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Introdução
A Química Técnica é uma ciência que se ocupa com a investigação das Leis, Normas e
Princípios que regem a realização da transformação das substâncias iniciais (matéria prima)
em produtos desejados, a combinação dos processos técnicos fundamentais para um único
processo químico-tecnico.
A química técnica ocupa um lugar muito importante no sistema de ciências visto que ela
estabelece ligações entre as ciências (química, física, matemática técnica e economia).
Investiga também as leis que determinam a economia e a produtividade económica aquisição
de produto gastando contudo pouca matéria-prima, pouca energia para a produção de maiores
quantidades de produto desejado.
Assim a industria será a principal salvadora do próprio meio ambiente através de novos
conceitos como o caos de “processo técnico-científico” o que significa que a partir de um
processo de conhecimento de produção e produtividade aplicando as leis em beneficio do
próprio trabalho do homem.
Economia Industrial
Economia
Substancias iniciais
Matéria-prima
Matéria-prima
Matéria-prima para a Industria
Componentes do
Processo Químico-
tecnico
Matéria-Prima Básica
São riquezas do subsolo, do solo, marítimas, aéreas de um pais usados ao serviço do homem,
para servirem as indústrias. De acordo com a proveniência a matéria classificam-se em:
1. Produtos Minerais – englobam o petróleo, o gás natural, carvão mineral, sais, pedras,
etc.
2. Produtos Agrícolas – são as plantas e árvores cultiváveis, assim como vegetais;
3. Produtos Pecuários e Pesqueiros – animais domésticos selvagens e peixe;
4. Produtos secundários – sucatas, papel velho, garrafas, vidro, plásticos furados, ossos,
etc.
5. Produtos Pré-fabricados – plásticos PVC, linha, etc.
6. Produtos Atmosféricos – Ar;
7. Produtos Hídricos – água.
Tabela 1:
Pré-Fase (Objectivos) Processos Tecnológicos Exemplos
Obter necessárias Flotação Acumulação de componentes
concentrações dos reagentes necessários
Garantir uma pureza dos Lavar, filtra, absorver, Afastamento das impurezas
reagentes para impedir destilar e escolher gasosas, liquidas e sólidas dos
reacções secundárias por principais componentes
uma acção eficiente e dos
catalizadores.
Aumentar superfície de Moer, dissolver, fundir, Os tamanhos maiores dos
contacto para favorecer a cortar, sob a acção de sólidos são transformados em
velocidade da reacção e energia tamanho menores ou
bom aproveitamento solubilizados.
Optimização da superfície Granular, britar, sintetizar Dar forma a matéria-prima, de
de contacto e a grandezas acordo com o aparelho a
dos pedaços utilizar
Optimização das condições Agitação, fusão, cortar, Os gases se misturam, os
das reacções dos reagentes, misturar, acrescentar. sólidos acrescentam-se, os
melhoramento de Sólido-liquido e gases
rendimento. misturam-se acrescentam-se.
Optimizam-se a pressão e a
temperatura.
Calibrar, instalar as Acumular e aquecer. Optimizar a pressão e a
condições de reacção para temperatura e escolher o
obter maior rendimento a catalizador.
maior velocidade.
Operações Físicas
Filtração
Consiste em separar um sólido de um líquido baseando-se nos tamanhos das partículas. As
partículas de tamanho maior ficam retidas no filtro e so passa a parte líquida.
As partículas aglomeradas no filtro são chamadas de “bolo filtrado” que podem ter tamanhos
que podem ter tamanhos diferentes, podendo ser:
Bolo filtrante incompressível;
Bolo filtrante compressível.
Dissolução
É o método de separação de dois sólidos dependendo da solubilidade das substâncias, por
exemplo: na separação do ferro e o enxofre, usa-se o dissulfureto de carbono que vai
dissolver o enxofre e assim efectuar se a separação.
Moagem
É o processo de redução do material em graus partículas mais pequenas.
Trituração
Consiste em reduzir o tamanho de partículas sólidas. Utiliza uma variedade de instrumento
mecânicos.
Os materiais grossos são colocados na machadora que é um par de placas de aço em que está
fixa e outra se move por meio de um volante.
Fusão
É a passagem do material de um estado sólido para um estado diferente, neste caso, o estado
líquido. Para que ocorra a fusão a temperatura deve ser elevada e a concentração do fundente
também deve ser elevada.
