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Manual de Fiscalidade II

ÍNDICE
i. Introdução ................................................................................................................................... 5
ii. O Financiamento do Estado Angolano ....................................................................................... 6
I.Imposto sobre o Património ........................................................................................................ 6
I.1.Imposto Predial Urbano (IPU) ............................................................................................... 6
I.1.1. Incidência ...................................................................................................................... 8
I.1.2. Isenções ......................................................................................................................... 8
I.1.3. Determinação da Matéria Colectável para Prédios Arrendados .................................. 8
I.1.4 Taxas............................................................................................................................... 9
I.1.5. Cálculo do Imposto Predial Urbano .............................................................................. 9
I.1.6. Pagamento .................................................................................................................. 10
I.1.7. Exemplos ..................................................................................................................... 10
I.2. Imposto sobre Sucessões e Doações ................................................................................. 11
I.2.1. Incidência .................................................................................................................... 11
I.2.2. Isenções ....................................................................................................................... 11
I.2.3. Encargo........................................................................................................................ 11
I.2.4. Taxa ............................................................................................................................. 12
I.2.5. Calculo do Imposto ..................................................................................................... 12
I.2.6. Liquidação e pagamento ............................................................................................. 12
I.2.7. Exemplos ..................................................................................................................... 12
I.3. Imposto de Sisa .................................................................................................................. 13
I.3.1. Incidência .................................................................................................................... 14
I.3.2. Isenções ....................................................................................................................... 14
I.3.3. Sujeito passivo............................................................................................................. 14
I.3.4. Determinação da Matéria Colectável ......................................................................... 15
I.3.5. Taxa ............................................................................................................................. 15
I.3.6. Calculo do Imposto ..................................................................................................... 15
I.3.7. Liquidação e pagamento ............................................................................................. 15
I.3.8. Exemplos ..................................................................................................................... 15
I.4. IMPOSTO DE SELO .............................................................................................................. 16

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I.4.1. Incidência objectiva .................................................................................................... 16


I.4.2. Encargo........................................................................................................................ 17
I.4.3. Isenções ....................................................................................................................... 17
I.4.4. Determinação da Matéria Colectavel ......................................................................... 18
I.4.5. Taxa ............................................................................................................................. 18
I.4.6. Liquidação e pagamento ............................................................................................. 18
I.4.7. Obrigações declarativas .............................................................................................. 18
I.4.8. Exemplos ..................................................................................................................... 18
II.Imposto Sobre a Despesa.......................................................................................................... 20
II.1. Imposto de Consumo ........................................................................................................ 20
II.1.1. Incidência Real ou Objectiva ...................................................................................... 20
II.1.2. Isenções ...................................................................................................................... 21
II.1.3. Determinação da Matéria Colectavel ........................................................................ 21
II.1.4. Taxas........................................................................................................................... 22
II.1.5. Cálculo do Imposto de Consumo ............................................................................... 22
II.1.6. Pagamento ou Cobrança ............................................................................................ 22
II.1.7. Exemplos .................................................................................................................... 22
III.Direitos e outras Imposições Aduaneiras ................................................................................ 24
III.1. Base de incidência ............................................................................................................ 24
III.2. Isenções ........................................................................................................................ 24
III.3. Taxa .............................................................................................................................. 25
III.3.1. Sobretaxa .................................................................................................................. 25
III.3.2. Tributação e Procedimentos Aduaneiros Para as Exportações ................................ 26
III.4. Determinação da Matéria Colectável .......................................................................... 26
III.5. Exemplos ...................................................................................................................... 26
IV.Regimes Especiais de Tributação ............................................................................................. 27
IV.1. Regime Fiscal Aplicável à Indústria Mineira .................................................................... 27
IV.1.1. Incidência .................................................................................................................. 27
IV.1.2. Isenções .................................................................................................................... 28
IV.1.3. Encargos tributários .................................................................................................. 28
IV.1.4. Imposto Sobre o Rendimento Mineral ..................................................................... 28
IV.2. Imposto Sobre o Valor dos Recursos Minerais (royalty) ................................................. 30
IV.2.1. Incidência .................................................................................................................. 30
IV.2.2. Determinação da Mactéria Colectável ..................................................................... 30

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IV.2.3. Taxas ......................................................................................................................... 30


IV.2.4. Calculo do Imposto ................................................................................................... 30
IV.2.5. Cobrança e Liquidação .............................................................................................. 31
IV.2.6. Exemplos ................................................................................................................... 31
IV.3.1. Incidência .................................................................................................................. 31
IV.3.2. Determinação da Matéria Colectável(MC) ............................................................... 32
IV.3.3. Taxas ......................................................................................................................... 32
IV.3.4. Cálculo da Taxa de Superfície(TS) ............................................................................. 32
IV.3.5. Liquidação ou Cobrança............................................................................................ 32
IV.3.6. Exemplos ................................................................................................................... 32
IV.4. Tributação das Actividades Petrolíferas .......................................................................... 33
IV.4.1. Normalização Contabilistica e Fiscal ......................................................................... 33
IV.4.2. Isenções .................................................................................................................... 34
IV.4.3. Principais Impostos ................................................................................................... 34
IV.4.4. Contrato de Concessão ou Consórcio ....................................................................... 35
IV.5. Imposto sobre a Produção do Petróleo (IPP) .................................................................. 35
IV.5.1. Incidência .................................................................................................................. 35
IV.5.2. Determinação da Matéria Colectável ....................................................................... 35
IV.5.3. Taxa ........................................................................................................................... 35
IV.5.4. Cálculo do Imposto ................................................................................................... 36
IV.5.5. Cobrança ................................................................................................................... 36
IV.5.6. Exemplos ................................................................................................................... 36
IV.6. Imposto de Transação do petróleo (ITP) ......................................................................... 37
IV.6.1. Incidência .................................................................................................................. 37
IV.6.2. Outros Custos Dedutíveis em ITP ............................................................................. 37
IV.6.4. Taxas ......................................................................................................................... 38
IV.6.5. Cálculo do Imposto ................................................................................................... 38
IV.6.6. Exemplos ................................................................................................................... 38
IV.7. Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP) ............................................................. 39
IV.7.1. Incidência .................................................................................................................. 39
IV.7.2. Determinação da Matéria Colectavel (MC) .............................................................. 40
IV.7.3. Taxas ......................................................................................................................... 40
IV.7.4. Cálculo do Imposto ................................................................................................... 40
IV.7.5. Liquidação e Cobrança .............................................................................................. 40

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IV.7.6. Exemplos ................................................................................................................... 40


IV.8. Taxa de Superfície ............................................................................................................ 42
IV.8.1. Incidência .................................................................................................................. 42
IV.8.2. Determinação da Matéria Colectável (MC) .............................................................. 42
IV.8.3. Taxas ......................................................................................................................... 42
IV.8.4. Calculo da Taxa de Superfície ................................................................................... 42
IV.8.5. Cobrança ................................................................................................................... 42
IV.8.6. Exemplos ................................................................................................................... 43
IV.9. Contribuição Para a Formação dos Quadros Angolanos (CFQA) ..................................... 43
IV.9.1. Incidência .................................................................................................................. 43
IV.9.2. Determinação da Mactéria Colectável ..................................................................... 43
IV.9.3. Taxas ......................................................................................................................... 43
IV.9.4. Cálculo da CFQA ........................................................................................................ 44
IV.9.5. Cobrança ................................................................................................................... 44
IV.9.6. Exemplos ................................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 45

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i. Introdução

A discussão sobre quem financia o Estado, passa pelo debate teórico do tamanho do
Estado e da distribuição da carga tributária entre os membros da sociedade. As bases da
actual matriz teórica que respalda a construção dos principais fundamentos das finanças
públicas, têm sua origem no pensamento dos economistas clássicos, e são consolidadas
na vertente neoclássica.

A concepção neoclássica tem como pressuposto uma economia dominada por estruturas
de mercado concorrenciais com mecanismos que corrigem automaticamente os
desequilíbrios de mercado. De forma que o Estado é compreendido erroneamente como
um ente estranho ao sistema, ficando-lhe reservado um papel secundário de assegurar a
ordem, a segurança interna e externa e a produção de alguns bens públicos não
produzidos pelo mercado.

A partir da concepção de J.M.Keynes, introduzida no debate na década de 1930, o


Estado passa a ocupar um papel relevante na economia, com destaque para a
importância da produção pública no processo de acumulação capitalista e os efeitos da
política fiscal e monetária na garantia do pleno emprego.

Na teoria keynesiana ganham relevância as políticas de estabilização e as voltadas para


a redução das desigualdades, incentivando e fortalecendo o Estado do bem-estar social.

Para a concepção econômica neoclássica, o sistema tributário não pode romper o


equilíbrio de mercado, e os tributos devem obedecer aos princípios da “neutralidade” e
da “equidade”. No primeiro caso, os impostos não devem afectar as decisões dos
agentes econômicos na alocação dos recursos nas economias, pois afectaria a eficiência.

