado, a fim de extrair o anetol, princípio ativo do funcho. Logo depois, foi realizada uma
filtração, utilizando papel filtro, obtendo assim, o extrato do funcho por meio da maceração
dinâmica, sendo colocado, ao final do processo, em um frasco devidamente etiquetado.

Adicionamos Colocamos
Pesamos Filtramos
solvente no agitador

Figura 5: Produção do Extrato do Figura 6: Extrato do funcho.


Funcho. Fonte: Prática de farmacognosia I
Fonte: Prática de farmacognosia I
.
3.3 Caracterização do extrato (CCD):
O objetivo desse é ensaio é pesquisar a presença de anetol no extrato de funcho (Foeniculum
vulgare), obtido pela maceração dinâmica na etapa anterior.

MATERIAL:
Para a realização da caracterização do extrato (CCD), os seguintes materiais foram utilizados:
 Capilares
 Cuba
 Diclorometano PA
 Extrato do funcho (Foeniculum Vulgare)
 Hexano PA
 Iodo PA
 Lápis
 Papel filtro
 Placa de alumínio com sílica gel 60 (tamanho 20x20cm)
 Pinça
 Padrão anetol
 Régua

PROCEDIMENTO:
Iniciamos o procedimento fazendo uma marcação na placa de alumínio com sílica (tamanho
20x20cm) utilizando um lápis, produzindo a linha de partida onde será realizado os spots, e a
linha de chegada, limite máximo para a eluição da fase móvel. Após a realização das
marcações, realizamos 2 spots, um do lado esquerdo (extrato) e outra do lado direito
(padrão), de modo que os spots da amostra seja o dobro, pois a amostra está em menor
concentração em relação ao padrão anetol. Em seguida, colocamos a fase móvel no fundo da
cuba (hexano : diclorometano(20:80)), depois colocamos a placa de sílica (fase fixa) no fundo
da cuba com auxílio de uma pinça, de modo que a parte inferior da placa de sílica toque
uniformemente com o eluente (fase móvel). Posteriormente, fechamos rapidamente com a
tampa e mantemos em repouso, aguardando a eluição até a marcação da linha de chegada.
Quando a fase móvel estiver muito próxima da marcação, retiramos a placa da cuba e
esperamos secar, depois colocamos dentro de uma cuba contendo o revelador iodo, e
aguardamos até surgir manchas na placa de sílica, indicando a presença de anetol.

Figura 7: Placa de sílica com os spots Figura 8: Manchas na placa de sílica,


dentro do revelador iodo. indicando a presença de anetol.
Fonte: Prática de farmacognosia I Fonte: Prática de farmacognosia I

Logo depois, marcamos em formato circular as machas na placa (anetol), e marcamos com
um lápis a distância entre a fase fixa e a fase móvel, da amostra de extrato e do padrão
(anetol), para calcularmos o Rf do anetol a fim de realizarmos comparações.

3.5. Análises Quantitativas:

A finalidade desse método é caracterizar o extrato de funcho obtido a partir da maceração


dinâmica realizada anteriormente.

3.5.1 Espectrofotometria:

O objetivo desse método é determinar a concentração de fenóis totais no extrato de funcho


(Foeniculum vulgare) por espectrofotometria.
MATERIAL:
Para a realização da espectrofotometria, foram utilizados os seguintes materiais:
 Padrão de ácido gálico (SE-AG)
 Água destilada
 Reagente Folin-Ciocauteau
 Balão volumétrico de 10 mL
 Pipetas automáticas
 Pipetas de Pasteur
 Carbonato de sódio 10%
 Extrato de funcho
 Espectrofotômetro
 Béquer

