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UAb
Oikos + nomos
Necessidades Recursos
ilimitadas escassos
Escolhas
(alternativas)
“Não há almoços grátis” A escolha tem consequências:
Alfred Marshal disse que “a Economia é o estudo da humanidade nos assuntos correntes
da vida”
Sumário / Fonte:
• Economia
internacional
• Economia monetária
• Economia financeira
• Economia industrial
• Economia da
informação
• Economia do
trabalho
• Economia agrícola
• Etc.
Sumário / Fonte:
Estuda os mesmos fenómenos que outras Ciências (Psicologia, Demografia, História, etc.),
mas com abordagens diferenciadas.
Para se ser economista, é necessário ter uma linguagem própria, para se evitar cair em
determinados erros.
Uma das primeiras questões a ter em conta é o estatuto estatístico das leis económicas.
Isto significa assumir que determinadas afirmações são de elementos que se espera
acontecer na maior parte dos casos. É possível deduzir uma determinada relação entre
variáveis, sendo expectável que essa relação se verifique quando estiverem cumpridas
todas as hipóteses de base.
Isto porque a realidade é muito complexa e há muitas variáveis relacionadas umas com as
outras.
Sumário / Fonte:
Sumário / Fonte:
No entanto, poderão existir falhas existentes nas filas dos supermercados. Isto significa
que, mesmo quando os agentes se comportam de forma racional, existem outras variáveis
que poderão colocar em causa o equilíbrio do mercado.
Significa que, para que os sistemas se equilibrem, a racionalidade pode não ser suficiente.
Nesses casos, poderá ser necessária a intervenção do Estado, corrigindo as falhas
existentes. No entanto, será sempre essencial averiguar se essa intervenção não será
irrealista ou se trará mais problemas.
Se o benefício líquido da intervenção não for superior ao custo líquido da mesma, esta
poderá não ser adequada.
A decisão dessa intervenção deve ser ponderada de acordo com os benefícios e os custos
associados.
Sumário / Fonte:
• Mercado livre
• Estrutura que conjuga interesses de potenciais vendedores e
potenciais compradores
Mercado • Os agentes atuam de forma livre
• As empresas produzem o que der mais lucro, utilizando as
tecnologias mais eficientes e produzindo para quem queira
comprar os produtos
• Economia dirigida
• Promover a equidade: garante uma melhor distribuição dos
recursos (é colocado em prática através do sistema fiscal)
• Promover a estabilidade: reduz a incerteza e pode conduzir à
Estado
realização de mais negócios
• Promover a eficiência: eficiência de Pareto (só há melhoria, se não
piorar ninguém no processo)
• Fornecimento de bens públicos
Economia
• Funcionamento do mercado, com o Estado como regulador
mista
Sumário / Fonte:
Num mundo de escassez, todos os agentes económicos têm de fazer escolhas: um recurso,
ao ser utilizado para determinado fim, deixou de ser utilizado para outro fim alternativo.
Todas as escolhas têm um custo económico, não necessariamente económico, seja para o
próprio seja para outros, levando Milton Friedman a referir: “There is no such thing as a
free lunch”.
Para avaliar o custo de uma escolha, devemos olhar para o valor das alternativas de
utilização dos recursos que foram recusados em favor da opção escolhida. É ao custo
avaliado dessa forma que se chama custo de oportunidade de uma escolha.
Custo de oportunidade
de uma escolha =
excedente na melhor
alternativa + despesa
associada à escolha
efetuada
Sumário / Fonte:
Benefício bruto
Benefício marginal
Benefício adicional que uma escolha traz em relação a outra, ou seja, qual o acréscimo de
bem-estar que um agente económico tem numa opção em relação a outra.
Necessidades Recursos
Decisão racional ilimitadas escassos
É aquela em que os
benefícios marginais são
maiores ou iguais aos
custos marginais
Custo de
Benefício oportunidade
Racionalidade
Sumário / Fonte:
2.3 – O valor de uma escolha e o conceito de benefício marginal (livro Princípios de Microeconomia)
2.4 – A tomada de decisões racionais (livro Princípios de Microeconomia)
A escolha para o problema acima indicado levará a uma tabela de combinações possíveis
de produção entre o produto 𝑋 e o produto 𝑌, e a uma consequente figura, como a abaixo.
Essa figura representa a Fronteira das possibilidade de produção (FPP).
Subjacente à construção
da FPP está implícita a
verificação da eficiência
de Pareto. Isto é o
mesmo que dizer que a
economia em causa está
na sua situação de pleno
emprego.
Os pontos abaixo indicam uma utilização ineficiente dos recursos, e os pontos acima não
são possíveis de alcançar, considerando a tecnologia atual (ceteris paribus). Para que estes
últimos pontos sejam alcançáveis, é necessário mudar algo (relacionado com tecnologias
ou com recursos).
Sumário / Fonte:
3.1 – Do conceito de possibilidade de produção à fronteira das possibilidades de produção (livro Princípios de
Microeconomia)
3.3 – Pontos abaixo e acima da FPP (livro Princípios de Microeconomia)
A FPP é representada como uma curva negativamente inclinada, pois, para produzir mais
uma unidade de um bem, é necessário abdicar de uma certa quantidade do outro,
Verificação da eficiência
assumindo que se mantém como pressuposto que os recursos estão a ser utilizados na sua
de Pareto
totalidade.
