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CHOCOLATE COM PIMENTA

SINOPSE DE WALCYR CARRASCO


DIREÇÃO DE NÚCLEO: JORGE FERNANDO

CHOCOLATE COM PIMENTA


GÊNERO: COMÉDIA ROMÂNTICA
LOCAL: VENTURA (CIDADE SERRANA)
ÉPOCA: ANOS 20

RESUMO DA HISTÓRIA
Esta é uma comédia romântica, de época, mas contada em um tom jovem.
Narra a história do amor de Ana Francisca e Danilo. E possui duas fases.
Na primeira, os dois ainda são bem jovens. Ela chega de uma outra cidade
para morar com a avó e os primos, em um sítio. A avó é a verdureira da cidade.
Ana Francisca é simples, mal vestida. A avó lhe consegue uma bolsa de estudos,
para estudar para professora no melhor colégio da cidade, para meninas e
moças. Danilo não estuda no colégio, mas treina o time de vôlei. E, é claro, todas
as garotas são apaixonadas por ele. Principalmente Olga, filha do delegado da
cidade, sua namorada de sempre. Quando Aninha chega, torna-se o patinho feio,
de quem todas riem. Danilo aposta que seria capaz de conquistá-la. Ana
Francisca apaixona-se por ele. Mas, de fato, Danilo também se apaixona por ela,
embora não revele. Como confessar que está gostando da patinha feia?
Aninha fica grávida. No entanto, antes que fale sobre a gravidez, é
separada de Danilo através de um estratagema da tia do rapaz. Ocorre que Ana
Francisca trabalha na fábrica de chocolates da cidade. É uma fábrica de
chocolates artesanal, com produtos de alta qualidade. Detalhe: aqui vocês
poderiam estranhar. Naquela época já existiam grandes fábricas de chocolate?
Fiquem sabendo que a primeira fábrica de chocolates e bombons começou no
Brasil em 1890, e fez um dos primeiros grandes milionários do início do século.
Em 1920, a produção de chocolates, bombons e outras delícias já estava a todo
vapor.
Na fábrica, Aninha tornou-se amiga de um “pobre” operário, muito velho, a
quem ela ajuda e traz meias no inverno. Na verdade, ele é Ludovico, o dono da
fábrica, que se diverte com a confusão de identidade causada por um incidente. E
se enternece com a amizade sincera que a jovem lhe dedica. Ao saber que ela
está grávida, revela sua identidade e casa-se com ela. Mas é um casamento
fraternal. Mudam-se para o exterior, onde ela tem o filho. Mais tarde, ele vem a
falecer. O amor de Ana Francisca por Danilo não terminou. Ela está decidida a se
vingar, a voltar e mostrar a todos que agora não depende de ninguém. Essa fase
da novela, inicialmente pequena deverá crescer a partir desta nova sinopse, pois
Ana Francisca, apesar de vingativa, surge como um personagem extremamente
carismático.
Na segunda fase, 7 anos depois, Ana Francisca retorna à cidade, decidida
a se vingar de tudo que sofreu. Sua primeira idéia é fechar a fábrica de
chocolates. Os poderosos da cidade (o prefeito, o delegado e o banqueiro)
juntam-se para tentar convencê-la a manter a fábrica aberta. Sua avó e sua
família também ficam desesperados. É justo deixar toda essa gente sem
emprego? Cega pela vontade de se vingar, Ana Francisca não pensa nisso. Para
demovê-la, o prefeito, o delegado e o banqueiro usam todos os artifícios
possíveis e imagináveis. Mas, por mais que tentem, não conseguem dissuadir
Ana Francisca de seu intento. As tentativas dos três vilões são sempre
atrapalhadas e desastrosas.
Enquanto isto, Aninha reecontra Danilo, o antigo e grande amor de sua
vida, mas, embora os dois continuem se amando, nenhum dá o braço a torcer.
Cada vez que se encontram, brigam. Nesta novela, o casal de protagonistas não
quer saber um do outro, separado pelas mágoas e desencontros do passado.
E toda vez que o sentimento de amor os aproxima, e parece que o casal
vai se acertar finalmente, os dois voltam a brigar, se desentendem e se afastam.
Aumentando ainda mais a aversão que um nutre pelo outro.
Ana Francisca ainda ama Danilo e Danilo a ama. Mas são dois teimosos.
Danilo tem uma noiva há 7 anos, Olga, nossa antagonista. E tem raiva de Aninha,
porque acha que ela o trocou por um velho. Por sua vez, Ana Francisca tem raiva
de Danilo, porque acha que ele não quis assumir o filho – que o rapaz nem sabe
que é dele. Este é um dos segredos da história.
Para piorar as coisas, Jezebel, a irmã de Ludovico, que esperava herdar a
fábrica, faz tudo para dar um golpe em Ana Francisca e ficar com a herança. Mil
confusões, orquestradas pelos heróis e vilões levam esta novela para a frente,
com muita risada e muito namoro!

A IDÉIA E O VISUAL
Nossa personagem volta à cidade onde foi maltratada, agora rica e
elegante. Todos que a maltratavam agora a paparicam,
A idéia de fazer a novela em época é trazer de volta a malícia inocente.
Bailes, vestidos de gala, valsas... Evoca um romantismo que nunca saiu de
moda, do qual as pessoas sentem falta.

O grande diferencial da novela é que até hoje não se fez uma novela que
atentasse para a gula. Eu quero uma novela com gosto de bombom. O chocolate
na fábrica, as barras de chocolate na fôrma, a calda escorrendo, as receitas
secretas quase mágicas que vão acabar salvando as finanças da protagonista,
como veremos na história mais detalhada. Penso em belas paisagens serranas.
Mas penso também, como diferencial, na delícia de tachos de chocolate, com sua
beleza, um sabor que saia das telas e envolva as pessoas. Enfim, uma história
para dar água na boca.
O chocolate possui uma atração especial para as pessoas. Não há quem
não goste. O chocolate mexe com o coração! Quero uma história aconchegante
como uma xícara de chocolate quente. Deliciosa como um sorvete de chocolate
com castanha picadinha!
Mas não é só.
Nossa cidade é romântica, com pracinha, coreto, flores. Jardim de
buxinhos. Casinhas com cara de casas de antigamente, serranas, com cores
leves. Muitas flores, muitas!
E temos também o núcleo caipira. Com um sítio típico do interior de São
Paulo. Um sítio onde se plantam verduras, criam-se patos e galinhas, onde há um
chiqueiro com porquinhos. E, também, uma linda criação de canários! Uma
cozinha com fogão de lenha, comida de antigamente, e uma família que se ama!

PROJETO COMERCIAL

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Embora não seja usual em uma sinopse, vale a pena lembrar as
possibilidades comerciais de uma novela com o pano de fundo do chocolate.
-- o possível lançamento de um produto com a receita do bombom secreto
que aparece durante a novela.
-- livro de receitas na versão adulta e infantil.
-- site com receitas, a história do chocolate, etc.

MERCHANDISING SOCIAL
Cada vez mais, as questões sociais se tornam importantes em uma
novela. Nesta, abordaremos os seguintes temas:
-- automedicação: através de uma personagem hipocondríaca, secretária
do médico da cidade, bonito e bem sucedido, que alertará contra os perigos da
automedicação.
-- um trabalho sério e consistente contra a pichação de paredes. Bem, será
que alguém dirá que na época a pichação não era problema? Mais um engano. O
próprio José de Alencar tem um romance, “O Garatuja”, onde fala de uma crise
provocada por versinhos escritos nas paredes. E isso, no século XIX! Nos anos
20, falaremos da pichação da maneira como era feita na época. Um grupo de
garotos espalha caricaturas dos poderosos da cidade, que ficam furiosos. Mas o
tema de sujar as paredes alheias estará vivo, será contado com humor. E o
próprio distanciamento da época poderá tornar a mensagem ainda mais forte.
-- conscientização ecológica. Através do personagem Margarido, criador
de canários, falaremos da importância da preservação de nossa fauna. Outro
personagem, Terêncio, será o contraponto da ação, pois vende animais silvestres
e vive querendo tomar os canários de Margarido para vender.

A ÉPOCA
A questão da época foi muito debatida. A nossa história tem um “cheiro” de
época. Uma história de época pode ser romântica à vontade, pois se baseia em
valores do passado, mas aos quais as pessoas ainda dão importância. O humor
de época é um tanto mais inocente, mesmo quando malicioso. Ideal para o
horário. Houve uma questão: não ficaria parecida com “O Cravo e a Rosa”? Bem,
a época é a mesma. Mas a história fundamentalmente diferente. E o clima da
cidade, também. O Cravo passava-se em São Paulo, com questões como o
feminismo, o voto. Desta vez iremos para uma cidade serrana, com questões
comportamentais, fundamentalmente. Falaremos, sim, sobre a moral. Revivendo
alguns valores éticos dos quais o público sente falta. E teremos um tom
romântico mais acentuado, com a cidade com pracinha, flores, coreto, e a
maravilhosa fábrica de chocolates!

A CIDADE

Dentro desse espírito, a nossa cidade será inspirada nas cidades serranas.
Proponho um passeio pelas cidades de origem alemã nas serras gaúchas, como
Nova Petrópolis, Canela, Gramado. E em fazer as externas dos primeiros
capítulos na região. São cidades românticas e floridas, com aquele ar do interior
que não se vê mais. Existe até uma cidade na região, Antonio Prado, com uma
estação de trem bem antiga. Teremos uma cidade dos anos 20 com pracinha no
centro da cidade, sino tocando, charrete na rua, carros antigos. Uma cidade
poética. Enfim, romântica.

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TOM
Acreditamos em um tom romântico forte, logo no início. Em apostar em
nossa história da “patinha feia”. E em humor com verdade. Ou seja, fugir da
chanchada. Inclusive nesse sentido, a época ajuda. Os atores terão que evitar os
cacos, para não errar a linguagem com gírias da atualidade. O texto será
coloquial, é claro, mas vamos reviver alguns termos, bem escolhidos, para dar o
“tom” da época. O próprio comportamento de época exige uma certa contenção
no comportamento, um humor mais trabalhado. E por que não dizer, mais
inteligente?

A MÚSICA
A idéia é fazermos regravações de músicas da época com intérpretes
atuais, o que pode ser bem charmoso. Enfim, vamos à história mais
detalhadamente!

