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Resumo Semanal de Milho - 25/09/2023, 12:28

Em meio à ausência de grandes novidades, cereal apresenta


movimentação lateral em Chicago
João Pedro Lopes
Analista de Inteligência de Mercado
joao.lopes@stonex.com

Ritmo da colheita e dos embarques nos EUA, situação no Mar Negro e demanda chinesa seguem
no radar dos agentes

Fatores baixistas

• Ritmo lento de embarques e vendas dos EUA;

• Aumento na estimativa de produção da safra 2023/24 dos EUA e 2022/23 do Brasil pelo USDA;

• Preocupação com nível dos rios nos EUA e impactos sobre o fluxo de grãos.

Fatores altistas

• Tensões entre Rússia e Ucrânia;

• Chuvas nos EUA podem limitar avanço na colheita do cereal;

• Preocupação com os impactos climáticos sobre a safra de milho na China.

Na última semana, o os futuros do cereal não apresentaram uma tendência bem definida em Chicago. Em meio à falta de
grandes novidades, o Dezembro/23 encerrou o período próximo da estabilidade, cotado a 477,25 cents/bu na última sexta-
feira (22), um avanço de apenas 0,2% no comparativo semanal.

Intraday (15 min) contrato de dezembro/23 (CBOT)


Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

Condições da safra norte-americana: De acordo com o Relatório de Acompanhamento de Safra do USDA, a colheita no
país havia atingido 9% até o último dia 17 de setembro, 2 pontos percentuais acima do registrado na mesma semana do
ano passado e da média de 5 anos para o mesmo período. Já as lavouras classificadas em condição boa/excelente recuaram
1 ponto, para 51%, o que já era esperado pelo mercado, visto que, historicamente, é comum observar um leve recuo nas
classificações durante o período de colheita. Os modelos climáticos apontam para chuvas no cinturão ao longo da
próxima semana, o que pode resultar em algum atraso na colheita, mas não traz grandes preocupações para a qualidade
das lavouras.

Nível dos rios nos EUA: A logística fluvial, prejudicada pela falta de chuvas, segue trazendo preocupações para as
exportações de grãos dos EUA. Segundo dados do NOAA, os níveis em Memphis se encontravam em -2,9 metros na manhã
desta segunda-feira (25), 1,4m abaixo da marca de estágio baixo. Mesmo com a previsão de chuvas para a próxima
semana, estas não devem promover grande alívio para a logística fluvial. Espera-se que os níveis em Memphis devam
seguir recuando, se posicionando ao redor de -3,2m até o início de outubro.
Importações chinesas: O Departamento de Alfândega da China informou que o país importou 1,2 milhão de toneladas de
milho em agosto, volume 28,6% menor que o registrado em julho e 33,3% abaixo do observado em agosto de 2022. Nos
primeiros 8 meses deste ano, a China importou 14,9 milhões de toneladas de milho, cerca de 2 milhões de toneladas a
menos que no mesmo período de 2022.

Primeira estimativa da Conab para 2023/24: Na semana passada, a Conab divulgou sua primeira estimativa para a safra
2023/24 de grãos. A Companhia prevê que a produção total de milho do Brasil alcance 119,8 milhões de toneladas, abaixo
dos 131,8 milhões estimados por ela para 2022/23. O principal direcionador desta queda é a 2ª safra, estimada em 91
milhões de toneladas, 11,2 milhões a menos que o número da Conab para 2022/23. Segundo a Companhia, a queda
observada nas cotações do cereal deverá desestimular o avanço da área plantada nesta próxima safra, sendo esta uma das
grandes razões para a menor oferta brasileira. A instituição estima que a área total de milho recue de 22,3 para 21,2
milhões de hectares, sendo a safrinha responsável por 820,4 mil hectares desta redução. No próximo dia 10 a Conab irá
divulgar seu 1ª levantamento da safra 2023/24 de grãos, trazendo seus números para cada estado e o balanço completo de
oferta e demanda.

Mar Negro: A Ucrânia continua desafiando a Rússia e após o transporte de alguns navios, a primeira embarcação com
uma carga de grãos deixou um porto ucraniano pelo Mar Negro desde que o Acordo de Grãos expirou. O aparente sucesso
da operação foi um fator de resistência para o mercado do cereal.

Produção de etanol nos EUA: Conforme dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a
produção norte-americana de etanol totalizou 980 mil barris por dia (mbpd) na semana encerrada em 15 de setembro, um
recuo de 59 mbpd no comparativo semanal. Apesar da queda, o volume registrado superou o observado na mesma semana
do ano passado em 79 mbpd e a média de 5 anos em 18,6 mbpd. No dia 15 de setembro, os estoques de etanol haviam
atingido 21,68 milhões de barris, 510 mil a menos que uma semana antes.

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Inspeções de exportação dos EUA: De acordo com o Relatório de Inspeção de Exportações do USDA, os EUA embarcaram
642,1 mil toneladas de milho na semana encerrada em 14 de setembro, 16,9 mil toneladas a mais que uma semana antes e
92,6 mil acima do registrado na mesma época de 2022. Os embarques acumulados totalizaram 1,27 milhão de toneladas,
120 mil a mais que no mesmo período da temporada passada.

Vendas de exportação dos EUA: As vendas líquidas referentes à temporada 2023/24 totalizaram 566,9 mil toneladas na
semana encerrada em 14 de setembro, 186,4 mil a menos que uma semana antes. Apesar do recuo semanal, o volume
superou o registrado no mesmo período do ano passado em 384,5 mil toneladas. No acumulado, os EUA negociaram 11,7
milhões de toneladas, contra 12,5 milhões no mesmo período da safra anterior. A temporada está apenas em seu começo e
o atraso observado não indica necessariamente que o país não alcançará o volume estimado atualmente pelo USDA (52,1
milhões de toneladas), mas não deixa de ser uma fator que limite as altas nos preços do cereal. Até a metade de setembro,
a China havia adquirido 635,5 mil toneladas do milho norte-americano, contra 3,4 milhões no mesmo período do ciclo
anterior.

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)

Fonte: StoneX. Elaboração: StoneX.

AGENDA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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