ANÁLISES

ICONOGRÁFICAS EM
VESTIMENTAS SACRAS
Profa. Jenny Gonzalez
Vitor Marques de Assis
ICONOGRAFIA RELIGIOSA
INTORDUÇÃO

Após a visita realizada ao memorial da

arquidiocese de Belo Horizonte, foi proposta uma
atividade baseada em uma das principais
tipologias presentes no acervo: As Vestimentas
Sacras. Por paramentos litúrgicos entendem-se as
vestimentas que, segundo as regras da Igreja ou
de uso eclesiástico, devem ser usados ​pelo clero
na realização das cerimónias dos serviços da
Igreja, consequentemente, sobretudo, na
celebração da Missa; depois na administração dos
sacramentos, nas bênçãos, na recitação solene das
horas canônicas, nos serviços públicos de oração,
nas procissões, etc.

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OBJETO DE ANÁLISE

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MÉTODO DE ANÁLISE - PANOFSKY
OBJETO DA INTERPRETAÇÃO
I - Tema primario ou natural
(a) fatual, (b) Expressional
Constintuindo dos motivos artisticos
II - Tema Secundário ou convencional
Constituindo o mundo das imagens,
estorias e alegorias
III - Significado intrínsico ou conteudo
Constituindo o mundo dos valores
simbolicos
EQUIPAMENTO PARA
ATO DA INTERPRETAÇÃO PRINCÍPIOS CORRETIVOS DE INTERPRETAÇÃO
INTERPRETAÇÃO
Descrição Pré Experiência prática Historia do estilo
Iconográfica (familiaridade com objetos e (compreensão da maneira pela qual, sob diferentes condições historicas,
(Analise Pseudoformal) eventos) objetos e eventos, foram expressos pela forma)
Conhecimento de fontes
Historia dos tipos
literárias
Analise iconográfica (compreensão da maneira pela qual, sob diferentes temas ou conceitos
(familiaridade com conceitos
foram expressos por objetos e eventos)
específicos)
Intuição Sintetica
Historia dos sintomas culturais ou símbolos
(Familiariedade com tendencias
(Compreensão da maneira pela qual, sob diferentes condições históricas,
Interpretação iconológica essenciais da mente humana)
tendencias essenciais da mente humana foram expressas por temas e
Condicionado pela psicologia
conceitos específicos.)
pessoal e Weltansschauung
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ANÁLISE PRÉ ICONOGRÁFICA
É uma vestimenta em um formato retangular
que se assemelha a um poncho;
É feito em cetim adamascado preto;
Ao redor de toda vestimenta, é possível notar
detalhes em dourado;
Em sua parte frontal, que possui um
comprimento menor e mais estreito que a
traseira, se posiciona centralizado uma faixa
de tom ocre. No meio dessa faixa, esta
presente padrões geométricos em formato de
X. Nas bordas da faixa, estão presentes
detalhes em dourado, mesma cor presente na
na borda de toda a vestimenta;
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A parte traseira é alongada, sendo maior que
a frontal;
Centralizada, esta presente uma cruz de tom
ocre, que se estende, desde a gola até a parte
inferior da peça. Nas bordas da cruz esta
presente um detalhe dourado. Na intercessão
das vigas da cruz, esta presente uma área oval
preta, circulada de detalhes ocre, que contem
os símbolos: - P centralizado em destaque - X
sobre o P e centralizado, - na borda esquerda
A, - na direita o símbolo ômega (Ω). Nas
demais áreas da cruz, esta presente padrões
geométricos em formato de X.
ANÁLISE ICONOGRÁFICA: ASPECTOS GERAIS

Se trata de uma casula;

Utilizada por padres nas celebrações de
missas;
Por sua cor predominante ser preta, pode se
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deduzir que sua utilização está atrelada ao 3