E o princípio da eqüidade diz, que os impostos devem ser distribuídos de forma


equitativa entre os membros da sociedade, de forma a não alterar a estrutura de
distribuição de renda, pois esta é considerada no modelo neoclássico como óptima antes
de sua indicidência, portanto, o sistema tributário não pode romper o “equilíbrio”.

A carga tributária é um indicador que expressa a relação entre o volume de recursos,


que o Estado extrai da sociedade sob a forma de impostos, taxas e contribuições, para
financiar as actividades, que se encontram sob sua responsabilidade e o Produto Interno
Bruto (PIB).

O problema central que deve ser aprofundado não é somente o tamanho da carga
tributária em Angola. A questão-chave é quem paga essa conta, ou seja, quem financia o
Estado angolano?

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ii. O Financiamento do Estado Angolano

Entre os mecanismos de que o Estado pode lançar mão para se financiar, temos os
impostos, as taxas e as contribuições especiais. De uma maneira geral, por razões
históricas, a fonte mais utilizada são os impostos, e em Angola é evidente a
preponderância dos impostos petrolíferos.

Angola é um Estado Patrimonial, por o seu Orçamento Geral do Estado e sua economia
ser financiada através dos recursos financeiros obtidos através dos direitos patrimoniais
atinentes a exploração, extracção e comercialização dos recursos naturais/minerais
(esgotáveis e não renováveis), cujo principal activo são os recursos de hidrocarbonetos
(petróleo e gás).

Para acautelar realidades inesperadas negativas, urge a necessidade de um investimento


público diversificado em vários serviços e em infra-estruturas e a definição de políticas
que acelerem e dinamizem a diversificação da economia a curto, médio e longo prazo.
Tal dinamização obriga o Estado Angolano, progressivamente, a alargar as suas funções
e domínios, a áreas antes inimagináveis, cuja consequência óbvia e directa será o
incremento das necessidades financeiras do Estado, só possíveis de concretizar,
mediante a implementação de impostos. Os angolanos, estão a ganhar consciência,
aceitar e compreender de que, os impostos são o preço a pagar pela vida em sociedade e
são necessários para a concretização dos valores da democracia, igualdade e estado
social, bem como estão conscientes, que os rendimentos obtidos através dos recursos
naturais/minerais, não poderão financiar eternamente, tão pouco são suficientes para a
dinâmica e realidade actual que o país vive.

I - Imposto sobre o Património

O Estado, tem o poder de tributar. Este poder é uma atribuição legalmente atribuida a
ele de forma exclusiva, como uma das formas de obter receitas e equilibrio do Estado.

Os Impostos, incidem na manifestação de riqueza do devedor. O Estado, necessita ser


mantido, por isso precisa, que lhe forneçam recursos e esses recursos serão revertidos a
favor da colectividade.

1.1 – Avaliação e Reavaliação dos Prédios Urbanos

O Decreto Presidencial nº 81/11 de 25 de Abril, aprova as tabelas de avaliação e


reavaliação de prédios urbanos.

A avaliação do Imóvel é feito pela Repartição Fiscal da localidade onde se encontra


situado o Imóvel, com base nas tabelas previstas nesse Decreto Presidêncial.

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1.1.1 – Formula de Avaliação

Vi = Vb x Ac x Cl x Cv x Cc x Ca
Quando:

Vi = Valor patrimonial

Vb = Valor base – Que corresponde ao valor por m².

Ac = Àrea coberta – Que corresponde a àrea total coberta

Cl = Coeficiente de localização – Que serve para corrigir o valor base consoante a


localização

Cv = Coeficiente de vetustez – Que serve para corrigir o valor base em função do


número de anos que tenha decorrido na construção da obra.

Cc = Coeficiente Conforto – Que serve para corrigir o valor base em função de números
de serviços e varia de 0,5 à 1.

Ca = Coeficiente de afectação – Que serve para corrigir o valor base em função da


utilização dada ao imóvel e varia de 0,4 à 1,2.

Exemplo
A empresa 3As construções, Lda, com sede em Luanda, Município do Rangel, dedica-
se a construção de edifícios habitacionais.

No ano de 2019, deu por concluido uma vivenda, no município do Talatona, que
começou em 2008.

• Efectue a avaliação do imóvel sabendo que, 1 UCF =88,00 Kz e a àrea total do


imóvel è de 650 m² e tem três serviços.

Calculo para a avaliação:

Vi = 1.100 x 88 x 650 x 1 x 0,7 x 1 x 1,2

Vi = 52.852.800,00 Kz

O valor do imóvel,ou matricial, é de 52.852.800,00 Kz.

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1.2- Imposto Predial Urbano (IPU)

O Imposto Predial Urbano (IPU), foi aprovado pelo Diploma Legislativo nº 4044/70, de
13 de Outubro, actualizado pelas Leis nº 18/77, de 7 de Outubro, e 18/11, de 21 de
Abril.

O Imposto Predial Urbano, pode ser tributado como um imposto directo (prédio
arrendado) e como imposto indirecto (prédio não arrendado). Sendo o imposto directo,
pelos recibos de quitação do arrendamento do imóvel e o indirecto através do usufruto
do imóvel.

1.1.1- Incidência

Conforme a interpretação do disposto no nº 1 do artigo 2º do Decreto Legislativo


Presidencial em causa, o imposto incide sobre os rendimentos de prédios urbanos
quando estejam arrendados ou sobre a sua detenção, quando não estejam arrendados.

» Para prédios arrendados: O Imposto incide sobre o valor da respectiva renda.

» Para prédios não arrendados: O Imposto incide sobre o valor patrimonial.

1.1.2- Isenções

Ficam isentos deste imposto:

• O Estado, Institutos públicos e Associações, que gozam de estatuto de utilidade


pública;
• Os Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas
representações diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade
• Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados
exclusivamente ao culto.

1.1.3- Determinação da Matéria Colectável para Prédios Arrendados

No Imposto Predial Urbano, para prédios arrendados a matéria colectável, obtem-se


através da seguinte formula:

MC = Valor da Renda Mensal X Nº de Meses

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1.1.3.1- Determinação da Matéria Colectavel para Predios não Arrendados

No Imposto Predial Urbano, para prédios não arrendados, a matéria colectável, obtém-
se através da seguinte formula:

MC = Valor Patrimonial que Conste na Matriz – 5.000.000,00 Kz

Importa aqui realçar, que o valor da matriz, resulta de uma avaliação do Ministério das
Finanças, pois só ele pode e tem competência de determinar o valor matricial.

1.1.4- Taxas

» Para os prédios arrendados, a taxa é de 25% sobre 60% da Materia Colectavel,


resultando numa taxa efectiva de 15%.

Os restantes 40% do valor da matéria colectável é considerada como despesas do


imóvel, conforme previsto no nº 1 do 16º do Decreto Legislativo Presidencial em
referência.
» Para os prédios não arrendados, a taxa é que consta na tabela a seguir:

Valor Patrimonial (AKZ) Taxa (%)


Até 5.000.000,00 0
Superior a 5.000.000,00, sobre o excesso 0,5%

1.1.5- Cálculo do Imposto Predial Urbano

O cálculo do Imposto Predial Urbano (IPU), obtém-se aplicando a seguinte formula:

IPU = MC X Taxa

1.1.5.1- Sujeito Passivo

O sujeito passivo do IPU, depende do tipo de prédio:

- Prédios arrendados: Os sujeitos passivos do IPU, são os inquilinos se dispuserem de


contabilidade organizada.

- Prédios não arrendados: Os sujeitos passivos do IPU, são os proprietários,


usufrutuários e beneficiários.

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1.1.6- Pagamento

Quando haja retenção na fonte (prédios arrendados), o IPU é entregue pelo contribuinte,
que procedeu a liquidação, até ao dia 30 do més seguinte ao da retenção, na Repartição
Fiscal competente.

Quando não haja retenção na fonte, o pagamento é efectuado em prestação única em


Janeiro ou em duas prestações. (Em Janeiro e Julho)

Quanto aos prédios não arrendado, o IPU, deve ser pago em prestação única em Janeiro,
ou a pedido do contribuinte, em quatro prestações. (Em Janeiro, Abril, Julho e
Outubro).

1.1.7- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Osmaco, Lda, arrendou o seu edificio pelo valor de 35.000,00 Kz mensais,
durante 6 meses.

MC = Valor da Renda Mensal X Nº de Meses

MC = 35.000,00 X 6 Meses

MC = 210.000,00 Kz

IPU = MC X TAXA

IPU = 210.000,00 X 15%

IPU = 31.500,00 Kz

O IPU a pagar é de 31.500,00 Kz

Exemplo nº 2

A empresa Asapa, Lda, tem um imóvel cuja a matriz tem o nº 10425 e um valor
matricial de 5.800.000,00 Kz.

MC = Valor Patrimonial, que Consta na Matriz – 5.000.000,00 Kz

MC = 5.800.000,00 – 5.000.000,00

MC = 800.000,00 Kz

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IPU = MC X TAXA

IPU = 800.000,00 X 0,5%

IPU = 4.000,00 Kz

O IPU a pagar é de 4.000,00 Kz

1.2- Imposto sobre Sucessões e Doações

O Imposto Sobre as Sucssões e Doações, foi aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 230
de 1931, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 16/11, de 21 de Abril.

