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Rabobank AgroInfo

Março 2021

RaboResearch Food and Agribusiness Março 2021


Rabobank Agroinfo
Pressure on oglobal
Projetamos dólarwheat prices
em 5,15 remains,
reais ao fim with global
de 2021. Um cash prices
maior remaining
ritmo at subdued
de vacinação levels.diminuir
permitirá This is despite
o risco afiscal
Fertilizantes
Câmbio recent bounce
decorrente in CBOT Wheat
da pandemia, prices,
retomar which have
a economia followed soybeans
e normalizar a taxa de and
juros,corn higherviés
trazendo in recent weeks. ao real.
de apreciação

Importações recordes confirmam a antecipação da demanda de fertilizantes. Poder de compra do agricultor em


Farmgate prices are on hold for this season, as the commodity price crunch softens exports returns.
Câmbio
Fertilizantes patamar elevado deve puxar crescimento da demanda estimado em 4% para 2021.

Os preços (de açúcar, etanol e cana) seguem firmes. O impacto do clima sobre a produtividade da cana na nova
Açúcar e Etanol safra de 2021/22 ainda é incerto.

Com oferta mais apertada, Rabobank projeta preços de café em Nova Iorque fortalecidos, entre USD 1,25 e
Café 1,40/lp. Os atuais estoques brasileiros e incertezas na demanda ainda devem limitar os preços e gerar volatilidade.

Safra recorde, elevados níveis das cotações internacionais aliado a desvalorização cambial, trazem suporte para os
Soja preços praticados em reais.

Baixos estoques, perdas relacionadas à produtividade da safra verão e o atraso na semeadura do milho oferecem
Milho suporte às cotações do grão no mercado interno.

Após recorde de volume produzido de algodão na safra 2019/20, exportações seguem batendo recorde mensais.
Algodão Estimativa para a safra 2020/21 é de redução de área e produção da safra brasileira.

Demanda menor não pressionou o preço do boi gordo devido às chuvas irregulares e ao ciclo pecuário. Volta dos
Boi embarques para a China e novo auxílio emergencial podem impulsionar recuperação sazonal da demanda.

Safra 2020/21 se encerra em São Paulo e o mercado aguarda alguma recuperação na oferta em 2021/22. Estoques
Suco de Laranja ainda confortáveis limitam alta dos preços do FCOJ nos mercados globais.

Demanda sofre com o fim do auxílio emergencial e recrudescimento da pandemia. Oferta perde dinamismo com
Leite aumento recorde dos grãos no mercado local.

Rally global de preços impulsiona receitas e margens da indústria brasileira. Demanda deve continuar firme no
Celulose segundo trimestre.
Incertezas maiores que a expectativa
Em relação à pandemia, o Brasil termina o primeiro trimestre na contramão do mundo. Enquanto a
tendência global é de arrefecimento da curva de contágio, internamente, a situação sanitária ainda se
deteriora e é provável que março e abril marquem a fase mais aguda da crise, com sucessivas altas nos
números de novos óbitos e na utilização de leitos de UTI. Como consequência, devemos ver a manutenção
ou até o endurecimento de restrições a movimentação adentrando o segundo trimestre, enquanto a
velocidade de vacinação não atinge os níveis necessários para aliviar os sistemas de saúde. Nossas
projeções apontam para o PIB crescendo 3,2% em 2021 e 2,2% em 2022. A recuperação econômica no
segundo semestre de 2020 foi robusta, e fez com que a queda da produção brasileira ficasse aquém da
inicialmente estimada. Contudo, o agravamento da pandemia no início do ano e as novas medidas de
isolamento social vão pesar na recuperação da economia no primeiro semestre. A partir da segunda
metade do ano, contamos com a melhora no ritmo de vacinação, abrindo espaço para um crescimento
mais vigoroso, apesar do ainda complicado quadro no mercado de trabalho.
Para a inflação, estimamos o IPCA em 3,9% em 2021 e em 3,5% em 2022. As pressões nos preços dos itens
comercializáveis, advindas da combinação de moeda desvalorizada e preços crescentes das commodities,
têm se mostrados mais persistentes que o esperado, mesmo em meio a alta ociosidade no mercado de
trabalho. Para evitar que as expectativas de inflação se desancorem no horizonte relevante, o Banco Central
precisou iniciar o processo de normalização de política monetária, que deve se estender até meados de
2022. Em nosso cenário, a Selic chegaria ao final de 2021 em 4,50% e em 5,50% em 2022. A elevação dos
riscos fiscais, associada à necessidade de novos programas de sustentação de renda, contribui com a
manutenção dos prêmios de riscos nos ativos brasileiros, incluindo juros e câmbio. Entretanto, a redução do
diferencial de juros, uma melhor perspectiva para a vacinação e ainda algum espaço para avanço na
agenda de consolidação fiscal são os vetores que podem trazer o real para um valor mais próximo do justo,
que nós atualmente vemos em 5,15 e 5,05 para 2021 e 2022, respectivamente.

