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TERESINA-PI
2022
WINNIE SARA RODRIGUES DOS SANTOS
TERESINA-PI
2022
A ABORDAGEM DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO A PARTIR DOS
LIVROS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EM
TERESINA PIAUÍ
Aprovado por:
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof.ª. Drª. Waldirene Alves Lopes da Silva
Orientadora
________________________________________________
Prof.ª. Drª. Manuela Nunes Leal
________________________________________________
Prof.º. Esp. Adilson de Apiaim
Keywords:.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 13
4 CONCLUSÃO...................................................................................................... 81
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 82
13
1 INTRODUÇÃO
Fonte: Adaptado de: FNDE (2020), dados organizados por Winnie Sara Rodrigues
dos santos.
17
Para conceber o livro didático como objeto de estudo é necessário que seja
entendidas e problematizadas as relações que o construíram, assim como todos os
envolvidos na sua produção e uso, assim como Silva (2013) afirma:
aula é quem dita a rotina educacional, embora tenha seus pontos negativos é
inegável que desempenha um papel importante no ensino-aprendizagem e já é
tradição no âmbito educacional brasileiro.
O livro tem sua importância e combinado com outros instrumentos é uma
poderosa ferramenta do saber, “Apesar das críticas, dos limites que o livro didático
impõe ao processo de ensino e aprendizagem, acreditamos ser preferível o aluno ter
em mãos um livro de geografia a não ter nenhum.” (PONTUSCHKA, PAGANELLI,
CACETE,2007, p.343-344).
Segundo Castrogiovanni e Goulart (1988):
didático, outros recursos usados de maneira isoladas não são bem aceitas e por
muitas vezes questionadas se atingem de fato o objetivo educativo, atividades
lúdicas, de campo sem o uso do livro não são muitos creditadas e consideradas
proveitosas, como afirma Silva (1996)
Com isso, a dinâmica entorno do livro didático apontada até aqui, denota que
o livro didático de Geografia pode configurar-se também mecanismo de
esclarecimentos (ou não) no âmbito dos conteúdos de movimentos sociais do
campo. Cabe assim, verificarmos o que seriam e como se organizam esses
movimentos. Sobre os movimentos sociais do campo Hage (2014) aponta que:
As discussões acerca do uso do livro didático e como ele aborda seus temas
e conteúdos devem ser relacionadas com o cenário atual em que o livro foi adotado,
sendo relevante que sejam feitos recortes, explanando todas as causas importantes
e que estejam em relevância. De acordo com Vitiello (2017):
exterior e por conta dessa conjuntura não continham muitos conteúdos relacionados
ao Brasil em especifico, era uma geografia mais matemática, cosmográfica e
corográfica, os temas partiam de uma visão eurocêntrica e buscavam explanar
nomes de países, cidades, climas montanhas, rios, uma geografia física. “No que diz
respeito aos métodos de ensino e aprendizagem difundidos pelos livros didáticos,
havia uma acentuada valorização da memória como recurso didático no processo de
ensino e aprendizagem” (ALBUQUERQUE, 2011, p. 30). O ensino de geografia era
baseado na descrição e em uma realidade distante do aluno por conta de os livros
serem estrangeiros.
Nonato e Silva (2021) ressalta que após a proclamação da república no ano
de 1889 se iniciou uma fase que foi marcada por transformações políticas, sociais,
educacionais, e ocorre uma validação da educação e ciências como um veículo
ideológico, o ensino de Geografia fica marcado por diversas reformas educacionais
entre os anos de 1891 a 1915, que foi disseminando uma ampliação do acesso à
educação e aos livros didáticos de Geografia, o uso de mapas e globos enriqueciam
o processo de ensino-aprendizagem.
Em 1925 Delgado de Carvalho que exercia a profissão de professor publica a
obra Methodologia do Ensino Geográfico: Introdução aos estudos de Geografia
Moderna, e essa obra apresentava estudos referentes a uma superação da
Geografia descritiva nomenclaturista. Segundo Azambuja (2014):
manuais didáticos com textos não apenas informativos mas que interpretassem os
movimentos socioespaciais, texto com uma abordagem que mais se assemelhava
ao Brasil e contendo suas contradições sociais, problemas socioambientais,
problemas urbanos, temas relacionados a periferias, subdesenvolvimento, ou seja,
novos temas que condiziam com a realidade explicitados nos livros didáticos.
Somente ao final da década de 1990 e início dos anos 2000 por intermédio da
geografia critica serão renovados os conceitos, os métodos e propõem uma
reorganização dos temas, não permitindo um modelo único de livro. Assim, a partir
da Lei de educação nacional, LDBEN 9394/96 são elaborados os Parâmetros
curriculares para todo o território nacional, segundo Azambuja (2014):
para o nível fundamental ou médio o autor deixa claro que são indispensáveis o uso
de materiais e fontes alternativas, como por exemplo textos complementares, atlas,
imagens, vídeos, sons, aula de campo, tecnologias que são sugeridas nos livros .