1.2.1- Incidência

O Imposto sobre Sucessões e Doações incide sobre a transmissão gratuita dos bens
mobiliários e imobiliários, localizados ou transferidos em Angola.

1.2.2- Isenções

Estão isentas do pagamento do Imposto sobre Sucessões e Doações:

• Heranças, legados, donativos e aquisições destinadas ao Estado, institutos


públicos (museus, bibliotecas, escolas, hospitais), serviços municipais,
instituições de caridade e beneficência;

• Aquisições de propriedade literária e artística;

• Transmissões de valor inferior a 2 (dois) UCF a favor de descendentes,


ascendentes ou cônjuges;

• Partidos políticos ou coligação de partidos com assento na Assembleia.

• Aquisições efectuadas pelo conjuge, ascendentes e descendentes, caso o


respectivo valor não exceda os 500.000,00 Kz.

1.2.3- Encargo

O encargo do Imposto sobre Sucessões e Doações recai sobre a pessoa a quem o bem
foi transmitido.

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1.2.3.1- Determinação da Matéria Colectável

No Imposto sobre as Sucessões e Doações, a Matéria Colectável (MC), obtem-se


através da seguinte formula:

MC = Valor do Bem Transmitido

1.2.4- Taxa

Herdeiros ou donatário Valor até Valor superior


3.000.000,00 Kz à 3.000.000,00 Kz
Conjuge, Ascendente e Descendente 10% 15%
Outros Herdeiros ou Donatários 20% 30%

1.2.5- Calculo do Imposto

O cálculo do Imposto sobre as Sucessões e Doações, obtém-se aplicando a seguinte


formula:

ISD = MC X Taxa

1.2.6- Liquidação e pagamento

Compete à Repartição Fiscal do domicílio do finado, ou de onde se tiver realizado o


contrato de doação, proceder à liquidação do Imposto sobre Sucessões e Doações,
devendo o beneficiário efectivo da sucessão ou doação efectuar o pagamento dentro do
prazo definido na notificação emitida pela Repartição Fiscal.

1.2.7- Exemplos

Exemplo nº1

Sr. Abreu Manuel da Silva, empresário hoteleiro, depois de uma reunião de trabalho
num dos seus hoteis, no Distrito do Rangel, dirigia-se para casa, pela avenida Deolinda
Rodrigues, quando um automobilista embateu na sua viatura causando a sua morte
imediata. Tendo deixado viuva, dois filhos e um património mobiliário e imobiliário,
avaliado em 90.000.000,00 de kwanzas. Por força do testamento, a sua esposa sra. Carla
tinha direito a 50% do património, os filhos Pedro e Osvaldo 35% e o restante ao primo
Manuel, parente mais proximo de Abreu.

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- Valor do bem patrimonial transmitido à Sra. Carla = 50% do património total, ou seja:

90.000.000,00 X 50% = 45.000.000,00 Kz

MC = 45.000.000,00 Kz

ISD = 45.000.000 X 15%

ISD = 6.750.000,00 Kz

Portanto, o Imposto de Sucessão e Doação a pagar pela Sra. Carla é de 6.750.000,00 Kz

- Valor do bem transmitido aos filhos Pedro e Osvaldo = 35% do património total, ou
seja:

90.000.000,00 X 35% = 31.500.000,00 Kz

MC = 31.500.000,00 Kz

ISD = 31.500.000 X 15%

ISD = 4.725.000,00 Kz

Portanto, o Imposto de Sucessão e Doação a pagar pelos filhos Pedro e Osvaldo é de


4.725.000,00 Kz.

- Valor do bem transmitido ao primo Manuel = 15% do património total, ou seja:

90.000.000,00 X 15% = 13.500.000,00 Kz

MC = 13.500.000,00 Kz

ISD = 13.500.000 X 30%

ISD = 4.050.000,00 Kz

Portanto, o Imposto de Sucessão e Doação a pagar pelo primo Manuel é de


4.050.000,00 Kz

1.3- Imposto de Sisa

Diploma Legislativo n.º 230, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 16/11, de 21 de
Abril

O imposto de Sisa, é devida pela transmissão do património imobiliário a titulo oneroso,


ou seja, é devido pelo adquirinte de bens imóveis, direitos reais sobre bens imóveis ou
situações equiparadas.
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1.3.1- Incidência

O Imposto de SISA incide sobre:

» Transmissões onerosa de propriedade ou de qualquer direito imobiliário sitos em


Angola;

» Arrendamentos e subarrendamentos de longo prazo, considerando-se como tal os que


forem feitos por vinte (20) ou mais anos;

» Os bens imobiliários com que os sócios entrarem para o capital social das sociedades
comerciais ou civis sob forma comercial;

» O valor mais alto do imóvel permutado;

» A aquisição de partes sociais quando, por via destas, o sócio passe a deter 50% ou
mais do capital social e se demonstre que teve como principal objectivo a obtenção dos
imóveis;

» A venda ou concessões de terrenos;

1.3.2- Isenções

Beneficiam de isenção as seguintes entidades:

» O Estado, institutos públicos e associações que usufruam do estatuto de utilidade


pública;

» Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às respectivas representações


diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade;

» Instituições religiosas legalizadas, quanto aos imóveis destinados exclusivamente ao


culto;

» Imóveis com valor inferior a 78.000 (setenta e oito mil) UCF, para efeitos de
liquidação de Imposto de SISA, desde que afectos à habitação própria e permanente do
adquirente, porém somente na primeira transmissão.

1.3.3- Sujeito passivo

O sujeito passivo do Imposto de SISA é o adquirente dos bens, salvo no caso da


permuta, em que cada um dos permutantes fica obrigado a pagar parte do Imposto.

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1.3.4- Determinação da Matéria Colectável

A Matéria Colectável, é o valor da renda ou venda do imóvel e obtém-se da seguinte


formula:

MC = Valor da Venda do Imóvel

Ou

MC = Valor da Renda Paga X Unidade de Tempo da Vigência dos


Pagamentos (conforme o nº 11 do artigo 3º da Lei nº 16/11)

1.3.5- Taxa

A taxa do Imposto de SISA é de 2%, conforme o previsto no artigo 8º da Lei nº 16/11.

1.3.6- Calculo do Imposto

O cálculo do Imposto,de Sisa, obtém-se aplicando a seguinte formula:

Imposto de Sisa = MC X Taxa

1.3.7- Liquidação e pagamento

Compete à Repartição Fiscal proceder à liquidação do Imposto de SISA, mediante


participação do adquirente do bem ou dos permutantes.

Os adquirentes ou os permutantes devem efectuar o pagamento dentro do prazo definido


na notificação emitida pela Repartição Fiscal.

1.3.8- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Asapa, Lda, vendeu um imóvel à empresa Osmaco, Lda, no valor de


12.000.000,00 Kz.

MC = Valor da Venda do Imóvel

MC = 12.000.000,00 Kz

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Imposto de Sisa = MC X Taxa

Imposto de Sisa = 12.000.000,00 X 2%

Imposto de Sisa = 240.000,00 Kz

O Imposto de Sisa a pagar é de 240.000,00 Kz.

Exemplo nº 2

A empresa Alanter, Lda, celebrou um contrato de arrendamento do seu edificio, com


uma vigência de 20 anos. O valor mensal da renda foi fixado em 45.000,00 Kz, com a
empresa Osmaco, Lda.

MC = Valor da Renda paga X Unidade de Tempo

MC = 45.000,00 X 12 Meses X 20 Anos

MC = 10.800.000,00 Kz

Imposto de Sisa = MC X Taxa

Imposto de Sisa = 10.800.000,00 X 2%

Imposto de Sisa = 216.000,00 Kz

1.4 - IMPOSTO DE SELO

O Imposto de Selo (IS), encontra-se regulado no Decreto Legislativo Presidencial n.º


3/14, de 21 de Outubro

1.4.1- Incidência objectiva

O Imposto de Selo (IS) incide sobre todos os actos, contratos, documentos, títulos,
livros, papéis, operações e outros factos previstos na tabela do Imposto de Selo ou em
leis especiais.

1.4.1.1- Incidência subjectiva

São sujeitos passivos do IS:

» Os notários, conservadores e outras entidades públicas;


» Instituições de crédito, sociedades financeiras e outras equiparadas;
» Locadores e sublocadores no arrendamento e subarrendamento;

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» Empresas seguradoras, segurados (relativamente à soma do prémio do seguro ou


outras importâncias resultantes de contratos com seguradoras estrangeiras cujo risco se
localize em Angola);
» Trespassante;
» Representantes de instituições de crédito estrangeiras;
» Outras entidades que intervenham em actos e contratos ou operações.

1.4.2- Encargo

A responsabilidade financeira do IS cabe ao titular do interesse económico,


nomeadamente:

» Na aquisição de bens, o adquirente;


» Na concessão de crédito, o utilizador do crédito;
» Na locação financeira, o locatário;
» Nas apostas, o apostador;
» No arrendamento e subarrendamento, o locador e o sublocador;
» Nas apostas, o apostador;
» Nos seguros, o segurado;
» Nos cheques, o titular da conta;
» Nos juros e comissões bancários, o cliente;
» Na constituição de uma sociedade, a sociedade.

