Você está na página 1de 33

Agro

Mensal

dezembro
2023

Informação Pública – Política de segurança da Informação


Consultoria Agro do Itaú BBA
Foto: CNA Wenderson Araujo

Não Corporativo
Índice

Clima Café
Verão deve ser de chuvas irregulares e Chuvas melhorando em janeiro
temperaturas altas em todo país aliviarão a condição das lavouras

Soja Laranja
Balanço global ainda folgado, mesmo Exportação brasileira deve seguir
com menor produção do Brasil restrita e preços se recuperando

Farelo e Óleo Açúcar


Começo de 2024 será desafiador, mas a Os preços devem se sustentar acima
antecipação do programa de biodiesel dos cUSD 20/lp
traz boas perspectivas
Milho Etanol
Preços no Brasil devem se descolar da Elevados estoques de etanol
paridade de exportação pressionando preços de hidratado

Algodão Trigo
Redução no consumo projetado impõe Preços internos devem se manter
desafio para valorização da fibra firmes

Boi Arroz
Recuperação da oferta de gado de Margem da indústria deve continuar
pasto atrasará com o clima seco pressionada em janeiro

Frango Fertilizantes
Redução da demanda pressiona os
2024 deve começar com custos em
preços dos macronutrientes
elevação e preços da ave em queda

Suíno
Demanda mais fraca de início de ano
desafiará a sustentação dos preços
Não Corporativo
Chuvas ocorridas

Chuvas seguiram irregulares e as temperaturas, acima da média


No mês de novembro, os destaques ainda foram os
grandes acumulados de chuva observados na região
Sul do país, com valores que ultrapassaram 400 mm, Acumulado entre 26/nov e
mantendo os níveis de água no solo elevados e 25/dez
gerando excedente hídrico. Mesmo com os melhores
volumes de chuva registrados em novembro, na maior
parte do país os acumulados ficaram abaixo da média
histórica. Nos primeiros 25 dias de dezembro, o
mesmo padrão observado no mês anterior se repetiu.
As médias das temperaturas máximas seguem
superiores a 30°C no Centro-Norte do país.

Foram observados acumulados de chuva de menor


intensidade em áreas das regiões Sudeste e Centro-
Oeste, com valores inferiores a 200 mm. Já em grande
parte da região Nordeste, houve predomínio de tempo
seco, reduzindo o armazenamento de água no solo.
Anomalia da precipitação
Os estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e
Centro-Oeste receberam chuvas abaixo da média em
novembro, sendo que apenas os três estados da
região Sul registraram acumulados maiores que a
média.

As chuvas novamente ficaram abaixo da média para o


período na maior parte do Brasil nos primeiros vinte e
cinco dias de dezembro, enquanto somente em partes
da região Sul choveu acima do normal. Essa condição
de irregularidade seguiu prejudicando o plantio e o
desenvolvimento das lavouras de verão pelo país.

O mês passado registrou outra onda de calor, Fonte: NOAA


semelhante à observada em setembro, porém mais
ampla e persistente, com 12 dias seguidos de
temperaturas acima da média. Como resultado,
diversas cidades registraram temperaturas máximas
acima de 40°C, especialmente em áreas de MG, MS e
MT. O calor excessivo também impõe dificuldade para
o pleno desenvolvimento das lavouras, resultando em
antecipação do ciclo da soja.
Não Corporativo
Chuvas previstas

Verão deve ser de chuvas irregulares e temperaturas altas em todo país

Depois de um longo período sem chuvas expressivas e Previsão entre 26/dez e


já sentido os impactos das altas temperaturas, os 01/jan
modelos meteorológicos continuam prevendo o avanço
das chuvas para o Centro-Norte do Brasil nos próximos
dias. No período entre 2 e 8 de janeiro, a tendência é de
chuvas ainda mais intensas avançando para o
MATOPIBA. O El Niño deve apresentar seu pico de
intensidade durante o verão no Brasil, período mais
quente do ano.

De acordo com os mapas de previsão da Administração


Oceânica e Atmosférica (NOAA), nos próximos sete dias
os volumes mais significativos são esperados para
Minas Gerais e Goiás, onde a o acumulado pode chegar
a 100 mm em partes desses estados até o dia 1º de
janeiro.
Previsão entre 02 e 08/jan
Na primeira semana de 2024, o modelo norte-
americano prevê acumulados ultrapassando os 100 mm
em toda a região do MATOPIBA. O acumulado
projetado, se confirmado, ajudará na elevação da
umidade do solo na região e irá favorecer a finalização
do plantio e o desenvolvimento das lavouras na região.

De acordo com a Climatempo, o verão no hemisfério Sul,


que vai até o dia 20 de março de 2024, deve ter excesso
de chuva para a região Sul do Brasil e volumes mais
baixos de precipitação para o Norte do país. Além disso,
o El Niño durante o verão poderá alterar o regime de
chuvas no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, com
previsão de chuvas irregulares nos próximos três meses.
Chama atenção a previsão de chuva abaixo da média Fonte: NOAA

nos próximos três meses em Mato Grosso e na região


oeste do Mato Grosso do Sul. As temperaturas devem
ficar acima da média durante todo o verão em todas as
regiões do país.

Não Corporativo
Soja

Prêmios reagiram, com maiores dúvidas sobre o tamanho da safra


Em novembro, o contrato de primeiro vencimento da soja
em Chicago apresentou valorização, de 4,5%, para USD
13,24/bu. No Brasil, seguindo a melhora dos preços
Preço da soja em
externos, o mês de novembro também foi de valorização
Chicago e em Sorriso
para os preços da oleaginosa na maior parte das praças. Em
dezembro, o prêmio segue subindo, porém de forma mais
tímida. Na média dos primeiros 25 dias do mês, o prêmio
com vencimento março/24 está cotado em cUSD -52/bu. A
comercialização da safra nova do Mato Grosso atingiu
33,96% até o final do mês passado, avanço de 2,27 p. p. na
comparação mensal.

A preocupação com o plantio e o desenvolvimento da safra


na América do Sul, sobretudo no Brasil, resultou em alta
para as cotações em novembro. Em dezembro, nos Fonte: CBOT, Cepea
primeiros 25 dias, os preços desvalorizaram 2,3%, para USD
13,11/bu, diante de uma expectativa mais benéfica para as
chuvas na América do Sul durante a segunda quinzena do
mês. Além disso, pressão adicional veio da desvalorização Comparativo dos prêmios de
da moeda argentina em relação ao dólar, o que trouxe para exportação da soja em Paranaguá
o mercado a expectativa de um avanço das vendas de grãos
0
por parte dos produtores argentinos. -5
-20

-40
Em Sorriso, a saca subiu para R$ 119,8, alta de 1,5% em -40 -40

novembro. Também favoreceu a formação do preço


-60
-55
-60

interno a forte valorização do prêmio de exportação, que -80

reagiu diante do cenário adverso para a soja brasileira. -100


-100 -100
-90

Levando-se em consideração a média mensal, os prêmios -120


fev/24 mar/24 abr/24 mai/24

em Paranaguá, para embarque em março/24, saíram de 31/ago 29/set 31/out 30/nov 22/dez
cUSD -96/bu em outubro para cUSD -64/bu em novembro,
o que se traduziu em ganho de R$ 3,5/saca. Fonte: Cepea

Apesar de ainda termos dúvidas sobre o tamanho da safra


brasileira, a valorização mais tímida dos prêmios em
dezembro se deve a diminuição do ritmo de compras da
soja nacional pela China, diante das margens de suínos
bastante comprimidas.

Os produtores brasileiros seguem cautelosos na


comercialização, diante da produção incerta.
Não Corporativo
Soja

Balanço global ainda folgado, mesmo com menor produção do Brasil

No último relatório de oferta e demanda do USDA, o órgão


americano reduziu a safra do Brasil para 161 milhões de
toneladas, contra 163 do relatório de novembro. Nossa Balanço global de soja,
projeção para a safra brasileira 2023/24 de soja, hoje, é de mm t
153 milhões de toneladas. A expectativa é de uma retomada MM t 2021/22 2022/23 2023/24 Var.
na produção argentina nessa safra, com uma colheita Estoque Inicial 100 98 102 4%
próxima de 50 milhões de toneladas. Seguimos otimistas Produção
EUA
360
122
374
116
399
112
7%
-3%
com a demanda chinesa, apesar das margens ruins para a Brasil 131 160 161 1%

produção de suínos no país. Argentina


China
44
16
25
20
48
21
92%
1%
Outros 48 53 57 8%
Consumo 364 364 384 5%
Mesmo com a redução para a safra do Brasil, o balanço Estoque Final 98 102 114 12%
global ainda sinaliza maior conforto em relação ao E/C 27% 28% 30%

apresentado na safra 2022/23.