A TRAMA
O PATINHO FEIO VIRA CISNE
A primeira fase começa 7 anos antes. Nossa protagonista, Ana Francisca
(Aninha), está no início da juventude. Ao perder o pai, morto quando as terras da
familia são griladas, e órfã de mãe, Aninha vem morar em Ventura, no sítio onde
vivem sua avó e seus primos. A avó consegue uma bolsa para o Instituto de
Educação local, um colégio só de meninas e moças. Aninha quer estudar para
ser professora. É considerada o “patinho feio” da escola. Sua avó é a verdureira
da cidade, dona Carmem. Aninha usa um penteado antiquado, óculos. Veste-se
pobremente. Todo mundo na escola faz piada dela. Menos Celina, que se torna
sua melhor amiga. Sua maior inimiga é Olga, filha do delegado, que se acha fina
e elegante. Olga percebe que Aninha olha demoradamente para Danilo, o
sobrinho do prefeito, que treina o time de vôlei do colégio. E por quem todas se
apaixonam. Olga resolve fazer piada. Convence Danilo a fingir que se interessa
por Aninha. Danilo aposta que conquistará a garota. Ele a convence a
acompanhá-lo de carro a um descampado, onde todos os adolescentes vão
namorar. Lá, Aninha recebe seu primeiro beijo. No instante em que estão se
beijando, vários faróis se acendem. Buzinas disparam. É a turma do colégio, que
estava escondida, esperando o beijo. Todo mundo ri. Aninha foge, percebendo
que foi uma armadilha.
Mas Danilo apaixonou-se. Procura Ana Francisca. Pede perdão. Ela tem
medo. Finalmente, acredita no rapaz. E os dois começam a namorar, para horror
de Olga, de toda a turma e dos tios de Danilo, com quem ele vive.
Para ajudar em casa, Ana Francisca trabalha na fábrica de chocolates
“Bombom”, de Ludovico Canto e Mello, que domina toda a economia da região. A
fábrica é dirigida por Jezebel, irmã mais nova de Ludovico. Este vive no exterior,
onde cuida de sua saúde delicada. Ana Francisca faz faxina.
Mas as coisas não vão bem na fábrica. Ludovico vem fazer uma inspeção.
Ana Francisca nunca o viu antes, é preciso ressaltar. Na sala da diretoria,
Ludovico tem uma tremenda discussão com a irmã sobre o andamento dos
negócios e a qualidade dos produtos, que ele faz questão de preservar acima de
tudo. Enquanto Jezebel, ansiosa por lucros, não dá tanta importância à
qualidade. Na discussão, ele derrama uma xícara de chocolate sobre a camisa. É
preciso trocar de roupa. A secretária só consegue um uniforme de operário. Ele

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vai ao banheiro da diretoria se trocar. Quando acaba de se trocar, entra Aninha
para fazer faxina. Ela se espanta ao ver o velho senhor no banheiro da diretoria.
“Você nunca devia estar aqui, pode até ser demitido!”, avisa ela. Ludovico se
diverte com a situação. Mantém a farsa. Aninha tem pena do pobre “velhinho” e o
leva para tomar chocolate escondido. Também “rouba” bombons que não
passaram pelo controle de qualidade para ele. Os dois se tornam bons amigos.
Ludovico se enternece pela amizade de Aninha que, sabe, é absolutamente
sincera. Ela não supõe que se tornou amiga do dono da fábrica. Ele se esconde
dela enquanto está vestido como diretor. Ela conta seu namoro com Danilo, ele
torce por ela. É preciso lembrar: a figura de Ludovico deve ser de um velhinho
absolutamente paternal, um vovô.
Paralelamente, o amor de Aninha e Danilo continua. Ela está feliz como
nunca. Acredita que agora é realmente amada. Os dois passeiam pelos lugares
mais bonitos da região. Em uma noite, em clima absolutamente romântico,
Aninha transa com Danilo.
Ana Francisca está feliz. Seu primo Timóteo, paternal e amigo, ajuda a
acobertar a situação. Somente sua prima Márcia desconfia da verdade. É Márcia
que faz Aninha descobrir que está grávida. Grande terror! Mas ela confia no amor
de Danilo. Ajudada por Márcia, resolve procurar Danilo e contar a verdade.
Vai até a casa do prefeito Vivaldo, tio de Danilo. Danilo não está. Ana
Francisca é recebida pela tia dele, Bárbara. Aninha sente tontura e fica enjoada.
Bárbara, que não é boba, entende tudo. Aninha está grávida! Fazendo-se de
amiga, consegue arrancar da moça a confirmação de suas suspeitas. Aquela
pobretona está grávida de seu sobrinho!
Disposta a tirar a “pobretona” do caminho, Bárbara arma uma cilada para
Aninha. Finge-se de amiga dela. Mas diz que uma notícia como aquela tem que
ser revelada em uma ocasião especial. O baile de formatura. Promete que aquela
será uma noite inesquecível. E vai à luta. Combina tudo com Olga, a antagonista,
que está mordida de ciúmes de Danilo. Bárbara manda fazer um vestido
belíssimo para Aninha, que faz nossa heroína sentir-se como uma princesa.
Aninha, em sua ingenuidade, vive momentos de sonho.
Na noite do baile, ela chega linda diante de Danilo. Nunca esteve tão
bonita. O próprio Danilo se surpreende, e sente que está apaixonado. Sorri para
ela.
Mas, quando vai descer a escada, pela qual descem todas as formandas,
o plano de Bárbara é colocado em ação: a escadaria se move e Aninha é
derrubada dentro de uma tina de lama.
Nossa heroína fica encharcada de lama, os cabelos e seu lindo vestido
completamente sujos. Todos riem. Ela se recorda da noite do primeiro beijo,
quando todos acenderam os faróis e buzinaram. Aninha pensa que tudo foi
armação de Danilo. E foge, em lágrimas.
Humilhada, desesperada, Aninha sai correndo pela cidade. Na rua, um
carro lindíssimo, o melhor modelo existente na época (que terá importância no
futuro da história), conversível, pára. Para sua surpresa, no volante está
Ludovico, elegantemente trajado. Ela chora. Ele quer saber o que aconteceu. Ela
conta tudo. Mas também está surpresa por vê-lo ao volante. Ele mostra que é
amigo, e lhe dá uma carona até em casa. Ela revela que está grávida.
Ludovico se comove com o relato de Aninha e não tem dúvidas. Revela
sua verdadeira identidade e se oferece para casar com ela e assumir a criança.

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A avó, o tio Margarido, o primo Timóteo, a prima Márcia e a agregada
Dália quase lincham Ludovico. Onde já se viu querer casar com a menina? Ele
chama a todos em particular. Conta a verdade. Quer dar um nome para o filho
de Aninha, a única pessoa que o tratou como amigo nessa vida. Mas será
apenas um casamento fraternal.
Desesperada com a gravidez da neta, a avó aceita o pedido.
Os casamento é marcado, para horror de Jezebel, a irmã de Ludovico, que
vê sua esperança de herdar a fábrica voar pelos ares. Mas por mais que ela tente
impedir, os dois se casam.
No dia do casamento, Ana Francisca ainda passa por uma última
provação. À saída da igreja, é atingida por uma chuva de tomates e ovos podres.
Desta vez, é Danilo quem promove o ataque. Está furioso, pois acha que ela o
abandonou para dar o golpe do baú, esquecendo todas as promessas de amor
que lhe fez.
Irritado, para proteger Ana Francisca, Ludovico vai embora da cidade.
Muda-se para Buenos Aires.
Lá, Aninha tem seu filho. Ela e Ludovico têm um casamento apenas
fraternal. A saúde de Ludovico é, na verdade, muito delicada. Mas ele é feliz,
porque Ana Francisca lhe devolveu a sensação de afeto, a alegria de viver. Ele
falece pouco tempo depois, deixando tudo que tem para ela. Inclusive a fábrica
de chocolates. Mas antes de morrer, lhe entrega uma caixinha misteriosa, do
tamanho de um pequeno livro, toda trabalhada e fechada à chave. Só deve ser
aberta se um dia estiver em extrema dificuldade financeira. É sua misteriosa
garantia para o futuro.
Ana Francisca sente muito a morte de Ludovico, que ela amava como a
um pai. Chora como um bebê. Seu único consolo é o filho Antônio, chamado de
Tonico, a quem ama devotadamente.
Mas a vida continua. Aninha tem que seguir em frente. Enxuga as
lágrimas. Chama sua fiel governanta, dona Mocinha e, entre um soluço e outro
diz: “amanhã será outro dia!”. Está decidida a ser feliz, como prometeu a
Ludovico, antes dele falecer.
Sua primeira providência é renovar o guarda-roupa. Compra peças negras,
como convém a uma viúva, mas com faixas douradas, vermelhas, decotes.
Echarpes de seda. “De triste, basta a cor”, diz. Dona Mocinha fica feliz. É mais do
que uma governanta. É devotada e fiel. Diz que o finado Ludovico gostaria de vê-
la assim, com vontade de viver.
Qual o mistério da linda caixinha de madrepérola que Ludovico deixou
para Ana Francisca, recomendando que tomasse mil cuidados? No momento
certo, saberemos.

A VOLTA DE ANA FRANCISCA


Nossa história entra na segunda fase.
Ana Francisca vai voltar à cidade de Ventura, 7 anos depois de sua
partida.
Seu retorno é resplandescente. Apesar do luto, ela está esplêndida. O
patinho feio virou cisne! Deixou de ser a menina humilde e tímida. Está mais
decidida. Tem uma mágoa no coração, que nunca conseguiu superar. Chega
com seu filho, Tonico, de seis anos, que todos julgam ser filho de Ludovico. A
cidade a recebe em toda a sua glória. Pois, antes de morrer, Ludovico fez um
testamento. Ela herdou a maior parte da fábrica, que gera toda a riqueza da

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cidade. Ela é recebida com grandes honras. Todos parecem esquecer que a
tratavam com desprezo. Resolvem dar um grande baile em sua homenagem.
No baile, estão todos os seus colegas de escola, inclusive sua amiga
Celina.
Aninha chega ao baile em grande estilo, acompanhada do filho Tonico, da
avó, do tio Margarido, dos primos Timóteo e Márcia.
No meio do baile, Ana Francisca revela a todos que pensa fechar a fábrica
de chocolates.
Os poderosos da cidade percebem que, sem a fábrica, Ventura ficará
arruinada. Reúnem-se às pressas. Só há uma chance de salvar a cidade! Fazer
Aninha desistir de fechar a fábrica. O banqueiro Klauss quer casar-se com ela.
Mas leva tábua na primeira tentativa. Engendram, então, uma série de estratégias
para coagi-la a ficar em Ventura e desistir de fechar a fábrica. Mas seus planos,
sempre muito atrapalhados e mirabolantes, nunca conseguirão se concretizar.
Enquanto isso, Aninha reencontra Danilo. De fato, ele é a razão secreta
pela qual ela não tem condições de sair da cidade. Ele é que no fundo faz com
que ela não se decida a realizar seus planos. E, embora nunca tenham deixado
de se amar, viverão às turras, pois os dois estão cheios de mágoa.
Ana Francisca, que ficou magoada e decepcionada com Danilo, finge
preferir qualquer homem do mundo a Danilo.
Danilo, que também ficou magoado e decepcionado com Aninha, mantém
um noivado com Olga há 7 anos. Mas a verdade é que estava apaixonado por
Ana Francisca. Ao pensar que ela deu o golpe do baú, decepcionou-se com o
amor. Ele prefere ver o diabo a se casar com Aninha, pois pensa que ela o traiu
para dar o golpe do baú.
Ana Francisca, por sua vez, prefere ver o diabo a se casar com Danilo,
pois pensa que ele a abandonou quando ficou grávida.
Em algum momento, Ana Francisca até achará interessante fazer com que
Danilo se apaixone por ela, para dar o troco. Quer abandoná-lo quando ele
estiver apaixonado. Sem dizer para si mesma que, na verdade, ele ainda é seu
grande amor.
Sobre estas bases a história se estabelece: Os dois pombinhos que se
amam e se odeiam, e não querem se casar. A noiva ciumenta que tenta afastar o
casal que se ama. Os poderosos da cidade que bajulam a protagonista para que
ela não vá embora. E, por fim, a grande vilã, que tentará, de todas as maneiras,
destruir a mocinha, deixando-a na miséria.
Está armada a trama cheia de quiproquós, confusões, tiradas de humor e,
principalmente, uma grande história de amor.

