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nos preços de insumos e dificultando o
a área de tomate da safra de verão
acesso ao crédito. Além disso, o El Niño,
2015/16 registre leve redução de 3%.
que acentua a seca no Nordeste, deve
Essa diminuição na área total deve ser
continuar atuando no primeiro trimestre
influenciada principalmente pelos me-
de 2016, o que poderá agravar a crise
nores investimentos no Agreste Pernam-
mil pés
hídrica nas regiões produtoras localiza-
bucano e em Nova Friburgo (RJ), por
das nesta região. Apesar dos desafios, a
conta do El Niño, que resulta em clima
aposta inicial é de manutenção da área
Perdas com granizo quente e seco em algumas regiões e chu- plantada para a safra anual 2016, com
na segunda parte da safra vas irregulares em outras. Já na praça de exceção de Carmópolis de Minas (MG),
de inverno em Sumaré (SP) Urubici (SC), produtores devem aumen- que deve reduzir cerca de 12% da área
tar os investimentos em 20%, já que o por conta de problemas associados ao
11,7%
tomate proporcionou maior rentabilida- granizo ocorrido em agosto. Em relação
de frente a outras culturas ao longo de à safra anual de 2015, houve queda de
-
2015. No entanto, como o transplantio 11,7% na área total de tomate, por conta
da safra de verão 2015/16 só se encerra dos menores investimentos no Nordeste.
no fim de janeiro, a elevação no custo Na Chapada Diamantina (BA) e na Serra
de produção e as condições climáticas da Ibiapaba (CE/PI), a seca foi o principal
Recuo de área e de mercado ainda podem alterar es- fator para a diminuição na área. Já em
na safra anual sa estimativa. A colheita da temporada Irecê (BA), o menor investimento esteve
(2015 x 2014) 2015/16 já foi iniciada em novembro. atrelado ao aumento do cultivo da ce-
Quanto à área cultivada com tomate bola, que apresentou rentabilidade mais
na safra de verão 2014/15, esta foi 11% atrativa em relação ao tomate. Quan-
72,86
menor que a de 2013/14. Esse recuo nos to aos preços, não subiram conforme o
investimentos foi verificado em Itapeva esperado por produtores. Ainda assim,
(SP), Nova Friburgo (RJ) e Caxias do Sul apesar do aumento dos custos, especial-
(RS) e esteve associado, sobretudo, à mente por conta da forte valorização do
R$ seca no período de transplantio das la-
vouras. Além disso, produtores relatam
dólar frente ao Real, a rentabilidade de
tomaticultores foi positiva em 2015.
Maior preço que a baixa disponibilidade de mão de
médio do ano obra e a redução no acesso ao crédito Clima prejudica
(maio) também limitaram a produção. Na mé- produtividade, mas safra de
dia da safra de verão (de dezembro/14 inverno 2015 fecha no azul
21%
a junho/15), a rentabilidade foi positiva
aos produtores, com preço médio de R$ A área da primeira etapa da safra de
inverno de 2015 foi 10% menor que à do
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37,10/cx de 22 kg, 47% acima do custo
de produção. Entretanto, a baixa produ- ano anterior e a da segunda parte, 4,5%
tividade da temporada limitou melhores menor. Essa queda esteve atrelada ao cli-
resultados. ma desfavorável, que desestimulou pro-
dutores a aumentarem os investimentos
Queda na receita
para este ano. Além disso, o cenário eco-
das importações de atomatados Cenário é incerto
nômico brasileiro e a forte desvaloriza-
frente a 2014 para safra anual em 2016 ção do Real, que encareceu os custos de
(janeiro a novembro) Produtores ainda estão incertos produção, também foram motivos para a
diminuição na área. Até mesmo o cultivo Uma chuva de granizo em Suma- enviou 61% menos atomatados ao Brasil
de tomate de maior valor agregado, como ré (SP) no final de outubro prejudicou de janeiro a novembro frente ao mesmo
o italiano, que ganhava espaço nos últi- praticamente a metade de toda a segun- período de 2014. A redução esteve atre-
mos anos, foi limitado. Vale lembrar que da parte da safra de inverno da região. lada especialmente à forte valorização
o manejo do tomate italiano é mais com- Foram perdidos cerca de 800 mil pés do dólar, que encareceu a importação.