Pontos de Atenção:
• Como risco de depreciação, o ritmo de vacinação abaixo do esperado aumenta a probabilidade de
deterioração das contas públicas. Externamente, uma eventual retirada dos estímulos monetários
Câmbio •
nas principais economias impõe um desafio aos ativos de países emergentes.
Atuando na outra direção, a aceleração na distribuição de vacinas também tem papel importante.
Surpresas positivas na agenda de consolidação fiscal também atuaria na descompressão dos
prêmios de risco dos ativos locais.
Projetamos o dólar a R$5,15 para 2021

Projeção do dólar (BRL/USD)

5.80

5.15
5.30

4.80 5.05

4.30
USD/BRL

3.80

3.30

2.80

2.30

1.80
Global wheat stocks have reached record highs, while the stocks-to-use ratio sits at a comfortable 32%, the highest level
since 2002. This is likely to keep wheat prices range bound throughout 2016.
Câmbio realizado Câmbio projetado

Fonte: Rabobank, Bloomberg


Importações em ritmo acelerado
As importações de fertilizantes nos dois primeiros meses do ano foram 50% maiores que em igual período
de 2020. De acordo com dados da Secex, as 5,7 milhões de toneladas desembarcadas até fevereiro são as
maiores da história. Os maiores aumentos foram vistos para o KCl, o Sulfato de Amônio e o MAP, com
aumentos de 860 mil, 260 mil e 188 mil toneladas, respectivamente, em relação ao ano passado.
Esses altos volumes de produto importado no início do ano são um reflexo das antecipações das compras
de insumos observadas desde julho do ano passado e sinalizam para uma demanda aquecida em 2021.
Apesar do aumento dos preços de fertilizantes entre 25% e 55% em dólar, nesse ano, as altas das
commodities tem mantido o poder de compra do agricultor em patamares atrativos. Neste cenário o
Rabobank projeta um crescimento da demanda de fertilizantes em 2021 na ordem de 4%, com um volume
próximo a 40,6 milhões de toneladas.
A alta intensa dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, tem fomentado a retomada
dos valores dos fertilizantes nesse início de ano, após um ano de cotações abaixo da média. Com alta de
55% no ano, os fosfatados merecem especial destaque dado à forte demanda simultânea do Brasil e dos
EUA. Por lá, além da expectativa de aumento de demanda, os importadores anteciparam as compras na
tentativa de escapar do aumento da tarifa de importação que deve entrar em vigor em abril. O aumento da
disponibilidade de produto chinês do mercado, somado à redução das compras nos EUA devem pressionar
os preços para baixo a partir de abril.
Os nitrogenados, que valorizaram 40% em dólar nesse ano, tendem a sofrer pressão de alta com o retorno
dos leilões de compra da Índia em março e abril. Por outro lado, a redução da demanda do hemisfério
norte em abril deve forçar quedas de preços no próximo trimestre. Com aumentos mais modestos, de 25%
no ano, o KCl atingiu o patamar de US$ 315/t em março nos portos do Brasil e deve permanecer
relativamente estável até o segundo semestre.

Pontos de Atenção:
• Preços dos fertilizantes nitrogenados e fosfatados devem recuar no segundo trimestre, com a
redução da demanda no hemisfério norte e maior disponibilidade de exportação dos produtores.
Fertilizantes • Os preços das commodities ainda podem oscilar bastante com as previsões de clima nos EUA e na
Europa e, movimentos de alta podem frustrar quedas maiores nos preços dos fertilizantes.
Preços sobem entre 25% e 55% no ano

Preços dos fertilizantes - mercado internacional Importação de fertilizantes em Jan–Fev/2021 é


março/2019 – março/2021 50% maior que no ano anterior
4.0
600
3.5
Preço fertilizantes (USD/toneladas)

Voume (Milhões de Ton)


525
3.0
450
2.5
375
2.0

300
1.5

225
1.0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
150
mar-19 jul-19 nov-19 mar-20 jul-20 nov-20 mar-21
2019 2020 2021
Ureia - Oriente Médio DAP - EUA KCl - Brazil

Source: Bloomberg (2021) Source: Secex (2021)