1.4.3- Isenções

No Código do IS estão previstas, entre outras, as seguintes isenções:

» O Estado, quando constitui seu encargo, e quaisquer dos seus serviços,


estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados, excepto as empresas públicas.

Estão ainda isentos:

» As instituições públicas de Previdência e Segurança Social;


» As associações de utilidade pública, reconhecidas nos termos da lei;
» As instituições religiosas legalmente constituídas.
» Os créditos concedidos até ao prazo máximo de cinco (5) dias, o crédito de contas
jovens e conta terceira idade, até 17.600,00 Kz/mês.
» Os créditos derivados da utilização de cartões de crédito, quando o reembolso for
efectuado sem o pagamento de juros;
» Nos juros, comissões e contraprestações devidas nos contratos de financiamento para
crédito habitação;
» Os créditos relacionados com as exportações, devidamente documentados com os
despachos aduaneiros, bem como os juros daí resultantes;
» As garantias e os contratos que devam ser celebrados através dos mercados
regulamentados, que tenham por objecto valores mobiliários ou direitos a ele
equiparados;
» Os juros provenientes de Bilhetes e Obrigações de Tesouro e de Títulos do Banco
Central;

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» Os empréstimos com características de suprimentos, incluindo os juros efectuados por


sócios à sociedade em que seja estipulado um prazo inicial não inferior a um (1) ano e
não sejam reembolsados antes de decorrido aquele prazo;

1.4.4- Determinação da Matéria Colectavel

No Imposto de Selo (IS), a Matéria Colectável, obtém-se mediante a incidência do facto


gerador de imposto e pode ser por determinação do montante fixo ou percentagem,
conforme a tabela do imposto de selo aprovada, e determina-se pela seguinte formula:

MC = Facto gerador de Imposto X Taxa ou Quota Fixa

1.4.5- Taxa

As taxas são as que constam da tabela anexa ao Código, expressas em valores absolutos
ou em percentagem, ou seja, as taxas de imposto de selo são muito numerosas e
diversificadas. Assim temos:

• Definição de um montante fixo: 300 kz, 500 kz, 1.000 kz, 3.000 kz etc.
• Taxa percentual: 1%.
• ou...: 0,1%; 0,2%; 0,3%; 0,4%; 0,5%; 0,7%, etc.

1.4.6- Liquidação e pagamento

A liquidação do IS é efectuada pelos sujeitos passivos e deve ser pago até ao final do
mês seguinte àquele em que a obrigação tributária se tenha constituído.

1.4.7- Obrigações declarativas

Os sujeitos passivos do IS estão obrigados à apresentação anual da declaração


discriminativa do IS liquidado até final do último dia útil do mês de Março do ano
seguinte.

1.4.8- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Osmaco, Lda, vendeu mercadorias durante o mês de fevereiro, pelo valor de
um milhão de kwanzas, mas apenas recebeu oitocentos mil kwanzas.

MC = 800.000,00 kz

A taxa é de 1% segundo o nº 23.3 da tabela.

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O IS = 800.000,00 X 1%
O IS = 8.000,00 Kz

Exemplo nº 2

A empresa Asapa, Lda, dirigiu-se ao Banco de Credito Angolano, e solicitou um


finaciamento de 2.000.000,00 Kz, o qual foi concedido pelo período de um ano à taxa
anual de 10%. O banco ainda cobrou uma comissão de gestão no valor de 100.000,00
kz. O capital e os juros serão pagos no final do prazo.

MC (financiamento) = 2.000.000,00 Kz.

A taxa é de 0,5%, segundo o nº 16.1.1 da tabela

IS = 2.000.000,00 X 0,5%

IS = 10.000,00 Kz

MC (comissão de gestão) = 100.000,00 Kz

A taxa é de 0,7% sobre comissões, segundo o nº 16.2.4 da tabela

IS = 100.000,00 X 0,7%

IS = 700,00 Kz

Exemplo nº 3

A empresa Asapa, Lda, suportou todos esses encargos no momento da concessão do


emprestimo, mas no final do prazo ainda vai suportar os seguintes juros e o imposto de
selo que incide sobre os juros:

A matéria coléctavel é o valor dos juros.

2.000.000,00 X 10% = 200.000,00 Kz

MC = 200.000,00 Kz

A taxa é de 0,2% sobre os juros, segundo o nº 16.1.2 da tabela.

IS = 200.000,00 X 0,2%

IS = 400,00 Kz

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II.Imposto Sobre a Despesa

Em contabilidade, Despesas, são gastos necessários para a obtenção de receitas. As


despesas, são gastos, que não se identificam com o processo de transformação ou
produção do bens e produtos.

As despesas, estão relacionadas aos valores gastos com a estrutura administrativa e


comercial das empresas e com o consumo dos cidadãos comuns. Exemplo: Agua, luz,
telefone, etc.

É importante frisar que contabilisticamente, despesas, não é sinónimo de custos, uma


vez que custo é relacionado com o processo produtivo de bens e serviços, enquanto que
despesas diz respeito aos gastos com a manutenção das actividades.

2.1- Imposto de Consumo

O Imposto de Consumo (IC), é um Imposto indirecto, que foi aprovado pelo Decreto
Legislativo Presidêncial nº 3-A/14, de 21 de Outubro. (Regulamento do Imposto de
Consumo).

2.1.1- Incidência Real ou Objectiva

O Imposto de Consumo, incide sobre:

• A produção e a importação de mercadorias;


• Arrematação ou venda realizadas pelos serviços aduaneiros ou outras entidades
públicas;
• O consumo de água e energia;
• Os serviços de comunicações e telecomunicações;
• Os serviços de hotelaria e outras actividades similares;
• Locação de áreas para recolha ou estacionamento de veiculos;
• Locação de máquinas, excluindo as que estão sujeitos ao IAC;
• Serviços de consultoria;
• Serviços fotograficos e de informatica;
• Serviços de segurança privada;
• Aluguer de viaturas;
• Acesso a espetaculos ou eventos culturais de recreação e desporto, etc.

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2.1.1.1- Incidência Subjectiva

São sujeitos passivos os que:

• Praticam operações de produção, fabrico ou transformação de bens;


• Procedam à arrematação ou venda de bens em hasta pública;
• Procedam à importação de bens;
• Forneçam os restantes serviços incluidos na incidência Objectiva.

Não estão sujeitas a tributação no âmbito deste imposto, a produção dos seguintes bens:

» Produtos agricolas e pecuários não transformado;

» Produtos primários de silvicultura;

» Produtos de pesca não transformados;

» Produtos minerais não transformados.

2.1.2- Isenções

Estão isentos do Imposto de Consumo:

• Os bens exportados, desde que seja feita pelo proprio produtor;


• Os bens manufacturados por processos artesanais;
• As matérias-primas e os materiais subsidiários, incorporados no processo de
fabrico, os bens de equipamento e peças sobressalentes, desde que sejam
certificados pelo Ministério que suprerintende.
• Os animais destinados a procriação, desde que haja a informação dos serviços de
veterinária.

Também estão isentos de imposto de consumo:

• Os bens importados por organizações internacionais, missões diplomáticas e


consulares, sempre que se verifique reciprocidade de tratamento.

2.1.3- Determinação da Matéria Colectavel

A Matéria Colectável (MC), é determinada a partir do:

• Preço de custo para os bens produzidos no País;


• Valor aduaneiro para os bens importados;
• Valor por que tiverem sido efectuada as arrematações ou vendas;
• Preço pago pelos serviços prestados.

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Considera-se preço de custo para os bens produzidos no País, os custos incorridos com
a produção, incluindo matéria-primas e produtos incorporados, mão de obra, tecnologia
e outros bens ou serviços necessários a produção.

No Imposto de Consumo, a MC obtém-se através da seguinte fórmula:

MC = Valor do Bem ou Serviço

Quando é dado o Valor Bruto, a Matéria Colectável, obtém-se a partir da seguinte


fórmula:

𝐕𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐨
MC=
𝟏+𝐓𝐚𝐱𝐚

2.1.4- Taxas

As taxas previstas para o IC é de 2%, 5%, 10%, 20% e 30%, expresso nas tabelas I, II e
III, aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial nº 3-A/14.

2.1.5- Cálculo do Imposto de Consumo

O cálculo do Imposto de Consumo obtém-se aplicando a seguinte formula:

IC = MC X Taxa

2.1.6- Pagamento ou Cobrança

O sujeito passivo, é o produtor de bens ou prestador de serviços, mediante o caso.

2.1.7- Exemplos

Exemplo nº 1

A ASAPA, Lda, empresa de distrbuição de electricidade, teve um volume de vendas no


valor de 1.500.000,00 Kz, no més de Outubro, o imposto de consumo não incluido.