A MAIOR INIMIGA
A maior inimiga de Ana Francisca é Jezebel, a irmã de Ludovico. Contava
herdar toda a fortuna da família. Administra a fábrica e, por isso mesmo, sente-se
injustiçada. Jezebel se faz de amiga de Ana Francisca, e diz adorar o sobrinho.
Insiste para que ela fique morando em sua mansão. Na verdade, tem horror.
Muito mais nova que o irmão, temporã, e filha de um casamento tardio do pai,
estava certa de que iria herdar a fortuna dele. Ainda por cima, não é nada
honesta nos balancetes da fábrica. Vive à larga. Quer ser chique, elegante.
Reginaldo, pai de Celina, foi seu namorado na juventude, e ainda a ama. Mas
Jezebel vive rejeitando Reginaldo, que está falido. Secretamente, suspira pelo
caipira Timóteo, primo de Ana Francisca, seu empregado, que cuida de mexer os

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tachos de chocolate da fábrica. Mas não reconhece essa paixão e também
atormenta o pobre Timóteo.
Timóteo, primo de Ana Francisca, mora no sítio com o tio Margarido e a
prima Márcia. É bonitão, cheio de músculos. Mas é o caipira ingênuo, até um
pouco tonto, de expressão bondosa, sem consciência do próprio poder de
atração. Vive no sítio, e se pudesse não saía de lá. Mas, devido à péssima
situação do sítio, ele e Margarido, além da agregada Dália, trabalham na fábrica,
além de cuidarem da horta, dos patos e galinhas. Timóteo, inclusive, fornece leite
para a fábrica, ordenhando as duas vacas que possui no sítio. No sítio, mora
também sua prima Márcia, manicure das mulheres mais ricas da cidade, e
metidíssima, de nariz em pé. Não é má, mas é um tanto mexeriqueira. A avó de
Ana Francisca, Carmem, também mora no sítio, e se recusa a viver na mansão
de Jezebel, pois diz que não nasceu para ser elegante.
Jezebel tem uma filha, Bernardete, cuja inusitada história veremos mais
tarde.

O BANQUEIRO E A AMIGA
O prefeito Vivaldo, reeleito muitas vezes, fica em polvorosa com a chegada
de nossa protagonista. A ele soma-se o delegado Terêncio. Ainda mais porque
Vivaldo é tio de Danilo, que vive em sua casa. E Terêncio, pai de Olga, a eterna
noiva de Danilo.
Há também o conde Klaus Von Burgo, banqueiro da cidade. Pão duro, só
pensa em dinheiro.
Há ainda Celina, amiga de Ana Francisca desde os tempos de colégio. Ela
viverá uma grande história de amor. Sua irmã Graça é atrapalhada, mas também
amiga. A família está à beira da falência, devido ao fato do pai, Reginaldo, perder
grandes quantias no jogo.

O BAILE DE GALA
Chega a noite do baile, no qual Ana Francisca será homenageada. Ela se
diverte. Que surpresa, voltar em grande estilo! Como o mundo dá voltas!
Ana Francisca chega ao baile toda arrumada, com um vestido decotado.
Mas o decote é compensado por uma gargantilha de pérolas, com tantas voltas
que cobre seu colo. Está ofuscante. Traz seu filho Tonico, sua avó Carmem, o tio
Margarido e os primos Timóteo e Márcia. Além da ama, dona Mocinha.
Dona Mocinha é gorda. Vive querendo fazer regime, mas come feito louca.
É maliciosa, mas com inocência. Só fala em amor, namoro, em homem, mas com
a inocência das solteironas do passado. Mesmo porque... é virgem! É quem cuida
de Tonico, filho de Aninha. Ah, não podemos também esquecer Milady, a cadela
lulu de Ana Francisca, uma linda cadelinha branca que vai ao salão de beleza
freqüentemente.
Na festa, Olga, cheia de inveja, dá um jeito de se aproximar e, sem que
ninguém perceba, puxar o colar de pérolas de Ana Francisca, rompendo-o. As
pérolas rolam pelo chão. O ousado decote de Ana Francisca aparece. Nossa
protagonista pega uma rosa, coloca no decote, enquanto as crianças catam as
pérolas, fazendo muita farra.
Aninha dança, sorri, faz charme.
As mulheres da sociedade fazem mexericos pelas costas. Comentam o
decote.

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Mas Aninha reina absoluta. Bebe champagne, rodopia pelo salão. É
quando chega Danilo. Ele tem um choque ao vê-la tão linda. Não resiste.
Aproxima-se para convidá-la a dançar. Ela vira as costas e dança com os outros
rapazes.
Em seguida, Ana Francisca anuncia que pretende voltar a Buenos Aires, e
fechar a fábrica. Talvez abra outra fábrica por lá, na região de Bariloche, na neve.
A novidade é um choque. O prefeito, o banqueiro e o delegado disfarçam.
Fingem que estão felizes. Fazem fila para cumprimentar a moça. Mas na
verdade, estão apavorados.
A noite termina. Ana Francisca se recolhe. Antes de deitar, vai ver se o
filho está bem agasalhado. A ama, dona Mocinha, também dorme a sono solto.
Aninha tira a própria echarpe de vison, e cobre a dedicada ama. Só então apaga
a luz e vai dormir.

OS VILÕES ATRAPALHADOS
Na calada da noite, o prefeito, o banqueiro e o delegado se reúnem. É
preciso impedir que Ana Francisca faça o que pretende! Se ela fechar a fábrica
de Ventura, todos estarão falidos, e os seus sonhos de grandeza, desfeitos!
Liderados pelo banqueiro Klaus, os três começam a fazer planos, armando
estratégias, as mais mirabolantes, para impedi-la de deixar a cidade.
O certo é que fazem um pacto, prometem fazer de tudo para que Ana
Francisca não feche a fábrica de chocolates “Bombom”, única fonte de riquezas
da cidade!
Eis, portanto, a grande missão de nossos vilões atrapalhados: bajular Ana
Francisca e convencê-la a ficar em Ventura para sempre.
Ou, em última analise, arrancar a fábrica das mãos dela, que é o que acabarão
fazendo.

OS POMBINHOS QUE SE AMAM E SE ODEIAM


Enquanto os vilões fazem seus planos, a trama romântica da novela entra
em sua nova fase. Depois de sete anos afastados, a cada novo reencontro de
Ana Francisca e Danilo, a chama do amor que sentem se reacende. Entretanto, a
mágoa e a teimosia dos dois faz com que nada dê certo. Tudo sempre acaba em
briga e discussão.
Ana Francisca não esqueceu que foi abandonada. E desfaz do antigo
amado. Danilo, ressentido, briga com ela.
Para piorar a situação, Danilo tem um cachorro, um simpático viralata
chamado Sansão. É claro que Sansão vai se “apaixonar” pela cachorrinha Milady,
para horror de Ana Francisca.
E mesmo quando parece que Aninha e Danilo vão começar a se entender,
Olga apronta alguma e tudo dá errado de novo!

JEZEBEL, SEMPRE VILÃ


Por sua vez, Jezebel, a nossa grande vilã, alia-se a Olga para impedir o
romance entre Ana Francisca e Danilo. Jezebel é meio atrapalhada em suas
maldades. Quer é que Ana Francisca vá embora antes de descobrir os
desfalques que andou dando na fábrica de chocolates. E que desfalques! Jezebel
tem mania de grandeza. Forrou a casa de mármores, granitos e dourados. Tem
um enorme vitral na sala. Vive como rainha. É óbvio que Ana Francisca, ajudada
pelo advogado Guilherme, vai desconfiar.

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Além disso, a maquiavélica Jezebel não desistiu de tomar a fábrica de Ana
Francisca. Acaba se unindo à Olga e ao banqueiro Klaus para destruir Ana
Francisca.
Olga, que ficou noiva de Danilo durante 7 anos, não pretende perdê-lo
agora. Jezebel e Olga farão de tudo para sabotar o romance e arrancar a fortuna
de Ana Francisca. As duas ajudadas pelo banqueiro, cheio de planos
maquiavélicos.
Mas há algo que a maior parte dos personagens não sabe. Tonico é filho
de Danilo. Ana Francisca nunca contou a ele que estava grávida. Mas tanto
Bárbara, tia do rapaz, como Celina, sua melhor amiga, sabem do segredo. O filho
é um laço forte, que faz com que ela jamais esqueça Danilo. É o único homem
que realmente importa em sua vida.
Ana Francisca, em determinado momento, descobre as tramóias de
Jezebel. Entra em guerra com a ex-cunhada.
Mas é tarde. Com a ajuda do conde Klaus Von Burho, o banqueiro, e de
sua fiel secretária, Roseli, a vilã consegue dar o golpe. Forja outro testamento,
em que é a principal beneficiária. Apropria-se da fábrica. Ao mesmo tempo,
quando Ana Francisca decide contar a Danilo que o filho é dele, Olga e Jezebel
armam novo golpe. Danilo pensa que é mentira. Que Ana Francisca quer se
casar com ele porque agora perdeu tudo, e está usando o filho para isso. Danilo
rompe definitivamente com Ana Francisca.

SEM FORTUNA, NOVAMENTE A ESTACA ANTERIOR


Sem ter para onde ir, Ana Francisca volta a viver no sítio dos parentes
pobres. Margarido, Timóteo e a agregada Dália a acolhem com alegria. Só Márcia
não fica contente em saber que ela agora é pobre, pois tem sonhos de grandeza.
A avó diz que ela sempre terá um teto. Para complicar as coisas, Margarido cai
de amores por dona Mocinha, e inventa as maiores maluquices para conquistá-la.
Ana Francisca não desanima. Para espanto dos primos pobres, arregaça
as mangas e começa a trabalhar na lida do sítio. Chega até a ordenhar a
vaquinha Estrela. Adapta-se como pode à nova realidade.
Os poderosos que a adulavam voltam novamente as costas para ela.
Empobrecida, Aninha recebe o apoio dos primos, do tio, da avó, da
governanta e de Celina, sua melhor amiga.
Todos passam a correr atrás de Jezebel, agora novamente rica e
poderosa. Ela dá festas. O prefeito Vivaldo e a mulher Bárbara, Klaus e o
delegado tornam-se novamente amigos de Jezebel. Olga, eterna noiva de Danilo,
tem as esperanças renovadas.
Mas e Ana Francisca? Apesar do apoio dos parentes, ela não esquece o
duro golpe que recebeu. Mas Aninha não tem sequer como contratar um
advogado para defender seus interesses. É quando a história dá uma nova
reviravolta.