Nas alturas
Neste último trimestre do ano-safra 2020/21 os preços internacionais, tanto do açúcar quanto do petróleo
estão nas alturas, enquanto o real continua fraco. O preço doméstico de açúcar (ESALQ) permanece acima
de R$ 100/saca desde novembro 2020, enquanto o preço ESALQ de etanol hidratado bateu R$ 2,90/litro
em março, um nível espetacular mesmo em plena entressafra.
Para a grande maioria das usinas cujos balanços se fecham no final de março, os recentes preços vão fazer
com que os resultados já previstos como bons, sejam ainda melhores. Os fornecedores também têm
motivo para comemorar, com o preço Consecana (SP) acumulado para 2020/21 chegando perto de R$
0,75/quilo ATR, especialmente quando comparado com os R$ 0,66/quilo ATR da safra anterior.
A expectativa é que uma boa parte do apoio atual para os preços internacionais permaneçam nos
próximos meses. Apesar das exportações recordes de açúcar do Brasil, a oferta global continua equilibrada
dada a menor disponibilidade de exportações de origens como a Índia, Tailândia e Europa. No caso do
petróleo, a OPEP e seus parceiros recentemente resolveram manter as cortes na produção, apesar, da
elevação do preço. Além disso, o fluxo de recursos de investidores financeiros para os mercados de
commodities (das quais, a maior, é o próprio mercado de petróleo) como uma estratégia de hedge contra
a inflação, continua forte. Assim, por enquanto, apesar da volatilidade recente (o petróleo caiu 7% no dia 18
de março), a perspectiva para o preço de petróleo continua positiva.
Mesmo com as condições de mercado favoráveis, o impacto do clima na nova safra que permanece
incerto. Em fevereiro, a precipitação em quase todas as principais regiões de cana no centro-sul ficou bem
abaixo do normal e o risco de que a produtividade do canavial seja prejudicada, depois da seca prolongada
em 2020, voltou a preocupar. Por enquanto, o Rabobank opera com uma projeção preliminar da moagem
em 2021/22, de 575 milhões de toneladas, e um mix de 47% para açúcar.

Pontos de Atenção:

Cana, açúcar • Novas medidas restringindo a atividade e a circulação têm sido implementadas recentemente ao
redor do país para controlar o agravamento da pandemia. A aderência a essas medidas e a duração
delas são incertas. E o impacto na demanda para combustíveis terá que ser acompanhado nas

e etanol •
próximas semanas.
O atraso na colheita da soja poderia, como no ano passado, ampliar a concorrência entre a soja e o
açúcar para capacidade de logística de exportação nos próximos meses.
Nas altas

Preços do açúcar bruto em Nova Iorque e Balanço oferta/demanda de açúcar no


etanol (anidro e hidratado) no Brasil, mundo, 2013/14 – 2021/22p
março 2019 – março 2021

Fonte: Bloomberg Fonte: ISO, Rabobank


Preços elevados diante de incertezas
Um ano após o seu início, a pandemia da Covid-19 continua impactando os mercados. Desde o final de
março 2020 até o momento, os preços das commodities agrícolas (índice BCOMAG) subiram 45,1%, porém
o café subiu apenas 17% (ICE-NY). Mesmo assim, olhando para o mercado local, a depreciação do real
brasileiro colaborou para que as cotações de café atingissem patamares recordes em março 2021, em
média R$ 740/saca (60 quilos), 33% maior em relação a 12 meses. Diante deste cenário, o produtor
brasileiro aumentou o interesse por operações de barter e hedge, em especial para safras futuras.
Um dos fatores que justificam esse aumento nos preços, é a perspectiva negativa em relação à colheita
2021/22 brasileira. Além da bienalidade produtiva menor, problemas climáticos impactaram seriamente a
safra. O Rabobank estima o atual ciclo em 56,2 milhões de sacas, sendo 36 milhões do tipo arábica. Isto
representa uma queda de 26,5% em relação a 2020/21, para o arábica. Dependendo do desenvolvimento
dos grãos, novas reduções não estão descartadas. Paralelamente, existe uma grande preocupação sobre a
qualidade da safra devido à irregularidade das chuvas durante o ciclo.
A oferta em outras regiões gera dúvidas. No atual ciclo, Honduras e Vietnã vêm apresentando quedas
acentuadas nas exportações em relação à 2019/20. Em 2020/21, as colheitas no Vietnã e Honduras são
estimadas em 28,8 e 6,2 milhões de sacas, respectivamente. Por outro lado, a safra colombiana parece
progredir bem, e para a temporada 2020/21 são esperados 14,1 milhões de sacas.
Apesar de problemas na oferta, incertezas ainda pairam sobre a demanda. Mesmo com um cenário
promissor, com a ampliação das vacinações, as atuais restrições nas mais diversas regiões consumidoras
devem limitar a demanda de café no S1 2021. Adicionalmente, o Brasil possui grandes estoques de café de
sua última safra para abastecer o mercado, lembrando de suas recentes exportações e o aumento de sua
participação nos estoques da ICE-NY. Esses fundamentos ainda devem limitar as cotações no curto prazo.
Neste contexto de volatilidade, aumento da participação dos fundos não-comerciais e incertezas na
demanda, o Rabobank projeta os preços de café em Nova Iorque acima de USD 1,15/lp (USD 1,25-1,40/lp).
Pontos de Atenção:
• No Brasil, as recentes chuvas favoreceram o enchimento de grãos em 2021/22 e recuperação das
lavouras para 2022/23. O clima será um fator importante nas próximas semanas para a atual