Não é possível aumentar
Este é o conceito de custo de oportunidade aplicado à FPP:
a produção de um
produto/setor sem ∆𝑌
𝐶𝑂𝑋 = −
reduzir a produção do ∆𝑋
outro, uma vez que se 𝐶𝑂 = Custo de oportunidade
desviam recursos entre
atividades produtivas
O custo de oportunidade é um custo relativo, uma vez que não é contabilidade em
unidades monetárias, mas sim expresso em produção perdida de outro produto.
Os custos relativos poderão ser constantes nos casos em que estamos a falar de
quantidades de produtos por período de tempo.
Sumário / Fonte:
Sumário / Fonte:
Se cada um fizer o que é melhor para si, promove o interesse de toda a sociedade, “como
se fosse guiado por uma mão invisível a atingir um fim que não fazia parte das suas
intenções”.
Sumário / Fonte:
4.1 – A interação de agentes económicos e a "mão invisível" de Adam Smith (livro Princípios de Microeconomia)
Preço de reserva – Esta indica que quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade procurada desse
excedente da diferença mesmo bem, tudo ceteris paribus (tudo o resto constante).
entre o preço de mercado
e o máximo que o
consumidor está disposto Fatores que influenciam o valor do preço de reserva:
a pagar
• Rendimento do consumidor
• Grau de satisfação que uma unidade adicional do bem acrescenta
• Preços dos bens relacionados (produtos substitutos)
Aos bens cuja procura aumenta após o aumento de rendimento chamamos de bens
normais. Mas quanto aos bens inferiores (como produtos em segunda mão ou de baixa
qualidade), a sua procura aumenta com a redução do rendimento.
Sumário / Fonte:
4.2 – Lei da procura: intenções de compra e seus determinantes (livro Princípios de Microeconomia)
Sempre que a lei da procura é verificada, diz-se que estamos perante a procura de bens
ordinários.
Mas nos casos dos bens de Giffen e dos bens de Veblen, esta lei é violada.
Bens de Veblen
Bens de Giffen
Sumário / Fonte:
Um bem não é, por norma, vendido a um preço inferior ao custo de produção. Logo,
pressupõe-se que o produtor poderá sempre retirar um excedente não negativo das suas
decisões de venda.
Esse excedente resulta da diferença entre o preço de mercado e o mínimo que o produtor
está disposto a receber por uma dada quantidade, mínimo esse que depende dos custos
de produção.
Quanto maior é a produção, maior é o custo de produzir mais uma unidade, já que o custo
Custo de produção de de oportunidade dos recursos vai aumentando.
uma unidade adicional =
Isto leva a uma relação positiva entre a quantidade oferecida de determinado bem e o
custo marginal de
respetivo preço de venda.
produção
Lei da oferta
Quanto maior é o preço de venda, maior é a quantidade oferecida, tudo o resto constante.
Variáveis endógenas:
• Quantidade
oferecida
• Preço de venda
Variáveis exógenas:
Sumário / Fonte:
4.3 – Lei da oferta: intenções de produção/venda e seus determinantes (livro Princípios de Microeconomia)
Para cada preço, somam-se as quantidades procuradas por todos os consumidores para
se obter a quantidade procurada no mercado, bem como se somam todas as quantidades
oferecidas por todos os produtores a cada preço, para se obter a respetiva quantidade
oferecida no mercado.
Sumário / Fonte:
𝐷 ∶ 𝑄𝐷 = 𝑓 (𝑃 ) 𝑓 ′ < 0
{ 𝑆 ∶ 𝑄𝑆 = 𝑔(𝑃 ) 𝑔′ > 0
𝑄𝐷 = 𝑄𝑆
Qualquer preço acima ou abaixo do equilíbrio é um preço instável e haverá incentivo a que
o mesmo se altere até que 𝑄𝐷 = 𝑄𝑆 . No entanto, o equilíbrio não é permanente e alterar-
se-á sempre que uma das variáveis exógenas se altere, levando a movimentos da procura
e/ou da oferta.
Sumário / Fonte:
As condições que levam Pensando na curva da procura como representando as disponibilidades a pagar por cada
ao excedente económico unidade, e na curva da oferta como representando o mínimo que os produtores estão
máximo consistem no dispostos a receber por cada unidade produzida, verifica-se que, dado um preço unitário
conjunto de hipóteses de transação, quer os consumidores, quer os produtores, irão ter um excedente.
que formam o paradigma
Neoclássico:
• Os agentes
económicos são
racionais e escolhem
pontos que
maximizam o seu
bem-estar
• Os agentes
económicos agem
de forma
independente, na
posse de informação
completa
Apenas em situações em Sendo o preço de mercado um valor único pago por unidade, os consumidores obtêm um
que o mercado não excedente porque valorizam cada unidade mais do que o valor correspondente ao preço
atinge automaticamente da transação. A valorização de uma unidade adicional vai diminuindo à medida que os
eficiência, é que se consumidores adquirem mais quantidade, o que está na base da lei da procura.
justifica economicamente
uma intervenção Da mesma forma, os produtores obtêm um excedente por unidade, já que vendem
governamental para sempre ao mesmo preço, mas se produzissem menos, teriam menos custos e, portanto,
corrigir a situação. estariam dispostos a receber menos pelas unidades que já tinham produzido antes de
chegar àquela unidade.