O CHOCOLATE DO AMOR
Ana Francisca lembra-se do conselho do marido que, antes de morrer,
confiou-lhe uma linda caixinha misteriosa, com um segredo dentro. Era para abrir
só quando tivesse dificuldades. Pois bem, agora está em dificuldades. A caixa
chegou a ser roubada por Jezebel, mas foi resgatada pelas crianças: Darlene,
Tonico, Elias, Palito, e os irmãos Jóia e Beleza, depois de muitas aventuras (o
perfil de cada criança será explicado depois).

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A caixa contém um livro de receitas secreto, que ensina a fazer um
bombom que mexe com o coração das pessoas. Faz as pessoas se
apaixonarem, a se sentirem mais felizes, a amolecerem o coração. Isso tem a
ver, na verdade, com o sentimento das pessoas. Em qualquer ocasião, uma
caixinha de bombons não é um símbolo de afeto? O novo bombom ensina a falar
de amor através do chocolate. Porque o chocolate já é um símbolo de amor. É
assim que a novela continua, falando de amor e de gula. E, para cada problema,
outros chocolates podem ser criados, através do fantástico livro de receitas,
resultado de toda uma vida de estudos de Ludovico.
Aninha coloca as mãos à obra e começa a fazer os bombons, ajudada
pela avó, a governanta, o tio Timóteo, o primo Margarido e a agregada Dália. Até
Márcia, antes reservada e fria, participa. A cabeleireira Verinha e o padre Eurico
também ajudam.
A turma não se entende lá muito bem. Mas apesar das trapalhadas,
conseguem fazer os bombons. Agora, como vendê-los?
Não têm um ponto comercial, não têm dinheiro.

O GALANTE MISTERIOSO
Nesse momento da história, surge um novo personagem: Martim. Um
rapaz misterioso, que vem de longe, tipo pintor. Lindo e sedutor. Chega à cidade
e encanta-se por Ana Francisca.
Martim descobre que Elias e Palito, dois garotos que fazem o gênero o
gordo e o magro, são os dois maiores culpados pelas caricaturas que aparecem
desenhadas nos muros da cidade. Caricaturas engraçadas, mas que irritam os
poderosos. Os dois são terríveis. Martim pega os dois em flagrante. E os
convence a deixar de fazer as pichações para se tornarem pintores.
De toda a fortuna de Aninha, só resta o velho carro conversível, que
pertencia a Ludovico. Está na frente da casa do sítio, meio esquecido, servindo
de poleiro para as galinhas. Um dia, quando Ana Francisca acorda, encontra o
carro lindíssimo, todo pintado, com desenhos que lembram bombons, flores. Elias
e Palito são os responsáveis, com orientação de Martim.
-- Esta é sua nova loja! – diz Martim.
Junto com os garotos, ele cria embalagens para os novos bombons.
Pacotes coloridos, cheios de vida. Aninha sai de carro pela cidade, vendendo os
bombons e aplicando os princípios do livro de Ludovico.
Os bombons tornam-se um sucesso. São receitas diferentes, picantes. Há
até o chocolate com pimenta! Logo nossa heroína começa a recuperar a fortuna.
Monta uma fabriqueta em sua casa. Sua produção começa a se espalhar pelo
país. Jezebel começa a perder clientes, e bons funcionários, como o próprio
Margarido. E para seu horror, perde também o caipirão Timóteo. As crianças se
unem em torno de Ana Francisca.

A VOLTA POR CIMA


Ana Francisca volta a ser poderosa. Contrata Guilherme, o jovem
advogado amigo de Danilo e passa a lutar de igual para igual contra Jezebel.
Vence a luta. Consegue despejar Jezebel da casa.
E Ana Francisca não pára por aí. Leva o prefeito Vivaldo, tio de Danilo, à
falência. Confessa, porém, a Martim que nunca será capaz de amá-lo. Ainda ama
Danilo. E resolve se casar com ele. E “compra” Danilo, que aceita se casar com
ela para sua família não perder tudo. O casamento está para acontecer.

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É quando Ana Francisca cai em si. Para que se vingar?
Desiludida, desiste de tudo. Decide partir com o filho Tonico, a governanta
e Darlene, a menina mulata por quem se afeiçoou. Venceu a batalha, é
novamente dona da fábrica, e produz o bombom de maior sucesso que já exisitiu.
Chama Danilo e desfaz o noivado. Entrega todas as promissórias da família dele.
Arruma as malas.
Ao saber que está livre, Danilo não sabe o que fazer com a liberdade. Não
quer ficar longe de Ana Francisca. É quando Margot, a dona do hotel, revela a
verdade. Tonico é filho de Danilo. Ela sempre soube, porque era amiga de
Ludovico, o falecido marido de Ana Francisca. Mas nunca contou. A tia de Danilo,
Bárbara, é obrigada a confessar tudo que fez para separar os dois, quando
Aninha a procurou, ao descobrir que estava grávida.
Ele cai em si. Só agora entende que ela não o trocou para dar um golpe.
Corre atrás dela e a encontra, quando está prestes a partir.
O encontro acontece na estação de trem, quando Ana Francisca está
prestes a embarcar. Os dois se olham, apaixonados. Danilo a beija com paixão.
Confessa que a ama loucamente.
Eles se casam e resolvem trazer o progresso à cidade.
Nossa história termina com a reinauguração da fábrica de chocolate.

TRAMAS PARALELAS
Quando a história entra na segunda fase, Tonico tem seis anos. É um
menino solitário e triste. Até que Darlene, a menina mulata criada por Jezebel, se
torna amiga dele.
Essa relação crescerá, quando forem resgatar a misteriosa caixinha
desaparecida, com o segredo de Ludovico. No decorrer da história, Jezebel
procurará impedir a amizade de Darlene e Tonico, humilhando a menina. Mas
sempre vai se dar mal, pois eles aprontam muitas travessuras na casa dela,
como substituir sua tintura de cabelo por tinta colorida.
Para conferir brilho e frescor à novela, temos ainda outras crianças na
trama, como os já referidos Elias e Palito, dois garotos que fazem o gênero o
Gordo e o Magro. Uma duplinha terrível, que vive enchendo as paredes da casa
do prefeito de caricaturas. E que no final descobrirá que podem ser pintores, e
criar caixas e embalagens para os bombons da fábrica.

A NOIVA GANHA NO PÔQUER


O banqueiro, Klaus Von Burgo, conde de antiga família, apesar da idade,
quer se casar de novo. Sonha com uma esposa jovem e bonita. Tanto sonha que
até se propõe a conquistar Ana Francisca. Mas ele é tão atraente quanto um
bode velho.
Klaus joga pôquer com um comerciante já sem dinheiro, Reginaldo. Este é
o tipo do jogador compulsivo. O conde resolve arrancar tudo que pode,
trapaceando. Tira um par de ases da manga e começa a ganhar jogada por
jogada. Tira todo o dinheiro do homem. Depois, começa a ganhar as
propriedades. A casa, o que resta do negócio. Depois, as roupas. Reginaldo
perde a camisa, as calças. O pobre homem já não tem o que apostar, mas não
se dá por vencido. Klaus propõe uma última jogada. Aposta tudo que o ex-
comerciante perdeu contra a mão de sua filha caçula, a bela Celina. Reginaldo
hesita. Mas já perdeu uma fortuna. Só lhe restam as cuecas. O que mais tem
para apostar? Aposta a filha. E perde novamente.

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Reginaldo chega em casa de ceroulas. Dá a notícia à filha, que se
descabela. Celina namora o advogado Guilherme, o melhor amigo de Danilo. É
um promissor advogado, sensível, poético. O pai coloca a filha contra a parede.
Ele empenhou não só sua palavra de honra, como tudo que tem. Celina mente
para ganhar tempo. Diz que obedecerá.
A esperta Celina faz tudo para que o conde Klaus desista. Pinta os dentes
de preto. Suja as unhas. Nada disso importa para o conde. Está feliz da vida, e
prossegue com o noivado.
A conselho de Ana Francisca, de quem é a melhor amiga, Celina muda o
jogo. Começa a fazer exigências, atacando o pão-duro no que ele mais preza:
seu bolso. Ela faz exigências absurdas. Diz que só come com talheres de ouro.
Só usa jóias verdadeiras, nunca bijuterias. Klaus fica exasperado com as
despesas para montar a casa. Mas não desiste, está arrebatado, apaixonado.
Para tristeza de dona Mocinha, a governanta, que o ama loucamente. Mas é
claro, o velho Klaus nem olha para ela.
Por fim, Celina é obrigada a casar com o banqueiro. Entretanto, é virtuosa.
Usa mil estratagemas para não se entregar ao banqueiro. Mas também não se
entrega a Guilherme, embora o ame. Celina e Guilherme formam o par romântico
mais tradicional da história.
Sempre é bom lembrar. Celina é melhor amiga de Ana Francisca, nossa
heroína. Guilherme, a grande orelha de Danilo, o herói.
No final, é claro, Celina fica com Guilherme.
Dona Mocinha ficará dividida entre o banqueiro Klaus e o confeiteiro
Margarido. Quem vencerá?

UM TIPO MISTERIOSO
Martim, que entra na trama lá pelo meio da história, é um homem sedutor,
bonito, bom caráter. Apaixona-se por Ana Francisca. Mas quem o ama realmente
e tudo fará para conquistá-lo é Graça, irmã de Celina.
Martim tem um grande segredo. Voltou à cidade para recuperar uma
grande fortuna. No final da história, se descobrirá que na verdade é filho de
Ludovico, e receberá uma parte da fábrica de chocolate.
Martim é um personagem do bem, e ajudará nossa heroína a recuperar
sua fortuna. É pintor, um artista dedicado. Ensinará as crianças a fazerem arte, e
não pichação.