Café •
safra e potencial produtivo da próxima.
Com receio de uma ruptura na cadeia logística, torrefadores estão trabalhando com estoques
maiores de café. Esse aumento pontual na demanda deve continuar por um tempo.
• Monitorar a situação das novas variantes da Covid-19, o ritmo de vacinação e flexibilização das
medidas de restrição no mundo. Estes fatores impactam na recuperação do consumo.
Diante de um deficit em 2021/22, os preços de
café atingem patamares recordes no Brasil
Preços de café na ICE-NY e Cepea-Brasil, Balanço global de café,
março 2015 a março 2021 2016/17 a 2021/22p

800 200 12.0 50%

Superavit/deficit (milhões de sacas - 60kg)


750 10.0 0.9 45%
180 40%
700 8.0
650 35%
160 6.0

Estoque/uso (%)
CEPEA (R$/saca)

ICE-NY (Usc/lp)
600 9.7 30%
4.0 2.4
550 140 25%
2.0
2.8 20%
500 0.8
120 0.0
450 15%
-2.0 -3.4
10%
400
100 -4.0 5%
350
-6.0 0%
300 80
set-17

set-18
mar-15
set-15
mar-16
set-16
mar-17

mar-18

mar-19
set-19
mar-20
set-20
mar-21

CEPEA-Brasil ICE-NY Arábica Robusta Estoque/Uso

Fonte: Bloomberg Fonte: Rabobank


Safra e preços recordes
Mesmo com chuvas irregulares desde o início da semeadura que persistem durante a colheita, o Rabobank
estima que a safra de soja deva alcançar níveis recordes durante a temporada 2020/21. Um aumento de
3,5% na área plantada de soja, bons volumes de chuvas durante os meses de novembro e dezembro
devem levar o Brasil a produzir 133 milhões de toneladas de soja durante a temporada 2020/21. Apesar da
safra recorde, os estoques de passagem em 2021 devem permanecer em baixos níveis, impulsionado pela
exportação e esmagamento.
A avançada comercialização da soja 2020/21, a antecipada compra de soja pelo mercado chinês, aliada à
competitividade da oleaginosa brasileira em dólares, estão dando suporte às cotações do grão. Os elevados
preços que vem sustentando uma margem atrativa, indicam um aumento da área de soja para a
temporada 2021/22. O Rabobank projeta uma expansão na área plantada de 3,1 a 3,6%, em relação à safra
atual.
Apesar de uma nova onda da peste suína africana ter voltado a afetar o rebanho suíno chinês, é esperado
um pequeno atraso no restabelecimento da demanda por ração animal, porém, ainda é esperada uma
recuperação em relação a 2020. Vale ressaltar que as projeções do Rabobank indicam um aumento de 7 a
8% do consumo de ração animal durante o ano de 2021. Parte deste aumento deve acontecer pela
retomada da demanda por ração animal do setor de suínos, que deve ter um aumento de 11% em 2021, se
comparado a 2020.

