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D I S C I P L I N A Calor e Termodinâmica

Teoria cinética dos gases I

Autores

Rui Tertuliano de Medeiros

Ciclamio Leite Barreto

aula

05
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g ) Data: ___/___/___
Nome:______________________________________
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sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR

Apresentação

N
esta aula, você voltará a estudar o comportamento de um gás ideal, entretanto, do
ponto de vista microscópico, já sabendo que o mesmo é composto de um número
muito grande de moléculas e que elas se movimentam. Você verá que elegemos como
grandeza microscópica a velocidade média das moléculas do gás e estabelecemos uma relação
entre essa grandeza microscópica com as grandezas termodinâmica, pressão e temperatura
que foram estabelecidas de uma forma macroscópica na aula 4 (Descrição macroscópica de um
gás ideal) desta disciplina. Você vai estudar de que maneira um aumento de um determinado
gás é influenciado pelo movimento das suas moléculas com o aumento da velocidade.

Objetivos
Entender os conceitos de pressão e temperatura do

1 ponto de vista microscópico, associando a essas


variáveis a velocidade das moléculas do gás como
sendo a variável microscópica.

Entender que para uma mesma temperatura a velocidade

2 molecular muda para cada gás.

Relacionar processos físicos com a velocidade molecular


3 do gás.

Aula 05 Calor e Termodinâmica 1


Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
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Teoria Cinética dos Gases

A
teoria cinética dos gases procura descrever o comportamento do estado de agregação
através de um modelo conceitual simples. Esse modelo constitui um dos mais
interessantes exemplos da relação entre o comportamento microscópico da matéria e
as propriedades que apresenta à escala macroscópica.

A teoria cinética foi originada dentro de conceitos puramente mecânicos. Daniel Bernoulli
(1700-1782), naquela época, já afirmava que a pressão de um gás era resultante da colisão das
moléculas que o compõem nas paredes do recipiente onde está contido. Entretanto, a teoria,
como compreendida hoje, tem a sua origem em 1859 quando James Clerck Maxwell introduz
o conceito de caos molecular, o qual descrevia a natureza aleatória do movimento molecular.

Antes de iniciar com esta aula, é importante que faça uma leitura da aula 7 – Teoria cinética
dos gases – da disciplina Física e Meio Ambiente, a qual trata de um modo superficial o mesmo
conteúdo aqui apresentado.

O modelo cinético dos gases


Discutiremos as condições para criarmos um modelo cinético inicialmente para um gás
ideal. Devemos criar as hipóteses necessárias para que o nosso modelo se aplique e possa
representar dentro dos limites estabelecidos esse gás.

O modelo cinético baseia-se nas seguintes hipóteses:

 o gás é constituído por um número muito grande de moléculas em movimento


desordenado descrito pelas leis de Newton;

 o volume próprio das moléculas é desprezível frente ao volume do recipiente;

 as forças intermoleculares são desprezíveis, exceto nas colisões mútuas e com as


paredes do recipiente;

 as colisões são elásticas e de duração desprezível.

A característica mais importante desse modelo é que as moléculas, na maior parte


do tempo, não exercem forças umas sobre as outras, exceto quando colidem. Assim, as
propriedades macroscópicas de um gás, pressão, volume e temperatura (p, V, T), são
conseqüências primárias do movimento das moléculas e é por isso que se fala em teoria
cinética dos gases.

2 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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Cálculo cinético da pressão

C
omo obter, então, o cálculo da pressão em termos das velocidades moleculares do
gás? Esse cálculo baseia-se na lei de conservação do momento linear de um sistema
de partículas de m, explorada nas aulas de mecânica. Pode-se dizer que uma partícula
colidindo como outra de mesma massa, ou ainda se chocando frontalmente ou obliquamente
com um obstáculo (parede de um recipiente), a soma das forças externas que agem sobre ela

é nula, ou seja, Fext = 0 , consequentemente, o momento linear total da partícula também

se conserva (P total = const).

Para isso, vamos imaginar que dentre N moléculas de um gás vamos, eleger o movimento
de uma delas, chamada de partícula, e descrever o seu movimento dentro de uma caixa cúbica
de aresta L, cujo volume é dado por (V=L3), como ilustrado na Figura 1. Vamos considerar
inicialmente o movimento da molécula em uma direção (x), de modo que a molécula desloca-se
com velocidade vx perpendicular à parede A1 e, consequentemente, com velocidade −vx ,
perpendicular à parede A2.