MC = 1.500.000,00 Kz

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IC = MC X Taxa

IC = 1.500.000 X 5%

IC = 75.000,00 Kz

Portanto, o Imposto de Consumo a pagar é de 75.000,00 Kz

Exemplo nº 2

A Osmaco, Lda, empresa de prestação de serviços de hotelaria, prestou serviço referente


a hospedagem em cinco quartos no valor de 70.000,00 Kz por quarto, imposto de
consumo não incluido.

MC = 350.000,00 Kz

IC = MC X Taxa

IC = 350.000 X 10%

IC = 35.000,00 Kz

Portanto, o Imposto de Consumo a pagar é de 35.000,00 Kz.

Exemplo nº 3

A ASAPA, Lda, empresa de distrbuição de electricidade, teve um volume de vendas no


valor de 1.500.000,00 Kz, no més de Outubro, o imposto de consumo incluido.

VB = 1.500.000,00 Kz
𝟏.𝟓𝟎𝟎,𝟎𝟎𝟎
MC=
𝟏+𝟎,𝟎𝟓

MC = 1.428.571,43 Kz

IC = 1.428.571,43 X 5%

IC = 71.428,57

Portanto o Imposto de consumo a pagar é de 71.428,57 Kz

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III-Direitos e outras Imposições Aduaneiras

Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 5/06, de 4 de Outubro e Decreto Legislativo Presidencial


n.º 10/13, de 22 de Novembro

Os direitos aduaneiros aplicam-se por meio das pautas, que são relações de mercadorias
com a indicação das respectivas taxas de tributação.

As pautas aduaneiras, dependem do Sistema Harmonizado de Designação de


Mercadorias, uma codificação estabelecida pela Organização Mundial das Alfandegas,
cuja nova visão entrou em vigor em 01 de Janeiro de 2017.

A pauta aduaneira dos direitos de importação e exportação de Angola, é um instrumento


de politica fiscal, que procura adoptar medidas para incentivar e proteger o sector
produtivo nacional.

A nova pauta aduaneira harmonizada aprovada, atribui taxas minimas à importação de


mercadorias essenciáis à população e outras que o pais ainda não produz e taxas
agravadas aos produtos que o país ja dispõe de alguma produção, como a água mineral,
refrigerantes, bebidas alcoolicas, horticolas, carnes bovina e caprina.

3.1- Base de incidência

Incidem sobre a importação de mercadorias (incluindo equipamento) e são calculados


sobre o valor aduaneiro, determinado nos termos do Código Aduaneiro e demais
legislação aplicável.

Os aviões e outros meios de transporte ou quaisquer outros equipamentos


temporariamente importados para uso comercial, no âmbito de um contrato de locação,
estão também sujeitos a direitos aduaneiros, tendo em conta a renda mensal e a duração
do contrato.

3.2- Isenções

Estão isentas do pagamento de direitos aduaneiros:

• A importação de produtos petrolíferos, desde que sejam destinados ao mercado


subvencionado;
• A importação de livros escolares;
• A importação de medicamentos;

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• A importação de sobressalentes de viaturas para industrias montadoras de


automóveis, que invistam em Angola.

3.3-Taxa

A Pauta Aduaneira tem taxas variadas, sendo 2% a mais baixa e 50% a mais alta,
conforme a nomenclatura combinada.

Os Emolumentos Gerais têm uma taxa fixa de 2%

Imposto de Consumo. (Ex Bebidas)- Protecção da Produção Nacional.

Código Descrição Imposto de Direitos Total de


Consumo Aduaneiros Encargos
Importação Aduaneiros/Bens
Importados
2203.00.00 Cevejas de 30% 50% 80%
Malte
2204.21.00 Vinhos 30% 40% 70%
2208.30.00 Whiskies 30% 50% 80%

3.3.1- Sobretaxas

A sobretaxa é de 0,2% (Contribuição no financiamento da União Africana)

3.3.1.1. Sobretaxa ad Valorem

A sobretaxa, é de 1%, e é cobrada sobre o valor aduaneiro da mercadoria e aplica-se na


importação do seguintes bens:

• Bebidas alcóolicas;
• Tabaco e produtos manufacturados associados;
• Veículos de luxo;
• Relógios e joias.

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3.3.2- Tributação e Procedimentos Aduaneiros Para as Exportações

Tributação das Exportações

Procedimentos Medidas Tomadas


Exportação de mercadorias produzidas no Isenta de direitos aduaneiros, excepto a
País taxa de serviço.
Exportação de mercadorias NÃO Sujeito a direitos aduaneiros – Taxa de
produzidas no País exportação de 20%
Exportação de recursos minerais sem Sujeito a direitos aduaneiros - Taxa de
transformação. (Mineiro Bruto) 5% (Código Mineiro)
Taxa de serviço à exportação 0,5%
Base de cálculo do valor aduaneiro Ex-Works – Preço da mercadoria à fabrica

3.4- Determinação da Matéria Colectável

A Matéria Colectável, obtém-se através da seguinte formula:

MC = Preço FOB + Frete + Seguro

Ou seja,

MC = Preço CIF

3.5. Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Asapa, Lda, importou cinco (5) viaturas de marca Mitsubishi Pajero, novos,
cujo o valor Fob de cada viatura é de 24.800,00 Usd, o valor do frete mais o seguro, foi
de 2.100,00 Usd. Em 21 de Maio de 2017, desalfandegou-se estas viaturas no porto de
Luanda. (Cambio do dia 200,00 kz/Usd)

Perante este facto, calcule:

a) O Valor aduaneiro da encomenda;


b) O Imposto aduaneiro a suportar com a encomenda (20%)
c) O Imposto de Consumo a suportar com a encomenda;
d) O Imposto de Selo a suportar com a encomenda;
e) Os Emolumentos Gerais agregados a suportar com a encomenda;
f) A Sobretaxa a pagar;
g) O total de Imposto a pagar para desalfandegar a encomenda

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Resolução:

Valor FOB = Usd 24.800,00 X 5 = Usd 124.000,00

Valor do Frete + Seguro = Usd 2.100,00 X 5 = Usd 10.500,00

Valor CIF = Usd 134.500,00

*Valor aduaneiro = Usd 134.500,00 X 200,00 Kz = 26.900.000,00 Kz

*Imposto Aduaneiro = MC X Taxa


Imposto Aduaneiro = 26.900.000 X 20%
Imposto Aduaneiro = 5.380.000,00 Kz

*Imposto de Consumo = 26.900.000 X 30%


Imposto de Consumo = 8.070.000,00 Kz

*Imposto de Selo = 26.900.000 X 1%


Imposto de Selo = 269.000,00 Kz

*Emolumentos Gerais = 26.900.000 X 2%


Emlumentos Gerais = 538.000,00 Kz

*Sobretaxa(União Africana)= 26.900.000 X 0,2%


Sobretaxa = 53.000,00 Kz

*Sobretaxa(advalorem) = 26.900.000 X 1%
Sobretaxa = 269.000,00 Kz

*Total de Impostos = Imp. Aduaneiro + Imp.Consumo + Imp. Selo


Total de Impostos = 5.380.000 + 8.070.000 + 269.000
Total de Impostos = 13.719.000,00 Kz

IV - Regimes Especiais de Tributação


4.1 - Regime Fiscal Aplicável à Indústria Mineira

Código Mineiro – Lei n.º 31/11, 23 de Setembro

4.1.1- Incidência

Este regime incide sobre:

• Estudos geológicos e de cartografia geológica;

• Reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação dos recursos minerais;

• Exploração, lapidação e beneficiação dos recursos minerais;

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• Comercialização dos recursos minerais ou outras formas de dispor do produto da


mineração;

• Restauração ou recuperação das áreas afectadas pela actividade mineira;

• Reconhecimento, prospecção, pesquisa, avaliação, exploração, tratamento e


comercialização de águas minero-medicinais;

• Reconhecimento, prospecção, pesquisa, avaliação, exploração e comercialização


de recursos minerais existentes no mar territorial, na plataforma continental e na
zona económica exclusiva.

4.1.2- Isenções

Ficam isentas da aplicação deste Código as actividades relativas ao reconhecimento,


prospecção, pesquisa, avaliação e exploração dos hidrocarbonetos, líquidos e gasosos.

4.1.3- Encargos tributários

Os encargos tributários que integram este regime são:

• Imposto de Rendimento Mineral;

• Imposto sobre o Valor dos Recursos Minerais;

• Taxa de Superfície;

• Taxa artesanal.
4.1.4- Imposto Sobre o Rendimento Mineral

O Imposto de rendimento sobre a actividade mineira, é o Imposto Industrial.

4.1.4.1- Incidência

Incide sobre os lucros imputáveis ao exercício das entidades nacionais ou estrangeiras


que, nos termos do Código Mineiro, tenham adquirido os direitos mineiros.

Obs: De salientar, que o Imposto sobre o valor dos Recursos Minerais (IVRM), é
considerado como custo em sede de Imposto Sobre o Rendimento Mineral.
4.1.4.2- Taxa

A taxa do Imposto de Rendimento é de 25%.


