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04 de janeiro de 2022

Radar
Exportações e atualizações do setor
de frutas
Agro

Consultoria Agro Itaú BBA


imagens: SENAR/CNA

Corporativo | Interno
Chuvas (excesso ou falta) impactam nas principais regiões
produtoras.

Se por um lado, as precipitações ajudam o desenvolvimento das culturas


em sequeiro, no caso da fruticultura irrigada, a conjuntura é outra; o

La Niña mudou aumento de chuvas nas produções irrigadas de frutas prejudicam a


qualidade do produtos, aumentam os custos de aplicações de defensivos e

os bons ventos desregulam os ciclos produtivos da lavoura.

de vendas das O fenômeno La Niña continuou a impactar os principais polos de


fruticultura do país. Quando o fenômeno ocorre, geralmente há uma
frutas diminuição de chuvas na Região Sul do país, enquanto na Região Nordeste
há um aumento das precipitações. Na região do Vale do São Francisco, as
chuvas entre set-dez (até 31/dez) já acumularam um volume 35% maior do
que o mesmo período do ano passado, quando havia sido o recorde dos
últimos 5 anos, de modo que, quando comparamos com a média das
últimas 5 safras choveu 2,2 vezes mais no período. A região é a principal
produtora de uvas e mangas de mesa. Na região de Linhares-ES, maior
região produtora de mamão do país as precipitações acumuladas também
foram recordes.
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No principal polo produtor de maçãs, a Região Sul, o cenário é o oposto. As Precipitações mensais na região de Petrolina – PE
180 161
chuvas na região de Vacaria, no mesmo período, foram aproximadamente 160
metade do volume médio ocorrido nos últimos 5 anos. 140

Precipitação (mm)
120
100
No começo de 2022, as chuvas haviam atingido níveis máximos, o que
80
também reduziu a oferta das frutas no 1º semestre. A expectativa era que 60
54 81

os bons ventos do verão trouxessem aumento das vendas no segundo 40


semestre, mesmo com a concentração da colheita no período. Contudo, as 20
10

chuvas frustraram o ano para os fruticultores, principalmente, aqueles 0


set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago
voltados para o mercado externo com a baixa oferta de produto com
qualidade. Intervalo 21/22 22/23 Média

Precipitações mensais na região de Vacaria – RS


A queda da produção refletida nas exportações 450
400
350
Em 2021, o setor bateu recorde de embarques, que acumularam valor

Precipitação (mm)
300
acima de USD 1 bi, com acesso a novos mercados e expansão de volume 250
em países já consolidados e com preços maiores do que aqueles 200
praticados nos anos anteriores. Contudo, em função das perdas de volume 150
134

e de qualidade em 2022, o setor teve um ano pior que o de 2021. 100


50 108,6
32,3 31,2
A receita dos embarques externos entre janeiro e novembro de 2022 0
set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago
somou USD 921 mm, 15,5% menor do que o mesmo período do ano Intervalo 22/23 23/24 Média
passado.
Fonte: Somar
22/23 * : chuvas acumuladas até dia 31 de dez.

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Volume acumulado e preços médios Jan- nov– Manga
O volume embarcado correspondeu a 899 mil toneladas, queda de 19%
no mesmo período. As 5 principais frutas responderam por volta de 80%
da queda do volume nos 11 primeiros meses do ano, sendo maçãs (-64 400
1.059 1.026 1.018 916 888 2.000

mil t, -65% YoY); mangas (-55,2 mil t, -22,5%); melões (-33,6 mil t, -15,7%); 350

245
uvas (-23 mil t, 35,6%) e bananas (-22 mil t, -22%).
300

250

191 211 190


-2.000

200

149 -4.000

Apesar das quedas significativas dos “carros-chefes” da fruticultura


1 50

-6.000

1 00

voltada para a exportação, alguns segmentos continuaram mais um


-8.000

50

ano em expansão, com destaques aos setores de Limas e Limões, com


- -10.000

2018 2019 2020 2021 2022


acréscimo de volume em 7% frente ao acumulado em 2021, pêssegos Volume Acumulado (mil ton) - MANGAS Preço Médio (USD/ton)
(139%, +3 mil t) e abacates (+24%, +2 mil t), com preços em USD
significativamente melhores, com exceção das cotações de abacate Volume acumulado e preços médios Jan- nov– Uvas
que foram 9,2% menores.
2.293 2.224
1 20

2.071 2.065 2.003


2.500

Além da perda da qualidade da fruta, a oferta maior de outros países 1 00

2.000

competidores, no caso da uva e da manga, também impactou as vendas 80

67 1.500

externas do Brasil. 40 44 43
60

40
36 1.000

No caso das maçãs, outro fator que prejudicou as vendas foi o conflito
500

20

no Mar Negro. Em 2021, as vendas para o pais russo representaram 21%


- 0

2018 2019 2020 2021 2022


do volume total. Em 2022, aquele país respondeu por apenas 1% das
Volume Acumulado (mil ton) - UVAS Preço Médio (USD/ton)
vendas totais da fruta.
Fonte: SECEX

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No Vale do São Francisco e no ES, os impactos sentidos nas exportações Volume acumulado e preços médios Jan- nov– Maçãs
derivaram do desarranjo da oferta das frutas ao longo do ano associado às
chuvas no início do ano, bem como as atuais, o que gerou aumento de 739 752 745
659 704
200

custo nas lavouras com fungicidas e outros defensivos.