Pontos de Atenção:
• Evolução da peste suína africana, outras doenças que podem afetar o rebanho chinês e o
consumo de soja do maior importador do mundo.
Soja • Estimativa da área plantada americana em detrimento de outras culturas, que será
determinante para a oferta global da oleaginosa.
Queda na relação Estoque/Consumo sustenta
preços
Preço em Chicago vs. Mato Grosso, Relação E/C mundial,
março 2019 – março 2021 2013/14 – 2020/21
170 16
120 40%
160

Estoques finais (milhões de ton)


150 14 35%

Relação estoque/consumo (%)


100
140
Soja Sorriso (R$/Saca de 60kg)

Soja Chicago (USD/Bushel)


130 30%
12
120 80
110 25%
10
100
60
90 20%
8
80
40
70 15%
60 6
50 20 10%
40 4
mar-19 out-19 mai-20 dez-20

Mato Grosso CBOT Estoques Finais Relação estoque/consumo


Source: Bloomberg Fonte: ICAC
Baixos estoques e preços atrativos
Apesar de atingir a maior produção da história de milho na safra 2019/20, superando 102 milhões de
toneladas, a demanda doméstica robusta somada às exportações ao longo de 2020 pressionaram os
estoques brasileiros e fizeram com que os preços apresentassem suporte e consecutivas altas. Em relação à
safra 2020/21, o atraso do plantio do milho safrinha e a produtividade abaixo do esperado para a safra
verão devem impactar o programa de exportação em junho/21. A baixa disponibilidade do grão deve
limitar o início do programa de exportação brasileiro, o que deve favorecer as exportações de soja.
Nos Estados Unidos, soja e milho enfrentam estoques finais baixos e elevados preços em CBOT. Porém, é
esperado que o aumento da área de soja seja superior ao aumento da área de milho. Indicativos de que os
preços devem seguir suportados em 2021. Associado a esse cenário de preços, temos um novo recorde no
consumo global de milho, com a China adicionando uma demanda de 30 milhões de toneladas nas
exportações globais, o que deve levar as exportações mundiais a um aumento de aproximadamente 15%
em 2021
O clima no território sul-americano vem evidenciando os riscos em relação à produção de milho. A
escassez de chuvas na Argentina e o excesso de chuvas em algumas regiões brasileiras adicionam
incerteza em um cenário de demanda global aquecida. Além disso, vale destacar a redução da relação dos
estoques mundiais e do consumo de milho.

Pontos de Atenção:
• Clima pode afetar a produtividade esperada para a campanha 2020/21, visto que parte da área

Milho
brasileira de milho safrinha foi plantada fora da janela ideal.
• Impactos no aumento da demanda global de milho para os principais exportadores da
commodity.
Demanda aquecida sustenta preços

Preços do Cereal: Campinas vs CBOT Relação E/C mundial


maio de 2019 – março de 2021 2013/14 – 2020/21
100 6.0 400 35%
Milho Campinas (R$/Saca de 60kg)

90 5.5 350

Relação estoque/consumo (%)


Estoques finais (milhões de ton)
Milho Chicago (USD/Bushel)
30%
80 300
5.0
70 250 25%
4.5
200
60
4.0 150 20%
50
3.5 100
40 15%
50
30 3.0
0 10%
20 2.5
mar-19 out-19 mai-20 dez-20

Campinas CBOT Estoques Finais Relação estoque/consumo

Fonte: Bloomberg Fonte: USDA


Preços altos e redução da área
Após registrar a maior produção de sua história na safra 2019/20, quando produziu 3,0 milhões de
toneladas de algodão em pluma, o Brasil também registrou recordes de exportação da fibra durante a
campanha de 2020. Segundo dados da Secex, de setembro/20 a fevereiro/21 (6 meses), o país exportou
aproximadamente 1,6 milhão de toneladas de algodão, 10% acima quando comparado ao mesmo período
do ano anterior.
A expectativa para a campanha 2020/21, apesar dos preços atrativos, é de uma redução de 14% da área de
algodão, devido aos elevados preços de soja e milho. Com o atraso da semeadura, o risco climático
evidencia um possível risco relacionado a produtividade e da qualidade da fibra. A estimativa de produção
no Brasil, seguindo a linha de tendência de produtividade, indica para um volume entre 2,3 e 2,6 milhões
de toneladas de pluma produzidos na safra 2020/21.
Além da já esperada redução da área brasileira destinada à cotonicultura, o cenário em relação à área
americana, ainda é incerto. A melhora das margens tem levado a uma disputa acirrada entre as principais
commodities (soja, milho, algodão).
Após uma retração da demanda global de algodão em 2020, em decorrência da pandemia da Covid-19 e
da retração econômica, é esperada uma recuperação na demanda global por algodão em 2021. A
expectativa do Rabobank é de um aumento de 13% em relação a 2019/20, um total de 24,6 milhões de
toneladas de algodão. Enquanto para a safra 2021/22 é projetado um consecutivo aumento de 4%, o que
deve indicar uma recuperação total da demanda pós-Covid-19.