Britagem
É o processo de fragmentação e cisalhamento do mineral em questão (calcário no caso),
responsável pela redução e adequação da granulometria do minério quando necessário,
preparando-o para a fase seguinte. Consiste em moer o material até tornar-se pó.
Divisão
Concite na divisão das partículas em partes iguais.
Decantação
É a separação de uma substância sólida e uma no estado líquido. Faz-se com que a substancia
sólida repouse no fundo do recipiente e depois submetemos a parte liquida a uma decantação.
Lavagem
É o processo através do qual separa-se a parte útil do minério pela água. Por exemplo na
extracção de ouro.
Vaporização
É a separação de um sólido de um líquido por aquecimento.
Operação físico-químico
Destilação
consiste basicamente na separação de uma mistura de vários líquidos com ponto de ebulição
diferentes. Ela pode divide-se em destilação simples e fraccionada. É mais comum quando se
apresenta no estado líquido e seca no estado sólido.
Extracção
O objectivo deste processo é o de extrair uma substancia de uma mistura, e pode ser dividida
em:
1- Extracção por solvente – consiste em introduzir numa mistura um solvente imiscível onde
vai ocorrer uma transferência do soluto do primeiro solvente e se mistura com o 2º solvente.
Fig.
O
C NH
COONa
t°
SO2
SO2NH2
Fabricação de Detergente
Sulfonação linear de um alquilo-benzeno
Máquinas (Heigelein)
É um dispositivo através do qual se transmite a força que é usada no trabalho técnico com a
qual uma parte da linha movimenta-se.
Classificação
As máquinas podem ser classificadas em:
a) Máquinas de Força
b) Máquinas de Energia
c) Electromotores ou Turbinas
d) Máquinas de Combustão ou termo eléctricas;
e) Máquina de Trabalho.
Aparelho
É um dispositivo constituído por varias partes em movimento interligados entre si. Exemplo:
Evaporador ligado com filtro e colónias.
Aparelhagem
É uma combinação de vários aparelhos e maquinas para uma tarefas bem definida na
condução de substância, transporte de energia, arrumações, medições, regulações, instalação
de segurança na realização de uma tarefa. Exemplo: Uma fabrica de Produção de açúcar.
Combinadas
São complexos de vários trabalhos concentrados que se usam para a transformação de
substâncias.
Os constituintes das combinadas só ligados uns aos outros através de tubos condutores de
substancias e energia e também são ligadas através de tubos eléctricos ou condutores,
aparelhos de medições e reguladores.
Em suma uma combinada é, portanto, uma unidade de produção técnica.
A combinada e a aparelhagem não diferem muito, pois na combinada inclui todo um sistema
de produção, enquanto que a aparelhagem é uma ligação que existe entre os sistemas
(aparelho).
Fig.
Principio Circular
É um processo em que uma parte da matéria-prima que não completou a reacção é
reintroduzida no aparelho até completa formação em produto. Exemplo na produção do
Amoníaco (NH3)
Principio de Turbilhão
É um processo químico técnico em que uma substancia gasosa, é introduzida em jacto no
Aparelho através de buracos e depois da ocorrência da reacção é mantida em suspensão.
Exemplo: Na produção do dióxido de enxofre a partir da pirite e a gaseificação de
Carbono.
Principio Regenerativo
Depois de expulsar os gases quentes do aparelho, estes são introduzidos nos regeneradores e
dai são conservados e que posteriormente são usados no pré-aquecimento dos reagentes ou
outros gases. O objectivo deste princípio é o usa racional de Energia. Por exemplo na
produção de cimento.
Propriedades Físicas
É um gás incolor, de cheiro característico a álcali volátil, refrigerado sob alta pressão é
liquefeito. Nestas condições sob a forma líquida não ocorre a reversibilidade, ou seja, a
reacção de decomposição em hidrogénio e nitrogénio não ocorre.
Produção Laboratorial
O amoníaco libertado contém vapores de água. Para secá-lo deixam-no passar através de cal
sodada (mistura de cal com soda cáustica).
Produção Industrial
Esta reacção é catalizada com ferro sob as condições de 200atm de pressão e uma
temperatura de 450º C.
Para ser económica, a velocidade da reacção deve ser aumentada, pois o nitrogénio e o
hidrogénio isolados reagem muito lentamente. A base da síntese industrial do amoníaco está
sobre um catalizador eficiente, que acelera a velocidade da reacção até um valor económico.
O processo foi desenvolvido por Fritz Haber e Carl Bosch em 1909 e patenteado em 1910.