uso em celebrações do dia de Finados ou em

missa de corpo presente; 1

Os símbolos presentes na parte de trás da

casula correspondem a um cristograma, lido 1 1

como Chi Rho (☧), A alfa, ômega (Ω); 2

A cruz maior, presente na parte traseira, é 4

uma cruz latina; 3 4

O dourado está relacionado ao Divino. 4

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ANÁLISE ICONOGRÁFICA - ORIGEM
As vestimentas litúrgicas não permaneceram as
mesmas desde a fundação da Igreja. Existe uma
diferença tão grande entre as vestimentas usadas
no Santo Sacrifício no período pré-
Constantiniano (e mesmo nos séculos seguintes),
quando se leva em conta as vestes modernas,
usadas nos serviços da Igreja.
Assim como as cerimonias que hoje cercam a
celebração dos Sagrados Mistérios, são fruto de
um longo desenvolvimento, também o são as
atuais vestimentas litúrgicas.
No passado, havia um movimento para se derivar a
vestimenta cristã das vestimentas judaicas. Apesar
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dos paramentos cristãos terem se desenvolvido a
partir do vestuário secular do mundo greco-
romano, a influência do culto mosaico¹ sobre a
forma da vestimenta sacerdotal cristã, está
presente no uso de vestes especialmente
reservadas para os ofícios da Igreja (vale ressaltar
que antes de serem usadas, é necessária a bênção
de um sacerdote, que tenha faculdades para tal
fim). No entanto, a influencia é claramente de
caráter geral, não de modo a tornar a vestimenta
sacerdotal judaica o protótipo da cristã .
¹ Esta relacionado a moisés
Fonte: iStock Fonte: Pixabay

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ANÁLISE ICONOGRÁFICA - DESENVOLVIMENTO

Quatro períodos principais podem ser Dessa forma, a origem e uso da casula data do
distinguidos no desenvolvimento da vestimenta século IV e por padrão, era utilizada em todos os
sacerdotal cristã: momentos, como uma vestimenta habitual do
Insígnias litúrgicas
sacerdócio. Porém, a partir do século IX, com o
Era pré
Constantino entraram em uso entre os
bispos e diáconos
complemento do desenvolvimento das
vestimentas sacerdotais na Europa Ocidental,
Determinou as principais
vestimentas da vestimenta
Séc. IV-
IX
deixou de ser costume os acólitos usarem a
litúrgica atual
casula, sendo usadas exclusivamente na
Séc. IX -
Completou o
desenvolvimento das
celebração da missa. Alem disso, iniciou-se a
XIII vestimentas sacerdotais na
Europa Ocidental
variação de modelos e adornos presentes nas
A história de sua evolução vestes.
rubrical, seu adorno com
bordados e guarnições Séc. XIII
Presente
ornamentais e a natureza do
material de que são feitas

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ANÁLISE ICONOGRÁFICA - ESTILIZAÇÃO

No latim pænula ou nas fontes gaulesa Como já citado, o desenvolvimento das vestes
amphibalus, a casula é a principal e mais visível eclesiásticas permitiu a variação de modelos
vestimenta de missa. Quase todos os existentes. As casulas em especifico tem dois
eclesiologistas agora concordam que o traje modelos principais: A Romana e a Francesa.
litúrgico era simplesmente uma adaptação do A analisada neste trabalho se enquadra em um
traje secular comunmente usado em todo o modelo francês, que consiste em uma cruz nas
Império Romano nos primeiros séculos cristãos. costas e um pilar na frente
Em uma visão geral, a casula consiste em em um
pedaço de pano quadrado ou circular no centro
do qual era feito um buraco; por onde a cabeça é
passada. Com os braços pendurados, essa
vestimenta grosseira cobria toda a figura; era
como uma casinha ( casula ).

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ANÁLISE ICONOGRÁFICA - CORES
Como linguagem não verbal, a cor tem múltiplos
significados. Em todas as culturas, em todas as
épocas e em todas as situações, as cores
apresentam significados específicos. Por exemplo,
no Ocidente, o branco representa paz, vida,
pureza e integridade; no Oriente, representa ouro,
simbolizando luz, pureza e plenitude, mas
também simboliza a morte. Portanto, no contexto
bíblico, as cores também possuem significados
específicos e têm função simbólica. Cada cor que
aparece nos textos bíblicos sugere alguma
característica de Deus, um aspecto da criação e/ou
seu plano de redenção.
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No contexto da obra apresentada:
Preto = Pecado, doença, trevas, morte, luto.
• Jó 30:30 – Doença;
PRETO • Lamentações 4:8 – Pecado, morte;
• Jeremias 8:21; Malaquias 3:14 – Morte, luto;
• Efésios 5:11 – Trevas;
Ouro (também representado com amarelo) = Santidade,
divindade de Deus.
OURO • Êxodo 37:1-5; Apocalipse 3:18 – Santidade (do homem);
• 2 Crônicas 4:19-22 – Santo dos Santos;
• Apocalipse 1:13 – Divindade de Jesus;
Laranja, âmbar ou fogo = batismo do Espírito Santo,
sabedoria, maturidade, discernimento, provação, purificação,
ÂMBAR juízo, glória de Deus;
• Êxodo 24:17; Ezequiel 1:4, 27 e 8:2 – Glória de Deus;
• Provérbios 24:13-14 – Mel enquanto sabedoria;
• Isaías 7:15 – Mel enquanto alimento para homem maduro,
que sabe discernir entre o bem e o mal;
• Zacarias 13:9 – Purificação;
• Atos 2:3 – Batismo do Espírito Santo;
• 1 Coríntios 3:13 – juízo;
ANÁLISE ICONOGRÁFICA - SÍMBOLOS