Sumário / Fonte:
A curva da oferta, enquanto relação entre preço e quantidade ótima a produzir, depende
de um conjunto de variáveis que afetam as escolhas de produção, em particular, os custos
de produção, informação implícita na oferta. Essas variáveis são, fundamentalmente, os
preços dos fatores produtivos e matérias-primas, bem como a tecnologia de produção,
que determina a quantidade de recursos que se despendem para produzir uma certa
quantidade de um bem.
Sentido da Alteração na
Situação Alteração no preço
deslocação quantidade
Aumento da
Direita Aumenta Aumenta
procura
Sumário / Fonte:
Quando o Estado intervém sobre um mercado, normalmente é para tentar corrigir uma
falha de mercado, visto que este não atinge automaticamente o excedente económico
máximo.
No entanto, o Estado também pode intervir num mercado que funciona adequadamente.
Por exemplo, sempre que o Estado tem como objetivo obter receitas fiscais para financiar
programas de despesa pública, pode lançar impostos sobre as transações.
O Estado, no seu papel regulador, por razões éticas e morais, pode determinar que um
determinado preço de equilíbrio é demasiado baixo para garantir a subsistência dos
agentes económicos do lado da oferta (exemplo: salário mínimo dos trabalhadores).
Um exemplo disso, é o setor energético, que levou décadas a liberalizar, e onde o Estado
regulou durante muito tempo as tarifas, após a entrada de iniciativas privadas.
Sumário / Fonte:
Um mercado sujeito a um preço máximo verá sempre o seu preço abaixo do preço de
equilíbrio (não faria sentido fixar acima, por não ter qualquer efeito prático).
Um exemplo de fixação
de preços máximos Existirá sempre excesso de procura; quem adquire o bem não é quem mais o valoriza, é
ocorre durante situações quem chega primeiro.
de guerra, para evitar a
Será necessário encontrar sistemas de racionamento, formar-se-ão filas de espera e pode
subida de preço de bens
até formar-se um mercado negro (para aqueles consumidores que não chegaram a tempo,
essenciais, como o pão, o
mas pretendem o bem, mesmo pagando a um preço mais alto).
leite, etc.
Há perda de excedente económico em relação à situação de mercado livre. Essa redução
designa-se perda pura, já que é excedente económico que simplesmente desaparece
devido à redução de transações no mercado
Sumário / Fonte:
Um mercado sujeito a um preço mínimo verá o seu preço sempre acima do preço de
equilíbrio, o que significa que existirá sempre excesso de oferta; haverá acumulação de
stocks e desaproveitamento de recursos empregues na produção que não é vendida.
Em exemplo de preços
Aqui também ocorre redução do excedente económico, perda pura.
mínimos ocorre no
mercado de trabalho Os consumidores pagam mais do que numa situação de mercado livre.
(salário mínimo).
Sumário / Fonte:
Conceito de elasticidade
O impacto numa variável motivado pela alteração de outra variável, com ambas as
alterações a serem medidas em percentagem.
𝑌2 − 𝑌1 ∆𝑌
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 %𝑌 𝑌1 𝑌 ∆𝑌 𝑋1
𝐸𝑌𝑋 = = = 1 =
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 %𝑋 𝑋2 − 𝑋1 ∆𝑋 ∆𝑋 𝑌1
𝑋1 𝑋1
A elasticidade pode ser aplicada a qualquer relação entre duas variáveis, inclusivamente
no âmbito da teoria do consumidor (p. ex., medindo a forma como a utilidade de um
consumidor aumenta com a variação do consumo de um bem) ou no âmbito da teoria do
produtor (p. ex., analisando se altera a quantidade produzida face à variação dos
quantitativos de fatores de produção que são utilizados).
Sumário / Fonte:
Importância do bem Mede a sensibilidade do consumidor face a variações de preço; é a variação percentual da
quantidade procurada em resposta a uma variação percentual do preço desse bem.
Quanto mais essencial /
importante for um bem, 𝜕𝑄 𝑃
𝐸𝑃𝑃 =
mais rígido é o 𝜕𝑃 𝑄
comportamento do
consumidor em relação a
uma possível variação de Considerando a curva de procura dada por 𝑄 = 20 − 2𝑃, e o ponto (𝑃 ∗ , 𝑄 ∗ ) = (4,12), é
preço. possível aplicar a fórmula da elasticidade e obter o valor da elasticidade nesse ponto,
−0,67. Isso significa que nesse ponto, se a se o preço aumentar 1%, a quantidade
O contrário acontece
procurada diminuirá aproximadamente 0,67%.
com bens que sejam
facilmente substituídos
por outros.