A FILHA DE JEZEBEL
Jezebel, nossa vilã, é uma mulher cheia de ambições. Mas também tem
um toque de loucura. Há anos, quando grávida, esteve muito doente. Fez uma
promessa a Santa Bernardete, prometendo que quando sua filha nascesse, seria
dedicada à santa. Entretanto, nasceu um menino. Esse pequeno detalhe não
desencorajou a tresloucada Jezebel que, mesmo assim, resolveu cumprir a
promessa (fatos assim ainda acontecem no interior). Ajudada pelo mordomo
Epaminondas e por uma parteira já falecida, ocultou de todas a verdade.
Declarou que nasceu uma menina. A pequena Bernardete foi criada longe de
todos, meninos e meninas. Dentro das máximas regras da moral. Nunca mostrou
seu corpinho a ninguém, pois seria pecado. Ninguém suspeita de que, na
verdade, é um menino.
Quando começa nossa segunda fase, onde entram todos os personagens,
Bernardete é adolescente. Coisas estranhas acontecem com ela. A voz, às vezes

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engrossa. Nascem fios no buço que parecem... bigodes! Tem curiosidades, faz
perguntas, não entendendo as estranhas sensações que ocorrem em seu corpo.
Serão mil confusões até a reta final. Até Bernardete descobrir que na
verdade, é... Bernardo!
Atenção: em nenhum momento há insinuação de homossexualismo. É a
história de uma grande confusão, causada por uma promessa sem pé nem
cabeça. É uma das tramas adolescentes da história.

O PREFEITO E A MANICURE
O prefeito Vivaldo tem um caso com a manicure Márcia. Sua mulher,
Bárbara, desconfia que ele tem o caso. Mas Márcia é sua principal confidente!
Vivaldo é esperto: o sobrinho Danilo teve a quem puxar. Mas chegará o momento
em que ficará contra a parede. Ou casa com a boa, mas mexeriqueira Márcia, ou
reata seu casamento com Bárbara. Ficará com Bárbara. É a história da crise de
um casamento. Márcia, a destruidora de lares, encontrará um novo amor.

O MÉDICO PAULO
Paulo é um jovem médico. Bem sucedido, veio substituir o médico local,
que se aposentou. Nós o conhecemos nesse momento, enfrentando a falta de
pacientes e o preconceito com sua juventude. Mas é médico habilidoso. Sua
secretária, Lili, é hipocondríaca. Vive tomando medicamentos indevidamente. Ele
a ensinará a nunca fazer isso. E Lili acabará se apaixonando por Paulo.
Como médico, Paulo terá muita mobilidade dentro da ação.

UM PADRE BONACHÃO
Amigo de Danilo desde a adolescência, Eurico sempre foi um jovem
simpático, pacífico e conciliador. Acabou tornando-se padre. É uma figura muito
querida e respeitada por toda a população. É sempre procurado para intervir nas
contendas mais complicadas de seus paroquianos, e consegue resolvê-las
pacificamente, por ser inventivo e astucioso. É um padre com uma mentalidade
moderna, mas bonachão, que adora chocolate. Tão amigo de Danilo quanto de
Ana Francisca, será um conselheiro, mediador entre os dois e um grande
incentivador para que o casal reate o romance, pois sabe que eles nunca
deixaram de se amar.

MARGARIDO E DONA MOCINHA


Este é um casal adorável, formado pelo confeiteiro engraçado e de meia
idade, e pela solteirona, sempre sonhando com um grande amor, eternamente
gorda e querendo fazer regime. Ele cria pássaros – canários. Vê seus pássaros
roubados pelo delegado Terêncio, que os vende escondido. Dona Mocinha sonha
com o banqueiro Klaus Von Burgo. Serão muitas as confusões entre a solteirona
virgem, o confeiteiro e o banqueiro, contando uma bem humorada trama de amor
maduro.

O SALÃO DE BELEZA
Márcia torna-se dona de um salão de beleza, onde trabalha Verinha e
também Beto. É no salão de Márcia que as mulheres de Ventura se embelezam.
Muitas vezes se submetendo a uma verdadeira tortura para fazer ondinhas nos
cabelos, como dita a moda. Ao mesmo tempo, falam, falam e falam. Verinha,

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super boa gente, tem sempre um sorriso, um bom conselho e uma palavra de
ânimo para oferecer.
Amiga de Ana Francisca desde a infância, Verinha é de origem pobre.
Precisou estudar para trabalhar. Venceu na vida às próprias custas e ainda
sustenta os irmãos Jóia e Beleza, e a irmã Selma, que foi criada por uma
madrinha e é cheia de manias. Verinha vive com a família atrás do salão, graças
à generosidade de Márcia.

PERSONAGENS

OS PERSONAGENS NÃO ESTÃO DESCRITOS POR ORDEM DE


IMPORTÂNCIA. NA MEDIDA DO POSSÍVEL, TENTEI AGRUPÁ-LOS EM
NÚCLEOS, PARA UM MELHOR ENTENDIMENTO DAS RELAÇÕES.

PERSONAGENS

ANA FRANCISCA – 25 anos. Alegre, extrovertida, risonha, brejeira. Sincera e


despreocupada. Faz muito charme, banca a namoradeira, mas no fundo, é
romântica. Tem uma grande mágoa. Não acredita mais no amor e não quer se
entregar às coisas do coração. Ama Danilo. E também o filho, Tonico. Tem uma
cachorrinha lulu branca, chamada Milady.

DANILO – 26 anos. Sedutor e boêmio. Sempre foi um don Juan. Mas não um
sedutor do mal. É o tipo que seduz, deixa as mulheres apaixonadas, mas não é
um canalha. Amar, só amou Ana Francisca. Mas não dá o braço a torcer. É noivo
há sete anos de Olga. Pai de Tonico, mas não sabe disso. Justamente por achar
que Aninha o abandonou para dar o golpe do baú, jurou nunca mais se ligar a
mulher nenhuma. Vive com o tio e a tia, o prefeito Vivaldo e Bárbara. Tem um
cachorro viralata, Sansão.

OLGA – 26 anos. Faz o estilo da antagonista moralista, falsa ingênua. Muito


esperta, mas se faz de burra quando convém. Não é realmente uma vilã. Faz de
tudo para se casar com Danilo. Seu maior medo é ficar encalhada. No plano
amoroso, é a maior inimiga de Ana Francisca.

MARTIM – 25 anos. Um tipo bonito, sedutor, misterioso, que chega no meio da


história. É do bem, ajudará nossa heroína. Chega a parecer que ela se
apaixonará por ele. Mas esse amor transforma-se em grande amizade. É pintor, e
grande amigo das crianças.

JEZEBEL CANTO E MELLO – 45 anos. A grande vilã. Mulher ainda bonita, e


dura. Morre de ódio de Ana Francisca, pois perdeu a herança do irmão para ela.
Mas disfarça. Dará um golpe para roubar a fortuna de nossa heroína. Tem um
toque de loucura bem humorada e quer ser fina e elegante.

VIVALDO ALBUQUERQUE – 50 anos. É o prefeito, tio de Danilo. É o que mais


bajula Ana Francisca, para impedir que ela saia da cidade e, por isso, a economia
local decaia. Vive às turras com a mulher, Bárbara. Tem um romance com
Márcia, a manicure da cidade. Mas morre de medo da mulher, que é bravíssima.
É um vilão engraçado.

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BÁRBARA – 42 anos, mulher de Vivaldo, tia de Danilo. Não conta a ninguém
que é de família pobre. É a vilã da primeira fase da história. Depois, ficará às
turras com o marido. Suspeita que ele a trai. Vive confessando tudo à manicure,
Márcia, sua melhor amiga. Mas na verdade, sua rival. Confessa seus planos para
pegar o marido em flagrante e com isso, Márcia sempre consegue se precaver.
Adora o sobrinho, Danilo. Quer que ele se case sempre com a mais rica. Mas é
amiga de Olga, a eterna noiva. Não gosta de Aninha. É mãe de Estela, uma das
crianças da história.

GUILHERME – 27 anos. Melhor amigo de Danilo. Advogado com pouca


experiência, mas muito talento. É romântico, apaixonado por Celina. Quando
perde a namorada, fará tudo para recuperá-la. Vive a grande história puramente
romântica. É do bem, ajudará Ana Francisca a recuperar a fábrica.

CELINA – 25 anos. Melhor amiga de Aninha. Romântica, decidida, apaixonada


por Guilherme. Será obrigada a se casar com o banqueiro Klaus Von Burgo, para
proteger a família. Virtuosa, vai fazer de tudo para não transar com o banqueiro,
provocando mil trapalhadas. Mas também não se entrega a Guilherme. É um tipo
sensível, apaixonante. Bonita.

CONDE KLAUS VON BURGO - 65 anos. Banqueiro, proprietário do único banco


da região. Ambicioso, inescrupuloso e sovina, fará tudo para que Ana Francisca
não tire a fábrica da cidade, e o banco não perca seus depósitos. Viúvo, é um
conquistador barato, que dá em cima das moças. Vaidoso e metido a sedutor,
sonha em se casar com uma linda jovem. Jogador de pôquer habilidoso e
velhaco, fará Reginaldo perder tudo e apostar Celina, a própria filha, na mesa de
jogo. É super pão-duro. Tem um neto, Maurício, a quem adora.

O NÚCLEO DE ANA FRANCISCA E O NÚCLEO CAIPIRA

TONICO – 6 anos. Seu filho com Danilo, mas assumido por Ludovico. Tonico é
quieto, introspectivo, triste.

DONA MOCINHA – 50 anos. A governanta que cuida do menino com amor.


Gorda, vive querendo fazer regime, mas come como louca. Maliciosa, só fala em
homem, mas é virgem. É tipo a ama de Julieta, em Romeu e Julieta. Fala muito,
dá palpites errados. Sonha com um grande amor. Apaixona-se pelo banqueiro
Klaus, mas na verdade o confeiteiro Margarido é quem gosta dela de verdade.
Ela o rejeita, sempre de forma engraçada, pois sonha em se casar com o
milionário. Vive às turras com dona Carmem, avó de Ana Francisca, porque quer
mandar em tudo.

CARMEM – 70 anos, avó de Ana Francisca. Mulher simples, de bom coração. É


verdureira, mora no sítio com os netos. Vende verduras numa carroça, pela
cidade. Quando Aninha fica rica, não consegue se acostumar com o luxo. Prefere
comer com a mão, falar o que pensa, enfim, ser autêntica. TEM SOTAQUE
CAIPIRA.

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MARGARIDO – 50 anos. Tio de Ana Francisca, vive no sítio. Cria canários, seu
maior orgulho. Mas devido à falta de renda no sítio, trabalha como confeiteiro na
fábrica. Amigo, boa praça, ingênuo. Apaixona-se por dona Mocinha, que o rejeita.
TEM SOTAQUE CAIPIRA.

TIMÓTEO – 25 a 30 anos. Sobrinho de Margarido, primo de Márcia. Sua mãe


sumiu há muito tempo. Bonitão, rústico, sensível, mas muito ingênuo. Faz o tipo
do caipira boa praça, bom de coração, com um brilho no olhar e sem noção do
próprio poder de sedução. Gosta de andar a cavalo, de cuidar dos porcos do
sítio, de tirar leite das vacas. Devido à falta de dinheiro, trabalha mexendo o
chocolate nos tachos, em geral sem camisa. O que faz Jezebel tremer e suspirar.
Viverá grandes paixões. TEM SOTAQUE CAIPIRA.