Fonte: USDA

O tamanho da produção do Brasil ainda depende muito de


como serão as chuvas até o final de dezembro e em janeiro.
Com uma safra de 153 mm t, é possível atender ao
crescimento da demanda interna e exportar algo ao redor
de 95-96 mm t, atendendo também a demanda externa. Evolução da demanda global e
chinesa de soja
É importante que a retomada da produção argentina, de
fato, aconteça, principalmente diante da sinalização de
redução de safra do Brasil em relação ao potencial. O
balanço global pode não apresentar folga na safra 2023/24
em relação à safra 2022/23, a depender do tamanho da
safra da América do Sul. Considerando uma safra americana
em 112 mm t, brasileira em 153 mm t e argentina em 48 mm
t, a relação estoque/consumo se manteria em 28% na safra
2023/24, a mesma de 2022/23. Fonte: USDA

A projeção do USDA é de crescimento de 3% para a


demanda chinesa de soja em 2023/24, em linha com os
últimos cinco anos. Nas últimas semanas, os chineses
aumentaram as compras de soja dos EUA, diante dos
preços em queda e de uma preocupação maior em relação
ao atraso da safra do Brasil. Entretanto, grande parte da
demanda chinesa para o primeiro trimestre de 2024 segue
aberta e, diante do quadro de atraso da safra brasileira, é
possível que a China siga importando grandes volumes de
soja
Não americana para atender às necessidades do período.
Corporativo
Farelo e Óleo
Preços do farelo de soja caíram após pico em novembro
O mercado do farelo de soja voltou ao normal em
Chicago após esmagamentos recordes nos últimos
meses. Além disso, o otimismo aumentou quanto a
safra de soja na Argentina, o que ajudará na oferta dos Farelo de Soja CBOT,
derivados para o próximo ano. Já a participação do óleo USD/t
de soja na margem de esmagamento (oil-share) na
550
CBOT se recuperou após o recuo do farelo.

No dia 15/12 o NOPA divulgou os dados de 500

Farelo de Soja CME (USD/t)


esmagamento nos EUA, os quais foram altos e
superaram as expectativas do mercado. O 450

processamento de soja foi de 5,1 milhões de toneladas,


5,5% acima de nov/22. Os preços do farelo voltaram a 400

patamares mais baixos, em linha com o forte


esmagamento americano, após atingirem o pico dos 350
últimos meses na segunda metade de novembro.
Assim, o preço do derivado da soja na CBOT fechou em 300
USD 389,2/ton para o contrato de primeiro vencimento

abr-23

jul-23
abr-22

jul-22
jan-22

jan-23
mar-23

ago-23
fev-22
mar-22

mai-22

ago-22

fev-23

mai-23
jun-23
jun-22

set-22

nov-22

out-23

dez-23
out-22

dez-22

set-23

nov-23
no dia 28/12.
Fonte: CBOT

Mesmo com a falta do farelo argentino, o mercado Estoques de Óleo de Soja EUA, Bi
internacional voltou a patamares baixos e os preços 2,20 de lbs
futuros continuam pressionados, dado que, para 2024,
espera-se a retomada das exportações argentinas e a 2,00

continuidade do esmagamento elevado nos EUA. 1,80

Entretanto, será importante acompanhar a possível 1,60


elevação tarifária das exportações de derivados da soja
na Argentina para 33%, atualmente em 31%, o que pode 1,40

prejudicar um pouco a retomada do país ao mercado. 1,20

1,00
Os estoques americanos do óleo de soja continuam jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

menores. Entretanto, os preços estão baixos, Usd 2021 2022 2023

48,02/lb em 28/12 indicando que provavelmente o Fonte: NOPA, Eikon

mercado aguardava uma procura maior nos EUA nos


últimos meses do ano, a qual foi prejudicada pela queda
dos RINs* referentes ao programa de mistura de
bicombustíveis nos EUA, conforme debatemos no
nosso último episódio do Prosa Agro – Entendendo o
mercado de biocombustíveis.

Não Corporativo *Renewables Identification Numbers


Farelo e Óleo
Começo de 2024 será desafiador para o esmagamento no Brasil, mas a
antecipação do programa de biodiesel traz boas perspectivas

As margens de esmagamento ruins podem prejudicar a


atividade no início do próximo ano, mas o ritmo deverá
ser alto em 2024 para atender a demanda interna por Margem de Esmagamento*,
óleo de soja. Ainda sobre os óleos vegetais, a procura Paranaguá
externa pelo de palma poderá se recuperar no primeiro
10%
semestre de 2024. 9%

No dia 19/12 o CNPE* anunciou que o programa 3% 2%


mandatário de biodiesel aumentará em 2%, e não mais
em 1%, para o ano de 2024, com o B14 (14%) valendo a
partir de mar/24. Além disso, em 2025 o mandato será
de 15% de mistura do biodiesel ao diesel. Em 2023, a -4%

demanda interna por óleo de soja foi sustentada pela -7%

indústria de biodiesel. Com o incremento maior da -11%


mistura, as exportações do óleo tendem a diminuir em
2024. Jan mar Mai Jul Ago Set Nov
*Contratos vencimento soja, preços em USD (27/12), estimativas Itaú BBA
Fonte: CBOT, CEPEA, Eikon
Já as margens de esmagamento em Paranaguá (Preço
Paridade de Exportação - FCA) estão negativas para Spread Óleo de Soja x Palma,
jan/24. O início do próximo ano tende a ser desafiador USD/t
para a indústria esmagadora, seja pelas margens ruins 2500 900
ou por conta da disponibilidade de soja, dado que o 800
plantio está atrasado em importantes regiões 2000 700
600
Título do Eixo

produtoras, ou por conta em possíveis atrasos também 1500


500
na comercialização. Entretanto, em linha com o 1000
400

aumento da demanda interna por óleos vegetais para a 300


200
500
geração de biodiesel, acreditamos que o esmagamento 100
em 2024 se manterá acima do registrado em 2023. 0 0
abr-23

jul-23
jan-23

ago-23
mar-23
fev-23

mai-23
jun-23

nov-23
out-23

dez-23
set-23

Por fim, o mercado de óleo de palma reagiu Spread Óleo de Palma (USD/ton)
positivamente com o anúncio indiano da manutenção Óleo de Soja (USD/ton)

das alíquotas menores de importações de óleos Fonte: CBOT, Bursa, Eikon

comestíveis no país, dado que a Índia é o maior país


importador de óleos vegetais. As menores taxas
estavam previstas para acabar em mar/24, no entanto,
as refinarias poderão contar agora com o benefício até
mar/25, o que favorece a demanda.

Não Corporativo *Conselho Nacional de Política Energética


Milho

Preços internos deram continuidade ao movimento de valorização


Os preços do milho em Chicago voltaram a cair em
novembro, depois de terem mostrado reação em outubro.
No Brasil, as cotações deram continuidade ao movimento
de valorização e subiram 2,3% em Campinas, praça Preços do milho em Chicago e
referência para negociações do cereal. As exportações do em Sorriso
cereal, de acordo com os dados da Secex, estão 28% acima
do mesmo período do ano passado, com um volume
embarcado de 43,6 milhões de toneladas entre fevereiro e
novembro. O mês de novembro foi mais um de valorização
para os preços futuros do milho na B3.

As cotações caíram 4,2% na CBOT, para USD 4,68/bu, diante


da finalização da colheita da grande safra americana. Em
dezembro, os preços na CBOT seguem mostrando certa
estabilidade em relação ao mês anterior, com a ausência de
novidades no mercado. Fonte: CBOT, Cepea

Na média de novembro, os preços fecharam em R$ Exportação brasileira


60,54/saca em Campinas. Na parcial de dezembro, o mesmo de milho, MM t
preço de referência acumula valorização de 9,7%, a R$
66,39/saca, diante do forte ritmo de exportação do cereal e
MM t Total Acum. (fev-nov)
2021 20,8 14,6

da retração dos vendedores, que seguem preocupados com 2022


2023
46,6
43,6
34,2
43,6

o clima e com os possíveis impactos sobre a oferta dos Var. 23/22 27,7%

próximos meses.

Quando assumimos a prévia das exportações de dezembro


até a quarta semana, a expectativa é de um embarque de
6,5 milhões de toneladas no mês, com o total ultrapassando
50 milhões de toneladas ainda em dezembro. Para janeiro,
já estão nomeadas mais 1,75 milhão de toneladas, o que Fonte: Secex

indica um programa total de exportação do cereal de, pelo


menos, 52 milhões de toneladas, o que representaria um
aumento de 11,4% sobre o total exportado no ano anterior.