A elasticidade procura-preço permite identificar vários elementos importantes:
Sumário / Fonte:
𝑀 = Rendimento do Mede a variação percentual na quantidade procurada motivada por uma alteração
consumidor percentual no rendimento do consumidor, tudo o resto constante.
𝜕𝑄 𝑀
𝐸𝑅 =
𝜕𝑀 𝑄
Bens normais
Bens inferiores
Sumário / Fonte:
Mede a forma como varia a quantidade procurada de um bem (em termos percentuais)
face a uma variação do preço de um outro bem (também em termos percentuais).
𝜕𝑄𝑋 𝑃𝑌
𝐸𝑋𝑌 =
𝜕𝑃𝑌 𝑄𝑋
Sumário / Fonte:
𝜕𝑄 𝑆 𝑃
𝐸𝑃𝑆 =
𝜕𝑃 𝑄
O sinal da elasticidade depende do sinal do primeiro fator que, neste caso, corresponde
ao declive da curva da oferta. Como essa curva tem um declive positivo (consequência da
lei da oferta), então a elasticidade preço da oferta será positiva.
• Produtos em stock
• Disponibilidade dos fatores de produção
• Tecnologia
• Processo de produção (mais simples ou complexo)
• Tempo disponível para reação
Sumário / Fonte:
Determinantes
𝐸𝑅 < 0 Inferior
Elasticidade procura-
𝐸𝑅 > 0 Normal
rendimento (𝑬𝑹 )
𝐸𝑅 > 1 Superior ou de luxo
Sumário / Fonte:
• |𝐸𝑃𝑃 | < 1
Procura inelástica
• Se o preço aumentar, a despesa também aumenta
• |𝐸𝑃𝑃 | > 1
Procura elástica • Se o preço aumentar, a quantidade procurada
diminui, por isso a despesa diminui
• |𝐸𝑃𝑃 | = 1
Procura com • Face a uma alteração infinitesimal do preço, a
elasticidade unitária despesa não tem qualquer alteração (situação de
despesa máxima)
Sumário / Fonte:
Externalidade – Quando Quando o Estado intervém sobre um mercado, normalmente a sua atuação é pautada
uma ação tem efeitos pela tentativa de corrigir uma falha de mercado, causada por externalidades ou por
sobre terceiros assimetrias de informação.
No entanto, também pode intervir num mercado que funcione adequadamente. É o que
pode acontecer quando se decidem lançar impostos sobre as transações, chamados de
impostos indiretos, como o IVA, cujo objetivo é obter receitas fiscais para financiar
programas de despesas públicas do interesse do governo.
Neste ponto, também é importante perceber que a elasticidade pode ser um elemento
essencial ao nível da eficácia de uma política fiscal. P. ex., se o objetivo do Ministro das
finanças for aumentar a receita fiscal, de acordo com a relação entre a elasticidade e
receita, já sabe que só o deve fazer em produtos com procura inelástica.
𝑃𝑑 = 𝑃𝑆 + 𝐼
𝑃𝑑 = Decisões de compra
Os impostos diretos
normalmente são âmbito 𝑃𝑆 = Decisões de produção
da Macroeconomia
𝐼 = Impostos indiretos
Impostos indiretos
Impostos específicos Impostos ad valorem Impostos mistos
𝑇 = Impostos fixo • Impostos por unidade • Aplicado através de • Têm uma vertente de
𝑡 = Taxa de imposto vendida (independente uma determinada taxa impostos específicos e
do nível do preço sobre o preço sem uma vertente de
• 𝐼=𝑇 impostos impostos ad valorem
• 𝐼 = 𝑡 ⋅ 𝑃𝑆 • 𝐼 = 𝑇 + 𝑡 ⋅ 𝑃𝑠
Sumário / Fonte:
É um erro frequente dizer que, após o imposto, a oferta ou a procura sofrem uma
contração. O que se passa é que, aos olhos do consumidor ou do produtor, a oferta ou a
Quando se calcula o
procura é uma nova curva, visão do mercado distorcida pela presença do imposto, daí que
equilíbrio de mercado na
o equilíbrio após esse imposto se calcule em referência a essa curva. A distância na vertical
presença de um imposto,
entre as duas curvas corresponde ao valor do imposto e por ser fixo, as duas curvas são
é preciso ter em atenção
paralelas.
que, para além das
condições habituais, há O imposto, por fazer reduzir a quantidade de transações, recai em ambos os lados do
uma separação entre mercado e altera as decisões de compra e venda, daí que se diga que os impostos indiretos
preço na produção e são, regra geral, distorcionários.
preço no consumo,
devido ao imposto.
O imposto tem maior incidência económica sobre o lado do mercado com menor
elasticidade.
𝐷 ∶ 𝑄𝑑 = 𝑓(𝑃𝑑 ) 𝑓′ < 0
𝑆 ∶ 𝑄𝑠 = 𝑔(𝑃𝑠 ) 𝑔′ > 0
{
𝑄𝑑 = 𝑄𝑠
𝑃𝑑 = 𝑃𝑠 + 𝐼 Tipos de incidência (são independentes uma da outra)
A distorção provocada pelo imposto tem um custo económico que pode ser avaliado pela
perda de excedente que resulta da redução de transações após o imposto. A essa perda
de excedente económico chama-se perda pura do imposto. A receita fiscal do estado é
oriunda de excedente de consumidor e de excedente de produtor.