MÁRCIA – 30 anos. Prima de Timóteo, filha de Margarido. Vive no sítio. É a


manicure da cidade. Mexeriqueira, vive na casa de todo mundo. Quer ser fina e
elegante. É do bem, mas tem o nariz pra cima. Namora o prefeito em segredo,
mas é confidente da mulher dele. É um tanto exagerada no jeito de se vestir, mas
sente-se elegantíssima. ATENÇÃO: NÃO TEM SOTAQUE CAIPIRA. FEZ TUDO
PARA PERDER. ÀS VEZES, RESVALA. A MAIOR PARTE DO TEMPO
INFERNIZA O IRMÃO TIMÓTEO PARA FALAR DIREITO.

DÁLIA – 33 anos. Foi deixada no sítio ainda menininha, e foi criada por dona
Carmem, como agregada. Simples, de bom coração, até tonta e sonhadora.
Ajuda em tudo em casa. É apaixonada por Timóteo, mas não deixa que ninguém
perceba. Também trabalha na fábrica, como cozinheira. TEM SOTAQUE
CAIPIRA.

DARLENE – 10 anos. Menina negra que é criada por Jezebel, de maneira


horrível. Ana Francisca não suporta ver a menina sofrer e a arranca das mãos de
Jezebel. Ela se torna a melhor amiga de Tonico, filho de Ana Francisca, a única
capaz de fazê-lo sorrir.

AS CRIANÇAS

Além de Tonico e Darlene, temos as seguintes crianças.

ELIAS – 11 anos, gorducho. Terrível, vive fazendo travessuras. É um dos que


picham as paredes da cidade, mas ninguém sabe. Filho do delegado Terêncio e
irmão de Olga, a noiva de Danilo.

PALITO – 10 anos, bem magro. Também vive fazendo travessuras, junto com
Elias. Um tipo agitado, vive no hotel com a tia Margot. Faz mil confusões no hotel,
deixando a tia e os hóspedes loucos.

ESTELA – 11 anos, filha de Bárbara e do prefeito Vivaldo. Filha temporã, faz a


patricinha, até antipática. Mimada. Briga com todos, torce o nariz para tudo. Mas
no fim, ficará amiga das outras crianças.

A DUPLA DE PRÉ-ADOLESCENTES

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JÓIA – 14 anos, seu nome é Vitor, mas é conhecido pelo apelido de Jóia. Negro.
Irmão da cabeleireira Verinha. Inteligente, esperto e engraçado, tem muita lábia e
leva os adultos na conversa. Não é mau. Mas é muito folgado e não gosta de
estudar. Vive aprontando e é um dos líderes da pichação na cidade. Influencia as
outras crianças e o irmão mais novo, Vinicius, conhecido pelo apelido de
“Beleza”.

BELEZA – 13 anos, negro e simpático. Vinicius é o irmão caçula de Vítor.


Formam a dupla de irmãos “Jóia” e “Beleza”. É mais medroso e sensato que o
irmão. Costuma fazer as vezes de “grilo-falante”, sempre desaconselhando as
traquinagens mais ousadas. Mas é sempre envolvido pela autoconfiança do
irmão. Os dois serão o maior motivo de preocupação de Verinha, que é
responsável pela criação dos irmãos.

O NÚCLEO DE OLGA

TERÊNCIO – 45 anos, pai de Olga. É o delegado da cidade. Bravo, feroz, não


suporta mais ver a filha eternamente noiva de Danilo. Quer que ela case com
qualquer um, para não ficar encalhada. Vive empurrando Olga para outros
partidos, para horror da moça. É vilão, porque também implica com a criação de
canários de Margarido. Está sempre querendo pegar os passarinhos para si, mas
pretende vendê-los. Sempre se dá mal, mas com muito humor. Como já
dissemos, além de Olga, também é pai de Elias. Vive tentando agarrar os
pichadores da cidade, sem saber que um deles é o próprio filho, que se faz de
anjo em casa.

MARIETA – 44 anos. Mãe de Olga. Ao contrário do marido, adora Danilo. Quer


por toda lei que a filha se case com ele. Mas é uma dona de casa do interior,
simples, um tanto passiva diante do marido e da filha, algo ingênua, para quem a
filha é um tesouro precioso.

CÁSSIA – 16 anos. Também irmã de Olga. Imita a irmã em tudo, mas é mais
doce e sensível. Sonha em namorar Maurício, neto do banqueiro Klaus Von
Burgo. Não nota os olhares que lhe lança o sensível Quincas.

SOLDADO PEIXOTO – 27-30 anos. Parou de estudar para trabalhar, mas é da


mesma turma. Tem adoração por Olga, e só leva fora. É um bom sujeito,
honesto, trabalhador, verdadeiro capacho do delegado, que o obriga a participar
de suas maldades. Sua bondade será recompensada, pois se tornará delegado
no final da história.

NÚCLEO DE CELINA, GUILHERME E DO BANQUEIRO KLAUS

REGINALDO – 45 –50 anos. Pai de Celina e Graça. Adora jogar. Vai perder a
filha Celina nas cartas. Não é mau, mas é fraco e inconseqüente, um homem que
tem muito o que aprender. Apaixonado por Jezebel há anos, ainda sonha com
ela. Mas a vilã não lhe dá a menor esperança, porque ele está falido.

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GRAÇA – 27 anos. Irmã mais velha de Celina. Boa gente, mas atrapalhada.
Amiga de Olga. É professora na cidade. Apaixona-se por Martim e fará loucuras
para conquistá-lo.

QUINCAS – 18 anos. Irmão adolescente de Guilherme. Bellboy do hotel.


Apaixonado por Cássia, irmã de Olga. Mas ela não liga para ele, só para
Maurício, neto de Klaus. Um rapaz sensível. Por sua mobilidade como
mensageiro, ficará sabendo segredos.

MAURÍCIO – 19-22 anos. Neto de Klaus. Adora andar a cavalo. Vive de botas, é
o riquinho da cidade. Quer se divertir. Vive namorando, é amigo dos outros
rapazes. Um pouco inescrupuloso.

MATILDE – 60 anos. Criada de Klaus há mais de 20. Viu Maurício nascer e o


trata com excesso de mimo e proteção. Simpática, alto astral, e sente-se parte da
família. Mexeriqueira.

O PESSOAL DO HOTEL

Além de Quincas e Guilherme, vivem no hotel.

MARGOT – 60 anos. Mulher vaidosa, com algum charme. Foi amiga e confidente
de Ludovico. É de origem francesa, mas tem um sotaque levíssimo, pois vive há
muitos anos no Brasil. Sabe o segredo fundamental: que Danilo é pai do filho de
Ana Francisca. Cuida do hotel, é simpática, mas um tanto interesseira. Tem um
passado que não revela a ninguém. É na verdade, uma bela PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL.

LILI – 22 anos. Secretária do médico Paulo. Apaixona-se por ele. Hipocondríaca,


será o personagem que alertará contra os perigos da automedicação.

GIGI – 29 anos, mas garante que tem 18. Coquete, trabalha como garçonete no
bar e restaurante do hotel. Apaixona-se por Timóteo.

ROSELI – 40 anos. Fiel secretária de Jezebel, ajuda a patroa a tramar tudo


contra Ana Francisca.

OUTROS PERSONAGENS

PADRE EURICO – 26 anos. Grande apreciador de chocolate. Vive filando


almoço na casa dos outros. Não resiste a um bombom. Amigo de infância de
Danilo, tornou-se padre. Vive tentando dar conselhos ao don Juan, que nunca
quer ouvi-lo. Será um mediador entre o casal Danilo e Ana Francisca.

PAULO – 27 anos. É o jovem médico de Ventura. Sério, seguro e dedicado, mas


com pouca clientela, porque veio substituir o médico de antes. Acabará
conseguindo provar sua competência. Apaixonado por Lili.

YVETE – 34 anos. Secretária do prefeito, sempre apavorada, pois ele é furioso.


Morre de medo de perder o emprego, e corre para fazer tudo que ele manda.

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BERNARDETE – 14 anos. Filho de Jezebel, criado como menina. Quando a
história chega na segunda fase, está começando a ter bigodes e curiosidades
naturais de um menino, para horror da mãe, que o criou como menina como
promessa.

VERINHA – 27 anos. Mulata, linda e de alto astral, trabalha no salão de beleza,


ponto de encontro da mulherada de Ventura. Muito alegre, sensata e boa gente.
Acaba fazendo as vezes de confidente e conselheira de suas clientes.
Batalhadora, venceu sozinha, à custa de muita luta. Sua maior preocupação é o
futuro dos dois irmãos, Jóia e Beleza, e da irmã Selma. Gosta de Beto.

SELMA – 19 anos, mulata. Irmã de Verinha, foi criada pela madrinha. Agora, não
se conforma em ter que trabalhar em vários empregos sucessivos. Doméstica,
cozinheira na fábrica. É apaixonada por Maurício, o neto do banqueiro. Que gosta
dela, mas não assume.

BETO - 23 anos. Cabeleireiro bonitão do salão de Verinha. Não é nem um pouco


efeminado, mas é tímido, mal fala. É um sedutor de mão cheia, mas são as
mulheres que o acabam seduzindo. Desperta os ciúmes de Verinha, que não
acredita que ele possa gostar de alguém.

EPAMINONDAS – 40 anos. O malvado mordomo de Jezebel, que tudo faz para


agradá-la. Coloca-a num altar, chegando a experimentar a comida da patroa
antes de cada refeição, com medo de que esteja envenenada.

INÁCIA – 30 anos, empregada de Jezebel. Suspeita-se que seja mãe de


Darlene. Negra. Bonita, mas reservada, como se guardasse algum segredo e
temesse revelá-lo.

ARAÚJO – Porteiro do hotel, jovem e másculo.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

LUDOVICO CANTO E MELLO – Senhor idoso, elegante, de extrema bondade.


Muita dignidade. Tem um coração de anjo e absolutamente nenhuma intenção
sexual em relação a Ana Francisca.

A CIDADE CENOGRÁFICA

É uma cidade romântica, com casas não só dos anos 20, mas com
telhadinhos, de inspiração serrana/alemã. Tem uma igreja, uma pracinha central
com muitas flores. Talvez um relógio de flores e certamente, canteiros rodeados
por buxinhos. Um coreto no centro da praça, com trepadeiras ou roseiras
crescendo em volta, fazendo um caramanchão. Pode haver também uma fonte
de água. Certamente, há bancos para as pessoas sentarem. Nas noites, a
pracinha pode ficar animada, com vendedor de algodão doce. Lembrem-se que
na época, no interior, o grande programa era passear na pracinha. E às vezes,
ouvir a bandinha da cidade tocar no coreto.