No acumulado do décimo primeiro mês do ano, os contratos


do cereal brasileiro na B3 apresentaram altas que variaram
entre 3% para o contrato de janeiro/24 e 6,7% para o
julho/24. Os problemas climáticos resultaram em atraso do
plantio da soja e geram maior preocupação em relação ao
tamanho da área e oferta de milho na segunda safra.
Não Corporativo
Milho

Preços no Brasil devem se descolar da paridade de exportação

O balanço global de oferta e demanda de milho seguiu sem


grandes alterações na atualização do USDA. O atraso na
semeadura da safra de verão do Brasil tira parte da área de Balanço global de
milho segunda safra da janela ideal de plantio e isso impõe milho, mm t
maior risco climático para a cultura. Apesar de não afetar MM t 2021/22 2022/23 2023/24 Var.
significativamente o balanço global, a menor safra nacional Estoque Inicial 293 311 300 -3%

reduzirá a disponibilidade para exportação de milho. A Produção


EUA
1.217
383
1.157
348
1.222
387
6%
11%
comercialização seguirá bastante cadenciada, diante das Brasil 116 137 129 -6%
Argentina 50 34 55 62%
incertezas sobre o tamanho da safra nacional. China 273 277 277 0%
UE 72 52 60 15%
Ucrânia 42 27 31 13%
O USDA fez apenas pequenos ajustes de produção para a Outros 283 281 284 1%
União Europeia (+0,3 mm t) e Ucrânia (+1 mm t), enquanto a Consumo 1.178 1.159 1.197 3%
Estoque Final 311 300 315 5%
produção global para a safra 2023/24 foi mantida em 1,2 bi t E/C 26% 26% 26%
e o consumo em 1,19 bi t. A relação estoque/consumo global
permanece em 26%.
Fonte: USDA

Devemos observar queda na área plantada e redução da


produção brasileira do cereal na safra 2023/24. A Curva de preço do milho
atualização da Conab projeta queda de 5,3% para a área
total e redução de 10,2% para a produção, para 118,5 mm t.
Mesmo se confirmada essa queda projetada de 10% para a
safra brasileira, o balanço global do cereal não deve
apresentar mudança, diante da grande safra de milho dos
EUA e da retomada da produção da Argentina, que deve
voltar a produzir mais de 50 mm t nessa safra. Com isso, a
última linha do balanço, a relação estoque/uso global, Preço futuro de 22/dez

permanece em 26%.

O mercado brasileiro de milho voltará para a condição de Fonte: Cepea, B3, Itaú BBA
preços internos com prêmio em relação à paridade de
exportação, se descolando do mercado internacional.

Segundo o IMEA, a comercialização da safra 2022/23 foi a


mais lenta dos últimos 5 anos, diante de um quadro de
grande oferta interna e preços bastante pressionados. Para
2023/24, o IMEA aponta uma comercialização ainda mais
atrasada: no Mato Grosso, apenas 15,6% da safra de milho
foi comercializada até o momento, contra 42,3% da média e
20,1% no ano passado.
Não Corporativo
Algodão

Preços apresentaram desvalorização nos mercados interno e externo


A média de novembro para o contrato de primeiro
vencimento em Nova Iorque apresentou queda de 7,5%,
para cUSD/lb 78,56. Os preços internos do algodão também
Preços do algodão em NY e
apresentaram desvalorização na média de novembro, para
em Rondonópolis
R$ 3,70/lb. O plantio do algodão 1ª safra ganhou tração nas
últimas semanas. O Brasil exportou 253,7 mil t de pluma em
novembro, volume 5,5% inferior ao registrado no mesmo
mês de 2022.

A forte desvalorização para os preços do algodão veio


diante de uma menor liquidez para a pluma no mercado
internacional e também refletindo a queda de 10% para os
preços do petróleo. Na parcial de dezembro, as cotações
mostram alguma reação, porém longe de recuperar a queda
observada no mês anterior. Os valores atuais estão Fonte: NYBOT, Cepea
próximos de cUSD/lb 80.

Diante do enfraquecimento das cotações externas, a queda


para a pluma em Rondonópolis foi de 4% ante outubro. Na Evolução do plantio de
parcial de dezembro a desvalorização se mantém, com a algodão
baixa liquidez no mercado spot, por conta da época do ano,
quando parte das indústrias entra em recesso.
2023 2022
ALGODÃO
De acordo com a Conab, o plantio de algodão está em 21,8% MA
25/nov
0%
2/dez
0%
9/dez
0%
16/dez
3%
23/dez
30%
23/dez
26%

da área total projetada, levemente adiantado em relação ao


PI 0% 0% 0% 5% 10% 22%
BA 0% 0% 30% 50% 66% 65%

ano passado. Os estados mais avançados são MS, com 92%,


MT 0% 0% 1% 2% 6% 6%
MS 1% 1% 38% 84% 92% 74%

GO, com 69% e BA, com 66% da área já plantada. Em MT,


GO 7% 12% 29% 58% 69% 25%
MG 0% 17% 23% 47% 54% 68%
BR 0,1% 0,5% 4,4% 14,7% 21,8% 20,2%
devido ao clima irregular observado nos últimos meses, em
algumas áreas, o cultivo da soja foi substituído pelo algodão,
o que indica um aumento da área plantada no estado.

No mês passado, o maior importador do algodão brasileiro Fonte: Conab

foi a China, que representou 65% do total. Na média dos


últimos três anos, a China contabilizou 39% do total de
algodão exportado pelo Brasil. Os embarques, no
acumulado de ago-nov, atingiram 770 mil t, volume 0,8%
inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Para o período comercial 2023/24 (ago/23 a jul/24) o total
projetado para exportação é de 2,5 mm t.
Não Corporativo
Algodão

Redução no consumo projetado impõe desafio para valorização da fibra

O último relatório do USDA trouxe revisões para baixo na


produção e no consumo global de algodão 2023/24. As
últimas atualizações do USDA refletiram uma procura pela Balanço global de algodão,
fibra que permanece mais lenta. Não podemos descartar, mm t
nesse momento, novas reduções para o consumo global da
MM t 2021/22 2022/23 2023/24 Var.
fibra em 2023/24. Estoque Inicial 16,9 16,6 18,0 9%
Produção 24,9 25,4 24,6 -3%
EUA 3,8 3,1 2,8 -12%
A produção mundial foi reduzida em 118 mil t, agora Brasil 2,4 2,6 3,2 24%
projetada em 24,6 milhões de toneladas e o consumo caiu China 5,8
5,3
6,7
5,7
5,9
5,4
-12%
-5%
Índia
343 mil toneladas, para 24,8 milhões de toneladas. O Paquistão 1,3 0,8 1,5 72%
resultado dessas revisões foi um aumento do estoque final Outros
Consumo
6,3
25,3
6,4
24,3
5,9
24,8
-9%
2%
global para 17,9 milhões de toneladas e um incremento na Estoque Final 16,6 18,0 17,9 -1%

relação estoque/consumo para 72%, ante 71% do projetado E/C 66% 74% 72%

em novembro. Fonte: USDA

A última revisão do USDA reduziu o déficit de produção


global (produção – consumo) previsto para apenas 177 mil
Déficit projetado para a safra
toneladas. Esta diferença é significativamente menor do
2023/24, mil t
que as diferenças projetadas em setembro, outubro e
novembro, quando se esperava que esse déficit fosse set out nov dez

superior, em 758, 693 e 401 mil toneladas, respectivamente.


A redução da dimensão do déficit esperado para o ano safra -177

2023/24 representa o enfraquecimento de um argumento


potencial a favor de preços mais fortes da fibra. -401

A diminuição da produção mundial impede a formação de


um excedente expressivo de algodão. Desde a projeção
-693
-758

inicial de produção do USDA, em maio, a colheita já foi Fonte: USDA


reduzida de 25,2 para 24,6 milhões de toneladas. Mesmo
com a menor liquidez global, uma produção menor deve
seguir impedindo grandes quedas para os preços do
algodão em 2024. Ainda assim, o panorama para os preços
em Nova Iorque, na média para o ano de 2024, se mostra
inferior ao observado em 2023, diante de um cenário de
desvalorização do petróleo e de perspectivas econômicas
ainda desafiadoras, com o FMI projetando um crescimento
do PIB global abaixo de 3%.

Não Corporativo
Boi

Exportações firmes e demanda interna de final de ano sustentaram o boi


A recuperação dos preços do boi gordo continuou no último
mês do ano, apoiada na melhora sazonal da procura, que
fortaleceu os preços das carcaças traseiras, juntamente do Spread da indústria no
bom ritmo das exportações. Como a alta do animal superou a mercado interno (carcaça
da carne, isso moderou o spread da indústria no mercado casada/boi gordo)
interno, embora ainda em bom patamar histórico.