Segundo Azambuja (2014):
O MST há 30 anos está à frente da luta pela terra no Brasil, por meio
de ocupações de terra, de acampamentos e da constituição de
assentamentos. Está organizado em 24 Estados, nas cinco regiões
brasileiras e já conquistou a terra para 350 mil famílias, por meio da
luta e da organização dos trabalhadores. Existem 1,9 mil
associações e 100 cooperativas nos assentamentos que trabalham
de forma coletiva ou semi-coletiva, muitas delas produzindo sem
agrotóxicos; 96 agroindústrias; mais de duas mil escolas públicas em
acampamentos e assentamentos que atendem a 160 mil crianças e
adolescentes, na educação básica e no ensino médio; alfabetização
de 50 mil adultos nos últimos anos; mais de 100 cursos de
graduação em parceria com universidades em todo o país, além de
cursos de especialização. O MST é fruto da histórica concentração
da terra no Brasil e, ao mesmo tempo, da fase mais avançada e
moderna do capitalismo em âmbito mundial, expresso na atualidade
por meio do chamado agronegócio. Emerge como expressão da
desigualdade social no país, da expropriação e exploração dos
trabalhadores, bem como do avanço do desemprego e das formas de
intensificação/precarização do trabalho. A existência do MST
encontra explicação na constituição social, econômica e política do
Brasil. Um país em que predominou em termos econômicos o
modelo agrário-exportador, com produção monocultora voltada para
a exportação, como a cana-de-açúcar, o algodão, o café, e hoje a
soja, a laranja ou os agrocombustíveis. Um país colônia no contexto
de um processo mundial de expansão e acumulação mercantil de
capital. (VENDRAMINI, 2013, p.507)
31
O MST tem uma história concreta no Brasil, por ser um país agroexportador
essas dinâmicas de ocupação e luta por terra, educação no campo, organização de
movimentos sociais do campo e de toda maneira os muitos conflitos no campo, a
luta desse movimento se torna legitima à medida que o capital avança e causa mais
desigualdade no campo.
De acordo com Fernandes (2000):
Princípios filosóficos:
1) Educação para a transformação social: educação de classe,
massiva, organicamente vinculada ao movimento social, aberta ao
mundo para a ação e aberta para o novo.
2) Educação para o trabalho e a cooperação.
3) Educação voltada para as várias dimensões da pessoa humana.
4) Educação com/para valores humanistas e socialistas.
5) Educação como um processo permanente de
formação/transformação humana.
Princípios pedagógicos:
1) Relação entre teoria e prática.
2) Combinação metodológica entre processo de ensino e de
capacitação.
3) A realidade como base da produção do conhecimento.
4) Conteúdos formativos socialmente úteis.
5) Educação para o trabalho e pelo trabalho.
6) Vínculo orgânico entre processos educativos e processos
políticos.
7) Vínculo orgânico entre processos educativos e processos
econômicos.
8) Vínculo orgânico entre educação e cultura.
9) Gestão democrática.
10) Auto-organização dos/das estudantes.
11) Criação de coletivos pedagógicos e formação permanente dos
educadores/das educadoras.
34
ENSINO QUANTIDADE
FUNDAMENTAL DE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL
ANOS FINAIS EXEMPLARES
QUANTIDADE
ENSINO MÉDIO DE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL
EXEMPLARES
Território e
Sociedade no
mundo globalizado 32.254 R$ 13,06 R$ 421.237,24
Volume 1
(1º Ano)
Território e
Sociedade no
mundo globalizado 35.626 R$ 11,35 R$ 404.355,18
Volume 1
(2º Ano)
Território e
Sociedade no
mundo globalizado 40.539 R$ 9,88 R$ 400.525,32
Volume 1
(3º Ano)
Fonte: FNDE 2020, dados reunidos por Winnie Sara Rodrigues dos Santos.
Fonte: Adaptado de FNDE 2020, dados reunidos por Winnie Sara Rodrigues dos
Santos.