1.000
1 80

1 60

99
1 40
500

Contudo, a baixa oferta e o aumento sazonal do consumo de frutas frescas


1 20

1 00

71 63
à reboque das festas de fim de ano, impulsionaram os preços domésticos 56
0

80

60

35
mesmo no momento da colheita. Ainda assim, as margens devem ser
-500

40

20

comprimidas nessa safra em função da redução de oferta e do aumento - -1.000

2018 2019 2020 2021 2022


dos preços dos insumos e do maior uso de defensivos.
Volume Acumulado (mil ton) - MAÇÃS Preço Médio (USD/ton)
Além disso, no caso das maçãs, além da falta de chuvas, o setor também
teve competição interna com as frutas importadas pela Argentina e Chile.
Volume acumulado e preços médios Jan- nov– Mamões

Pontos de atenção nos próximos meses 1.183 1.241


1.076
70 1.500

60
967 1.001
O hegde de câmbio, principalmente, EUR e USD é crucial para minimizar a 46
1.000

40 39
50

39 37
exposição ao descasamento de moedas entre as despesas e 40
500

recebimentos, o que é fundamental para controlar os riscos em períodos 30


0

de grande volatilidade como o atual. 20

-500

Além disso, a La Niña deve perder força nos próximos meses, podendo
10

- -1.000

normalizar o regime de chuvas e, assim, contribuir para melhorar a 2018 2019 2020 2021 2022
qualidade e o volume produzido. No entanto, os impactos dessa Volume Acumulado (mil ton) - MAMÕES (PAPAIA) Preço Médio (USD/ton)
intempérie devem ser sentidos na próxima safra, o que combinado com a
redução do custo de fertilizantes poderá contribuir para aumentar as Fonte: SECEX

margens do setor em 2023.