Os preços do boi se mostraram mais firmes desde o início de


dezembro, negociando entre R$ 240-250/@ ao longo do mês
e até superando os R$ 250/@ nos últimos dias. Do lado da
carne, os movimentos foram mistos, com o dianteiro em
queda e o traseiro em alta, o que tem relação com o
abastecimento doméstico para o período festivo. Porém, na
média de dezembro (até o dia 26), a carcaça casada subiu
2,4% sobre novembro e o boi 6%, razão pela qual o spread da
indústria no mercado doméstico caiu de 7,8% em nov/23 para Fonte: Cepea, Itaú BBA
4,1% neste mês.

As exportações de novembro foram semelhantes às do mês Preços do boi gordo (SP) e


anterior, da ordem de 195 mil t (in natura e industrializados), contrato futuro jan/24
mas quando comparadas com nov/22, a alta foi de 23,3%.
Desta forma, a queda acumulada no ano até novembro
reduziu para 2,7%. Já o preço médio da carne in natura
permaneceu estável em dólares, mas a alta do boi na moeda
americana (2,2%) acabou reduzindo o spread da exportação
para 11%, vindo de 22% em setembro.

Do lado da oferta, o IBGE divulgou crescimento de 12,2% no


total de gado abatido no 3T 23/22, enquanto o volume de
fêmeas abatidas aumentou 24,6%. Com isso, o aumento nas
cabeças abatidas foi de 10,9% até setembro e 8,9% na Fonte: Cepea e B3
produção de carne.

Assim como para o boi gordo, que teve em 2023 momentos


de forte pressão, com oferta elevada, embargo chinês, queda
nos preços de exportação, competição com excesso de oferta
de frango no meio do ano, entre outras questões, o cenário
também foi difícil para o bezerro. Em relação ao ano anterior,
o boi gordo (SP) caiu 19,7% em 2023 e o bezerro no MS, -16,6%.
Não Corporativo
Boi

Recuperação da oferta de gado de pasto atrasará com o clima seco


Descompasso entre o mercado futuro do boi, indicando
queda para os próximos meses, e os impactos climáticos
negativos sobre as pastagens e grãos devem apertar as
margens projetadas para os confinamentos.
Curva futura do boi gordo
O mercado futuro do boi gordo enfraqueceu um pouco nas
últimas semanas, ficando até abaixo de como estava há
trinta dias. Os contratos de vencimento mais curto, jan/24 e
fev/24, por exemplo, estão negociando entre R$ 5 e R$ 6/@
abaixo da média de dezembro.

Chama atenção este viés negativo num momento em que o


clima quente e seco em praticamente toda a parte central e
norte do país, que concentra a maior parte do rebanho
bovino, vem atrasando a recuperação das pastagens e,
consequentemente, a oferta de gado terminado. Ou seja, a Fonte: B3

partir de fevereiro, podemos ter melhora do consumo


interno com o fim das férias escolares e baixa oferta de gado Spread da
de pasto. Por outro lado, o calor e a má condição das exportação de
pastagens pode prejudicar os índices de prenhes elevando carne bovina
ainda mais, na margem, os descartes de vacas, o que
geralmente ocorre por volta de março.

Embora tenhamos observado um momento interessante na


primeira metade de dezembro, com os futuros do boi
próximos dos R$ 250/@ e pouca reação do milho até aquele
momento, o que desenhava boas margens aos
confinamentos para entregas no 1T 24, nas últimas semanas
o quadro mudou completamente, com o boi futuro
enfraquecendo e o milho em alta voltando a colocar as
margens projetadas para fevereiro a abril/24 novamente no Fonte: Cepea, Secex, Itaú BBA
negativo. Embora o farelo de soja tenha caído levemente, o
milho em Sorriso, por exemplo, subiu 26% em dezembro
sobre o mês anterior.

Com o clima prejudicando o desenvolvimento da soja no MT


e, consequentemente, elevando a incerteza sobre o
potencial da safrinha, é possível que os custos de ração
sigam evoluindo, o que requer atenção por parte dos
confinamentos que giram o ano todo.
Não Corporativo
Frango

Oferta controlada e boa demanda sustentaram os preços da ave

A avicultura de corte fechará o ano com sólidos resultados de


produção, exportação e consumo doméstico. O último mês
do ano, especificamente, seguiu com preços firmes no Custos, preços e spread da
atacado diante de uma oferta controlada e boa absorção, em avicultura (PR e RS)
que pese a margem do setor ter voltado a sentir pressão com
as novas altas do milho.

Dezembro se mostrou firme para os preços de carne de


frango, diferentemente dos últimos três anos, em que as
cotações começaram a perder sustentação mais cedo.
Acreditamos que um ritmo de oferta mais contido seja uma
das razões para tal equilíbrio. Na média até o dia 25, a ave
inteira resfriada em SP permaneceu estável ante novembro,
nos R$ 7,40/kg, sendo os dois melhores meses do ano. Já em
relação a dezembro do ano anterior, houve queda de 5,1%. Fonte: Embrapa, Deral, Estimativas Itaú BBA
*valores no mercado spot

As exportações de carne de frango in natura em novembro


somaram 356,3 mil t, 0,7% maiores que as do mesmo mês de Preços do frango inteiro
2022. Já no comparativo jan-nov 23/22 o crescimento foi de congelado no estado de SP
6,5%. Com isso, o setor deverá fechar o ano com recorde de
embarques, rompendo o nível de 5 milhões de toneladas, o
que equivale a 37% da produção brasileira. Já a receita total
obtida com as vendas externas, em dólares, deverá fechar o
ano semelhante à de 2022, próxima de USD 9 bilhões, em
função da queda dos preços ocorrida.

Com relação ao spread das exportações, razão entre os


preços de exportação e o custo de produção da avicultura, o
ano também foi melhor. Na média até novembro deste ano, o
indicador foi de 66%, 10 pontos percentuais acima de 2022.

Os casos de gripe aviária no Brasil somaram 151 até 26/dez,


Fonte: Cepea

porém, sem novos registros em aves de subsistência, nem


tampouco no sistema comercial, o que tem mantido firme o
fluxo exportador.

Não Corporativo
Frango

2024 deve começar com custos em elevação e preços da ave em queda

Há boas razões para 2024 ser, mais uma vez, um bom ano
para a avicultura de corte, com o setor bem preparado para
capturar oportunidades no mercado doméstico e no Exportação de carne de
mercado externo, diante do avanço da gripe aviária mundo frango in natura
afora. Todavia, a grande questão será em que medida o
possível impacto negativo nos custos dos grãos impactará
o setor, o que dependerá diretamente da oferta e da
capacidade de repasse de preços.

É possível que os preços de carne de frango se acomodem


um pouco no primeiro mês do ano, o que é um movimento
normal, relacionado ao período de férias. Além disso, um
impacto negativo para as margens pode vir também dos
custos do milho, que vêm em elevação. Em Cascavel-PR, por
exemplo, a alta média em dezembro (até o dia 25) foi de
11,4%. Com isso, o viés é de moderação na margem da Fonte: Secex

avicultura para o curto prazo.


Spread da exportação de carne
Para 2024, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) de frango
estimou que a produção de carne de frango deve crescer
até 3,7%, alcançando 15,3 milhões de t. Para as exportações a
perspectiva é de aumento até 3,9% (5,3 milhões de t). Este
cenário, caso se consolide, significará novos recordes de
produção e exportação, enquanto o consumo doméstico
permanecerá estável.

Embora seja possível atingir tais perspectivas, sobretudo


com o mercado externo favorável, consideramos que, do
ponto de vista das margens, o cenário ficou mais desafiador,
dado que os custos da ração tendem a continuar subindo,
na esteira das perdas que vêm ocorrendo na safra de soja. O Fonte: Cepea, Secex, Itaú BBA
atraso que ocorrerá na colheita da oleaginosa no cerrado
deslocará parte da área de milho safrinha para fora da janela
ideal de plantio, o que, consequentemente, aumenta o risco
de redução de produtividade do cereal.

Ou seja, embora seja muito cedo para um bom prognóstico


da safrinha, certamente os riscos aumentaram para os
setores intensivos em ração.
Não Corporativo
Suíno

Elevação dos preços do animal em dezembro sustentou as margens

O último mês do ano seguiu com os preços dos suínos em


elevação, o que permitiu ao setor manter as margens
observadas no mês anterior, a despeito das altas do custos Custos, preços e spread da
dos grãos que vêm ocorrendo. Acreditamos que o ritmo de suinocultura (Região Sul e MG)
abates em dezembro tenha se mantido controlado, o que,
juntamente das boas exportações, justificaram o bom
fechamento de ano.