Se antes de colidir com a parede A1, a molécula tem um momento linear na direção x
dado por:

Pix = mvx , Eq. 1

então, após a colisão com a parede A1, ela tem momento linear no sentido −x, dado por:

Pfx = −mvx Eq. 2

Assim, a variação de momento linear da partícula após a colisão com a parede vale

ΔPmol = Pfx − Pix = −mvx − mvx = −2mvx Eq. 3

A1

A2 v
m
L
x
L
z L

Figura 1 - Representação esquemática de caixa cúbica de aresta L contendo uma molécula que se move
aleatoriamente.

Aula 05 Calor e Termodinâmica 3


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Para que o momento linear total do sistema se conserve, a variação de momento linear
sofrida pela molécula mais a variação do momento linear sofrida pela parede deve ser nula,
ou seja:
ΔPparede + ΔPmol = 0 Eq. 4
Substituindo a equação 3
ΔPparede − 2mvx = 0,
ou ainda
ΔPparede = 2mvx Eq. 5

A mesma molécula ao ser refletida vai até a parede A2 e retorna à parede A1. O intervalo
de tempo entre duas colisões sucessivas na parede A1 é dado pela expressão
comprimento 2L
Δt = = Eq. 6
velocidade vx
Portanto, nesse intervalo de tempo, a molécula transfere momento linear à parede através
de uma força F que é dada pela razão entre a variação do momento linear e o intervalo de
tempo, que podemos representar matematicamente através da expressão:

Δpparede 2mvx mvx2


F = = = Eq. 7
Δt 2L/vx L

A expressão que relaciona a pressão sobre uma superfície e a força exercida sobre essa
superfície é a razão da força por unidade de área.

Assim, a pressão exercida pela molécula sobre a superfície da parede A1 é dada por
F mvx2
p= = Eq. 8
L2 L3
Como o gás é constituído de N moléculas, cada molécula exerce uma pressão denominada
de pi (o sub-índice i representa o contador das partículas), de modo que a pressão exercida por
todas as moléculas do gás será a soma das pressões feita por cada de uma das N moléculas,
ou seja,
N

p= pi = p 1 + p2 + . . . . . . . . . + p N Eq. 9
i=1

N
 mv 2 xi
Assim sendo: p = L3 Eq. 10
i=1

Tendo a mesma massa, então, os valores de m e L3 independem do somatório, portanto,


a equação 10 pode ser escrita na seguinte forma:

N
m 2
p= vxi Eq. 11
L3
i=1

4 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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Para encontrar uma expressão mais compacta, vamos multiplicar e dividir a equação 11
pelo número de moléculas N do gás.

N
Nm  2
Assim sendo: p = vxi Eq. 12
N L3
i=1

O termo Nm expressa a massa total do gás. Quando dividimos esse termo por L3,
obtemos a densidade volumétrica do gás, como sendo a razão entre a massa e o volume
ocupado pelo gás, ou seja, a densidade do gás:

Nm
p= Eq. 13
L3

Incluindo essa expressão na equação 12, teremos:


N

2
vxi
Eq. 14
p = ρ i=1
N

A expressão que define o valor médio de qualquer função é dada pela soma dos possíveis
valores dividido pelo número total de valores.

Se vxi2 representa o quadrado da velocidade da i-ésima molécula do gás, então, o valor


médio dessa velocidade ao quadrado é dado pela soma da velocidade de todas as moléculas
dividida pelas N moléculas. Portanto, retirando da equação 14, temos que o valor médio de
vxi2 é dado por
N
2
vxi
Eq. 15
vx2  = i=1
N

2
Assim, p = ρvx  Eq. 16

Podemos considerar no modelo cinético que a média do quadrado da velocidade é a


mesma para qualquer direção que as moléculas se movem. Desse modo, temos que

vx2  = vy2  = vz2  Eq. 17

Assim, a média do quadrado da velocidade é


v 2  = vx2  + vy2  + vz2  = 3vx2 

Ou, então,
1
vx2  = v 2  Eq. 18
3

Substituindo o valor da equação 18 na 16, obtemos

Aula 05 Calor e Termodinâmica 5


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1
p = ρv 2  Eq. 19
3

A raiz do termo <v 2> é denominada de velocidade quadrática média ou vqm, que
representa um valor eficaz da velocidade molecular. Logo,

3p
v 2  = , o que implica
ρ

 3p
vqm = v 2  = Eq. 20
ρ

Nessa expressão, podemos verificar como uma propriedade microscópica do gás, que é
a velocidade molecular do gás, está associada a uma grandeza macroscópica, que é a pressão.
Isso significa que quanto maior for a velocidade quadrática média de um gás, maior será a
Pressão pressão exercida por ele.
Como já mencionado
Multiplicando a equação 19 pelo volume V do gás, podemos chegar à seguinte expressão:
na aula 4, a unidade de
1 1
medida de pressão no
pV = ρV v 2  = Mgas v 2  Eq. 21
sistema internacional, 3 3
SI, é o newton por
metro quadrado (N/m2). Sendo Mgas = Nm, onde N é o número de moléculas do gás e m a massa de uma molécula.
Essa unidade também é
1 2
Portanto, pV = N mv 
chamada de Pascal, ou
Eq. 22
seja, 1 Pa=N/m2. 3
Essa equação representa a expressão molecular da Lei de Boyle.