Foi usado pela primeira vez, à escala industrial, na Alemanha durante a Primeira Guerra
Mundial. Para a produção de munição os alemães dependiam do nitrato de sódio importado
do Chile, que era insuficiente e incerto. Por isso passaram a utilizar prontamente o processo
de Haber para a produção de amoníaco. A amónia (amoníaco) produzida era oxidada para a
produção do ácido nítrico pelo processo Ostwald e este utilizado para a produção de
explosivos de azoto, usados na produção de munições.
Temperatura
A formação do amoníaco é um processo exotérmico, ou seja, ocorre com libertação de calor.
Sendo assim, baixas temperaturas favorecem a produção do NH3 e o incremento da
temperatura tende a deslocar o equilíbrio da reacção no sentido inverso. Por outro lado, a
redução da temperatura diminui a velocidade da reacção, portanto, uma temperatura
intermédia é a ideal para favorecer o processo. Experiências demonstraram que a temperatura
ideal é de 450ºC.
Pressão
Catalisador
O catalisador não afecta o equilíbrio porém, acelera a velocidade da reacção para atingir o
equilíbrio. A adição de um catalisador permite que o processo se desenvolva favoravelmente
em temperaturas mais baixas. No início, para a reacção Haber-Bosch, usava-se o ósmio e
urânio como catalisadores. Actualmente, utiliza-se de maneira extensiva o ferro.
B. Combustão do metano não convertido com o oxigénio do ar fornece calor para a reforma
secundária endotérmica.
b) Gás de coqueira;
c) Gás de refinaria, rico em hidrogénio;
d) Gás de descarga da produção do acetileno.
A amónia formada é um gás porém, refrigerando e sob alta pressão obtém-se num estado
liquefeito. Nestas condições, sob a forma líquida, não ocorre a reversibilidade, ou seja, a
reacção de decomposição em azoto e hidrogénio não acontece.
Em fins de 1988 foi publicado na revista science o resultado de um trabalho efectuado por
dois investigadores Gregos, G.Marnellos e M.Stoukidis, em que se noticia um novo processo
de síntese, agora electroquímico baseado na mesma reacção, ao 570º C, com uma
percentagem de conversão muito superior (cerca de 78%).
Os eléctrodos (ânodo e cátodo) são constituídos por um suporte cerâmico especial que
funciona como electrólito sólido (capaz de permitir o movimento de iões H+) coberto com
uma fina película de paládio poroso.
No ânodo, da - se a reacção
H2 2H+ + 2e-
Os protões formados difundem através do paládio e material cerâmico onde oxida o azoto a
amoníaco
6H+ + N2 + 6e- 2NH3
a descoberta esta a ser estudada de modo a poder ser futuramente uma alternativa ao processo
clássico de Haber.(Sience, 2 de Outubro de 1998, vol.282,Pg. 98-100).
A configuração;
Modo de operação dos reactores que originam produtos com maior lucro possível.
------------
Centrifugacao
2) Reactor Continuo:
A transformação das substâncias é feita continuamente sem parar. É ainda constituído por um
agitador e mais tanques ligados em operação continua.
A sua construção é de controlo automáticos, é ideal para o processamento industrial quando
as velocidades de reacção e de produção são bastante elevadas.
Fig:
CA
Reactor Tubular
É um reactor operando continuamente sem agitação e de configuração de um tubo. O
escoamento da massa de reagente tira-se numa direcção especial que não exige a constância
de concentração e as perdas das cargas são despressiveis.
Usa-se geralmente em reacções de fases gasosas e em operações adiabáticas, onde a
velocidade é constante e a pressão vária.
Fig:
------------ R. Tubular
CSTR
Tabela 3:
Reactor Aplicação Vantagens Desvantagens
Produção em pequena Elevada conversão por Elevados custos de
escala; unidade de volume; operação;
descontinuo Para produtos Flexibilidade de operação. Qualidade de produto
intermediários. Fácil limpeza mais variável que na
operação continua.
Produção em grande Elevada conversão por Existência de gradientes
escala, unidade de volume. térmicos e concentração
Uso de reacções de fase Baixo custo de operação; de radicais
Tubular gasosa e liquida Operação continua Baixo control de
temperatura
Paragens e limpeza muito
honorosas.