Embora os custos de produção da suinocultura tenham


evoluído 4,3% em dezembro, puxados pelas altas dos grãos,
o mês foi positivo para os preços do animal vivo, que
subiram na mesma proporção dos custos, o que manteve o
spread da atividade na faixa dos 6%, em linha com o do mês
anterior, o que equivale a um resultado de R$ 48/cab de Fonte: Embrapa, Cepea, Estimativas Itaú BBA

suíno terminado.
*valores no mercado spot

Os preços mais firmes do animal, na faixa de R$ 7/kg vivo no


estado de São Paulo, 5% acima da média de nov/23, Preços do suíno vivo no estado
guardam relação com o ritmo equilibrado da produção em de SP
relação ao ano anterior, com a boa absorção doméstica,
comum no final de ano, além do bom fluxo exportador.

Do lado das exportações, após um bom novembro, com 91


mil t in natura enviadas ao mercado externo, a parcial de
dezembro até a terceira semana aponta volume
ligeiramente menor (88 mil t). Ainda assim, no fechamento
do ano, o crescimento dos embarques in natura deverá
superar os 6%, configurando um novo recorde. Além disso, a
receita total obtida deverá fechar com avanço ainda maior
(8,5%), dada a média de preços superior neste ano, a
despeito da acomodação que vem ocorrendo desde junho. Fonte: Cepea

Não Corporativo
Suíno

Demanda mais fraca de início de ano desafiará a sustentação dos preços

Assim como na avicultura, a atenção do setor de suínos no


curto prazo estará no desenvolvimento do cenário de grãos,
dada a relevância do assunto na estrutura de custos para o Exportação de carne suína
ano. Do lado da demanda, é de se esperar um consumo in natura
mais fraco, podendo dificultar a sustentação dos preços.

As novas projeções divulgadas pela ABPA para a carne suína


em 2024 sinalizam um pequeno crescimento da produção,
de até 1% após o recorde em 2023. Já para as exportações, o
crescimento esperado para o próximo ano é de até 6,6%, o
que, caso se concretize, implicará em estabilidade do
consumo doméstico.

Além das boas exportações de 2023, um maior controle da


oferta de suínos, diferentemente dos anos anteriores, foi
determinante para a sustentação dos preços domésticos. Fonte: Secex

Spread da exportação de carne


Para 2024, tendo em vista o viés de alta nos custos de
suína
produção, será importante manter esta boa calibragem do
ritmo de atividade no sentido de evitar eventual
depreciação dos preços e comprometimento das margens.

Do lado das exportações, de fato, há boa perspectiva para


os embarques brasileiros, com possível menor oferta da
Europa e China. Contudo, é importante acompanhar o
desenvolvimento da economia chinesa juntamente da
dinâmica dos preços de suínos por lá, que seguem bem
enfraquecidos e podem restringir uma retomada dos preços
de exportação. Fonte: Itaú BBA

Não Corporativo
Café

Preços continuaram se recuperando com clima seco e quente no Brasil

As chuvas abaixo do normal nas áreas cafeeiras do Brasil em


dezembro, acompanhadas das altas temperaturas, em um
momento decisivo para o pegamento das floradas, levaram Preços do café arábica e
a um aumento da posição líquida comprada dos fundos não do conilon
comerciais, impulsionando os preços.

Os preços de café continuaram acelerando em dezembro,


em meio às preocupações com a próxima safra brasileira –
diante das chuvas escassas e altas temperaturas – incerteza
com a oferta de robusta na Ásia, baixos estoques externos e
aumento da posição comprada dos fundos.

O primeiro vencimento do arábica em NY subiu 10% em


dezembro (média de USD 1,94/lp até o dia 25) sobre o mês
anterior enquanto o robusta, que já vinha elevado desde o
primeiro semestre, avançou mais 6,5% em Londres (USD Fonte: Cepea

2.800/t) no mesmo comparativo. Os preços aos cafeicultores


Exportação brasileira de café
brasileiros também reagiram, com o arábica negociando
próximo dos R$ 1.000/sc nos últimos dias e o conilon a R$
Robusta Londres 1º v Cepea Conilon
770/sc.
Café Robusta Vietna
3.000
Segundo a Safras & Mercado, a comercialização da safra 2.800

2023/24 alcançou os 71% até 12/dez, percentual semelhante 2.600


2.400
ao mesmo período do ano passado e levemente abaixo da 2.200
USD/t

média de 5 anos. 2.000


1.800

Do lado das exportações, os números de novembro vieram 1.600


1.400
fortes. Foram 4,3 milhões de sacas no total, 15% acima de 1.200
nov/22. Chamou atenção, mais uma vez, o forte escoamento
de conilon (856 mil sacas) – o maior da história – enquanto o
arábica (3,2 milhões de sacas) foi 3% menor sobre nov/22. Fonte: Cecafé
Além da boa competitividade do robusta brasileiro frente ao
produto do Vietnã, a menor oferta do país asiático tem
ajudado a fortalecer a demanda de exportação do Brasil.
Vale observar que os preços de robustas do Brasil e Vietnã,
em dólares, vêm convergindo. Em outubro, a diferença era de
USD 430/t enquanto em dezembro, caiu para USD 115/t.

Não Corporativo
Café

Chuvas melhorando em janeiro aliviarão a condição das lavouras

Há previsão de melhora substancial das chuvas nas


próximas semanas, o que, caso concretize, deve ajudar a
estancar eventuais perdas nas regiões onde choveu pouco Balanço de oferta e demanda
em dezembro. Isso pode trazer alguma realização aos de café
preços após as altas recentes, embora acreditemos que o MM scs
Estoque Inicial
2020/21
36
2021/22
38
2022/23 2023/24 P
33 28
Var.
-15,8%

potencial de produção de arábica para o próximo ano foi Produção


Brasil
177
69,9
165
58,1
165
62,6
171
66,3
4,2%
5,9%
afetado pelo clima irregular. Vietnã 29,0 31,6 27,2 27,5 1,1%
Colômbia 13,4 11,8 10,7 11,5 7,5%
Indonésia 10,7 10,6 11,9 9,7 -18,1%

O USDA divulgou nos últimos dias revisão no seu balanço Etiópia


Outros
7,6
46,0
8,2
44,9
7,3
44,9
8,4
48,1
14,4%
7,1%
global de oferta e demanda, com ajustes nas produções Consumo 162 168 169 170 0,3%

2022/23 e nas estimativas para 2023/24. As correções foram


Estoque Final 38 33 28 27 -4,0%
E/C 23% 20% 16% 16%

para menor, principalmente nos números do Vietnã, nas Prod.-Cons. 14,2 -2,8 -4,5 1,9

duas safras. A 22/23 foi revista para 27,2 milhões de sacas Fonte: USDA

(2,6 MM scs a menos) e a 23/24 para 27,5 MM scs, 3,8 MM scs


abaixo da estimativa anterior, há seis meses.

Para o Brasil, o ajuste foi na safra atual (2023/24), com Relação de troca café arábica x
acréscimo de 200 mil sacas na produção de arábica (total de ureia
3,8
44,9 MM scs) e redução de 300 mil scs no robusta (para 21,4 3,6
3,3
MM scs), totalizando 66,3 MM scs. Com isso, o saldo entre a 3,1
Sacas/tonelada

2,8
produção e o consumo global passou de 1,8 MM scs em 2,6
2,3
2022/23 para -4,5 MM scs e para o ano 2023/24 veio de 4,1 2,1
1,8
MM scs para 1,9 MM scs. 1,6
1,3
1,1
0,8
Com relação ao cenário para o próximo ano-safra, para o
qual o Brasil já olha, as condições climáticas nas lavouras Intervalo 5 Safras Média

têm variado muito. As chuvas retornaram em dezembro, 2021 2022


2023
mas em volumes abaixo do normal para o período em
praticamente todas as regiões. Os acumulados foram
Fonte: Eikon/Itaú BBA
melhores no estado de SP e no sul de Minas, mas piores no
cerrado mineiro e nas áreas de conilon (BA, RO e ES). Porém,
as altas temperaturas agravam a situação onde choveu
menos, sendo também um ponto de atenção em todas as
áreas de arábica, dado que estas lavouras sentem mais.

Por fim, vale observar a boa relação de troca entre café e


ureia no fechamento de 2023, sendo um excelente
momento para o produtor garantir a matéria prima, antes
que
Não acelere a comercialização para o milho safrinha.
Corporativo
Laranja

Preços do suco em NY inverteram a direção em dezembro

Apesar do cenário global apertado de oferta de suco de


laranja não ter se alterado, os preços em NY cederam
razoavelmente em dezembro, após meses de altas Preço do suco de laranja
consideráveis. Tal movimento não influenciou a dinâmica da em NY
fruta no mercado brasileiro, que seguiu em elevação.