Exemplo 1
Num intervalo de um segundo, 5 × 1023 moléculas de nitrogênio N2 de massa 4,68 × 10−26 kg
atingem uma parede com uma área de 800 cm2. Se as moléculas se deslocam com uma
velocidade de 300 m/s e atingem a parede frontalmente em colisões perfeitamente elásticas,
qual é a pressão sobre a parede?

Solução
A força que as moléculas farão sobre a parede é dada pela taxa de variação de momento
ΔP 2mvx
linear, F = N . Substituindo o resultado da equação 7, teremos: F = N , onde vx
Δt Δt
é a velocidade das moléculas na direção perpendicular à parede.

Dos dados do problema, temos N= 5×1023, m=4,68×10−26 kg, vx=300m/s e Δt=1s.

Substituindo os valores, encontramos

6 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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−26
F = 5×1023 2 × 4,68 × 10 × 300 =14N
1

Como a pressão é definida pela força por unidade de área, então,

F 14 N
p= = = 1,75 × 102N/m2.
A 800 × 10−4 m2

Exemplo 2
Um balão de 30 cm de diâmetro está cheio de Hélio a uma temperatura de 20 oC e uma
pressão de 1,0 atm.

a) Quantos átomos de Hélio há no balão?

b) Qual é a sua velocidade quadrática média?

Solução
Para calcular o número de moles de hélio, usemos a expressão da equação do estado do
gás ideal, ou seja, pV = nRT, onde o número de moles pode ser expresso como:
 3
pV 4 3 4 d 4 [30 × 10−2 ]3 3
n= , de modo que V = πr = π = × 3, 14 × m
RT 3 3 2 3 8

Logo, V = 0,014m3 = 14 litros.

1, 01 × 105 × 0, 014
Logo, n = = 0, 6 moles .
8, 31 × 293

Sabemos então que 1 mol contém 6,02×1023 átomos, assim, 0,6 mol contém 3,6×1023
átomos.

Sendo a massa do átomo de hélio igual a 6,7×10−27 kg, a densidade do hélio nesse
volume é
23 −27
ρ = 3,6 × 10 × 6,7 × 10 = 1,7 × 10−1 kg/m3.
−2
1,4 × 10

Então,
 
3p 3 × 1, 01 × 105
vqm = = = 1, 5 × 103 m/s .
ρ 1, 7 × 10−1

Aula 05 Calor e Termodinâmica 7


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Atividade 1
Determine a velocidade quadrática média das moléculas do ar atmosférico, com
densidade volumétrica, ρ = 1,3 kg/m3, submetido a uma pressão de 1 atm.
sua resposta

8 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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Energia cinética e temperatura


Considerando que o gás ideal obedece à equação de estado dada por pV = nRT e
substituindo o valor da pressão na equação 19, obtemos

nRT 1
= ρv 2  Eq. 23
V 3

Ou ainda

1 ρV 2
RT = v  Eq. 24
3 n

Sendo ρV=mgás a massa total do gás, a equação 23 pode ser escrita como
1 mgás 2
RT = v  Eq. 25
3 n
A relação

mgás
=M
n

massa molecular, então,

1
RT = M v 2 
3

Multiplicando a equação anterior por 3/2, chegamos ao seguinte resultado:

1 3
M v 2  = RT Eq. 26
2 2

Observe que o membro do lado esquerdo da equação 26 representa a energia cinética


de translação da massa molecular M do gás, definido como a enérgica cinética média de
translação por mol das moléculas. De acordo com o membro direito da equação 26, essa
energia é diretamente proporcional à temperatura do gás expressa em Kelvin.