Pontos de Atenção:
• Rabobank estima estabilidade da área de algodão nos Estados Unidos, porém, cenário ainda
incerto devido à alta dos preços e de commodities alternativas.
Algodão • Desenvolvimento da safra brasileira, e o potencial risco relacionado à produtividade e a
qualidade da fibra, devido ao atraso da semeadura da cultura.
Alta dos preços de algodão

Preço da pluma em MT vs NY, Consumo deve crescer mais que oferta


março de 2020 – março de 2021 2012/13 – 2020/21
105.0
25 100%
140

Estoques finais (milhões de ton)


95.0

Relação estoque/consumo (%)


20 80%
Algodão Rondonópolis (R$/@)

Algodão NY (USd/lp)
120 85.0

15 60%
75.0
100

65.0
10 40%
80
55.0
5 20%
60 45.0
mar-19 out-19 mai-20 dez-20

Mato Grosso Algodão NY Estoques Finais Estoque/Consumo

Fonte: Bloomberg Fonte: USDA


Retomada da China traz novo fôlego
Com os níveis de precipitação recuperados em boa parte das regiões produtoras, a qualidade das
pastagens tem melhorado, porém, a oferta de animais para abate ainda está abaixo da demanda, que já é
considerada menor nessa época do ano. Com as escalas de abate ainda mais curtas que o mesmo período
do ano anterior, e por conta do ciclo pecuário, os frigoríficos têm sido pressionados a ofertar preços
melhores para atender seus compromissos. Resultado disso, é um movimento de valorização atípico no
preço do boi gordo, que já ultrapassou o recorde alcançado no último mês de novembro.
Entre fev./20 a fev./21, os preços do boi gordo, bezerro e ração sofreram forte aumento de 53%, 61% e
112%, respectivamente. Já as cotações do traseiro bovino no atacado tiveram valorização menor, de 45%,
reflexo da queda do poder de compra da população que não permitiu aumentos maiores. A volta dos
embarques para a China após as festividades do Ano Novo, motivadas pela desvalorização do real, e a
baixa liquidez no mercado interno tem feito os preços do Boi-China atingirem diferenças de até R$ 20/@
com relação ao indicador do Cepea. A recente confirmação do novo auxílio emergencial e a redução do
ICMS para as empresas do Simples Nacional em São Paulo podem ajudar no consumo doméstico.
De acordo com a Secex, as exportações fecharam 2020 com novo recorde e aumento de 9% no volume e
de 12% nas vendas. Sendo a China o maior importador e representando 43% do total exportado, seguida
por Hong Kong e Egito. Mesmo com a elevação de 30% nas vendas para a China, nos dois primeiros meses
deste ano houve redução de 6% nos embarques, devido à queda de 32% nas exportações para o Egito e
30% para Hong Kong, que devido à pandemia tem limitado a triangulação desses produtos para a China.
Nas próximas semanas as chuvas devem dar espaço para um clima mais seco, o que tende a elevar a oferta
de animais e pode trazer um cenário de pressão nos preços do boi gordo. Vale lembrar que a recuperação
sazonal da demanda doméstica também está condicionada a celeridade da campanha de vacinação, não
só por conta do serviço de food service, mas também da retomada econômica e do poder de compra do
consumidor com a redução das medidas de isolamento social.

Ponto de atenção
• Movimento de forte valorização nos preços futuros do boi gordo traz oportunidades para o

Boi •
mercado de derivativos e melhora as margens do confinamento para o 2° semestre.
Aumento dos embarques de carne bovina e de grãos nas últimas semanas já impactam na
disponibilidade e preços do frete marítimo. Movimento deve se intensificar ainda mais no curto
prazo.
Retomada da China traz novo fôlego ao setor

Indicador de Preços do Boi Gordo Exportações Brasileiras de Carne Bovina

330 2.5

310

290 2.0
270

Volume (milhões tons)