Após atingir o pico de USD 4,14/lp em 28/nov, os preços do


FCOJ em NY entraram em trajetória de queda, tendo
acumulado um recuo de 21% até o dia 26/dez. Com isso, os
movimentos do suco em NY e da laranja no Brasil, em
dezembro, foram distintos. Olhando para as médias mensais,
enquanto o suco em NY caiu 9% em dezembro frente ao mês
anterior, o preço da caixa da fruta subiu 6,5% em dólares. Em
reais, a fruta posta na indústria superou os R$ 50/cx em
dezembro, recorde histórico real.
Fonte: ICE
Nas exportações, a quantidade embarcada em novembro foi
24% menor sobre nov/22, com 66,8 mil t, enquanto no Preço médio de exportação
acumulado do ano safra (jul-nov/23) o recuo foi de 5%. Com a (FCOJ e NFC)
safra menor e baixos estoques, as menores exportações não 3,0
são uma surpresa. 2,8

2,6
Por outro lado, o preço médio continuou reagindo em 2,4
novembro, renovando o recorde histórico pelo quarto mês
USD 1000/t FCOJ eq.

2018/19
2,2 2019/20
consecutivo. A média do FCOJ e NFC foi de USD 2.830/t, 7% 2,0 2020/21
maior que no mês anterior e 54% acima de nov/22. Ainda 1,8
2021/22

assim, esta média é 50% inferior ao praticado no primeiro 1,6


2022/23

vencimento do FCOJ em NY, o que sugere espaço para a 1,4


2023/24

continuidade dessa correção. A média deste diferencial desde 1,2


2010 é de 16%. 1,0
set

dez
jan

mar

mai
out
nov

fev
ago

abr
jul

jun

O ritmo de colheita neste ano está bem mais acelerado. Fonte: Secex
Segundo a Fundecitrus, em meados de novembro já havia
atingido 82% contra 60% na mesma época do ano passado, o
que tem relação com o clima quente. Esta situação tem a
vantagem de reduzir a queda de frutos (perdas) mas, por
outro lado, restringe o crescimento das laranjas.

Não Corporativo
Laranja

Exportação brasileira deve seguir restrita e preços se recuperando

Cenário global de oferta de suco seguirá desafiador, sem


perspectiva de melhora da produção brasileira, isso apesar
das primeiras estimativas para a safra dos EUA indicarem Balanço global de oferta e
expectativa de crescimento no próximo ano. demanda de suco de laranja
(1000 t)
A Fundecitrus revisou a estimativa para a safra 2023/24 do
cinturão citrícola para 307,22 milhões de caixas, 0,7% abaixo
da estimativa anterior (set/23) e 2,2% menor que o ano safra
2022/23. O ajuste se deveu ao menor tamanho dos frutos,
diante das chuvas abaixo da média desde o início da safra,
combinadas com as altas temperaturas, que elevaram a
evapotranspiração. Soma-se a isso, o avanço do greening,
que também afeta o crescimento das laranjas e segue Fonte: USDA
preocupando o presente e o futuro da citricultura.

Já a estimativa para a safra americana 2023/24 – que


começou a ser projetada em outubro – foi mantida em Produção de laranja dos
dezembro. O USDA prevê um aumento de 9,4% em relação EUA
ao ano 2022/23, quando caiu 25%. A safra da Califórnia deve 140 Texas
crescer 3% (para 45 milhões de caixas) e a da Florida 29,7% 120
3 1
Califórnia

(21 milhões de caixas), números ainda bastante sujeitos a Flórida


1
ajustes futuros. 100
Milhões de caixas

52
54

80 49 0

Embora a produção americana possa reagir a partir do 60 39 1


1

próximo ano, o balanço global de suco dependerá muito 40 45


43
mais do cenário para a próxima safra brasileira, pelo 72 67
53
tamanho relativo do Brasil. E aqui há dois fatores a serem 20 41
16 21
considerados, ambos com viés negativo para uma 0
2018/19 2019/20 2020/21 2021/22 2022/23 2023/24 P
recuperação mais expressiva da produção. O primeiro é o
avanço do greening, que segue desafiando os pomares nas Fonte: USDA

regiões tradicionais, e o segundo são as chuvas observadas,


abaixo da média desde meados do ano, junto das altas
temperaturas, que podem subtrair o potencial do ano que
vem.

Para os próximos meses, até o final da safra, é de se esperar


que os volumes de exportação sigam contidos, mantendo
os preços de embarque em recuperação, assim como os da
caixa de laranja, que devem seguir em alto patamar.
Não Corporativo
Açúcar

Preços caíram com rumores de mais açúcar indiano

No início de dezembro, rumores de que o governo indiano


diminuiria o volume de açúcar que seria direcionado para
produção de etanol pressionaram os preços internacionais,
porém ainda sem confirmação oficial pelo país. Além disso, a
forte redução da posição líquida comprada dos fundos Curva futura do açúcar NY –
especulativos acentuou a queda das cotações. cUSD/lp
28

Em NY, a tela de mar/24 fechou em cUSD 20,23/lp (26/12), 26

cUSD/ Libra-peso
redução de 25% comparado com o mês anterior (26/11). Após 24

os rumores do menor direcionamento de açúcar para o etanol 22


na Índia, saindo de 5 milhões de toneladas projetado pelo 20
programa de etanol da Índia, para 1,7 milhão de toneladas, os 18
preços em duas semanas atingiram os menores patamares
desde o final de mar/23.
Média 60 Dias Média 30 dias
Atual Fonte: ICE
Mesmo com o aumento do volume disponível de açúcar na
Índia, há relatos de que a quebra da safra está maior do que
nossa estimativa anterior principalmente nos maiores estados Curva futura do açúcar NY –
produtores, Maharashtra e Karnataka, ou seja, mesmo com o BRL/t
aumento do volume disponível de açúcar no país a estimativa 3.100

adicionado ao açúcar que não será direcionado para o etanol 2.900


ainda totaliza 30,7 milhões de toneladas. A projeção do Itaú 2.700
Sb#11 (BRL/Ton)

BBA para o saldo entre produção e consumo global em


2.500
2023/24 continua deficitária em 2,3 milhões de toneladas.
2.300

Outro fator que acentuou a queda das cotações de açúcar foi a 2.100
realização de lucro dos fundos especulativos, que estavam
com volume net comprado grande, saindo de 188 mil lotes em Média 60 Dias Média 30 dias
21/11 para 34 mil lotes em 19/12. Atual

Na região Centro-Sul, a UNICA (União das Indústrias de Cana Fonte: ICE

de Açúcar e Bioenergia) divulgou o relatório referente a 2ª


quinzena de novembro, com moagem 46% acima da mesma
quinzena da safra anterior. No acumulado, o volume de cana
processado atingiu os 619 milhões de toneladas e açúcar 40,8
milhões de toneladas, 15,9% e 23,5% maiores do que 2022/23,
respectivamente. O clima mais seco que a normalidade em
novembro e nos primeiros 15 dias de dezembro favoreceu
tanto a colheita da cana quanto a produção de açúcar no
período.
Não Corporativo
Açúcar
Os preços devem se sustentar acima dos cUSD 20/lp
A queda expressiva de preços nas últimas semanas,
também foi resultado de movimentos técnicos, além dos
fundamentos de mercado. Considerando que o balanço
global de açúcar continua deficitário, a tendência é de
cotações em patamares acima do custo de produção dos Histórico de preço do açúcar
principais países produtores. NY e Cepea
Mesmo com muitos rumores relacionados à diminuição do 33 170
volume indiano de açúcar direcionado para a produção de 150
etanol, e a quebra de produtividade daquele país, ainda não 28
130

R$/saca
há divulgação oficial relacionada à colheita da safra atual e 23

cUSD/lb
110

às possíveis reduções de produtividade que o mercado 18 90

aguarda. A expectativa de menor produção de açúcar 13


70

proveniente de menor volume de chuvas nas principais 50

regiões produtoras e o volume adicional de açúcar que não 8


jan-18 jan-19 jan-20 jan-21 jan-22 jan-23
30

será mais etanol já estão precificados pelo mercado, porém, Açúcar NY Acucar Cristal SP Cepea
ainda aguardando divulgações oficiais. Em relação à safra Fonte: Cepea
tailandesa, foi relatado que a estimativa de início seria em 10
de dezembro, mas também não há nenhuma divulgação
relacionada às primeiras semanas de colheita. Paridade açúcar e etanol eq. em
açúcar
30
No Brasil, a temporada de chuvas mais intensas prevista na 28
região canavieira do Centro-Sul ainda não chegou, o que 26
favorece as usinas que estavam com a colheita atrasada, 24
com possibilidade de bisar cana para o próximo ano. Até a 2ª
cUSD/lp

22
20
quinzena de novembro, 218 unidades estavam em operação 18
ante 141 usinas no mesmo período de 2022/23. Segundo a 16
UNICA, a estimativa é de que 98 unidades encerrariam a 14
safra na 1ª quinzena de dezembro. Considerando esses 12

fatores, a estimativa da Consultoria Agro do Itaú BBA é que a


moagem atinja 640 milhões de toneladas de cana
Etanol hidratado - cUSD/lp
processadas até o final de março de 2024. Açúcar - cUSD/lp
Fonte: Cepea, ICE, Itaú BBA
Outro fator importante são os estoques de açúcar
brasileiros, que segundo o MAPA (Ministério da Agricultura e
Pecuária), até o final de novembro, totalizaram 15,4 milhões
de toneladas, recorde histórico para o período. Os elevados
estoques são resultado da forte produção de açúcar para o
período (dado o clima mais seco) e dos problemas ocorridos
nos portos que atrasaram os embarques.