PROCEDIMENTO:
Iniciamos o processo calculando o volume inicial da solução de ácido gálico a ser utilizado
no preparo da solução padrão e obtivemos o valor de 50 µL. Com isso, pegamos 4 mL de
água destilada, utilizando uma pipeta volumétrica, e colocamos em um balão volumétrico de
10 mL. Em seguida, adicionamos ao balão 250 µL do reagente de Folin-Ciocauteau e
agitamos, adicionamos 50 µL da solução de ácido gálico, adicionamos 3 mL de carbonato de
cálcio 10% e completamos o volume do balão de 10 mL com água destilada.
Logo após, preparamos a solução do extrato de funcho. Iniciamos adicionando 4 mL de água
destilada em um balão volumétrico de 10 mL, depois adicionamos 250 µL do reagente de
Folin-Ciocauteau ao balão e agitamos, adicionamos 25 µL do extrato de funcho, adicionamos
3 mL de carbonato de cálcio 10% e completamos com água destilada o volume do balão de
10 mL.
Além disso, também fizemos a preparação do Branco, adicionando 4 mL de água destilada
em um balão volumétrico de 10 mL, adicionando 250 µL do reagente de Folin-Ciocauteau e
agitando, adicionando 3 mL de carbonato de cálcio 10% e completando o volume do balão de
10 mL com água destilada.
Posteriormente, levamos os 3 balões para o espectrofotômetro para medir suas respectivas
absorbâncias a 785 nm, empregando o Branco para “zerar” o aparelho. Com isso, obtivemos
os valores de absorbância para a solução padrão e para o extrato, construímos um gráfico para
encontrar a concentração inicial de fenóis totais no extrato e calculamos a concentração real a
partir dela.

Figura 9: Reagente de Folin-Ciocauteau, Figura 10: Retirando carbonato de


extrato de funcho, ácido gálico, solução cálcio 10% utilizando a pipeta
padrão e solução do extrato. volumétrica.
Fonte: Práticas de farmacognosia I Fonte: Práticas de farmacognosia I.

3.5.2 CLAE:
A CLAE não foi realizada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

4.1. Análise de autenticidade:

Foi realizada a análise de autenticidade pela caracterização microscópica, macroscópica e


organoléptica do funcho. A parte analisada foi o fruto e observou-se que apresenta um
aspecto seco, de cor verde acinzentada e verde pardacenta, de odor forte, aromático e
semelhante ao anetol.
Macroscopicamente pode-se descrevê-lo como um fruto cremocarpo, oblongo, quase

cilíndrico, glabro e estilopódio bifurcado no ápice. Apresenta dois mericarpos com cinco
arestas carenadas. As valéculas são estreitas e contém quatro canais secretores de óleo
essencial na parte dorsal e dois na parte comissural.
Na análise microscópica com corte transversal observou-se que o mericarpo é pentagonal,
com quatro ângulos quase iguais e levemente côncavos. O epicarpo é glabro com células

poligonais com estômatos. O mesocarpo é formado por parênquima de células irregulares e


há canais secretores. O endocarpo é formado por uma camada de células alongadas, bastante
regulares. O endosperma contém grãos de aleurona com globóides ou cristalóides. O embrião
é pequeno, localizado na região superior da semente.

4.2. Análise de pureza:

Material estranho - A porcentagem de material estranho encontrada no funcho foi de 0,84%


para ½ do papel quarteado, sendo 1,68% para o papel inteiro. Com esse resultado, podemos
concluir que o valor está de acordo com a Farmacopeia Brasileira, que indica que a
porcentagem de elementos estranhos não deve ser superior a 2%(Farmacopeia
Brasileira,2019).

Cálculos:
%=0,042/5,014 * 100 = 0,83765457% (resultado para ½ de papel)

Multiplicamos por 2 para vermos a porcentagem na folha inteira:

0,83765457 * 2 = 1,67530914% (folha inteira)

Teor de umidade – O valor de massa de funcho sem água, fornecido pela balança de
infravermelho, foi de 0,958 gramas e sua porcentagem foi igual a 95,59%. Portanto, a
porcentagem de água perdida em relação a amostra antes da secagem foi de 4,41%. Diante
disso, conclui-se que esse valor está dentro do teor de umidade permitido, que é de 8 a 14%
(Farmacopeia Brasileira, 2019), o que é muito importante, visto que uma grande
concentração de água oferece riscos de contaminação microbiológica.