Sumário / Fonte:
Impostos ad valorem
Impostos mistos
Sumário / Fonte:
Ao ser atribuído um subsídio, aos olhos do consumidor, cada unidade do produto fica mais
barata num montante idêntico ao do subsídio. Esse subsídio vai beneficiar tanto os
produtores como os consumidores, já que a quantidade transacionada vai aumentar,
aumentando o excedente económico para ambos os lados do mercado.
Com o subsídio, o Estado passa a ter uma despesa. Uma parte dessa despesa permite
aumentar o excedente do consumidor e outra parte permite aumentar o excedente do
produtor. Há no entanto, uma parte da despesa do Estado que não se transforma em
excedente económico e que consiste na perda pura da política, por se estar a distorcer as
decisões ótimas.
Em geral, a atribuição de uma subsídio prende-se com critérios éticos, políticos e morais,
já que do ponto de vista da eficiência económica há um desperdício que corresponde à
perda pura (área do triângulo mais escuro).
Sumário / Fonte:
Caso 1
Surge quando a lei da procura não se aplica e a procura é vertical, ou seja, os consumidores
adquirem sempre a mesma quantidade independentemente do preço. Trata-se de uma
situação de bem essencial sem qualquer possibilidade de substituição. Significa que a
procura tem elasticidade igual a zero, é totalmente rígida.
Neste caso, se for lançado um imposto, ele é totalmente suportado pelo consumidor e não
existirá qualquer perda de excedente económico, já que a redução do excedente do
consumidor corresponde à receita fiscal do imposto.
Mesmo que seja eticamente condenável tributar as transações de um bem essencial sem
possibilidade de substituição, é eficiente fazê-lo, já que é um imposto que não gera
distorções nas decisões dos agentes económicos.
Caso 2
O mesmo se pode dizer acerca da tributação de bens que tenham uma oferta que não é
influenciada pelo preço: seja qual for o preço, a quantidade oferecida é sempre a mesma.
Um exemplo pode ser as obras de arte, únicas e irrepetíveis, pelo que a quantidade
oferecida não depende do preço.
Sumário / Fonte:
• Deslocação paralela
Alteração do • Alteração do espaço das possibilidade de consumo
rendimento o Redução – contrai
o Aumento – expande
• Alteração do declive (rotação)
Bens compósitos Alteração de • Alteração do espaço das possibilidades de consumo
preços o Redução – expande
Um bem genérico que
o Aumento – contrai
representa um conjunto
de bens (ex. bens
alimentares)
Sumário / Fonte:
𝑝𝑥
O declive da restrição orçamental, em valor absoluto é dado por . A esse valor
𝑝𝑦
chamamos preço relativo do bem 𝑋 e representa a relação entre o valor do bem 𝑋 e o
valor do bem 𝑌 no mercado.
O valor de troca é diferente do valor atribuído pelo consumidor a mais uma unidade de
um bem, o que por vezes se designa por valor de uso. O paradoxo da água e do diamante,
enunciado por Adam Smith, serviu de fio condutor durante todo o século XIX para resolver
a questão do valor e ilustra a distinção entre valor de troca e valor de uso:
Não há nada de mais útil que a água, mas ela não pode comprar quase nada;
dificilmente teria bens com os quais trocá-la. Um diamante, pelo contrário,
quase não tem nenhum valor quanto ao seu uso, mas encontrar-se-á
frequentemente uma grande quantidade de outros bens com o qual trocá-lo.
O exemplo tem a virtude de ilustrar bem que o valor relativo de um bem no mercado pode
diferir muito do valor desse mesmo bem do ponto de vista de satisfação (utilidade) que
advém do seu consumo.
Sumário / Fonte:
Axiomas
Sumário / Fonte:
Podemos dizer que a transitividade obriga a que as curvas não se cruzem, enquanto a
desejabilidade leva a que sejam negativamente inclinadas e a completude garante que
qualquer cabaz de consumo tem a ele associado uma curva de indiferença.
Hipóteses
Sumário / Fonte:
Todos os cabazes que pertencem à mesma curva de indiferença são cabazes que dão ao
consumidor o mesmo grau de bem-estar. Ao longo de uma curva de indiferença, os
cabazes que a compõem têm sempre mais de um bem e menos de outro.
A TMS, no fundo, é o reflexo do valor relativo que o consumidor atribui a um bem. E o que
é importante para a valorização relativa de um bem não é apenas aquilo que já se
consumiu, mas o que potencialmente está disponível para consumir, sem custos
adicionais.
Quanto mais quantidade de um bem o consumidor dispõe, menor é o valor que atribui
a uma unidade adicional e, por conseguinte, menor a disponibilidade a pagar por essa
unidade, dado o rendimento.