Vimos também, na aula 7 da disciplina Física e Meio Ambiente, o significado do número


NA (número de Avogrado), o qual representa o número de moléculas de uma substância
contido em um mol de moléculas desse gás. Dividindo-se então a equação 25 por NA, chega-se
a seguinte expressão:

1M 2 3 R
v  = T Eq. 27
2 NA 2 NA

A razão M/NA = m representa a massa de uma molécula do gás e a razão R/NA=kB ,


a constante de Boltzmann (k), é a constante física que relaciona temperatura e energia de
moléculas. Essa constante leva o nome do físico austríaco Ludwig Boltzmann (1844-1906),

Aula 05 Calor e Termodinâmica 9


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que fez importantes contribuições para a Física e para a mecânica estatística, na qual a sua
constante tem um papel fundamental. O seu valor experimental, em unidades SI, é

k = 1,381 × 10−23 j/k .

Substituindo esses valores na equação 27, chegamos à seguinte expressão:


1 3
mv 2  = kB T Eq. 28
2 2

Essa equação relaciona a energia cinética média de translação de cada molécula com a
temperatura do gás.

Das equações 26 e 28, obtemos a seguinte relação:


 
 3RT 3kB T
2
vqm = v  = = Eq. 29
M m

Exemplo 3
a) Calcule a velocidade quadrática média, vqm, de um gás de átomo de hélio a 300 K.

b) A que temperatura as moléculas de oxigênio terão a mesma velocidade quadrática


média?

Solução
a) Temos do exemplo 2 que a massa do hélio é mHe=6,7×10−27 kg.

Portanto,
 
3kB T 3 × 1, 38 × 10−23 J/K × 300K
vqm(He) = = = 1360 m/s .
mHe 6, 7 × 10−27 kg

b) Sabendo-se que a massa da molécula do oxigênio é 26,5×10−27 kg, a temperatura


vqm(O2) =vqm(He) pode ser obtida da seguinte expressão:

2 3kB T
vqm(O2) =
mO2

ou
2
mO2 vqm(O2) (1360)2 × 26, 5 × 10−27
T = = = 1180 K
3k 3 × 1, 38 × 10−23

10 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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Atividade 2
Uma caixa cúbica de 0.1 cm de aresta contém 3×1023 moléculas de
1 O2 a 300 K.

a) Em média, quantas colisões faz cada molécula com as paredes da caixa


em um segundo?

b) Que pressão o oxigênio exerce sobre as paredes da caixa?

A densidade de um gás a uma temperatura de 273 K e a uma pressão


2 de 1,0×10−2 atm é 1,24×10−5 g/cm3.

a) Encontre a velocidade quadrática média vqm para esse gás.

b) Ache a massa molecular do gás e procure na tabela periódica qual seria


esse gás.

Calcule o valor médio da energia cinética de translação de uma molécula


3 de gás à temperatura de 295 K.

a) Sendo a velocidade quadrática média dessa molécula 350m/s, qual é o


valor de sua massa?

Imagine um tanque de 0,3 m3 de volume, contendo 2 moles de hélio, a


4 20°C. Admitindo que o hélio tenha o comportamento de um gás ideal,
calcule:

a) a energia cinética translacional total do sistema;

b) a energia cinética média, por molécula;

c) sabendo que o peso molecular do hélio é 4 g/mol, determine a velocidade


quadrática média dos átomos de hélio a 20°C.

Um recipiente de 5,0 litros contém gás de nitrogênio a 27 oC e uma


5 pressão de 3 atm.

a) Encontre a energia cinética translacional total das moléculas do gás.

b) Encontre a energia cinética média por molécula.

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Difusão dos gases

S
uponha que você está num canto de uma sala e em outro canto começa escapar gás
(GLP) do botijão, o odor característico brevemente será detectado por você e na sala
toda. Essa é uma das mais importantes propriedades físicas de um gás, ou seja, a sua
habilidade em preencher uniformemente todo o espaço onde é confinado. Este é um exemplo da
difusão gasosa — a mistura do GLP com outro (o ar da sala), devido ao rápido e desordenado
movimento das moléculas dos gases.

A velocidade de difusão é proporcional à velocidade molecular média. A relação da difusão


dos gases foi formulada em 1829 por Thomas Graham. Conhecida como a lei de Graham, ela
estabelece que as velocidades de difusão dos gases são inversamente proporcionais às raízes
quadradas de suas respectivas densidades

v1 ρ2
=
v2 ρ1

Usaremos a palavra EFUSÃO para identificar com a passagem de um gás através de


uma abertura de um orifício. A velocidade de efusão de um gás é inversamente proporcional
à raiz quadrada de sua densidade ou de sua massa molar. Observe que o conceito de efusão
e difusão são semelhantes.