No decorrer da analise dos dados do FNDE, foi verificado que, para livros de
editoras que tem um valor relativamente alto a distribuição se dá em uma menor
escala e os livros mais baratos são distribuídos em maior quantidade. Para os livros
que custam em torno de R$ 35,00, menos de dois mil exemplares foram distribuídos
e quanto aos livros que custam R$ 10,00, quase um milhão de exemplares foram
distribuídos como aponta a tabela a seguir:
ENSINO
QUANTIDADE DE
FUNDAMENTAL VALOR UNITÁRIO
EXEMPLARES
ANOS FINAIS
(EDITORA SM)
(EDITORA
SCIPIONE)
(EDITORA
MODERNA)
40
(EDITORA SM)
ENSINO OBJETOS
UNIDADES
FUNDAMENTAL DE HABILIDADES
TEMÁTICAS
ANOS FINAIS CONHECIMENTO
Fonte: Adaptado de BNCC 2020, dados reunidos por Winnie Sara Rodrigues dos
Santos.
42
EIXO 3:
PCN
O CAMPO E A CIDADE COMO FORMAÇÕES SOCIOESPACIAIS
Fonte: Adaptado de PCN GEOGRAFIA, dados reunidos por Winnie Sara Rodrigues
dos santos
FONTE: PNLD.
45
.
FONTE: Adaptado de PNLD
51
não se aplicam a temática do campo, nem da parte que envolva movimentos sociais,
vai abranger toda a Geografia regional e o estudo de uma forma internacional.
No 8º ano a BNCC aponta na habilidade EF08GE10 que seja distinguido e
analisado os conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros rurais e urbanos
fazendo esse comparativo com outros países latino-americanos.
E por fim o livro do 9º ano, como organização de toda a coleção o material se
divide em 04 unidades e 12 capitulo, segue imagens desses dados:
FIGURA 18: Capa da obra TELÁRIS GEOGRAFIA 9º ANO
4. CONCLUSÃO
O uso do livro didático pelas disciplinas no processo de ensino-aprendizagem
não é recente, desde o surgimento das primeiras escolas que esse instrumento
pedagógico e utilizado com uma centralidade, existem controvérsias e críticas
quanto ao processo de escolha, avaliação, do processo de organização da escrita
desses livros, e fica uma infinidade de questionamentos sobre as temáticas que eles
devem apresentar. Diante disso a referida pesquisa buscou fazer uma análise sobre
a forma de abordagem nos livros didáticos de ensino fundamental anos finais e
médio de Geografia dos movimentos sociais do campo.
Com início da apresentação de considerações sobre os livros didáticos de
uma forma mais generalizada e especificamente sore os livros de Geografia, dando
um enfoque nas recomendações do PCN e BNCC de Geografia em relação ao
processo de ensino.
A partir das leitura sobre os livros e sobre a temática dos movimentos sociais
do campo, entende-se que esse tema é relevante devido a todo contexto atual em
função das dinâmicas sociais, econômicas, culturais, conflitos do campo e os livros
devem informar sobre esses assuntos que contribuem para a criação de alunos com
um maior senso crítico, e realinhar a importância do professor ao escolher esses
livros e de que forma complementar as temáticas de acordo com a realidade das
vivencias e o cotidiano dos alunos.
Através da análise dos materiais didáticos constata-se que os livros didáticos
passaram por muitas evoluções durante os anos e que sua qualidade e eficiência
ainda é um debate entre os pesquisadores, no entanto, ele atua como principal
instrumento oferecido nas escolas e usado pelos professores e partir desse
entendimento deve ser elaborado de forma que seja mais eficiente em seu processo
de avaliação e fortalecer a ideia de ser utilizados literaturas complementares, na
visão de que o livro não atende a totalidade das necessidades informacional.
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. FNDE (2020). Entre o final de 2019 e início de 2020, foram distribuídos
milhões de livros para atendimento aos alunos e professores de toda a
educação básica do país. Disponível em:
https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/programas-do-livro/pnld/dados-
estatisticos . Acesso em: 05 jul. 2022.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
LIBÂNEO, José Carlos: Didática, São Paulo: Cortez. 1994. Disponível em:
https://ria.ufrn.br/jspui/handle/123456789/463. Acesso em: 15 jun. 2022.
83
NONATO, Raiany Priscila Paiva Medeiros; SILVA, Cícero Nilton Moreira. O ENSINO
DE GEOGRAFIA NO BRASIL: DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SABER
GEOGRÁFICO ÀS IMPLICAÇÕES DA LEI Nº 13.415/2017 E DA BNCC, Revista de
Ensino de Geografia, Uberlândia-MG, v. 12, n. 22, p. 77-101, jan./jun. 2021.
Disponível em: http://www.revistaensinogeografia.ig.ufu.br/N22/Art5-v12-n22-
Revista-Ensino-Geografia-Nonato-Silva.pdf . Acesso em: 28 maio. 2022.
MST. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Referencias para uma
política nacional de Educação do Campo: caderno de subsídios. São Paulo, 2004.
Disponível em:
http://www.forumeja.org.br/ec/files/Refer%C3%AAncias%20para%20uma%20Pol%C
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Acesso em: 15 mar. 2022.