28/07/2023 Processos produtivos: PTI e suas características

PROCESSOS TECNOLÓGICOS INDUSTRIAIS

Não podemos dar início a este título sem antes tecermos um breve
resumo a respeito da Revolução Industrial. Podemos descrever a Revolução
Industrial de forma muito simples, considerando um fenômeno que
acarretou a substituição das ferramentas pelas máquinas. A produção
industrial era um processo artesanal, onde o indivíduo fazia parte das
atividades produtivas até a comercialização do produto.

A Revolução Industrial teve início na Inglaterra que era um país

possuidor de grandes reservas de carvão mineral, ou seja, possuíam a fonte
principal de recursos necessários ao funcionamento das locomotivas e
máquinas a vapor. Outro fator importante é que possuíam também a
matéria-prima muito utilizada na época que era o minério de ferro. O
processo foi facilitado pela abundância de procura de emprego nas cidades
inglesas, tendo como consequência a mão de obra barata decorrente da
oferta e demanda.

O rápido e grande aumento das populações das cidades foi uma das
consequências da Revolução Industrial, bem como as chances de
sobrevivência no campo que se tornaram escassas já que a maioria das
terras pertencia a grandes proprietários. Esses por sua vez, acabavam
expulsando os camponeses que tinham, como única forma de sobreviver, os
serviços operários, dando origem a nova classe social dos proletários.

AS TRÊS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

PRIMEIRA FASE

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Início na Inglaterra no século XVIII e se espalhou para outros países

europeus na segunda metade do século. Navios e locomotivas a vapor
foram inventados e aperfeiçoados nesse período com o objetivo de atender
as necessidades de transporte para manutenção da operação das fábricas.

Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e as

condições ambientais de trabalho eram péssimas já que inexistia qualquer
tipo de legislação trabalhista. A utilização de mão de obra infantil e feminina
era usual e corriqueira, sendo que a remuneração era abaixo da recebida
pelos homens.

SEGUNDA FASE

Acontece nos Estados Unidos e tem como principal característica a

criação de novas tecnologias como carros, aviões e ônibus, havendo
também o aprimoramento de tecnologias utilizadas em máquinas e
equipamentos. A utilização da energia elétrica e petróleo também é uma de
suas características.

TERCEIRA FASE

Também nos Estados Unidos, começa com o final da Segunda Guerra

Mundial e ainda evolui até hoje. Tem como principal característica o
desenvolvimento e utilização da energia nuclear e o aperfeiçoamento do uso
da informática inicialmente por instituições governamentais e depois através
da população comum. Tem como evento marcante as melhorias de
condições básicas de trabalho e atendimento aos direitos trabalhistas.

A evolução das técnicas de produção, processos de trabalho,

máquinas e equipamentos e principalmente do conhecimento e pesquisa
sobre materiais e substâncias utilizadas durante o desenvolvimento
industrial até os dias de hoje, proporcionou várias mudanças em relação à
busca de utilização de produtos e matérias primas menos agressivos à

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saúde dos trabalhadores e do meio ambiente. Além disso, temos ainda as

preocupações com a geração de resíduos, otimização de recursos e o
reaproveitamento de rejeitos para recolocação como matéria prima na
cadeia produtiva.

O desenvolvimento industrial proporcionou várias mudanças em

relação à busca de utilização de produtos e matérias-primas menos
agressivos à saúde dos trabalhadores e do meio ambiente. Além disso,
temos ainda as preocupações com a geração de resíduos, a otimização de
recursos e o reaproveitamento de rejeitos para a recolocação como matéria-
prima na cadeia produtiva.

Todos os processos produtivos expõem os trabalhadores a fatores de

risco inerentes às atividades desenvolvidas, restando apenas buscar as
melhores alternativas para modificar processos e eliminar ou pelo menos
diminuir consideravelmente tais riscos no ambiente de trabalho.

No caso da indústria da construção, por exemplo, há fatores de risco

específicos a serem tratados, relacionados à exposição pela operação de
máquinas, equipamentos, pela realização de trabalhos em altura e, muitas
vezes, pela circulação em ambientes de trabalho com leiautes limitados e
que exigem muita atenção no dia a dia. Além disso, fatores de risco como
ruído, vibração, calor, poeiras e aerodispersoides estão frequentemente
presentes. O conjunto desses fatores de risco exige um bom planejamento
da obra e uma gestão rígida sobre as medidas de controle necessárias.

Em um ambiente metalúrgico, também existem alguns fatores de risco

mais acentuados, como o calor pelo manuseio de matérias-primas
aquecidas, os ruídos permanentemente presentes e ainda os diversos
fatores de risco de acidentes devido ao manuseio de materiais ou
maquinário pesado.

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Em um ambiente hospitalar, pode-se identificar facilmente a presença

do fator de risco biológico devido ao contato com vírus, bactérias e outros
que podem ser transmitidos e gerar contaminação caso os controles
mínimos não sejam adotados.

Isso não significa que outros fatores de risco não estejam presentes,
uma vez que a manipulação de agentes químicos é significativa e os fatores
de risco ergonômicos também ganham destaque em determinadas funções,
assim como os físicos. Todos esses fatores de riscos exigem do profissional
de segurança uma avaliação criteriosa para detecção de possíveis cenários
de emergência.