São inúmeros os estudos, antigos e recentes, Alfa e ômega: Alfa e Ômega são duas letras do
sobre a importância dos símbolos na vida e na alfabeto Grego (língua falada na época). O mais
cultura dos povos. De alguma forma eles são uma interessante é que Alfa (A- a) é a primeira letra do
linguagem cifrada das aspirações e dos ideais alfabeto e Ômega ( Ω / ω) é a última. Em um
humanos. Por isso mesmo existem desde tempos contexto bíblico, como por exemplo em
imemoráveis e continuarão existindo. No contexto (Apocalipse 22:13), estes dois simbolos podem
da obra estudada: seignificar que Deus é o começo e o fim.
A Cruz: A cruz é um dos símbolos mais antigos e
mais universais de todos. Esta relacionado a Cristo
por causa da crucificação. Em um sentido mais
amplo, no entanto, a cruz se tornou a marca ou sinal
da religião cristã, o emblema da expiação e o símbolo
da salvação e redenção atraves do cristianismo

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XP: As duas letras gregas Chi e Rho, que aparecem
com mais frequência em um monograma, são as
duas primeiras letras da palavra grega para
Cristo. A combinação dessas duas letras fornece
prontamente a forma de uma cruz. Além disso,
como Rho se assemelha a “p” e Chi é semelhante
a “x”, o monograma pode ser lido como a palavra
latina pax, que significa paz.
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O espinho²: Espinhos e ramos de espinho
significam tristeza, tribulação e pecado. Segundo
Santo Tomás de Aquino, os arbustos de espinhos
sugerem os pecados menores e as sarças
crescentes, ou espinhos, os peca maiores. A coroa
de espinhos com a qual os soldados coroaram
Cristo antes da crucificação era uma paródia da
coroa festiva de rosas do imperador romano. A
tonsura do padre é uma alusão reverente a esta
coroa espinhosa.
² Interpretação do padrão levando em conta o contexto da obra
ANÁLISE ICONOLÓGICA

Tendo sido realizada uma pesquisa aprofundada representam o sacrifício pelo qual Cristo morreu.
dos significados implícitos nos detalhes presentes Assim sendo, essa casula provavelmente era
na casula (além do significado da própria), o usada exclusivamente na sexta-feira santa.
conjunto geral, busca passar uma mensagem de
luto pela morte de Cristo.
As cores preto, dourado e âmbar
respectivamente representando morte, o
divino e purificação;
a cruz, principal símbolo do martírio de Jesus;
Alfa e Ômega representando Jesus enquanto
Deus e;
o padrão geométrico que remete a coroa de
espinhos e o pecado; Fonte: Pinterest

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SANTOS E SÍMBOLOS

Após o estudo iconográfico da casula, é notável a SANTA TEREZA BENEDITA DA CRUZ

importância dos símbolos e seus siginificados,
para o cristianismo. Para ilustrar essa constatação
e traçar um paralelo, é possível indicar a presença
dos mesmos símbolos trabalhados, para a
hagiografia de alguns santos.
Tomando a cruz como exemplo, é possível dizer
que ela é o maior símbolo do cristianismo, uma
vez que esta sempre atrelada ao martírio de
Cristo. Porem ela pode apresentar outros
significados, como por exemplo, o de conversão a
religião cristã. Exemplo de conversão é santa
Tereza Benedita da Cruz