Ao longo de uma curva de indiferença linear, o consumidor está disposto a trocar um bem
pelo outro sempre à mesma taxa (como o caso de bens que são substitutos perfeitos: o
consumidor é indiferente a ter apenas um bem, ou apenas outro, desde que a quantidade
Casos especiais
total seja a mesma).
No caso de bens complementares, de nada serve ao consumidor ter mais de um bem sem
ter mais do outro. Neste caso, a TMS ou é zero, ou é infinita ou não está definida,
dependendo do ponto em que se está (preferências de Leontief).
Sumário / Fonte:
Uma função utilidade é uma formalização matemática que descreve a satisfação, ou bem-
estar, que decorre do consumo de uma certa quantidade de um bem.
Sumário / Fonte:
• O consumidor está disposto a trocar um bem pelo outro, à mesma taxa de troca
que se observa no mercado
𝑈𝑚𝑔𝑥 𝑈𝑚𝑔𝑦
=
𝑝𝑥 𝑝𝑦
2.ª Lei de Gossen: a quantidade ótima dos vários bens é tal que a última unidade
consumida tem uma utilidade marginal por unidade monetária igual entre todos os bens.
Sumário / Fonte:
Para analisar como a escolha ótima de consumo se altera quando há variações nos preços
de mercado e/ou rendimento, recorre-se à estática comparada, ou seja, quando se admite
uma variação do rendimento, analisa-se os seus efeitos considerando que os preços de
mercado estão constantes, e vice-versa.
A via de expansão do
rendimento é apresentada
como uma linha irregular
para ilustrar o facto de este
lugar geométrico não ter
uma forma genericamente
definida.
Sumário / Fonte:
6.7 – Análise de estática comparada: efeitos de alterações de preço e de rendimento (livro Princípios de Microeconomia)
Bens normais A curva de Engel é crescente. É um bem cujo consumo aumentará se um consumidor
dispuser de maior rendimento
Quando o consumidor se sente mais rico, decide consumir menos destes bens, porque os
Bens inferiores substitui por bens de maior qualidade. A curva de Engel passa a ser decrescente a partir
de certo nível de rendimento, ou seja, a partir do qual o consumidor se sente
suficientemente rico para reduzir o consumo do bem e passar a consumir uma alternativa
que anteriormente não fazia parte das suas possibilidades de consumo.
Sumário / Fonte:
6.8 – Curva de Engel: bens normais e bens inferiores (livro Princípios de Microeconomia)
A via preço-consumo representa todos os pontos de escolha ótima para diferentes níveis
de um preço, mantendo tudo o resto constante. A essa curva chama-se curva de procura
individual do bem 𝑋. Tem uma inclinação negativa.
Podem ser apresentadas duas justificações para se observar uma redução da quantidade
procurada quando o preço aumenta, ceteris paribus.
Essas duas forças que atuam sobre a quantidade procurada após uma variação de preço,
estão subjacentes à lei da procura
É possível calcular o
efeito de substituição e
rendimento mediante as
metodologias de Hicks ou
de Slutsky (esta última
mais aplicada aos bens
substitutos perfeitos ou
complementares).
Sumário / Fonte:
Fatores de produção
Sumário / Fonte:
Função de produção
Exemplo de situação de 3
𝑄 = − 𝐿3 + 5𝐿2 + 60𝐿
curto prazo: 4
Todos os fatores de O 𝐿 corresponderá ao fator que se pretende analisar (número de trabalhadores, horas de
produção são fixos, trabalho, etc.).
exceto o fator O máximo da função obtém-se quando 𝐿 se aproxima de 7,844, sendo que a partir daí o
trabalho valor da produção começa a decrescer.
Este decréscimo pode estar relacionado com um certo congestionamento do fator capital
(p. ex., a contratação de mais unidades de trabalho pode vir apenas atrapalhar o trabalho
das unidades já existentes).
Sumário / Fonte:
No caso do produto O produto médio é o produto por unidade de fator. Como qualquer média, não significa
médio por unidade de que todos os fatores produzam o mesmo.
trabalho, temos:
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
𝑃𝑀 =
𝑄 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟
𝑃𝑀𝐿 =
𝐿
O produto marginal é a variação da quantidade produzida que é obtida por se utilizar mais
No caso do produto uma unidade de fator.
marginal do fator
trabalho, temos: ∆ 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
𝑃𝑚𝑔 =
∆ 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟
∆𝑄
𝑃𝑚𝑔𝐿 = Numa situação em que a função de produção está tabelada, o cálculo do produto marginal
∆𝐿
pode ser feito através da diferença dos valores conforme descrito na fórmula acima.
Sumário / Fonte:
No entanto, isso não significa que o produto está a decrescer. A produção só começa a
decrescer quando o produto marginal for negativo.
Esta lei é um conceito associado ao curto prazo em termos microeconómicos, por ter
implícita a existência de fatores fixos.
Numa situação em que se
pretende maximizar o
lucro, a empresa deve É necessário também analisar a relação de onde resulta a identificação das três etapas do
estar na etapa II. processo produtivo.