Produção em grande Fácil control da temperatura; Baixa conversão por
escala; adaptação fácil a reacção unidade de volume
Uso de reacção em fase com duas fases; Possibilidade de curto-
Continuo com liquida, gás-liquido, Simplicidade de construção circuito no caso de má
agitação CSTR Sólido-liquido Baixo custo de operação; agitação.
Fácil limpeza e operação
continua
Baterias de Reactores
Um exemplo de bactérias de reactores semi-contínuo existe na disposicao em série de n
reactores idênticos em que um dos reagentes é continuamente removido.
Ex: No processo de esterificacao e sulfonacao.
Fig:
Através desta duas (2) equacoes pode se estabelecer a velocidade da reaccao e os factores
que influenciam com a ajuda da equacao cinética
dnA
Q ( RA).V onde: RA - Reagente A
dt
nA – numero de mole de A
V – volume ou unidade de volume
Dt – tempo ou unidade de tempo
1.2.Historial
O termo “cimento” é usado para indicar todo o material que possui propriedades adesivas,
colantes ou ligantes.
Desde os povos egípcios (3000 AC), procurava-se um material, aglutinante que resistisse à
humidade e, portanto, com alta durabilidade. Inicialmente usou-se a lama do rio Nilo, depois
gesso natural calcinado e cal, como argamassa para revestimento de união das pedras que
constituíam as paredes e muros das edificações antigas. Os primeiros relatórios do inicio do
século passado baseados na patente de L.J. Vicar, em Paris e James Frost, em Londers
(1822), descreviam os métodos de fabricação do cimento como sendo resultado de um
processo na qual se moía calcário e a seguir misturava-se com uma certa quantidade de argila
em forma de lama, que após homogeneização em calcinados em fornos de cal em forma de
cúpula ou garrafa, também denominados de fornos verticais.
1.3. Mineração
É o processo de desmonte, extracção e remoção dos minerais que constituem a rocha
(calcário, argila e material estéril no caso da fabricação de cimento). As matérias-primas de
origem mineral, normalmente são extraídas das minas pelos processos normais exploração de
reservas minerais, ou seja, dependendo da origem e formação geológica da rocha, existe
tecnologia especificas e apropriada para a sua exploração. O calcário por exemplo, pode
apresentar-se com estrutura e/ou dureza elevada exigindo o emprego de explosivos para sua
extracção, ou ser suficientemente mole a ponto de exigir apenas o uso de desagregadores
mecânicos para a sua remoção. Uma outra peculiaridade é que as minas podem ocorrer a céu
aberto ou no subsolo a dezenas de metros de profundidade. As minas a céu aberto,
dependendo do teor de impurezas existentes no mineral em questão, exigem durante o
desmonte, uma pré-selecção e separação do mineral das impurezas, concorrendo desta forma,
para uma operação de maior custo por tonelada equivalente extraído.
1.4. Britagem
É o processo de fragmentação e cisalhamento do mineral em questão (calcário no caso),
responsável pela redução e adequação da granulometria do minério quando necessário,
preparando-o para a fase seguinte. Dependendo da granulometria original do minério
(calcário), o processo de britagem pode ser efectuado de um, dois ou mais estágios,
recebendo em cada estagio a denominação de britagem primaria, secundaria, etc. O processo
de britagem normalmente ocorre na mina, sendo que os equipamentos (britadores) podem
efectuar a britagem primaria, secundaria num mesmo circuito ou em circuitos separados. O
grau de redução do calcário na fase de britagem primária e secundária, normalmente para o
caso do processo de fabricação de cimento é da ordem de 50:1 (500-1000mm→10-25mm)
1.5. Pré-Homogeneização
É o processo de empilhamento ordenado e adequado do calcário após britagem, bem como
das argilas após extracção/ remoção da mina, visando atenuar as variáveis intrínsecas dos
minerais rochosos. A pré-homogeneização tem como objectivo mediante o conhecimento
prévio da composição físico-química e mineralógica das matérias-primas originas, definir e
pré-adequar os parâmetros ou módulos químicos do material empilhado através de dosagem
de calcários e argilas extraídos de diferentes frentes, de forma a atenuar a
variabilidade/heterogeneidade dos mesmos ou seja, corrigir de forma a aproximar os módulos
químicos o máximo possível dos padrões preestabelecidos, facilitando desta forma o
processamento e a correcção na fase seguinte (moagem de cru).
