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Resumo Semanal de Soja - 25/09/2023, 10:52

Soja continua em queda em Chicago, com colheita da safra dos EUA no


começo
Ana Luiza Lodi
Especialista em Inteligência de Mercado
analuiza.lodi@stonex.com

Clima nos Brasil deve ser cada vez mais relevante para o mercado nas próximas semanas, com o
plantio avançando

Fatores baixistas

• Produção mundial 2023/24 estimada bem acima do consumo, segundo o USDA;

• Indicadores econômicos ainda fracos;

• StoneX estima nova safra recorde 2023/24 para o Brasil;

• Colheita da safra 2023/24 nos EUA;

• Exportações fracas dos EUA.


Fatores altistas

• Importações aquecidas de soja pela China;

• Margens de esmagamento positivas na China;

• Corte de produtividade e produção da safra dos EUA;

• Perspectivas positivas para a demanda de óleo de soja nos EUA;

• Clima quente e seco no Brasil.

As cotações da soja em Chicago se mantiveram em tendência de baixa e registraram mais uma semana negativa. O
vencimento para novembro encerrou a sexta-feira (dia 25) em 1296,25 cents por bushel, baixa de 3,3% no período.

A colheita da safra norte-americana está em andamento, o que acaba pesando sobre os preços, mesmo com as
perspectivas de um balanço mais apertado e que pode se complicar ainda mais, caso haja novos cortes de produtividade
em revisões futuras do USDA.

O primeiro acompanhamento de colheita da safra 2023/24 dos EUA indicou 5% na apuração nacional, acima do registrado
nesse mesmo período no ciclo passado e também da média de cinco anos, em 4%. Nas próximas semanas, o ritmo deve
acelerar, aumentando a disponibilidade de soja no país.

Destaca-se que o acompanhamento do USDA trouxe estabilidade no percentual bom/excelente das lavouras, que ficou em
52%, contra expectativas do mercado de uma queda para 51%. Houve melhoras em Iowa, Minnesota, Michigan, Nebraska,
Kentucky e Dakota do Sul que compensaram as quedas em outros estados. Mesmo assim, esse nível de 52% é o quinto
mais baixo para o período em 24 anos.

Intraday Semanal - novembro/23


Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

Com o avanço da colheita nos EUA, independentemente se haverá novos ajustes de safra no futuro, a demanda pela soja
do país passa a ganhar cada vez mais relevância, lembrando que o melhor período para as exportações norte-americanas
de soja é o último trimestre do ano (entre outubro e dezembro). Além dos volumes negociados e embarcados, o nível do
Rio Mississipi preocupa novamente neste ano, a exemplo do que ocorreu em 2022. Essa rota hidroviária é fundamental
para as exportações de grãos do país, mas com o clima mais seco, algumas regiões deixam de ser navegáveis, impactando
o preço do frete e, inclusive, levando os comprados a buscar alternativas, o que pode acabar beneficiando o Brasil.

As exportações brasileiras ainda se mantêm aquecidas, após o recorde de produção no ciclo 2022/23 e, em muitos
momentos, conseguindo competir com o grão norte-americano, que sazonalmente tende a levar vantagem no final do
ano.

As vendas de exportação dos EUA na semana encerrada em 14/09 ficaram em 434 mil toneladas, abaixo do piso das
estimativas do mercado, entre 600 mil e 1,45 milhão de toneladas. No acumulado, foram negociadas 17 milhões de
toneladas de soja da safra 2023/24, contra 25,7 milhões nesse mesmo período do ano passado para a safra 2022/23. De
qualquer forma, é importante lembrar que o USDA estima uma queda anual das exportações norte-americanas de 5,4
milhões de toneladas.

Vendas de exportação EUA - safra 2023/24 (mil toneladas)


Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Por outro lado, as perspectivas para o consumo doméstico de soja nos EUA se mantêm positivas, puxadas pelo óleo de
soja, diante do aumento da produção de diesel renovável. As importações de óleo de cozinha usado (UCO) da China estão
em alta tendo alcançado 384 mil toneladas desde janeiro de 2023. O UCO tem aumentado sua participação na produção
de diesel e biodiesel nos EUA desde o ano passado, já respondendo por mais de 20% do total. Esse avanço foi bastante
influenciado pelo programa Inflation Reduction Act (IRA) e seus créditos fiscais para biocombustíveis nos EUA, enquanto
na China, maior produtor mundial de UCO, faltam políticas de incentivo, que favoreçam a demanda do produto.

Mudando o foco para a América do Sul, o vazio sanitário já terminou em vários estados brasileiros e o plantio está em
andamento. A StoneX divulgou seu primeiro acompanhamento de plantio da safra 2023/24, com a média nacional em 2%,
em linha com o registrado nessa mesma semana do ano passado. Destaca-se que, por enquanto, o plantio começou no
Mato Grosso e no Paraná e o mercado acompanha as condições climáticas. Nos últimos dias, uma onda de calor tem
resultado em temperaturas bastante acima da média para essa época do ano e também tem chovido pouco em
praticamente toda a região produtora de soja do país. Com isso, começa a se especular sobre possíveis atrasos no plantio,
uma vez que esse padrão mais quente e seco deve se manter nos próximos dias. Contudo, no caso da soja, ainda é cedo e os
atrasos não tendem a resultar em prejuízos para a produção, com as preocupações recaindo sobre o milho que será
semeado na mesma área da oleaginosa, na segunda safra. Um atraso no ciclo da soja tente a se refletir na sazonalidade da
demanda pela oleaginosa no primeiro semestre do ano, já que a colheita também é postergada, com impactos
principalmente nas exportações, cujos picos também tendem a atrasar.

Nesta semana que começa, o clima na América do Sul deve continuar no radar, lembrando que na Argentina o plantio só
começa mais tarde, no final de outubro. É importante destacar que as estimativas de um balanço mundial mais folgado de
soja, que têm pesado sobre os preços, dependem de safras sem maiores problemas no Brasil e na Argentina. Assim, o
mercado climático por aqui vai ganhar cada vez mais relevância.

Nos EUA, na sexta-feira (dia 29), será divulgado o relatório de posição trimestral dos estoques em 01/09, que, no caso da
soja, corresponde ao estoque final da safra 2022/23.

Preços Físicos (R$/saca de 60 kg)


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