A etapa III é uma fase em • Vai até ao ponto em que o produto marginal e o produto
Etapa I
que o acréscimo do fator médio são iguais
variável conduz a uma • Vai até ao ponto em que o produto marginal é nulo (produto
Etapa II
descida do nível da total é máximo)
produção, pelo que é Etapa III • A partir do ponto da etapa II
prejudicial para a
empresa.
Na etapa I, o aumento do
fator trabalho adiciona
mais ao produto total do
que a média das
unidades anteriores. A
empresa terá mais lucro
se utilizar mais unidades
do fator variável do que
as correspondentes ao
final da etapa I.
Sumário / Fonte:
Um produtor racional não irá produzir na etapa III, porque estará a desperdiçar recursos.
A tomada de decisão ótima por parte de um agente é feita quando o benefício marginal
iguala o custo marginal.
Considerando uma empresa com uma quantidade de fator capital fixa e o trabalho como
fator variável, a última unidade de trabalho é o elemento que vai permitir fazer a análise
referida. Essa unidade de trabalho pode ser a contratação de trabalhadores, mas também
pode ser o número de horas de trabalho contratadas adicionalmente.
O preço do produto é O benefício do produtor é o valor que ele consegue obter no mercado com o produto
determinado no marginal. Sendo 𝑃 o preço do produto, o benefício da contratação da última unidade de
mercado, a empresa não trabalho é dado por:
tem poder para 𝑃. 𝑃𝑚𝑔
influenciar esse preço.
É necessário identificar o custo dessa contratação, que é aquilo que a empresa tem de
pagar pela contratação, o seu salário (wage). O ótimo ocorre quando:
𝑃. 𝑃𝑚𝑔𝐿 = 𝑤
Importa ressalvar que o lucro é nulo, mas apenas na última unidade de trabalho
contratada. Todas as unidades anteriores estão a permitir à empresa ter lucro.
Sumário / Fonte:
7.3 – A decisão ótima do produtor com um fator variável (livro Princípios de Microeconomia)
Situação 1
𝑃. 𝑃𝑚𝑔𝐿 > 𝑤
Significa que a última unidade de trabalho contratada está a dar um benefício líquido à
empresa que é superior ao seu custo. A empresa deverá contratar mais fator trabalho, até
chegar ao equilíbrio.
Outra interpretação é: uma vez que tanto 𝑃 como 𝑤 são definidos pelo mercado, o ótimo
só se poderá verificar quando o valor de 𝑃𝑚𝑔𝐿 se reduzir. Assumindo que se verifica a lei
dos rendimentos marginais decrescentes, situação que é coerente com o ótimo da
empresa, isso só pode acontecer se se contratarem mais unidades de trabalho.
Situação 2
𝑃. 𝑃𝑚𝑔𝐿 < 𝑤
Significa que a última unidade de trabalho contratada representa um custo para a empresa
que é superior ao benefício que esta consegue obter pela sua contratação, pelo que para
chegar ao ótimo, a empresa teria de reduzir o fator trabalho.
Fazendo a segunda análise, será necessário à empresa fazer aumentar o valor de 𝑃𝑚𝑔𝐿 , o
que, verificando-se a lei dos rendimentos marginais decrescentes, apenas é possível
reduzindo a quantidade contratada de trabalho.
Nota:
Esta análise apenas pode ser feita considerando um fator variável e o(s) restante(s) fixo(s).
As análises, na medida
em que considera a
existência de fatores
fixos, é feita no âmbito Se o fator variável for outro, a análise é a mesma. Exemplo:
do curto prazo Sendo o fator variável o capital (𝐾), o ótimo ocorre quando 𝑃. 𝑃𝑚𝑔𝐾 = 𝑟, sendo 𝑟 a taxa
microeconómico. de juro (o preço do capital).
Sumário / Fonte:
7.3 – A decisão ótima do produtor com um fator variável (livro Princípios de Microeconomia)
A teoria do produtor tem Uma isoquanta é um conjunto de diferentes combinações de fatores de produção que
muitas semelhanças com permitem alcançar o mesmo nível de produto.
a teoria do consumidor.
Sumário / Fonte:
É possível utilizar várias combinações lineares dos fatores que tenham o mesmo custo.
𝐶 = 𝑟𝐾 + 𝑤𝐿
Nada obriga a que a alteração seja no preço de um fator; pode ocorrer simultaneamente
uma variação no preço de ambos os fatores.
Sumário / Fonte:
A 𝑇𝑀𝑆𝑇 também pode Havendo substituibilidade entre fatores, a 𝑇𝑀𝑆𝑇 é sempre negativa uma vez que, no
ser interpretada como o pressuposto de estar na mesma isoquanta, se um dos fatores produtivos aumentar,
declive da isoquanta num obrigatoriamente a utilização do outro tem de diminuir.
determinado ponto
A 𝑇𝑀𝑆𝑇 também é decrescente em valor absoluto, ou seja, à medida que se utilizam mais
unidades de um dos fatores de produção, o outro fator tem cada vez mais valor relativo,
pelo que tem de se desistir de cada vez menos unidades desse fator.