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A pracinha deve ter uma conformação tal, que permita o footing. O footing
era realizado da seguinte maneira. Os rapazes andavam em uma direção. As
garotas, na direção contrária. Ao passarem uns pelos outros, se olhavam,
sorriam, e começavam namoros. Ou seja, o desenho da pracinha deve facilitar o
footing. Em geral, essas praças eram retangulares. Em um canto, é ideal que
haja um espaço com árvores um pouco mais altas, ou paredes de buxinhos
recortados, onde os casais podem se beijar escondidos.
Em torno da igreja, na pracinha principal, podemos ter a casa de Jezebel,
o salão de beleza, e o hotel com seu bar/restaurante, ponto de encontro.
A casa de Vivaldo, onde mora Danilo, deve ficar afastada da de Jezebel. E
a de Olga, no outro extremo da cidade.
Como em todas as cidades do interior na época, há uma espécie de paço
municipal, talvez na mesma praça, com a delegacia, a prefeitura e o banco.
Lembrem-se, é uma típica cidade interiorana. Se ficar demais na praça, o banco
pode ficar numa das ruas laterais.
Temos que pensar também em comércio típico da época, ao menos em
termos de fachadas:
- uma loja de tecidos
- uma mercearia
- plaquinha de costureira/modista
Sendo uma cidade serrana, há poucos carros. Em frente à mercearia, que
também pode funcionar como bar para os homens, pode haver um lugar para
amarrar cavalos e carroças, comuns nas cidades de então.
Numa rua paralela, podemos pensar em uma feira, a ser armada de vez
em quando.
Ao lado ou nos fundos da igreja, supõe-se, a casa do padre.
No fim da cidade, uma rua de terra já leva para o sítio.
Iluminação típica da época. Só a pracinha é realmente iluminada.

CENÁRIOS

1- A FÁBRICA
EXTERIOR – FACHADA
Uma fábrica de chocolate artesanal, mesmo hoje, não é gigantesca. Pode ser
grande e, pensando na cabeça de Jezebel, um tanto exagerada, com um enorme
bombom na fachada. Mas é mais para um casarão do que uma fábrica nos
moldes atuais. Podemos pensar, na fachada, em uma loja que vende os
bombons, chocolate quente e bolos de chocolate. Um lugar para degustação.

INTERIOR
ESCRITÓRIO DE JEZEBEL E LUDOVICO
- Decorado ao estilo grandioso de Jezebel, com duas mesas de madeira escura,
trabalhada, uma para Ludovico, outra para ela. Telefone. Detalhes que lembrem
chocolate. Estátuas, troféus.

LINHA DE PRODUÇÃO
SÃO DUAS SALAS INTERLIGADAS.
EM UMA, O CHOCOLATE É RECEBIDO EM GRANDES BARROS, E
COLOCADO EM TACHOS. TAMBÉM HAVIA, NA ÉPOCA, UMA ESPÉCIE DE
FUNIL ONDE SE COLOCAVA A BARRA QUE JÁ IA DERRETENDO. MAS É

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UMA FÁBRICA DOS ANOS 20. SERÁ PRECISO UMA PESQUISA DA
DIREÇÃO DE ARTE PARA DEFINIR OS APETRECHOS. ENTRETANTO,
NESSA PRIMEIRA SALA TEMOS AS BARRAS, OS FOGÕES, TACHOS.
OS BOLOS SÃO ASSADOS, MAS SÓ A MASSA, EM DIVERSOS TAMANHOS.
FÔRMAS DEPENDURADAS, MESAS, TINAS PARA LAVAR OS APETRECHOS.
FORMINHAS.
AÇÚCAR, CHOCOLATE, CONFEITOS EM VIDROS.
NA SEGUNDA SALA, TEMOS A CONFEITARIA PROPRIAMENTE DITA,
REINO DE MARGARIDO.
TEMOS AS FÔRMAS COM BOMBONS, QUE MARGARIDO E DÁLIA
RECHEIAM MANUALMENTE, E FECHAM COM GARFINHOS. TEMOS
FIGURANTES QUE EMBALAM OS BOMBONS. E TEMOS OS BOLOS, QUE JÁ
VÊM ASSADOS. MARGARIDO TEM UMA GRANDE MESA, ONDE “MONTA”
OS BOLOS, COLOCANDO AS MASSAS ASSADAS E RECHEIO, E COBRINDO
COM CHOCOLATE E SUSPIRO. ELE DEVE TER OS APETRECHOS DE
ENFEITAR BOLOS.

REFEITÓRIO
Há um pequeno refeitório de funcionários, com fogão, bule de café, onde Aninha
encontra e conversa com Ludovico na primeira fase. Cenário eventual.

BANHEIRO
Um banheiro da diretoria, que também só será usado na primeira fase.

LOJA
Pode haver, na fachada da fábrica, uma loja com os produtos da fábrica. Bolo,
chocolate quente, bombons. Enfim, um mostruário que é também uma
confeitaria.

2 – CASA DE JEZEBEL
EXTERIOR
MANSÃO, IMPONENTE, COM ENORME VITRAL, JARDIM E SACADA. O
JARDIM DA ENTRADA É IMPORTANTE, POIS DÁ A DIMENSÃO DA CASA.

INTERIOR
- SALA DECORADA COM O MÁXIMO DE LUXO DOS ANOS 20. MUITO
DOURADO, ATÉ EM EXCESSO. SALA DE VISITAS E JANTAR QUE SE
FECHA COM PORTAS. ESCADARIA DE MÁRMORE. LAREIRA. É A CASA
MAIS RICA DA HISTÓRIA.

- COZINHA COM FOGÃO, MESA DE FAZER MASSAS.

- QUARTO DE JEZEBEL, RICO E EXTRAVAGANTE. IMPONENTE. TALVEZ


UMA CAMA COM DOSSEL.

- QUARTO DE ANA FRANCISCA, QUANDO VOLTA. RICO, MAS DE MELHOR


GOSTO. MAS AS CORES DE ANINHA SÃO FORTES. ENQUANTO JEZEBEL
PREFERE DOURADO, TALVEZ ELA GOSTE DE VINHO. CORES QUENTES,
SEM PERDER O PÉ NA ÉPOCA.

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- QUARTO DE TONICO E DONA MOCINHA – QUARTO DE MENINO, COM A
CAMA DA GOVERNANTA. BRINQUEDOS PARA UM GAROTO DE 6, 7 ANOS.
TIPO URSOS, TRENZINHOS, TALVEZ UM PEQUENO CARROSSEL.

- QUARTO DE DARLENE. PEQUENO, APERTADO, NOS FUNDOS DA CASA,


COM UMA CAMINHA. MAIS TARDE ELA O DIVIDIRÁ COM INÁCIA.

3- CASA DE DANILO (PREFEITO VIVALDO)


EXTERIOR
CASA DE GENTE BEM DO INTERIOR, MAS NÃO MILIONÁRIA. MENOS
SUNTUOSO QUE O DE ANA FRANCISCA. TALVEZ UM JARDIM. LEMBRAR
QUE OS JARDINS SERRANOS TÊM CIPRESTES, PINHEIROS, BUXINHOS.
ROSEIRAS. MAS NA ÉPOCA, A NÃO SER EM UMA MANSÃO COMO A DE
JEZEBEL, OU A PRAÇA, QUE SERIAM JARDINS DE INSPIRAÇÃO
FRANCESA, ORGANIZADOS, DETALHADOS, OS JARDINS DAS OUTRAS
CASAS ERAM MAIS DE INSPIRAÇÃO INGLESA. OS JARDINS INGLESES A
QUE ME REFIRO NÃO TÊM GRAMADO, AS PLANTAS MEIO QUE SE
ACUMULAM, FAZENDO TOUCEIRAS, AS FLORES NO MEIO DAS ÁRVORES,
E SÓ UMA TRILHA PARA ANDAR. O JARDIM DE BARBARA SERIA TALVEZ
UM CANTEIRO NA FRENTE DA CASA, ANTES DE UMA PEQUENA
VARANDA.
PENSO NUMA CASA TÉRREA.
NÃO PODEMOS ESQUECER QUE HÁ UM MURO NA FRENTE, ONDE OS
GAROTOS FARÃO AS PICHAÇÕES. UM MURO ALTO E LIMPO, PORTANTO.
O PREFEITO TEM UM CARRO. ENTRADA PARA CARRO.

INTERIOR
- SALA DE BÁRBARA – SALA COM SALA DE JANTAR E ESTAR
ACOPLADAS. LAREIRA. É UMA SALA DE GENTE BEM, MAS NÃO
RIQUÍSSIMA. MOVEIS DE ÉPOCA, COM UM CERTO REQUINTE.
-QUARTO DE DANILO – QUARTO DE RAPAZ, UM TANTO
DESORGANIZADO, COM AS COISAS QUE DANILO GOSTA. COLEÇÃO DE
FLÂMULAS. O INSTRUMENTO QUE TOCA NA FANFARRA, TALVEZ UMA
TUBA. UMA CÔMODA ONDE ESCONDE OS SEUS TROFÉUS DE
CONQUISTAS FEMININAS, QUE SERÃO REVELADOS AO LONGO DA
NOVELA. O CACHORRO SANSÃO PRATICAMENTE VIVE NO QUARTO, E
DORME COM ELE NA CAMA.

- QUARTO DE VIVALDO E BÁRBARA – QUARTO DE CASAL TÍPICO DA


ÉPOCA. CAMA GRANDE, COM COLCHA ENFEITADA. PENTEADEIRA.
POLTRONA, QUE SERÁ USADA POR BÁRBARA QUANDO ESTIVER COM A
MANICURE.

4- CASA DE OLGA (E DELEGADO TERÊNCIO)


EXTERIOR
FACHADA DE CASA DE CLASSE MÉDIA ALTA.
OLGA NÃO É TÃO RICA QUANTO A FAMÍLIA DE DANILO. A CASA É UM
TANTO MAIS MODESTA. PODE SER UM SOBRADO, MAS MAIS ESTREITO,
QUASE SEM JARDIM. PORTÃOZINHO COM SINETA. A JANELA DO QUARTO

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DE OLGA, QUE DÁ PARA FORA, E POR ONDE DANILO PODE TENTAR
SUBIR.
VEJO UMA CASA DE ESTILO SUÍÇO, COM AQUELES TELHADOS BEM
INCLINADOS.

INTERIOR
SALA –
É UMA SALA MAIS BAGUNÇADA QUE A DAS OUTRAS CASAS, COM
MÓVEIS UM POUCO MAIS VELHOS. NÃO É POBREZA, É MAIS O JEITO DE
CLASSE MÉDIA, NUMA CASA COM DUAS MOÇAS E UM GAROTO QUE
ESQUECE BRINQUEDOS NA SALA. A MESA DE JANTAR É MENOR. A MÃE
POSSUI CAPAS PARA OS SOFÁS E POLTRONAS, QUE TIRA QUANDO VEM
VISITAS.

QUARTO DE OLGA
É O QUARTO QUE DÁ PARA A FRENTE DA CASA. BEM FEMININO, COM
PENTEADEIRA, BANQUINHO, PERFUMES, MIL FRASCOS DE PERFUME.
CAMA COM COLCHA COR DE ROSA, TALVEZ.