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Exportações de frutas em novembro de 2022
Volume (Toneladas) Valor (Mil USD) Preços (USD/ton)
Produtos
nov-22 out-22 nov-21 MoM % YoY % nov-22 out-22 nov-21 MoM % YoY % nov-22 out-22 nov-21 MoM % YoY %
Complexo Frutas 114.686 124.988 67.057 -8% 71% 125.113 129.385 74.117 -3% 69% 1.091 1.035 1.105 5% -1%
Abacates 140 325 50 -57% 179% 223 472 1.489 -53% -85% 1.598 1.456 29.764 10% -95%
Abacaxis 637 344 1.008 85% -37% 519 411 206 26% 152% 814 1.196 204 -32% 298%
Ameixas 0,1 0,2 0,1 -64% 37% 1 1 1 -56% -13% 6.424 5.232 10.113 23% -36%
Bananas 4.840 3.318 10.302 46% -53% 2.704 1.947 2.949 39% -8% 559 587 286 -5% 95%
Caquis 0,1 0,1 0,1 -20% -30% 0,2 0,2 0,6 65% -58% 3.320 1.606 0 107%
Cerejas 3,3 1,3 0,3 163% 1030% 21 7 10 184% 108% 6.376 5.895 34.674 8% -82%
Cocos 49 26 83 90% -41% 68 21 42 216% 61% 1.381 828 508 67% 172%
Conservas e preparações de frutas (excl. Sucos) 5.907 5.640 4.279 5% 38% 12.329 13.824 11.690 -11% 5% 2.087 2.451 2.732 -15% -24%
Damascos 0,10 0,02 0,21 325% -50% 2 1 0 270% 288% 18.627 21.417 2.390 -13% 679%
Figos 94 1 57 9169% 66% 588 7 81 8126% 625% 6.250 7.043 1.434 -11% 336%
Goiabas 25 38 22 -35% 11% 58 88 72 -34% -19% 2.357 2.327 3.235 1% -27%
Kiwis 2,8 3,2 3,9 -11% -27% 9 11 10 -13% -9% 3.357 3.471 2.692 -3% 25%
Laranjas 23 30 27 -23% -16% 22 32 93 -32% -77% 943 1.073 3.385 -12% -72%
Limões e limas 10.182 7.478 6.123 36% 66% 11.219 8.296 12.535 35% -11% 1.102 1.110 2.047 -1% -46%
Maçãs 82 18 21 355% 283% 72 38 1.038 93% -93% 879 2.074 48.286 -58% -98%
Mamões (papaia) 2.901 2.855 3.567 2% -19% 4.020 3.720 3.912 8% 3% 1.385 1.303 1.097 6% 26%
Mangas 31.421 34.807 47.495 -10% -34% 26.279 28.507 19.016 -8% 38% 836 819 400 2% 109%
Melancias 12.717 20.522 21.455 -38% -41% 7.578 11.038 638 -31% 1088% 596 538 30 11% 1905%
Melões 26.962 35.237 48.484 -23% -44% 20.175 26.032 1.593 -23% 1166% 748 739 33 1% 2177%
Morangos 14,6 30,5 3,4 -52% 324% 16 72 3 -78% 454% 1.107 2.355 848 -53% 30%
Nozes e castanhas 962 1.510 1.543 -36% -38% 5.983 9.064 16.041 -34% -63% 6.220 6.001 10.397 4% -40%
Outras frutas 880 752 929 17% -5% 1.945 1.892 1.150 3% 69% 2.209 2.516 1.238 -12% 79%
Pêras 4,8 5,0 6,1 -5% -21% 12 13 16 -7% -24% 2.500 2.570 2.608 -3% -4%
Pêssegos 527,4 558,0 579,5 -5% -9% 742 768 81 -3% 818% 1.408 1.376 140 2% 909%
Pomelos 0,7 0,7 1,0 -4% -29% 2 2 2 -5% -21% 2.509 2.522 2.231 -1% 12%
Tâmaras 0,2 0,1 0,0 145% 334% 2 1 1 197% 115% 11.171 9.226 22.514 21% -50%
Tangerinas, mandarinas e satosumas 9 16 9 -42% 5% 24 35 12 -29% 101% 2.692 2.207 1.406 22% 91%
Uvas 16.299 11.473 21.977 42% -26% 30.501 23.086 1.428 32% 2035% 1.871 2.012 65 -7% 2779%
Fonte: Secex
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Exportações acumuladas (jan-nov) de frutas em 2022
Volume (Toneladas) Valor (Mil USD) Preços Médio (USD/ton)
Produtos
2022 (a) 2021 (b) a- b YoY % 2022 2021 YoY % 2022 2021 YoY %
Complexo Frutas 899.843 1.111.815 (211.972) -19,1% 921.304 1.090.013 -15,5% 1.024 980 4,4%
Abacates 10.557 8.506 2.052 24% 16.768 14.885 12,7% 1.588 1.750 -9,2%
Abacaxis 4.052 3.910 142 4% 3.584 2.735 31,1% 885 699 26,5%
Ameixas 3 3 (0) -12% 11 15 -23,5% 4.317 4.959 -12,9%
Bananas 78.145 100.447 (22.302) -22% 34.513 33.816 2,1% 442 337 31,2%
Caquis 767 912 (146) -16% 1.468 1.067 37,6% 1.915 1.170 63,8%
Cerejas 12 9 3 37% 76 64 18,7% 6.490 7.514 -13,6%
Cocos 669 916 (246) -27% 813 1.114 -27,0% 1.215 1.216 -0,1%
Conservas e preparações de frutas (excl. Sucos) 53.623 50.399 3.224 6% 98.363 88.809 10,8% 1.834 1.762 4,1%
Damascos 0 1 (0) -25% 7 5 40,0% 15.708 8.403 86,9%
Figos 1.278 1.180 98 8% 4.945 4.428 11,7% 3.869 3.752 3,1%
Goiabas 460 407 52 13% 1.075 899 19,6% 2.340 2.208 6,0%
Kiwis 39 38 2 4% 124 115 8,4% 3.158 3.029 4,2%
Laranjas 323 3.533 (3.210) -91% 323 932 -65,4% 1.001 264 279,2%
Limões e limas 142.023 132.535 9.489 7% 137.078 113.797 20,5% 965 859 12,4%
Maçãs 35.032 99.033 (64.000) -65% 24.655 73.785 -66,6% 704 745 -5,5%
Mamões (papaia) 36.805 46.083 (9.278) -20,1% 45.669 46.123 -1,0% 1.241 1.001 24,0%
Mangas 189.794 244.990 (55.196) -22,5% 168.567 224.398 -24,9% 888 916 -3,0%
Melancias 87.334 101.212 (13.878) -13,7% 44.787 44.776 0,0% 513 442 15,9%
Melões 180.212 213.797 (33.585) -15,7% 121.697 137.335 -11,4% 675 642 5,1%
Morangos 102 40 62 155,8% 264 143 84,2% 2.588 3.593 -28,0%
Nozes e castanhas 20.965 25.209 (4.244) -16,8% 99.431 138.464 -28,2% 4.743 5.493 -13,7%
Outras frutas 8.948 8.878 70 0,8% 23.387 20.308 15,2% 2.614 2.287 14,3%
Pêras 65 70 (5) -7,0% 166 157 5,7% 2.532 2.227 13,7%
Pêssegos 5.184 2.164 3.020 139,5% 6.478 2.324 178,7% 1.250 1.074 16,3%
Pomelos 8 8 (0) -3,9% 22 24 -10,1% 2.797 2.990 -6,4%
Tamaras 1 12 (11) -90,1% 10 48 -78,3% 8.614 3.918 119,9%
Tangerinas, mandarinas e satosumas 115 201 (86) -42,8% 231 219 5,2% 2.004 1.090 83,8%
Uvas 43.321 67.267 (23.946) -35,6% 86.776 138.875 -37,5% 2.003 2.065 -3,0%

Fonte: Secex
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