250
Preços (R$/@)

1.5
230

210 1.0
190

170 0.5
150

130 0.0
fev-18 ago-18 fev-19 ago-19 fev-20 ago-20 fev-21

Média de 5 anos Indicador do Boi Gordo 2019 2020 2021

Fonte: CEPEA, Rabobank Fonte: Secex, Rabobank


Incertezas na recuperação da safra
A safra 2020/21 está se encerrando em São Paulo e a Fundecitrus revisou para baixo a estimativa de
produção para 269 milhões de caixas. A queda representa uma quebra de safra de 30% em comparação à
2019/20 e reflete os problemas climáticos e de floradas menores após uma grande safra no ano anterior.
Olhando a frente, as novas estimativas da safra 2021/22 devem começar a ser publicadas em abril e a
expectativa é que sinalizem alguma recuperação na oferta de laranja. Porém, está claro que será uma safra
tardia dado que às duas primeiras floradas não pegaram e que a terceira florada em novembro foi a
definitiva. O mercado hoje estima que a nova safra poderia atingir 300 a 320 milhões de caixas, o que seria
uma recuperação limitada após uma safra de apenas 270 milhões de caixas em 2020/21. Alguns analistas já
sugerem que a recuperação talvez seja ainda menor, considerando a incidência elevada de greening e o
estresse hídrico que as árvores sofreram por longos períodos em 2020.
Com relação à demanda global, a reabertura das economias em 2021 com o avanço dos programas de
vacinação, devem trazer oportunidades e desafios para a categoria de suco de laranja. O aumento da
mobilidade social e reabertura do turismo, podem trazer aumento de consumo nos canais de foodservice
após quase 18 meses de funcionamento limitado. Porém, as vendas no varejo devem sentir uma demanda
menor a medida em que os consumidores diminuem o consumo de alimentos em casa e voltam a
comprar mais em cafeterias e restaurantes fora do lar.
As expectativas de menor oferta no Brasil e demanda estável ou crescente nos principais mercados
consumidores, têm se mostrados insuficientes para trazer uma alta mais expressiva nos preços do FCOJ. O
mercado ainda enxerga estoques suficientes para suprir a demanda e, os próximos movimentos
dependerão das estimativas da nova safra no Brasil. Na Europa o suco concentrado tem se mantido
próximo de USD 1.800/t em Rotterdam, sem oscilações significativas. Já nos EUA, os contratos futuros
indicam uma leve recuperação nos últimos dias, se aproximando dos 120 Usc/lp, com noticias de geadas
em pomares no México e reduções adicionais para a safra na Flórida.

Ponto de atenção
Suco de •


O avanço da vacinação nos EUA continua no segundo trimestre e pode acelerar a reabertura do
setor de foodservice na maior economia do mundo.
CitrusBR publicou a estimativa de estoques de suco de laranja em 30 de junho para os seus

Laranja associados. De acordo com a associação o nível de estoques no final do ano safra 2020/21 está
estimado em 273 mil toneladas, comparado com 471 mil toneladas em 2019/20.
Preços estáveis apesar de queda na oferta

Exportações brasileiras mensais (FCOJ Preço listado FCOJ Rotterdam


equivalente) 2018 - 2021
160
2,500

140
Exportações (1.000 toneladas FCOJ equivalente)

2,250
120

Preço (USD/ton)
100
2,000

80

1,750
60

40
fev-19 jun-19 out-19 fev-20 jun-20 out-20 fev-21 1,500
jun-18 nov-18 abr-19 set-19 fev-20 jul-20 dez-20

Exportações mensais (FCOJ equivalente)


Média das exportações mensais (36 meses) FCOJ USD/tonelada CFR Rotterdam

Fonte: CitrusBR Fonte: CitrusBR


Demanda pior e custos elevados
A produção de leite no Brasil perdeu força no quarto trimestre de 2020 e avançou apenas 0,6% em
comparação com o último trimestre de 2019. O aumento expressivo dos custos de produção, com o milho
e a soja atingindo patamares recordes no Brasil nos últimos meses, está limitando o crescimento da oferta
no campo. A perspectiva para o primeiro semestre de 2021 continua sendo de oferta em ritmo lento, dado
que as margens dos produtores continuam a sofrer com preços ao produtor estaveis e custo da ração em
alta.
Com relação à demanda por produtos lácteos no Brasil, o fim do auxílio emergencial em dezembro de
2020, trouxe um impacto negativo significativo sobre o consumo no primeiro trimestre de 2021. A inflação
de alimentos se aproxima de 20% em doze meses, e somado ao aumento do desemprego para 14%, o
consumidor sentiu um impacto significativo com o fim do pagamento do auxílio. As empresas lácteas
reportam vendas abaixo do esperado para fevereiro e março, com o enfraquecimento do poder de compra
do consumidor e, também sentem pressão sobre as margens com concorrência de preço acirrada.
O anúncio de uma extensão do auxílio emergencial a partir de abril de 2021, pode trazer alguma
recuperação na demanda no segundo trimestre, mas dependerá também do ritmo da economia. A piora
significativa da pandemia no mês de março no Brasil gera incertezas sobre como será o desempenho da
economia no primeiro semestre do ano como um todo, já que a vacinação avança a passos lentos e o nível
elevado de infecções tem forçado novas medidas de restrições e fechamento de comércio em todos os
estados.
O nível elevado dos preços internacionais dos lácteos devem se manter até pelo menos o terceiro trimestre
do ano, de acordo com as estimativas do Rabobank. Recuperação da demanda na China e nos países
exportadores de petróleo, somado a oferta menor em várias regiões que estão sentindo a alta global dos
grãos, limitam a oferta internacional. Preços elevados e real desvalorizado abrem uma janela para aumento
das exportações brasileiras nas próximas semanas.