IV.1.4.3. Determinação da Matéria Colectável

A determinação da Matéria Colectável, obtém-se da seguinte formula:

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MC = Total de Proveito – Total de Custos

4.1.4.4- Liquidação e pagamento

Para efeitos de liquidação, pagamento do Imposto do Rendimento e outras obrigações


acessórias, aplicam-se as disposições gerais previstas no Código do Imposto Industrial.

4.1.4.5- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Alanter, Lda, exploradora de uma mina de pedras mineiras não metálicas e
não preciosa, sito na provincia do Bengo, município do Quibaxe, em 2017, produziu e
vendeu 2.000 m³ de brita para construção ao preço de 1.500,00 Kz/m³, tendo incorrido
em custos de produção de 900.000,00 Kz.

Calcule o Imposto sobre o Rendimento Mineral:

Receitas = Produto X Preço

Receitas = 2.000 m³ X 1.500,00 Kz

Receitas = 3.000.000,00 Kz

Deduções:

Custos de Produção = 900.000,00 Kz

Imp.sobre o valor dos Recursos Minerais = 60.000,00 Kz

MC = Receitas – Deduções

MC = 3.000.000 – 900.000 – 60.000

MC = 2.040.000,00 Kz

IRM = MC X Taxa

IRM = 2.040.000 X 25%

IRM = 510.000,00 Kz

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4.2 - Imposto Sobre o Valor dos Recursos Minerais (royalty)

É um Imposto sobre a produção

4.2.1- Incidência

Incide sobre o valor dos minerais extraídos à boca da mina, ou quando haja lugar a
tratamento sobre o valor dos concentrados.

Tratando-se de mineração artesanal, o imposto incide sobre os seguintes valores:

• Diamantes: sobre o valor dos lotes adquiridos pelo órgão público de


comercialização;

• Outros minerais (estratégicos ou não): sobre o valor dos minerais adquiridos


pelo órgão público de comercialização e outros compradores autorizados.

4.2.2- Determinação da Mactéria Colectável

No imposto sobre o valor dos recursos minerais, a Matéria Colectável, obtém-se através
da seguinte formula:

MC = Recurso Mineral X Preço

4.2.3- Taxas

As taxas são:

• Minerais estratégicos é de 5%
• Pedras e minerais metálicos preciosos é de 5%
• Pedras semi-preciosas é de 4%
• Minerais metálicos não preciosos é de 3%
• Materiais de construção de origem mineira e outros minerais é de 2%

4.2.4- Calculo do Imposto

O cálculo do Imposto sobre o Valor do Recurso Mineral, obtém-se aplicando a seguinte


formula:

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I.V.R.M = MC X Taxa

4.2.5- Cobrança e Liquidação

O pagamento é feito até ao fim do mês estabelecido para a entrega da declaração.

A declaração Modelo D, deve ser entregue mensalmente até ao dia 15, contendo o
seguinte:

• As quantidades produzidas no mês anterior;


• O seu valor;
• As bases utilizadas para a formação do preço.

O valor é baseado no preço médio efectivo das vendas feitas no período reportado ou é
fixado em relação à média das cotações internacionais.

4.2.6- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Alanter, Lda, exploradora de uma mina de pedras mineiras não metálicas e
não preciosa, sito na provincia do Bengo, município do Quibaxe, em 2017, produziu e
vendeu 2.000 m³ de brita para construção ao preço de 1.500,00 Kz/m³.

Calcule o Imposto sobre o valor do Recurso Mineral:

MC = R. Mineral X Preço
MC = 2.000 m³ X 1.500 Kz
MC = 3.000.000,00 Kz

Imp. = MC X Taxa
Imp. = 3.000.000 X 2%
Imp. = 60.000,00 Kz

4.3- Taxa de superficie

A taxa de superficie é baseada na área, ou seja, sobre os quilometros quadrados da área


de concessão.

4.3.1- Incidência

Os titulares de direitos de prospecção mineira, estão obrigados ao pagamento anual de


uma taxa de superficie, que incide sobre a área de concessão.

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4.3.2- Determinação da Matéria Colectável(MC)

Na Taxa de Superfície, a Matéria Colectável, obtém-se através da seguinte formula:

MC = Espaço em Km²

4.3.3- Taxas

As taxas em dolares norte-americanos, por quilometro quadrado, é o seguinte:

Taxa de Superficie 1º 2º 3º 4º 5º
ano ano ano ano ano
Diamantes 7 12 20 30 40
Restantes minerais estratégicos 5 10 15 25 35
Pedras preciosas 5 10 15 25 35
Pedras semi-preciosas 4 7 10 15 20
Minerais metálicos não preciosos 3 5 7 11 18
Materiais de construção de origem mineira e outros 2 4 6 10 15

Para cada período de prorrogação do período inicial de cinco anos, os valores das taxas
são os correspondentes ao dobro do quinto ano, por cada ano de prorrogação.

IV.3.4. Cálculo da Taxa de Superfície(TS)


O cálculo da Taxa de Superfície (TS), obtém-se através da seguinte formula:

TS = Valor da Taxa/Km²

4.3.5- Liquidação ou Cobrança

A Taxa de Superficie é paga anualmente em Janeiro.

4.3.6- Exemplos

Exemplo nº 1

No contrato de concessão da empresa Alanter, Lda, está prevista uma área de


exploração de 15 km² num periodo de 5 anos, sendo o ano de 2017, o 3º ano de
exploração.

Calcule a taxa de superfície a pagar:

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TS = 6 Usd/Km²

TS = 6 Usd X 15km²

TS = 90,00 Usd

A Taxa de Superfície a pagar em 2017 é de 90,00 Usd

4.3.7- Taxa Artesanal

Estão sujeitas à Taxa Artesanal, as entidades que exerçam a actividade de exploração


artesanal de minerais não estratégicos.

O valor da Taxa Artesanal é fixado em salários mínimos, sendo distinto para cada tipo
de mineral explorado e é estabelecido por decreto.

O detentor do titulo de exploração artesanal de minerais estratégicos está sujeito ao


pagamento de impostos e taxas legais e a um royalty até 5% do valor dos minerais.

O imposto e a taxa são retidos na fonte pelo órgão público de comercialização dos
minerais estratégicos por cada pagamento.

4.4- Tributação das Actividades Petrolíferas

O Imposto das Actividades Petrolíferas no Regime Fiscal Angolano, é regulado pela Lei nº
13/04 de 24 de Dezembro.

Esta lei, tem como objectivo, estabelecer o regime tributário aplicavel a todas entidades
que exerçam actividades de pesquisa, desenvolvimento, produção, armazenagem,
venda, exportação, tratamento e transporte de petróleo bruto e gás natural, bem como de
nafta, ozoterite, enxofre, hélio, dióxido de carbono e substâncias salinas quando
provenientes das operações petrolíferas em Angola.

A liquidação do imposto no sector petrolífero é feito em kwanzas e em dolares


americanos, mas é pago em kwanzas, sendo o preço da venda do petróleo estabelecido
em dolares, e convertido para efeitos fiscais em kwanzas ao câmbio do dia do BNA,
para efeito de liquidação e pagamento do imposto.

De um modo geral, conforme a interpretação da letra da lei no artigo 3º da Lei nº13/04,


a tributação das actividades petroliferas, aplica-se a todas as empresas nacionais e
estrangeiras que exerçam operações petrolíferas em território nacional.

4.4.1- Normalização Contabilistica e Fiscal

Os contribuintes devem registar as suas operações e actos com relevância fiscal segundo
as regras fixadas pelo plano geral de contabilidade, e manter a escrita nos termos
estabelecidos na legislação comercial.

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As declarações fiscais e todos os documentos que as acompanham, devem ser em


português e os valores expressos em kwanzas.

O exercicio económico, ou seja, o ano fiscal, das empresas petrolíferas coincide com o
ano civil, devendo o encerramento reportar-se a 31 de Dezembro e as contas aprovadas
até 31 de Março do ano seguinte, segundo a Lei nº 1/04 de 13 de Fevereiro, Lei das
Sociedades Comerciais.

Na elaboração da contabilidade, não são permitidos atrasos superiores a noventa dias.

A contabilidade, é centralizada na sede da empresa em Angola de todas as operações


realizadas na sede ou em qualquer dependência, devendo observar-se o princípio da
independencia constante do ponto anterior.

4.4.2- Isenções
As actividades petroliferas, ficam apenas sujeitas a este regime tributário, ou seja, estão
isentas de qualquer outros impostos ou encargos tributários, ou seja, qualquer transação,
não estão sujeitas ao imposto de selo, bem como os rendimentos de acções e obrigações
ou os dividendos distribuidos, não estão sujeitos a impostos sobre aplicação de capitais.

4.4.3- Principais Impostos

Conforme a interpretação da letra da lei do artigo 4º da Lei nº 13/04, às empresas


petrolíferas são tributadas os seguintes impostos:

• Imposto sobre a Produção do Petróleo (IPP);


• Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP);
• Imposto de Transação do Petróleo (ITP);
• Taxa de Superficie (TS);
• Contribuição para a Formação de Quadros Angolanos (CFQA).