Observe que se utilizamos a equação 29 que determina a velocidade quadrática média


como sendo:

3RT
vqm =
M

e analisarmos essa equação para dois gases diferentes a uma mesma temperatura

3RT
vqm1 =
M1

E

3RT
vqm2 = ,
M2

obtemos a razão

vqm1 M2
= Eq. 30
vqm2 M1

Em outras palavras, quanto maior a massa molecular do gás, menor a velocidade de


difusão do mesmo. Nesse contexto, a teoria cinética dos gases comprova o fenômeno da difusão.

12 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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Atividade 3
Suponha que dentro de uma caixa cúbica esteja colocada uma mistura de mesmo
número de moles dos seguintes gases: O2, N2 e He. Faz-se um pequeno furo na
caixa. Você poderia precisar, depois de um certo tempo, qual deles continha o
maior número de moles?

Resumo
Nesta aula, você estudou o comportamento do gás do ponto de vista
microscópico, relacionando-se grandezas microscópicas do gás, como, por
exemplo, a velocidade molecular de um gás com as grandezas termodinâmicas,
pressão e temperatura, que são grandezas medidas macroscopicamente. Foi
discutida também a lei de Graham, que estabelece a relação entre velocidade
molecular do gás e a massa molecular do gás, tal como descrito pelo modelo
cinético do gás ideal.

Autoavaliação
Temos dois recipientes à mesma temperatura contendo gases diferentes. O primeiro

1 contém gás com moléculas de massa m1 a uma pressão p1 e a uma velocidade


quadrática média, vqm1. O segundo contém outro gás com moléculas de massa m2 à
pressão p2=2p1 e à velocidade quadrática média vqm2=2vqm1. Calcule a razão entre as
massas da molécula, ou seja, m1/m2.

A que temperatura os átomos de hélio He de massa molecular 4,003g/mol tem a

2 mesma velocidade quadrática média das moléculas de hidrogênio (H2) de massa


molecular 2,016g/mol a 20 oC ?

Aula 05 Calor e Termodinâmica 13


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Considere que o sol é uma gigantesca bola de gás ideal que se encontra a altas
3 temperaturas. Sabe-se que a pressão e a temperatura na atmosfera solar valem
respectivamente 0,03 N/m2 e 2×10 6 K. Determine a velocidade quadrática média
(vqm) dos elétrons livres de massa igual a 9,11×10−31 kg na atmosfera solar.

a) A que temperatura a energia cinética de translação de uma molécula é 1,6×10−19 J ?

b) Obtenha a razão entre as velocidades quadrática média do N2 e do H2 se ambos


estiverem a essa energia.

A densidade do ar no nível do mar a uma pressão de 1 atm é 1,3 kg/m3. Considerando


4 o ar como um gás ideal, calcule a sua velocidade quadrática média (vqm) das suas
moléculas.

A uma mesma temperatura, a velocidade quadrática média (vqm) das moléculas de


5 hidrogênio é quatro vezes das de oxigênio. Determine a razão da massa de uma
molécula de hidrogênio pela massa de uma molécula de oxigênio mH/mO.

Um gás ideal está contido num recipiente a 300 K. Se a temperatura for aumentada
6 para 900 K, por que fator muda cada uma das seguintes grandezas?

a) A energia cinética média das moléculas.

b) A velocidade quadrática média.

c) A pressão do gás

Referências
HEWITT, Paulo G. Física conceitual. Tradução de Maria Helena Ricci e Trieste Ricci. 9. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2002.

MÁXIMO, Antonio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de física. São Paulo: Scipinone, 2005. (Aluno, 2).

NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de física básica: fluidos, oscilações, ondas e calor. 4. ed.
São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2002. v 2.

SERWAY, R. A.; JEWETT JR, J. W. Princípios de física. São Paulo: Editora Thomson, 2004. v2.

YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física II: Termodinâmica e Ondas: Sears & Zemansky. 10.
ed. São Paulo: Addison - Wesley, 2003.

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Anotações

Aula 05 Calor e Termodinâmica 15


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Anotações

16 Aula 05 Calor e Termodinâmica


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Calor e Termodinâmica – FÍSICA

EMENTA

AUTORES

> Rui Tertuliano de Medeiros

> Ciclamio Leite Barreto

AULAS

01 Energia interna

02 Temperatura e lei zero da termodinâmica

03 Expansão térmica

04 Descrição macroscópica de gás ideal

05 Teoria cinética dos gases I

06 Teoria cinética dos gases II

07 Calor, troca e propagação

08 Primeira lei da termodinâmica

09 Máquinas térmicas e processos termodinâmicos


Impresso por: Gráfica Texform

10 Máquinas térmicas, entropia e a segunda lei da termodinâmica

11 Termodinâmica estatística

12 O Sol e a atmosfera da Terra

13
1º Semestre de 2009

14
15

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