plexo e exige cuidados específicos, visto de tomate, o que representava cerca de A expectativa para 2016 é de manuten-
que é mais suscetível a doenças frente ao 40% dos 2 milhões de pés cultivados, ção ou, até mesmo, de nova queda nas
longa vida. Apesar desse cenário, produ- segundo cálculos de produtores. Ape- compras internacionais, diante da pre-
tores das principais regiões produtoras da sar de a maior parte dos produtores ter visão de que o dólar continue em altos
safra de inverno registraram rentabilida- seguro para a produção, muitos ainda patamares.
de positiva em 2015. Os valores do fruto se desmotivaram em realizar novos in-
estiveram acima dos custos, sobretudo vestimentos. A colheita deve seguir até Área de tomate industrial
nos meses iniciais da colheita. Em maio, o final de dezembro, com o transplan- reduz 5% em 2015
o preço médio foi de R$ 84,00/cx de 22 tio para a temporada 2016 se iniciando
kg em Mogi Guaçu (SP) e de R$ 81,00/ em janeiro. A expectativa inicial é de O cultivo de tomate rasteiro des-
cx em Sumaré (SP), levando a uma mé- manutenção da área em Sumaré, mas tinado à indústria se reduziu 5% em
dia mensal de R$ 72,86, a maior do ano. uma queda não deve ser descartada. 2015 frente a 2014, totalizando 18.539
Já quanto à produtividade, foi menor na hectares, segundo colaboradores do
maior parte das regiões, como resultado projeto Hortifruti/Cepea. Os elevados
Importações de
da seca no início do ano, que elevou a estoques do ano passado e diminuição
atomatados diminuem
incidência de viroses, e das fortes chuvas nas compras de atomatados foram os
novamente em 2015 principais motivos para a queda. Além
no fim do primeiro semestre. Em Araguari
(MG), entre abril e junho, a produtivida- As importações de atomatados se disso, produtores relataram que a com-
de teve média de 250 cxs/mil pés, abai- reduziram novamente neste ano, tanto petição com grãos cultivados em Goiás
xo da ideal. Na média das regiões que em volume quanto em receita. De janei- e os elevados custos de produção, por
colheram entre abril e novembro, o to- ro a novembro, a redução foi de 17% conta da forte alta do dólar neste ano,
mate foi comercializado na roça por R$ no volume e de 21% na receita em rela- também motivaram o menor cultivo do
40,85/cx, 71% acima do custo de produ- ção ao mesmo período do ano passado, rasteiro. A produtividade das lavouras
ção e 14% superior à média do mesmo segundo dados da Secex. Vale lembrar foi considerada satisfatória em 2015,
período de 2014. A expectativa para a que as importações em 2014 já haviam com média de 70 t/ha no período de
temporada de inverno 2016 é de ligeira diminuído em relação às de 2013. As colheita (março a novembro). A aposta
redução de 1,8% na área, por conta dos aquisições de atomatados foram meno- inicial para 2016 é que a área plantada
menores investimentos já confirmados res mesmo com a maior produção nos com tomate rasteiro se mantenha estável
em Araguari, justamente por conta da principais países exportadores de ato- – vale lembrar que o dólar deve conti-
menor produtividade verificada na safra matados para o Brasil, como Itália, Chi- nuar elevado, o que deve aumentar os
de 2015. A área também pode diminuir le, Estados Unidos e China, conforme custos de produção.
em outras regiões, visto o cenário eco- informações do Conselho
nômico e preocupações quanto ao clima Mundial de Tomates para
têm deixado produtores receosos. Processamento (WPTC, na
sigla em inglês). O desta-
Granizo causa perdas que da queda das importa-
de 800 mil pés em Sumaré ções foi a China, país que