Podemos utilizar o setor da indústria petroquímica de

transformação como exemplo principal de adoção de medidas que têm
como objetivo a manutenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores e a preservação do meio ambiente. Esse setor tem maior
importância devido à continuidade de processos e à gravidade das doenças
ocasionadas pela exposição dos trabalhadores aos agentes químicos que
fazem parte dos processos produtivos.

» Petróleo

O petróleo, utilizado como fonte de energia no mundo há cerca de 200

anos, possui sua atividade de exploração, refino e transformação numa
cadeia de comunicação entre várias substâncias em que qualquer alteração
causa consequências para todo o resto. Podemos citar como exemplo a
dependência dos hidrocarbonetos como matéria-prima para cadeia
produtiva em que cerca de 80% da composição do petróleo é feita de
hidrocarbonetos, fazendo com que sua utilização seja feita em grande e
diversificada escala como na indústria, na construção, no campo e até no
ambiente doméstico.

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O petróleo deve passar por diversas fases de beneficiamento para que

seja possível a obtenção de seus subprodutos e matérias-primas. Após a
extração do subsolo, ocorre o transporte até as refinarias para que seja
possível a transformação da substância bruta em combustíveis, matérias-
primas e subprodutos.

A quantidade de processos, produtos, substâncias e tecnologias

presentes na indústria petroquímica torna difícil a disposição de informações
coerentes e a apresentação de resultados eficientes e viáveis
economicamente em relação ao controle e à diminuição dos riscos
ambientais de exposição.

Como a demanda pela utilização de hidrocarbonetos como matéria-

prima é cada vez maior, por vezes não são aplicadas as medidas de
controle de segurança adequadas e por isso sua utilização pode causar
intoxicações agudas ou crônicas, podendo agir no trabalhador em
intensidade leve, grave ou fatal.

Sua inalação ou mesmo o contato físico com

hidrocarbonetos pode desencadear narcoses, alterações das
funções hepáticas, anemia severa ou leucemia.

» Biogasolina

Uma das tecnologias produzidas pela indústria petroquímica com o

objetivo de manutenção da saúde e integridade física dos trabalhadores e
preservação do meio ambiente que podemos destacar é a biogasolina.

Trata-se de um biocombustível utilizado nos motores de combustão

interna, cuja principal característica química é a utilização de álcoois em
substituição aos hidrocarbonetos.

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A principal desvantagem da utilização da biogasolina como

combustível é o alto custo de produção, porém, em termos de tecnologia ela
pode ser considerada um grande avanço no sentido de eliminação dos
hidrocarbonetos na cadeia produtiva.

» Benzeno

Outro agente da indústria petroquímica é o benzeno, utilizado

largamente como matéria-prima na indústria, no refino de petróleo e
siderurgia. Além disso, pode ser encontrado na gasolina e na produção de
plásticos, borrachas, agrotóxicos e lubrificantes.

A exposição do benzeno no ambiente de trabalho é

preocupante, já que se trata de uma substância cancerígena
e, quando em contato com o ar, sua evaporação é muito
rápida, proporcionando fácil inalação pelos trabalhadores
expostos.

Atualmente, podemos destacar algumas tecnologias e ações que

envolvem a redução desse agente na cadeia produtiva, como:

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Utilização de biocombustível

Uma das formas de diminuição da exposição ao benzeno é a utilização

de outras formas de combustíveis (etanol, biodiesel, biogasolina,
motores híbridos etc.), já que o benzeno está conectado aos processos
produtivos, ao refino, ao transporte e ao armazenamento de petróleo.

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Equipamento de proteção coletiva (EPC)

A utilização de EPC instalado em bombas de abastecimento de

gasolina passará a ser uma realidade, já que em um breve prazo os
postos do país terão seu uso obrigatório. Esse processo utiliza um
sistema de recuperação de vapores junto às bombas de combustível.
Essa tecnologia retirará da zona respirável dos trabalhadores os
vapores liberados pela evaporação da gasolina.

Substituição

Realizada por meio da troca do benzeno por álcool hidratado no

processo de fabricação do álcool anidro. A utilização desse processo foi
estabelecida pelo acordo do Benzeno de 20 de dezembro de 1995.

Imposição de limites de utilização

O limite de 1% na composição da gasolina comum do tipo C (mistura da

gasolina A com álcool etílico anidro) foi imposto pela Portaria n°
309/2001.

Os processos produtivos e suas inovações em tecnologia são

aperfeiçoados pelo conhecimento adquirido em pesquisas e também de
forma prática, no dia a dia de trabalho das indústrias e fábricas.

A indústria petroquímica é uma das atividades que mais demanda

processos a serem aplicados na melhoria das condições de higiene e saúde
dos trabalhadores, já que as matérias-primas e os produtos utilizados em

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seus processos têm grande potencial para causar danos à saúde dos
trabalhadores envolvidos.

Nesse segmento, podem ser reconhecidos fatores de riscos físicos

como ruído, vibração e calor; fatores de riscos químicos resultantes da
exposição a todos os produtos químicos manuseados; fatores de riscos de
acidentes associados a trabalhos em espaços confinados, trabalhos em
altura e atividades críticas como hidrojateamento; e fatores de riscos
ergonômicos devido a posições e arranjos desfavoráveis.

Em função disso, devemos estabelecer formas de trabalho que

permitam a utilização das ferramentas e processos disponíveis para o
controle dos riscos do setor, como o estudo e a atualização permanente da
legislação pertinente, as publicações legais, as cartilhas informativas e os
canais de informações de associações, empresas e fundações que
trabalham diretamente com o setor de interesse.

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