Ponto de atenção
• A piora da pandemia deve ser monitorada nas próximas semanas. Sem aceleração forte da

Leite •
vacinação, as medidas de distanciamento social devem continuar no segundo trimestre,
limitando a recuperação da economia.
Produção desestimulada no campo e aumento das exportações, podem limitar a queda nos
preços ao produtor no segundo trimestre, especialmente se a demanda começa a reagir com o
novo pagamento do auxílio emergencial a partir de abril.
Preço ao produtor resileinte apesar da demanda

Leite UHT no atacado em São Paulo Preço bruto pago ao produtor

4.00 2.4

2.2
3.50

Preço ao produtor (R$/l)


Leite Longa Vida (R$/l)

2.0

3.00 1.8

1.6
2.50
1.4

1.2
2.00
1.0

1.50 0.8
mar-18 set-18 mar-19 set-19 mar-20 set-20 fev-18 ago-18 fev-19 ago-19 fev-20 ago-20 fev-21

Leite Longa Vida (Atacado) Média de 5 anos Preço ao Produtor Média 5 anos

Fonte: IEA Fonte: CEPEA


Forte rally com demanda firme
Os preços globais de celulose estão em alta desde final de 2020, com demanda forte nos mercados
importadores e crescimento limitado da oferta. Os preços da celulose de fibra curta (BHKP) atingiram
US$730/t na China em março após vários ajustes de preço consecutivos, o que representa uma alta de 60%
com relação ao preço registrado ao longo de boa parte de 2020 (US$450/t).
Os estoques globais já estavam em níveis reduzidos no final de 2020 após um longo período de preços
baixos, que limitaram o crescimento da oferta em várias regiões. De acordo com a consultoria Risi, os
estoques globais estão em patamar abaixo de 40 dias equivalentes no início do ano, o que levou os
compradores a aceitar as altas de preços e continuar comprando na medida em que as projeções de
demanda continuaram a melhorar.
Vale a pena lembrar que o setor de celulose teve uma performance bastante positiva em 2020, apesar das
quedas em algumas categorias, como os papeis de imprimir e escrever, dado que outros setores como
papeis sanitários e papeis para embalagem continuaram crescendo em ritmo acelerado. Olhando a frente,
o setor deve experimentar mais um ano positivo, considerando a reabertura de muitos setores das
economias em 2021, que com as campanhas de vacinação em massa, tem potencial de acelerar a
demanda de algumas categorias. O enfraquecimento do dólar e o fortalecimento do yuan, tem favorecido
ainda mais os preços das commodities agrícolas incluindo a celulose na medida em que aumenta o poder
de compra da China.
Com relação ao crescimento da oferta, a expansão da produção na América do Sul deve iniciar
gradativamente no final de 2021, com a finalização do projeto Mapa da Arauco no Chile. Por enquanto,
várias regiões de alto custo ainda apresentam crescimento muito fraco e o mercado como um todo não
espera um aumento significativo da oferta apesar dos preços mais elevados. Demanda firme deve garantir
as condições para preços em patamares altos nos próximos meses.

Ponto de atenção
• A demanda interna por papelão ondulado continua firme. De acordo com a ABPO, as vendas de

Celulose •
papelão ondulado aumentaram 9% nos dois primeiros meses de 2021 em comparação com o
mesmo período de 2020.
A fraqueza do real mantém as cotações da celulose em reais em patamares recordes e deve
impulsionar as margens da indústria brasileira em 2021.
Preços elevados com demanda firme

Exportações mensais de celulose Preço da celulose de eucalipto na China

1,800 1,000

1,600 900

USD$/tonelada
1,400 800
milhares de toneladas

700
1,200
600
1,000
500
800
400
600
300
400
200
200 100
0 0
jan-18 jul-18 jan-19 jul-19 jan-20 jul-20 jan-21 jan-17 set-17 mai-18 jan-19 set-19 mai-20 jan-21

Exportações de celulose Média de 5 anos BHKP (USD$/tonelada) na China


Fonte: IEA Fonte: CEPEA
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Marcela Marini Matheus Almeida Wagner Yanaguizawa


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