Os três impostos, manifestam-se através da capacidade contribuitiva, sendo aplicaveis


mediante o tipo de contratos específicos no sector petrolífero, conforme a interpretação
da letra da lei do artigo 14º da Lei nº 10/04, de 12 de Novembro-Lei das Actividades
Petrolíferas:

» Sociedades Comerciais;
» Contrato de Concessão ou Consórcio;
» Contrato de Partilha de Produção;
» Contrato de Serviço com Risco.

Cada um destes contratos, tem o seu modo de contabilidade para efeitos fiscais.

No contrato de Concessão ou Consórcio, são aplicaveis três tipos de impostos directos:

• Imposto sobre a Produção do Petróleo, previsto no artigo 12º da lei em


referencia;

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• Imposto sobre o Rendimento do Petróleo, previsto no artigo 18º da mesma lei;


• Imposto de Transação do Petróleo, previsto no artigo 44º da lei em referencia.

Esta especie de contrato em Angola, não é aplicavel em muitos Blocos Petrolíferos.


Temos exemplos de: Bloco 0 e Fina Sonangol Texaco (FST). A maioria dos Blocos,
utilizam o contrato de partilha de produção, sendo este o mais utilizado no mundo.

No contrato de Partilha de Produção, é tributável somente um tipo de imposto directo,


que é o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo.

4.4.4- Contrato de Concessão ou Consórcio

No contrato de Concessão ou Consórcio, são aplicáveis três tipos de impostos, como


vimos, que são: Imposto sobre a Produção do Petróleo, Imposto de Transação do
Petroleo e o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo.

4.5- Imposto sobre a Produção do Petróleo (IPP)

O imposto sobre a produção do petroleo, está previsto no artigo 12º da Lei da


Tributação das Actividades Petrolíferas.
Este imposto, incide sobre a produção nos contratos de associação e não se aplica aos
contratos de partilha de produção.

4.5.1- Incidência

O imposto de produçaão do petróleo, incide sobre a quantidade de petróleo bruto e gás


natural, produzidas e vendidas, conforme a interpretação da letra da lei nªs 1º e 4º do art.
12º da Lei da Tributação das Actividades Petrolíferas).

4.5.2- Determinação da Matéria Colectável

A determinação da Matéria Colectável (MC), é obtida através da seguinte formula:

MC = Venda X Preço

4.5.3- Taxa

A taxa do Imposto sobre a Produção do Petróleo, é de 20%.

Mas o Governo pode execionalmente a pedido da sonangol reduzir esta taxa até 10%,
apenas, nos seguintes casos de exploração de petróleo:

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• Em jazigos marginais;
• Em áreas marítimas com coluna de água superior a 750 metros;
• Em áreas terrestres de dificil acesso previamente definidas pelo governo.

»» Exemplo dos casos das associações FS e FST no Soyo, que é de 16,67%.

4.5.4- Cálculo do Imposto

O cálculo do imposto sobre a produção do petróleo (IPP), obtém-se aplicando a seguinte


formula:

IPP = MC X Taxa

4.5.5- Cobrança

A liquidação provisória é da responsabilidade do contribuinte, baseada em previsões


declaradas na repartição fiscal até 30 de Novembro do ano anterior, mas que devem ser
revistas e confirmadas trimestralmente.
Deve ser efectuada até ao ultimo dia do mês posterior ao mês da produção, ou seja,
mensalmente.
A liquidação definitiva, deve ser paga até 30 de Abril de cada ano.

4.5.6- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Alanter Oil Company, produziu e vendeu 1.000.000 de barris de petróleo


bruto ao preço de 85 Usd, por barril, tendo incorrido em custos de 12.000.000,00 Usd,
dos quais 9.000.000,00 Usd, são relativos a despesas de capitais afectos a àrea
operacional. Está previsto um prémio de produção de 15 Usd e um prémio de
investimento de 40% em despesas de capital à area operacional. (Cambio do dia Usd =
200,00 Kz).

85 usd X 200,00 kz = 17.000,00 Kz

MC = Vendas X Preço

MC = 1.000.000 X 17.000

MC = 17.000.000.000,00 Kz

IPP = MC X Taxa

IPP = 17.000.000.000 X 20%

IPP = 3.400.000.000,00 Kz
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O imposto sobre a produção do petróleo é de 3.400.000.000,00 Kz.

4.6- Imposto de Transação do petróleo (ITP)

O Imposto de transação do petróleo, está previsto no artigo 44º da Lei da Tributação das
Actividades Petrolíferas, e é um imposto sobre o rendimento previsto unicamente para
os contratos de Associação para a área de Concessão de Cabinda. Não se aplica aos
contratos de partilha de produção nem à Associações FS e FST.
4.6.1- Incidência

Este imposto, incide sobre o rendimento tributável e calcula-se do mesmo modo, que o
imposto sobre o rendimento, ou seja, sobre a diferença entre os proveitos e custos do
exercício.
4.6.2- Outros Custos Dedutíveis em ITP

No Imposto de Transação do Petróleo (ITP), é permitido deduzir ao rendimento


colectável, um prémio de produção e o préemio de investimento, conforme o artigo 45º
da Lei da Tributção das Actividades Petroliferas.
4.6.2.1- Prémio de Produção (PP)

O Prémio de Produção (PP), é uma especie de crédito fiscal em cada barril vendido.
Esse incentivo, consiste no facto de cada unidade de barril produzido, proporcionar um
bónus e é deduzido na Matéria Coletável.

O cálculo do prémio de produção e feito da seguinte forma:

PP = Preço do Prémio X Quantidade de barril produzido e vendido

4.6.2.2- Prémio de Investimento (PI)

O Prémio de Investimento (PI),é uma especie de alavanca de custos, especialmente os


capitalizaveis e da área operacional, na proporção do invstimento.

O cálculo do prémio de investimento (PI), faz-se da seguinte forma:

PI = Valor de Investimento X Taxa.

4.6.3- Determinação da Matéria Colectavel

A determinação da Matéria Colectável, é obtida através da seguinte formula:

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MC = Lucro Tributável

Onde:

Lucro Tributável (LT) = Rendimento Tributável (RT) + a acrescer – a deduzir

Onde:
• A acrescer »» Compreende todos custos não aceites para fins fiscais;
• A deduzir »» Compreende todos os proveitos não aceites para fins fiscais.

Rendimento Tributável (RT) = Proveitos (P) – Custos (C) – Outros Custos (OC)

4.6.4- Taxas

A taxa de Transação do Petróleo é de 70%

4.6.5- Cálculo do Imposto

O cálculo do ITP, obtém-se aplicando a seguinte formula:

ITP = MC X Taxa

4.6.6- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Alanter Oil Company, produziu e vendeu 1.000.000 de barris de petróleo


bruto ao preço de 85 Usd, por barril, tendo incorrido em custos de 12.000.000,00 Usd,
dos quais 9.000.000,00 Usd, são relativos a despesas de capitais afectos a àrea
operacional. Está previsto um prémio de produção de 15 Usd e um prémio de
investimento de 40% em despesas de capital à area operacional. (Cambio do dia Usd =
200,00 Kz).

Preço do barril = 85 Usd X 200,00 Kz


Preço do barril = 17.000,00 Kz

Proveitos = 1.000.000 barris X 17.000,00 Kz


Proveitos = 17.000.000.000,00 Kz

Custos = 12.000.000,00 Usd X 200 Kz


Custos = 2.400.000.000,00 Kz

Premio de Produção (PP) = 1.000.000 X (15Usd X 200 Kz)


Prémio de Produção (PP) = 1.000.000 X 3.000 Kz

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Prémio de Produção = 3.000.000.000,00 Kz

Prémio de Investimento (PI) = (9.000.000 Usd X 200 Kz) X 40%


Prémio de Investimento (PI) = 1.800.000.000,00 Kz X 40%
Prémio de Investimento (PI) = 720.000.000,00 Kz

Outros Custos = PP +PI


Outros Custos = 3.000.000.000,00 Kz + 720.000.000,00 Kz
Outros Custos = 3.720.000.000,00 Kz

Proveitos = 17.000.000.000,00 Kz
Custos = 2.400.000.000,00 Kz
Outros Custos = 3.720.000.000,00 Kz

Rendimento Tributável (RT) = Proveitos(P) – Custos(C) – Outros Custos(OC)

RT = 17.000.000.000,00 Kz – 2.400.000.000,00 Kz – 3.720.000.000,00 Kz


RT = 17.000.000.000,00 Kz – 6.120.000.000,00 Kz
RT = 10.880.000.000,00 Kz

LT = RT + a acrescer – a deduzir

LT = 10.880.000.000,00 Kz + 0 - 0
LT = 10.880.000.000,00 Kz

MC = LT
MC = 10.880.000.000,00 Kz

ITP = 10.880.000.000,00 Kz X 70%


ITP = 7.616.000.000,00 Kz

4.7- Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP)

O Imposto sobre o Rendimento do Petróleo, é um imposto directo, calculado nos termos


do imposto industrial, sobre a diferença entre os proveitos e os custos do exercício, ou
seja o imposto incide sobre os lucros.