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SANTOS E SÍMBOLOS
"Edith Stein foi uma santa, filósofa e teóloga
alemã nascida judia que se converteu à Igreja
Católica. Ela foi canonizada em 11 de Outubro de
1998 pelo Papa João Paulo II, sendo mártir da
Igreja e uma das seis santas co-padroeiras da
Europa. Ainda jovem se afastou da espiritualidade
e mais tarde ingressou na Universidade de
Breslávia, com interesse nos estudos filosóficos.
Movida pelas tragédias da Primeira Guerra
Mundial, em janeiro de 1915, ela interrompe seus
estudos na Universidade de Gotinga e se
voluntaria como auxiliar de enfermagem em um
hospital de doenças infecciosas na Áustria.
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Edith concluiu seu doutorado com a tese Sobre o
Problema da Empatia. Assim, Stein foi a segunda
mulher a receber um título de doutorado em
filosofia na Alemanha, além de se tornar
assistente do mais eminente filósofo de seu
tempo, Edmund Husserl. Ela foi a primeira
estudiosa a pedir oficialmente que as mulheres
recebessem o status de "professoras".
Ela se converteu ao catolicismo a partir da leitura
da autobiografia de Santa Teresa de Ávila enquanto
visitava uma amiga. Ela foi batizada em 1.º de
janeiro de 1922, tomando a própria amiga como
madrinha. Já religiosa, anotou: "A fé está mais
próxima da sabedoria divina do que toda ciência Birkenau, envenenada numa câmara de gás."
filosófica e mesmo teológica". (Wikipedia, p.1)
Anos mais tarde, ela viu a ascensão do Partido
Nazista e a consequente perseguição aos judeus.
Ela decide se tornar uma freira Carmelita
Descalça no monastério de Colônia em 1933. Com
a crescente ameaça nazista na Alemanha, Edith e
sua irmã Rose são enviadas para o Carmelo da
Holanda. Após a divulgação de uma carta da
Igreja da Holanda com críticas ao nazismo, os
cristãos judeus sofrem represálias, sendo Edith e
sua irmã capturadas. Edith Stein morreu aos 50
anos, no campo de concentração de Auschwitz-

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CONCLUSÃO

O trabalho permitiu compreender melhor a

aplicação da teoria de Panofsky na interpretação
dos significados intrínsecos nas obras.
Alem disso, ressaltou a importância da
compreensão das formas, cores e símbolos, para
a composição da obra.
Por fim, também foi possível notar que os
significados de um símbolo em um estudo
iconográfico, podem variar de acordo com a
hagiografia de cada santidade.

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REFERÊNCIAS
GULIHERME, Jose; ALMEIDA, Thalita. Sentidos das
cores a partir da Bíblia. Companhia Dança e Vida,
2020. Disponível em:
<http://www.ciadancaevida.com.br/2020/06/01/sen
tidos-das-cores-partir-da-biblia> Acesso em: 21
de Outubro 2022
VESTIMENTAS. New Advent, 2011. Disponível em:
<https://www.newadvent.org/cathen/15388a.htm>
Acesso em: 21 de Outubro 2022
32 SINAIS E SÍMBOLOS NO CRISTIANISMO.
FASBAM, 2022. Disponível em:
<https://fasbam.edu.br/2020/07/08/32-sinais-e-
simbolos-no-cristianismo/> Acesso em: 21 de
outubro 2022
19
MOSER. A importância dos símbolos na vida e na
cultura dos povos. Canção Nova, 2010. Disponível
em: <https://noticias.cancaonova.com/brasil/a-
importancia-dos-simbolos-na-vida-e-na-cultura-
dos-povos/> Acesso em: 21 de Outubro 2022
O QUE SIGNIFICA ALFA E OMEGA NA BÍBLIA?
Projeto gospel, 2022. Disponível em:
<https://projetogospel.com/o-que-significa-alfa-e-
omega/> Acesso em: 21 de Outubro 2022
CALVO, André Luiz Barbosa. Os Arcazes das
Sacristias das Igrejas de Salvador, Bahia: Igreja do
Colégio dos Jesuítas (atual Catedral Basílica),
Igreja dos Carmelitas Descalços de Santa Teresa
de Avelã, Igreja do Convento de São Francisco,
Igreja do Convento de Nossa Senhora do Carmo e
da Basílica Arquiabacial do Mosteiro de São
Bento. 2011. 345 f.: il Orientador: Prof. Dr.º Luiz
Alberto Ribeiro Freire. Dissertação (mestrado) –
Universidade Federal da Bahia - Escola de Belas
Artes - Programa de Pós-Graduação em Artes
Visuais, 2011. Disponível em:
<https://ppgav.ufba.br/sites/ppgav.ufba.br/files/dis
sertacao_definitiva.pdf> Acesso em: 21 de
Outubro 2022

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