Cálculos:
%=100 – 95,59= 4,41% (porcentagem de água perdida)
Figura 7: Massa do funcho sem água e
porcentagem da massa
de funcho em relação a massa inicial.
Fonte: Práticas de Farmacognosia I.

4.3. Extrato vegetal: produção e caracterização

Produção:
Caracterização:
Durante a caracterização obtivemos os seguintes resultados utilizando a cromatografia em
camada delgada e a espectrofotometria:
CCD – Por meio da cromatografia em camada delgada, podemos realizar o cálculo para
comparar o Rf da amostra de extrato de funcho com o Rf do padrão anetol, para verificar a
presença de anetol. Durante a realização da CCD podemos perceber duas marcar próximas a
linha de chegada, então realizamos duas marcações arredondadas onde estavam as manchas, e
fizemos as medições das distâncias entre as fases fixas até o centro do círculo (fase móvel) a
fim de calcular o Rf. O cálculo do Rf é feito da seguinte forma:

CÁLCULOS:

Rf= Distância percorrida pelo soluto/ Distância percorrida pelo solvente

Primeiramente, calculamos o Rf do padrão, onde nossa medição da distância percorrida pelo


soluto foi 3,2 cm e a distância percorrida pelo solvente foi 4,0 cm.

CÁLCULOS:

Rf= 3,2/4,0
Rf= 0,8

Logo depois, calculamos o Rf da amostra de extrato do funcho, onde nossa medição da


distância percorrida pelo soluto foi 3,2 cm e a distância percorrida pelo solvente foi 4,0 cm.

CÁLCULOS:

Rf= 3,2/4,0
Rf= 0,8
Portanto, concluímos a presença de anetol na amostra do extrato do funcho, devido ao Rf
serem iguais, pois a amostra de extrato possui a mesma distância percorrida pelo soluto do
padrão.

ESPECTROFOTOMETRIA –

Cálculo do volume inicial de ácido gálico a ser utilizado:

C1*V1=C2*V2
4,00 µg/mL*V1=2 µg/mL * 10 mL
V1= 50 µL (volume inicial de ácido gálico)

Curva de calibração (Absorbância x Concentração):

Os valores de absorbância para a solução padrão de ácido gálico e para o extrato de funcho
obtidos pelo espectrofotômetro foram, respectivamente, iguais a 0,156 e 0,454.
A partir dos resultados de absorbância fornecidos pelas outras equipes, obtivemos o seguinte
gráfico:

Figura 10: Curva de calibração.


Fonte: Prática de farmacognosia I.
Cálculos:

A partir do gráfico, obtivemos o valor de R2 = 0,972, que é o coeficiente de determinação que


representa a linearidade do método, e a equação da reta, que utilizamos para descobrir a
concentração de compostos fenólicos.

y=0,0817*x + 0,0153 (equação da reta; y expressa a absorbância e x expressa a concentração


de ácido gálico)
0,156=0,0817*x + 0,0153
x=1,722 µg/mL (concentração de compostos fenólicos)

Esse resultado refere-se ao extrato diluído, sendo necessária a determinação da concentração


real de fenóis totais.

C1*V1 = C2*V2
1,722 µg/mL*10 mL = C2*50 µL
1,722 µg/mL*10 mL = C2*0,05 mL
C2 = 344,4 µg/mL

REFERÊNCIAS
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia
Brasileira, volume 1. 6ª Ed. Brasília,2019. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira?
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Disponível em: https://www.scielo.br/j/aib/a/t98Q6fnFj57Ltb6S3R5pdyM/?
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STEFANELLO, R. et al. Efeito do estresse hídrico na germinação e no vigor de sementes de


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MINISTÉRIO DA SAÚDE. MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Foeniculum vulgare Mill. [S.


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EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Funcho. Série Plantas
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Funcho na Saúde. 2013. Tese de pós-graduação (Pós-graduação) - Universidade Fernando
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Domiciano, Talita Perdigão. Efeito inibitório do anetol sobre a resposta inflamatória aguda.
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