Não Corporativo
Etanol
Elevados estoques de etanol pressionando preços
O preço do hidratado continuou em queda dada a maior
oferta de etanol no período, com o clima mais seco
possibilitando a continuidade da colheita de cana, e mesmo
com a demanda aumentando, os estoques até o final de
novembro ainda estiveram elevados, com recorde histórico Preços de hidratado em
para o período. Paulínia – BRL/l
Em Paulínia, a cotação do hidratado chegou a R$ 1,94/l no 4,00

final da 1ª quinzena de dezembro e fechou em R$ 2,00/l

R$/l, Paulínia, sem imporstos


3,50
(26/12), sem impostos, queda de 9,2% comparado com 30 dias 3,04
3,00
atrás (26/11). Os principais fatores foram a continuidade da 2,69
2,64
safra, em um período que normalmente se reduz a produção, 2,50 2,27 2,31 2,24

e o aumento dos estoques. 2,00 2,25 2,29 2,02

1,50
Do lado da oferta, a produção total de etanol atingiu na 2ª
1,00
quinzena de novembro 1,2 milhão de m³, alta de 39,9% Abr Mai Jun Jul Ago Set Out NovDez Jan Fev Mar

comparado com a mesma quinzena da safra anterior. E no 2020/21 2021/22 2022/23 2023/24
acumulado, 29,8 milhões de m³, representando aumento de Fonte: Cepea
11,9% frente ao mesmo período de 2022/23. Com o aumento
do volume sazonal de chuvas e finalização da colheita, a Paridade bomba gasolina C
tendência é de redução mais forte da oferta, o que não está e hidratado - SP
acontecendo nesta safra. 85,0%

80,0%

As saídas de etanol hidratado das usinas aumentaram em 75,0%


novembro em 27,2% comparado com o mesmo mês de 2022, 70,0%
porém foram 6% menores do que o mês anterior. O maior
65,0%
volume de vendas de etanol está relacionado às paridades 61,5%
nas bombas, que estão abaixo dos 70% em 9 estados, sendo 60,0%

que, em São Paulo, a paridade permanece em 62%. 55,0%


Jun

Out
Ago
Abr
Mai

Jul

Mar
Jan
Nov
Set

Fev
Dez

Com isso, segundo o MAPA, os estoques de etanol das usinas 2020/21 2021/22 2022/23 2023/24

do Centro Sul atingiram 10,98 milhões de m³ no final de Fonte: ANP


novembro, volume histórico para o período. Dada a produção
em andamento e o estoque elevado, os preços estão
pressionados, e as paridades nos principais estados
consumidores estão baixas para aumentar a demanda de
biocombustível.

A estimativa para o próximo mês é de que a demanda


continue fortalecida, as paridades devem permanecer abaixo
dos 70% no período de entressafra nos principais estados
consumidores de hidratado.
Não Corporativo
Trigo

Preços de trigo mudaram a trajetória dada a redução da safra

A finalização da colheita consolidando as perdas e


definindo o tamanho da safra mudou a tendência do
Preços de trigo nas
mercado de trigo nacional. Se no começo da safra, era
principais praças
estimada safra recorde e folga no balanço, o El Niño não 550 2550
apenas reduziu a produtividade mas também a qualidade 500
2250
do cereal, o que prejudicou a disponibilidade física. Nessa 450

mudança de conjuntura, a commodity alterou a trajetória


1950
400

USD / ton

R$ / ton
de preços locais. 350 1650

300
1350

No relatório divulgado pela CONAB em dez/23, a produção


250
1050
200
de trigo foi estimada em 8,1 MM de t em 2023/24, reajuste 150 750
negativo abrupto de 15,5% frente à projeção de nov/23,
com a percepção consolidada após a colheita nacional. Em
comparação à safra anterior (2022) essa redução é de EUA Argentina França

22,8%. Rússia Brasil

Fonte: Cepea ,CBOT, Itaú BBA


Com a menor oferta dos últimos 4 anos, e o consumo e as
exportações firmes no mesmo intervalo, a relação Preços farinha de trigo em
estoque/consumo, veio para o menor patamar histórico atacado
recente, em 1,9% em 2023. Além disso, segundo alguns SP PR RS

agentes do mercado, cerca de 1/3 da oferta do trigo deve 5.500

ser direcionada para ração em função da baixa qualidade 5.000


do cereal, colhido com precipitações elevadas. 4.500
4.697
R$ / tonelada

4.000 3.981
Em função dessa oferta menor e com qualidade restrita, 3.725

bem no momento de aquisição de estoques por parte da


3.500

indústria, houve necessidade de elevar as compras no


3.000

exterior, fazendo com que os preços caminhassem para a 2.500

paridade de importação. No RS, região mais impactada 2.000

pelas chuvas, os preços ganharam força em dezembro,


subindo 2,6% em relação ao mês anterior, cotados acima Fonte: Conab

de R$ 1.200/t.

Não Corporativo
Trigo
Preços internos devem se manter firmes

No último relatório do USDA, o destaque foi o aumento de


3 MM de t na produção global de trigo, puxada pelos
ajustes nas produções do Canadá e Austrália. Mas, sem
grandes alterações no balanço global, a produção deve
somar 783 MM de t, enquanto os estoques finais cairão Balanço global de trigo (MMT)
para 258 MM de t.
20/21 21/22 22/23 23/24p Var.

No Brasil, mesmo num momento de colheita, os preços Produção 773 780 790 783 -0,8%
devem continuar sustentados e em patamares elevados Importação 194 200 212 207 -2,4%
frente às cotações no início da safra, quando o cenário do
cereal era folgado e com níveis de exportações elevados. O Exportações 778 789 783 794 1,4%

cenário para indústria acabou se mostrando o contrário do Consumo 203 203 220 207 -6,0%
esperado anteriormente, com disponibilidade baixa de
Estoques finais 284 272 270 258 -4,3%
trigo de qualidade e necessidade de importação elevada,
ou seja, a paridade de importação deve continuar a reger E/C 36,6% 34,5% 34,4% 32,5%
os preços até o 2º semestre do próximo ano, quando o Fonte: USDA

tamanho da próxima safra deverá nortear o mercado


interno. Importações de Trigo

Além dos preços mais elevados, volumes de outras origens 10,0 600

extra-Argentina devem ganhar força tanto em função de 9,0

266
362 320
233
400

218
qualidade quanto de volume, visto que a Argentina
8,0

também deve ter uma safra de qualidade reduzida e os


200

7,0
Mil toneladas

6,0
5,48 5,57 5,40
preços em outras origens estão competitivos quando 4,90
0

5,0

postos no Brasil, caso da Rússia, por exemplo, que já 3,46


-200

4,0

representa 23% do trigo importado no mercado nacional


3,0

-400

nesse ano, em que a necessidade de aquisições externas


2,0

-600

1,0

foi menor. 0,0 -800

2019 2020 2021 2022 2023

Outro movimento que chama atenção, é o do valor da Volume acumulado (Jan-Nov)

farinha no atacado, que vem cedendo, enquanto para o Preços médios

próximo ano o custo deve se manter. A negociação com o Fonte: SECEX


varejo deve ser mais desafiadora principalmente nos
meses iniciais do ano quando este elo geralmente tem
dificuldades de repasse diante do consumo enfraquecido.