4.7.1- Incidência

O imposto incide sobre os rendimentos tributáveis provenientes de qualquer das


seguintes actividades:

• Pesquisa, desenvolvimento, produção, armazenagem, venda, exploração,


tratamento e transporte de petroleo;
• Comercio por grosso de quasquer outros produtos provenientes das actividades
acima referidas;

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• Ocasionais ou acessórias efectuadas pelas entidades petrolíferas, desde que tais


actividades não seja de natureza comercial ou industrial.

Obs. De salientar, que o IPP, ITP, TS e CFQA, são considerados como custos em sede
de Imposto sobre o Rendimento do Petróleo. (IRP).

4.7.2- Determinação da Matéria Colectavel (MC)

A mactéria Colectável, é determinada por uma comissão de fixação com base na


declaração do contribuinte e seus anexos. Esta comissão é constituida pelo chefe da
repartição fiscal um técnico superior de contabilidade designado pelo Ministério das
Finanças e por um representante do contribuinte.

4.7.3- Taxas

A taxa é de 50%, para os contratos de partilha e de 65,75%, para outros contratos e


associações.

IV.7.4. Cálculo do Imposto

O cálculo do imposto sobre o rendimento do petróleo, obtém-se aplicando a seguinte


formula:

IRP = Lucro Bruto X Taxa

4.7.5- Liquidação e Cobrança

A liquidação provisória deve ser paga mensalmente, até o último dia do mês posterior
ao mês da produção.
A liquidação provisória, é da responsabilidade do contribuinte, baseada em provisões
declaradas na Repartição Fiscal até 30 de Novembro do ano anterior.

4.7.6- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Alanter Oil Company, num contrato de Associação numa área de Concessão,
produziu e vendeu 1.000.000 de barris de petróleo ao preço de 85,00 USD o barril,
tendo incorrido a custos de produção de 12.000.000 Usd. (Cambio USD = 200,00 KZ)

O IRP, será assim calculado:

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Receitas = 1.000.000 X 85 X 200


Receitas = 17.000.000.000,00 KZ

Deduções.

Custos de produção = 12.000.000 Usd X 200 Kz


Custos de Produção = 2.400.000.000,00 Kz
IPP = 3.400.000.000,00 KZ
ITP = 7.616.000.000,00 Kz
Total das Deduções = 13.416.000.000,00 Kz

Matéria Colectável (MC) = Receitas – Deduções


MC = 17.000.000.000,00 Kz – 13.416.000.000,00 Kz
MC = 3.584.000.000,00 Kz

IRP = MC X Taxa
IRP = 3.584.000.000,00 X 65,75%
IRP = 2.356.480.000,00 Kz

Exemplo nº 2

Tributação aplicavel a um contrato de partilha de produção.

Produção e venda: 1.000.000 de barris de petróleo bruto.


Preço do barril de petróleo bruto: 85 Usd.
Cambio do dia: Usd = 200,00 Kz

Contrato:
• Petróleo bruto para recuperação dos custos = 50%
• Parte do petróleo bruto, lucro do empreteiro = 80%
• Parte do petróleo bruto, lucro da concessionaria nacional = 20%

O Imposto sobre o Rendimento do Petróleo será assim calculado:

Proveitos = 1.000.000 X (85 Usd X 200 Kz)


Proveitos = 1.000.000 X 17.000 Kz
Proveitos = 17.000.000.000,00 Kz

Deduções = petróleo bruto para recuperação dos custos = 8.500.000.000,00 Kz


Petróleo lucro (diferença) = 8.500.000.000,00 Kz

Deduções = Parte do petróleo, lucro da concessionaria nacional = 1.700.000.000,00 Kz

Parte do petróleo, lucro do empreteiro (diferença) = 6.800.000.000,00 Kz

Imposto Sobre o Rendimento (IRP) = 6.800.000.000 X 50%

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IRP = 3.400.000.000,00 Kz.

4.8. Taxa de Superfície

A Taxa de Superfície, é baseada na área, ou seja, sobre os quilometros quadrados de


cada área de concessão.

4.8.1- Incidência

A Taxa de superfície, incide sobre a área de concessão ou sobre as áreas de


desenvolvimento, no caso de os contratos celebrados nos termos da Lei da Tributação
das Actividades Petrolíferas, preverem a sua existência, conforme o artigo 50º da
referida Lei.

4.8.2- Determinação da Matéria Colectável (MC)

Na Taxa de Superfície, a Matéria Colectável, obtém-se através da seguinte formula:

MC = Espaço em Km²

4.8.3- Taxas

A Taxa de Superfície (TS) é igual à 300,00 dolares americanos por quilometro


quadrado.

4.8.4- Calculo da Taxa de Superfície

O cálculo da Taxa de Superfície (TS), obtem-se através da seguinte formula:

TS = 300,00 USD/Km²

4.8.5- Cobrança

A Taxa de Superfície, é paga anualmente, pelas associadas da Sonangol, na Repartição


Fiscal competente, durante o mês seguinte:

• Ao da atribuição da concessão;
• Ao da declaração de cada descoberta comercial.

As empresas petrolíferas, devem apresentar na Repartição Fiscal competente uma


declaração em sextuplicado, até 31 de Janeiro de cada ano, acompanhada de um
documento emitido pela Sonangol, certificando a dimensão das áreas de
desenvolvimento sujeitas à Taxa de Superfície.
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4.8.6- Exemplos

Exemplo nº 1

No contrato de concessão da empresa Alanter Oil Company, está prevista de Superfície,


uma área de desenvolvimento de 15 Km².

TS = 300 USD/Km²
TS = 300 USD X 15 Km²
TS = 4.500,00 USD

Portanto, a Taxa de Superfície a pagar é de 4.500,00 Usd.

4.9- Contribuição Para a Formação dos Quadros Angolanos (CFQA)

A Contribuição para a Formação de Quadros Angolanos, está em conformidade a


interpretação do artigo 3º conjugado com a alinea c) do artigo 12º, ambos do Decreto-lei
nº 17/19 de 26 de Junho.

4.9.1- Incidência

• Incide nas empresas de direito estrangeiro e nas empresas de direito angolano,


cujo o capital social seja maioritáriamente detido por pessoas ou entidades que
exerçam actividades de prospecção, pesquisa, avaliação, desenvolvimento e
produção de petróleo, bem como, de refinação e tratamento de petróleo,
armazenagem, transporte, distribuição e comercialização de produtos
petrolíferos;
• Incide nas empresas estrangeiras e nacionais, detidas maioritariamente por
estrangeiros, que prestem serviços à entidades referidas acima.

4.9.2- Determinação da Mactéria Colectável

Na CFQA, a Matéria Colectável, obtém-se através da seguinte formula:

MC = Actividade, barril produzido ou licença

4.9.3- Taxas

A taxa de contribuição é anual, e será para as empresas:

• Detentora de uma licença de prospecção – 100.000,00 Usd;


• Em período de pesquisa – 300.000,00 Usd
• Em período de produção – 0,15 Usd por barril produzido;

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• De refinação ou tratamento de petróleo – 0,15 Usd por barril processado;


• Ou entidade, que exerça a actividade de armazenamento, de transporte, de
distribuição e comercialização de produtos petrolíferos – 0,5% do volume de
negócios;
• Ou entidade de prestação de serviços – 0,5% dos contratos.

4.9.4- Cálculo da CFQA

O càlculo da Contribuição para a Formaçaõ de Quadros Angolanos (CFQA), obtém-se a


partir da seguinte formula:

CFQA = Taxa X Produção ou (por actividade exercida)

4.9.5- Cobrança

O pagamento deve ser feito trimestralmente, até ao último dia do primeiro mês posterior
ao trimestre a que respeitar.

A CFQA, é considerada um custo directo, enquanto outros impostos são liquidados e


pagos nas Repartições Fiscais, esse não, pois as operadoras, recolhem das associadas e
das prestadoras de serviços a contribuição respectiva, fazendo o deposito no fundo de
desenvolvimento dos recursos humanos do Ministério do Petróleo..

4.9.6- Exemplos

Exemplo nº 1

A empresa Alanter Oil Company de direito angolano, com capital maioritariamente


estrangeiro, produziu 1.000.000 de barris de petróleo.

CFQA = 0,15 Usd X 1.000.000


CFQA = 150.000,00 Usd

A Contribuição para a Formação de Quadros A ngolanos é de 150.000,00 Usd

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Pereira, Manuel Henrique de Freitas - ”Fiscalidade”, 3ª Edição, Coimbra ( Manuais


Universitários), maio de 2009;

- António, Nvela – “Fiscalidade Angolana”, 1ª edição, whereangika editora, maio 2015;

- Pinto, José Alberto Pinheiro – “Fiscalidade”, 4ª Edição, Areal edições;

- Gonçaves, Fernando – “Fiscalidade” (Contúdos revistos e actualizados Angola 2017),


3ª Edição, textos editores, Lda-Angola, Janeiro de 2017;

- Legislação Fiscal Angolana, 5ª Edição, 2016;

- Constituição da República de Angola, 13-Janeiro de 2010;

- Código Civil Angolano.

- www.minfin.gov.ao

- Guia do Sistema Tributário Angolano - 2017

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