QUARTO DE CÁSSIA E ELIAS


A FILHA ADOLESCENTE DIVIDE O QUARTO COM O IRMÃO. VIVEM
BRIGANDO POR ESPAÇO. UM PEDAÇO DO QUARTO É BEM FEMININO,
COM PENTEADEIRA. O OUTRO, BAGUNÇADO, BEM DE MOLEQUE.

MANSÃO DE KLAUS VON BURGO

EXTERIOR
MANSÃO DECADENTE, VELHA, SEM PINTURA, TALVEZ COM DOIS LEÕES
NA FRENTE DE UMA ESCADARIA. COISA DE CONDE QUE QUER SER
NOBRE, MAS NÃO GASTA NEM NA PINTURA DA CASA. SOBRADO, COM O
QUARTO DE KLAUS DANDO PARA A FRENTE.
A CASA TEM UMA COCHEIRA/GARAGEM LATERAL, ONDE FICA O CARRO
DE KLAUS, MAS TAMBÉM, AO LADO, O CAVALO DE MAURÍCIO.

INTERIOR
SALA
A SALA É GRANDE, FOI RICA, MAS OBEDECE AO MESMO PADRÃO. KLAUS
NÃO GASTA NEM UM CENTAVO. SOFÁS VELHOS, A CASA É ATÉ UM
TANTO ESCURA E TENEBROSA. LAREIRA QUE NUNCA É USADA.

QUARTO DE KLAUS
QUARTO ENORME, COM CAMA DE CASAL, MUITAS RECORDAÇÕES DO
PASSADO, COISAS EMPILHADAS. NOVAMENTE, ELE NÃO GASTA. TUDO
UM POUCO DILAPIDADO PELA PASSAGEM DO TEMPO.

7- CASA DE REGINALDO, CELINA E GRAÇA

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FACHADA
PODE SER UM DOS SOBRADOS DA PRAÇA, E ELES MORAM NA PARTE DE
CIMA. BEM CLASSE MÉDIA FALIDA.

INTERIOR
SALA
SALA MAIS POBRE, COM MESINHA, SOMENTE UM SOFÁ. O PAI FOI
PERDENDO TUDO NO JOGO. PODEMOS PENSAR NUMA SALA COM MAIS
OBJETOS, INCIALMENTE, TIPO ALGUNS ABAJURES E ESTÁTUAS, QUE
REGINALDO VAI JOGANDO.

QUARTO DE CELINA E GRAÇA


QUARTO DE DUAS MOÇAS, COM DUAS CAMAS. AS IRMÃS SÃO AMIGAS,
USAM A MESMA PENTEADEIRA.

8 – HOTEL DE MARGOT
FACHADA
HOTEL POMPOSO DO INTERIOR, TALVEZ TAMBÉM EM ESTILO SUÍÇO,
COM UM BAR/RESTAURANTE QUE DÁ PARA A RUA. O BAR É CHIQUE,
TIPO UMA CONFEITARIA ANTIGA, ONDE SE TOMA CHÁ, E ONDE TAMBÉM
SE BEBE À NOITE.

INTERIOR
LOBBY COM SOFÁS DE VELUDO. NÃO É UM HOTEL RIQUÍSSIMO, POIS SE
TRANSFORMOU EM UM HOTEL RESIDÊNCIA. MAS TEM ALGUM GLAMOUR.
IMAGINO QUE TALVEZ SEJA UM HOTEL DA BELLE ÉPOQUE JÁ
ENVELHECIDO, MAS AINDA BONITO, COM DOURADOS, LUSTRES DE
CRISTAL.

RECEPÇÃO, ONDE FICA MARGOT, COM CHAVES, LIVROS DE HÓSPEDES,


ETC.

QUARTOS
-OS QUARTOS PODEM SER MUTAÇÃO.
MAS DEVERÁ HAVER UM PARA GUILHERME E QUINCAS, COM MUITOS
LIVROS, E UM TOQUE MAIS PESSOAL, JÁ QUE OS DOIS RAPAZES MORAM
NO HOTEL.

A GRANDE E FUNDAMENTAL LOCAÇÃO

O SÍTIO DE MARGARIDO

EXTERIOR
SÍTIO TÍPICO CAIPIRA COM
HORTA, ONDE CARMEM CULTIVA AS VERDURAS, ABÓBORAS.
CURRAL COM UMA OU DUAS VACAS
CHIQUEIRO COM PORCOS, PRINCIPALMENTE PORQUINHOS
GALINHAS E PATOS SOLTOS NA ENTRADA. GALINHEIRO.
CHARRETE COM BURRO QUE PUXA

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A CASA – EXTERIOR

CASINHA TÍPICA DE SÍTIO DO INTERIOR DE SÃO PAULO, COM TELHADO


TRADICIONAL, VARANDA, TALVEZ FEITA DE TAIPA, COM PAREDES
GROSSAS. ENVELHECIDA, SEM PINTURA.

VARANDA NA ENTRADA, É FUNDAMENTAL. JANELAS. AS JANELAS JÁ


FORAM PINTADAS DE VERDE, MAS ESTÃO DESCASCADAS. A CASA PODE
TER UM JARDINZINHO NA FRENTE, MAS MEIO MATO. AS FLORES DE UMA
CASA DESSAS SERIAM: ROSAS, ESPADA DE SÃO JORGE, DÁLIAS, TUDO
UM TANTO MISTURADO. PODEMOS TER UMA JABUTICABEIRA NA FRENTE
DA CASA.

INTERIOR DA CASA

SALA – SIMPLES, RÚSTICA, COM UMA MESA DE JANTAR VELHA,


CADEIRAS BAMBAS, SEM GRANDES ENFEITES. UM RETRATO OVAL DE
CARMEM E O MARIDO, NAQUELE TIPO DE FOTO PINTADA ANTIGA. MAS O
FUNDAMENTAL: GAIOLAS DE CANÁRIO ESPALHADAS PELA SALA E PELA
VARANDA. HÁ UM CERTO TOQUE FEMININO, COM ALGUMAS ALMOFADAS
DE RETALHOS. UM CENTRO DE MESA RENDADO, TALVEZ.
O CHÃO É DE TÁBUAS LAVADAS. AS PAREDES, REBOCADAS COM CAL.

COZINHA - COZINHA COM FOGÃO DE LENHA, MESA, MUITAS


PANELAS. O FOGÃO SERÁ USADO. É ONDE ANINHA FARÁ SEUS
BOMBONS QUANDO FICAR POBRE.

QUARTO – PRECISAREMOS DE UM QUARTO SIMPLES, ONDE ANA


FRANCISCA SE ACOMODARÁ COM O FILHO E DONA MOCINHA, MAIS
TARDE.

QUARTO DE MÁRCIA – É O QUARTO QUE ELA DIVIDE COM DÁLIA. É O


MAIS ENFEITADO DA CASA, CHEIO DE FITAS, FRUFRUS, CORTININHAS,
PENTEADEIRAS, MUITO MATERIAL DE BELEZA, MAS TUDO MUITO POBRE.
DUAS CAMAS.

IMPORTANTE: TIMÓTEO MUITAS VEZES DORME NO CURRAL, COM AS


VACAS. PORTANTO, MUITA PALHA NO CURRAL.

OUTROS CENÁRIOS

CONSULTÓRIO MÉDICO DE PAULO – A FACHADA DO CONSULTÓRIO


PODE ESTAR EM UMA DAS CASAS DA PRAÇA OU DE UMA DAS RUAS.
INTERIOR : RECEPÇÃO. CONSULTÓRIO PROPRIAMENTE DITO, COM MACA
PARA EXAMINAR OS PACIENTES, CORTINA PARA SE TROCAREM ATRÁS,
MESA E CADEIRA. A DIREÇÃO DE ARTE DEVERÁ PESQUISAR
INSTRUMENTOS TIPICOS DA ÉPOCA. PAULO PODE TER UM ESQUELETO
NO CONSULTÓRIO.

IGREJA

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FACHADA DA IGREJA, PEQUENA, SIMPLES, DE INTERIOR.
INTERIOR
A IGREJA PROPRIAMENTE DITA, COM CONFESSIONÁRIO, BANCOS,
ALTAR, ETC. É UM PONTO DE ENCONTRO ENTRE OS PERSONAGENS.

A SACRISTIA, ONDE OS PERSONAGENS CONVERSAM MAIS LIVREMENTE


COM O PADRE. NÃO ESQUECER ESTÁTUA DA VIRGEM MARIA E DE
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS.

SALÃO DE BELEZA
FACHADA FAZ PARTE DA CIDADE.

INTERIOR
O SALÃO, COM ALGUNS LUGARES, BANCOS PARA ESPERA. EXISTIA NA
ÉPOCA UMA MÁQUINA ESTRANHÍSSIMA PARA FAZER ONDAS NOS
CABELOS FEMININOS. PODEMOS REPRODUZIR UMA, JÁ VIMOS A FOTO.
NÃO É UM SALÃO DE ALTO LUXO, É ATÉ SIMPLES.

ATRÁS DO SALÃO
COZINHA DE VERINHA, COM MESA, QUE FAZ AS VEZES DE SALA
TAMBÉM.
TALVEZ UM PORÃO OU UM SOTÁO, QUE É ONDE OS GAROTOS SE
REÚNEM PARA PINTAR. DEVIDO AO CHEIRO DE LAQUÊ, NINGUÉM SENTE
O CHEIRO DE TINTA.

DELEGACIA
EXTERIOR
CADEIA PEQUENA, COM ENTRADA E TALVEZ UMA JANELINHA COM
BARRAS.

INTERIOR
CADEIA SIMPLES DE INTERIOR QUE DÁ PARA A SALA DO DELEGADO,
ONDE O SOLDADO FICA VIGIANDO OS PRESOS. PODE TER JANELINHA
COM BARRAS PARA FORA.

BANCO
FACHADA – BANCO DE ÉPOCA. MAS TAMBÉM SEM PINTURA. KLAUS VON
BURGO NÃO GASTA!

INTERIOR
-ESCRITÓRIO DE KLAUS VON BURGO, COM VÁRIOS SÍMBOLOS LIGADOS
AO DINHEIRO.

PREFEITURA
EXTERIOR
PREFEITURA SIMPLES DE INTERIOR, EM CASA APROVEITADA, COMO SE
FAZIA NA ÉPOCA, ONDE PEGAVAM UMA CASA GRANDE E
TRANSFORMAVAM EM PREFEITURA.
INTERIOR
GABINETE DO PREFEITO

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SALA RÍGIDA, SÉRIA. MESA GRANDE PARA REUNIÕES. É ONDE ELE SE
ENCONTRA COM MÁRCIA PARA FAZER AS UNHAS.

OBSERVAÇÃO: Locações usadas apenas na primeira fase da novela estarão


descritas nos capítulos.

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