Não Corporativo
Arroz

Baixa disponibilidade elevou ainda mais os preços

As exportações fluindo e a baixa oferta interna impediram


os preços de ceder, enquanto a indústria apresenta Preços médios mensais de
dificuldade de repasse de preços no mercado interno. Além arroz em casca - RS
disso, os números da próxima safra seguem em aberto, 140
127
sujeitos aos efeitos do El Niño principalmente no RS, o que
120 113
mantém a disponibilidade futura incerta. 101 104
100 91 93
87 86 88 85
Segundo o indicador de preços do CEPEA, a média das 82 84

R$/saca
80
cotações do arroz em casca na principal praça, o estado do
RS, subiu 10,5% até a 3ª semana de dezembro, com mais 60
um mês de preços atingindo patamares recordes, em torno
de R$ 130/sc nas praças gaúchas. 40

Jun

Out
Ago
Mar
Abr
Mai

Jul

Nov
Fev

Set

Dez
Jan

Ainda é cedo para alterações robustas quanto à produção 2020 2021 2022 2023

Fonte: CEPEA,
dessa safra, que está em campo, mas segundo a Conab, a
produção 2023/24 deverá ser de 10,78 MMT, ajuste negativo
Preços médios mensais de
de 0,3% frente ao relatório de novembro. O impacto dessa
arroz branco beneficiado em
revisão no balanço foi, principalmente, nos estoques finais,
SP
indicando volume de 1,6 MMT enquanto a relação 180
estoque/consumo caminhará para 15,9%, mesmo num 160
155
144
cenário de aumento de produção de 7,5% frente à safra 136
R$/fardo (30kg)

140 126 129


passada. Ainda vale destacar que algumas regiões do RS 121 122 122 122 122 120 122
120
seguem com o plantio atrasado em função do El Niño,
100
assim como nos estados do Norte/Nordeste, também
80
atrasados.
60

Os preços do arroz agulhinha tipo 1 no atacado em SP, 40


Out
Abr

Jun
Jul
Ago
Mar

Mai
Fev

Nov
Set

Dez
Jan

maior praça consumidora, subiram acima do arroz com


casca. Até a 3ª semana de dezembro, as cotações do
2020 2021 2022 2023
produto beneficiado avançaram 13,8% frente ao mês de Fonte: IEA
nov/23, indicando preços médios de R$ 160/ fardo (30 kg).
Mesmo assim, o spread da indústria segue negativo, visto
que os repasses das vendas dos meses anteriores foram
aquém do movimento de alta da matéria-prima.

Não Corporativo
Arroz

Margem da indústria deve continuar pressionada em janeiro

A necessidade de aquisições pela indústria deve manter


os preços firmes. No entanto, para os produtores que
ainda dispõem de arroz, vale a atenção à possibilidade de
as importações elevarem a oferta do cereal em janeiro.
Balanço de arroz- Brasil, MMT
MMt 2020/21 2021/22 2022/23 2023/24 Var.%
A consequência do atraso de plantio devido ao regime de
chuvas intensas nas últimas semanas deve ser maior Produção 11.766 10.781 10.030 10.786 7,5%
dificuldade na formação de estoques por parte da
indústria até fevereiro/março, quando um volume Importação 1.004 1.212 1.400 1.400 0,0%

expressivo deve chegar ao mercado, sustentando os Consumo 10.832 10.250 10.250 10.250 0,0%
preços.
Exportação 1.144 2.111 1.800 2.000 11,1%

Contudo, os elevados preços internos começarão a Estoque


Final 2.682 2.314 1.694 1.630 -3,8%
competir com o produto importado de praças não E/C 24,8% 22,6% 16,5% 15,9%
tradicionais. Já há embarcações adquiridas para o Brasil Fonte: CONAB
cuja a origem é a Tailândia, praça não comum aos
compradores domésticos. Isso deve dar mais liquidez ao Margem de contribuição –
mercado antes da chegada da colheita, podendo frear Arrozeira – RS
6,0 50%
novas altas, mas sem quedas significativas até a
consolidação da safra. Até lá, a indústria deve entrar 5,0 40%

pontualmente no mercado para completar suas 30%

Margem Bruta (%)


4,0

necessidades. Ao produtor que ainda tem arroz, o 3,0


20%

momento de pico de preços pode estar perto, de modo


R$ / kg

10%
2,0
que, negociações pontuais com bons níveis de margens 0%

podem ser um cenário favorável. 1,0 -10%

0,0 -20%

Para indústria, no mês de dezembro, houve repasses mais


significativos para os atacadistas/varejistas mas ainda Margem Bruta - Processadora

aquém do que originação do cereal pediu, gerando saldo Atacado Agulhinha T1


Arroz em casca RS
negativo para as margens das processadoras. O mês de Fonte: CEPEA, IEA, Itaú BBA
janeiro ainda deve ser de cintos apertados do ponto de
vista de margens, visto que tende a ser um mês com
dificuldade de repasses para compradores e ainda com
perspectiva baixa disponibilidade de matéria-prima. Além
da atenção aos estoques para as entregas, o destaque
também vai para a liquidez no fluxo de caixa nesse
momento de margens prejudicadas e oferta limitada.

Não Corporativo
Fertilizantes

Redução da demanda pressiona os preços dos macronutrientes

A demanda dos principais macronutrientes continua fraca


com o final do plantio das safras indianas e de soja no Brasil,
o que reduz os preços no mercado internacional. Com
exceção do MAP, os outros macronutrientes permanecem Preços de fertilizantes nos
pressionados, o que deve seguir no próximo, até os EUA e a portos locais
China começarem as aquisições em meados de fevereiro.
1.400

No mercado de nitrogenados, os preços da ureia 1.200

desvalorizaram por dois principais motivos. O primeiro é a 1.000

redução da demanda sazonal de Índia, com o final do


USD/t
800
plantio das duas safras, e no Brasil, com a diminuição dos
investimentos com as perspectivas ruins para a safrinha. O 600

segundo é a redução das cotações de gás natural, em 400

função da menor demanda pelo Hemisfério Norte com as 200


temperaturas mais amenas. As perspectivas são de preços
enfraquecidos com a demanda menor até o início das
MAP - CFR - Brasil Ureia - CFR - Brasil
compras de EUA e China em meados de fevereiro. Potássio - CFR - Brasil
Fonte: Eikon

Nos fosfatados, mesmo com a demanda enfraquecida no


momento, as restrições de exportação do macronutriente Relação de troca KCl x Milho
chinês fortaleceram os preços internacionais do MAP, dada 80

a redução da disponibilidade no mercado global. No Brasil, a 70

tendência é de preços estáveis com a diminuição das 60


sacas/tonelada

compras e redução da oferta global. Os preços 50

internacionais de MAP podem continuar sustentados com a 40

redução das exportações da China, que visa abastecer o 30

mercado interno. 20

Intervalo 5 Safras Média


Em relação aos potássicos, também há poucos negócios 2020 2021
acontecendo com redução da demanda. Os preços vêm 2022 2023

desvalorizando, porém menos que nos nitrogenados dada a


Fonte: Eikon
concentração dos vendedores. A perspectiva é de preços
mais baixos no início de 2024 com as aquisições em volumes
baixos até o início das compras de EUA e China. O ponto de
atenção serão as compras chinesas, dado que, de janeiro à
novembro, o país importou cerca de 10,4 milhões de
toneladas de Cloreto de Potássio, representando 32,5% a
mais que a média dos últimos 4 anos, o que pode indicar
compras menores do país em 2024.
Não Corporativo
Acompanhe nossos
conteúdos
Escaneie nosso QR Code ou clique nos links abaixo para acessar nossos
canais

Relatórios Recentes

Podcasts Prosa Agro

Academia da Governança Agro

Consultoria Agro Consultoriaagro@itaubba.com


Mesa de clientes Mesaclientesagro@itaubba.com
Fone 011 3708 8130

/ Itaú BBA

Não Corporativo
Informações Relevantes
1. Este material foi desenvolvido e publicado pelo Itaú Unibanco S.A. (“Itaú Unibanco”) e não deve ser considerado
um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 598, de 3 de maio de 2018 ou como consultoria
de valores mobiliários para os fins do artigo 1º da Instrução nº 592, de 17 de novembro de 2017.
2. Este material tem objetivo meramente informativo e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma
oferta de compra e/ou venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra e/ou venda de qualquer
instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As
informações contidas neste documento foram consideradas razoáveis na data em que o relatório foi divulgado e
foram obtidas de fontes consideradas confiáveis e passíveis de divulgação. Entretanto, o Itaú Unibanco não dá
nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou
exatidão dessas informações. Este material também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida
dos mercados ou desdobramentos nele abordados. O Itaú Unibanco não possui qualquer obrigação de atualizar,
modificar ou alterar as informações nele contidas e informar o respectivo leitor.
3. Este material não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer outra pessoa, no todo ou em parte,
qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito do Itaú Unibanco. O Itaú Unibanco e/ou
qualquer outra empresa de seu grupo econômico não se responsabiliza e tampouco se responsabilizará por
quaisquer decisões, de investimento ou e outra, que forem tomadas com base nos dados aqui divulgados
Observação Adicional: Este material não leva em consideração os objetivos, situação financeira ou necessidades
específicas de qualquer cliente em particular. Os clientes precisam obter aconselhamento financeiro, legal, contábil,
econômico, de crédito e de mercado individualmente, com base em seus objetivos e características pessoais antes
de tomar qualquer decisão fundamentada na informação aqui contida. Ao acessar este material, você reconhece
que este contém informações proprietárias e concorda em manter esta informação somente para seu uso exclusivo.

Corporativo | Interno
ConsultoriaAgro@ItauBBA.com

Não Corporativo

Você também pode gostar