1.6. Moagem dos materiais Crus
É o processo de secagem e moagem das matérias-primas em seu estado in natura (calcário,
argila e eventualmente outros materiais correctivos, adequadamente dosado e alimentados ao
moinho). A moagem de cru é considerada uma das fases mais importantes do processo de
fabricação de cimento, pois é nesta fase que ocorre o ajuste final da composição físico-
química dos materiais crus. Trata-se, portanto, de um conjunto de operações destinadas a
transformar os materiais crus em uma mistura finamente moída, física e quimicamente
homogénea, denominada “farinha”. O conhecimento prévio das propriedades físico-
químicas e mineralógicas das matérias-primas, bem como dos princípios básicos de
funcionamento do circuito de moagem a ser utilizado, é extremamente importante para o
domínio da operação do sistema, proporcionando assim uma operação eficiente e segura e,
consequentemente, a obtenção de um produto final, (farinha) com alto padrão técnico.
Normalmente a moagem a cru por se tratar na maioria das situações de um processo a seco, é
efectuada em moinhos verticais de rolos, seja um facto recente e, por razoes técnicas e
económicas, percebe-se uma rápida tendência destes equipamentos substituírem os moinhos
tubulares de bolas.
1.8. Clinquerização
É o processo que consiste no aquecimento e tratamento térmico controlado dos materiais crus
(farinha) em fornos dez clinquerizacao a temperatura da ordem de até 1450ºC. A
clinquerizacao constitui portanto de um conjunto de transformações físicas e reacções termo-
químicas a partir de uma massa de materiais crus, dando origem ao “Clinquer”, que é um
composto granulado escuro fosco com propriedades hidráulicas formado basicamente por
quatro compostos cristalinos (óxidos cristalinos) essenciais, primários ou principais,
representados por C4AF(4CaO.Al2O3.Fe2O3), C3A(3CaO.Al2O3), C2S(2CaO.SiO2,
C3S(3CaO.SiO2) os quais são responsáveis pela mineralogia, morfologia características
físico-químico do clinquer e, consequentemente, pelas propriedades físico-químicas dos
diferentes tipos e classes de cimento. É da composição química e constituição mineralógica e
cristalina do clinquer que derivam, as propriedades aglutinantes e hidráulicas dos diferentes
tipos e classes de cimento. As reacções que ocorrem durante o processo de
calcinação/clinquerizacao, conduzem via de regra, inicialmente a descarbonatação
(desacidulação) dos carbonatos de cálcio (CaCO3) e magnésio (MgCO3) transformando-os
em seus óxidos correspondentes (CaO e MgO) com a libertação do gás carbónico:
Posteriormente estes óxidos se combinam com óxidos de silício (SiO2), alumínio (Al2O3) e
ferro (Fe2O3) provenientes da farinha e das cinzas dos combustíveis dando origem aos
compostos/óxidos cristalinos constituintes do clinquer (C4AF, C3A, C2S e C3S).
Em um forno de clinquerizacao, os materiais se deslocam em sentido oposto ao deslocamento
dos gases, e a fonte de calor (combustão) primário ou principal, encontra-se localizada na
extremidade de descarga do forno, e a fonte secundaria (quando existe), encontra-se no pre-
calcinador ou na parte inferior da torre de ciclone (caixa de fumaça). A evolução do processo
de transformacao dos materiais crus em clinquer ocorre através da mudança de estados,
portanto, obedecendo a um perfil de temperatura especifica para cada fase, conforme
ilustrado no fluxo grama esquemático.
O clinquer uma vez formado, abandona a zona mais quente do forno rotativo (zona de
queima), e é submetido a partir de então, ao processo controlado de
resfriamento/refrigeração, o qual ocorre em duas etapas a saber:
1ª – Resfriamento (1450-1300ºC): ocorre ainda no interior do forno entre a zona de descarga
de material do forno e o inicio da chama (ponta de maçarico). É responsável pela
cristalização da fase liquida e estabilidade dos cristais constituintes de ferro e alumínio
principalmente. (C4AF e C3A)
a) Cimento Portland
É um aglomerado hidráulico, constituído basicamente por oxido de cálcio (CaO), silício
(SiO2), alumínio (Al2O3) e ferro (Fe2O3) secundariamente pó Mg, S, K, Na, e outros
elementos em pequenissimas proporções.
b) Aglomerado Hidráulico
É todo o composto que necessita de agua para reagir e, uma vez hidratado, o mesmo adquire
um estado físico inicialmente plástico e ligante, posteriormente passa a rígido, compacto e
extremamente resistente a esforços mecânicos, não retornando mais a condição original.