Ponto 𝐸 = Ponto de
equilíbrio, ótimo para a
empresa
Sumário / Fonte:
7.5 – Taxa marginal de substituição técnica e a decisão do produtor a longo prazo (livro Princípios de Microeconomia)
Sendo o equilíbrio dado pela igualdade da 𝑇𝑀𝑆𝑇 com o rácio de preços, é possível ter duas
situações de desequilíbrio:
Situação 1 𝑃𝑚𝑔𝐿 𝑤
>
𝑃𝑚𝑔𝐾 𝑟
O desequilíbrio apresentado só é resolvido se o rácio em causa diminuir. Isso obriga a que
diminua o valor de 𝑃𝑚𝑔𝐿 e/ou aumente o valor de 𝑃𝑚𝑔𝐾 .
De acordo com a lei dos rendimentos marginais decrescentes, isso só pode acontecer se
se aumentar a utilização do fator trabalho e/ou diminuir a utilização do fator capital.
Também pode ser analisado de outra forma, em que significa que o declive da isoquanta
é superior ao declive da isocusto, sendo necessário aumentar a utilização de 𝐿 e diminuir
a utilização de 𝐾.
𝑃𝑚𝑔𝐿 𝑤
Situação 2 <
𝑃𝑚𝑔𝐾 𝑟
Para voltar ao equilíbrio neste caso, é necessário que aumente o produto marginal de 𝐿
e/ou que diminua o produto marginal de 𝐾. Isso só pode ocorrer reduzindo a utilização do
fator trabalho e aumentando a utilização do fator capital.
Por outro lado, se o rácio das produtividades marginais for inferior ao rácio dos preços,
isso significa que o declive da isoquanta é inferior ao da isocusto, onde, com o objetivo de
se dirigir para o ótimo, a empresa terá de diminuir a utilização do fator trabalho e
aumentar a do fator capital.
Sumário / Fonte:
7.5 – Taxa marginal de substituição técnica e a decisão do produtor a longo prazo (livro Princípios de Microeconomia)
7.6 – Resolução do problema do produtor (livro Princípios de Microeconomia)
O conceito da lei dos rendimentos marginais decrescentes é muitas vezes confundido com
outro: o conceito de Rendimentos à escala.
Enquanto que na primeira se faz variar apenas um dos fatores de produção, no caso dos
A questão dos
rendimentos à escala, temos que todos os fatores de produção variam na mesma
rendimentos à escala é
proporção.
importante, uma vez que
tem implicações diretas Assim, enquanto o conceito de rendimentos marginais decrescentes é um conceito de
nos custos da empresa. curto prazo, o de rendimentos à escala é um conceito de longo prazo.
Sumário / Fonte:
A análise de produção pode ser feita em dois horizontes, de acordo com a velocidade de
contratação dos vários fatores de produção:
Um fator de contratação é fixo quando não decorre tempo suficiente para alterar a
quantidade utilizada no processo produtivo.
A forma como essa quantidade se vai produzir depende das características da tecnologia
da unidade produtiva (empresa, produtor, etc.), o que por sua vez dita a quantidade de
fatores de produção necessária, decisão essa que se será diferente a curto ou longo prazo.
Sumário / Fonte:
𝑄 = 𝑓(𝐾, 𝐿) 𝑄>0
A curto prazo, a quantidade de capital (𝐾) é constante, pelo que a função passa a ser
apenas uma relação entre a quantidade de trabalho (𝐿) e a quantidade produzida, relação
essa conhecida por curva de produto total.
Ao custo de aquisição do capital chamamos custo fixo (𝐶𝐹) e ao custo com o trabalho
chamamos custo variável (𝐶𝑉). Chama-se função custo à relação entre a produção e o
custo total dos fatores, ou seja, o total dos custos, fixos e variáveis:
𝐶 (𝑄) = 𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉(𝑄)
1 2
Curva de produto total
(1) e curva de custos
variáveis (2)
É frequente descartar a zona
que sofre uma inflexão para a
esquerda, porque é a que
corresponde à etapa III do
processo produtivo, onde a
produção não é eficiente.
A diferença entre o custo variável e o custo total é uma constante igual ao custo fixo, seja
qual for a quantidade produzida.
Sumário / Fonte:
8.1 – Análise de curto prazo: dedução da curva de custos a partir da curva de produto total (livro Princípios de
Microeconomia)
O custo total médio, ou custo médio, é o custo total por unidade produzida
O custo variável médio O custo marginal é o custo adicional de produzir mais uma unidade do produto. Visto que
será 𝐶𝐹 é constante e não se altera, temos que:
𝐶𝑉 ∆𝐶 ∆𝐶𝑉 ∆𝐶𝑇
𝐶𝑉𝑀 = 𝐶𝑚𝑔 = = =
𝑄 ∆𝑄 ∆𝑄 ∆𝑄
Sumário / Fonte:
8.2 – Custo médio e custo marginal: a geometria dos custos (livro Princípios de Microeconomia)
A longo prazo todos os custos são variáveis. O produtor pode escolher a combinação de
capital e de trabalho que lhe minimiza os custos de produção. A quantidade ótima de
output a produzir depende das condições do mercado onde o produtor se insere.
Uma vez que a estrutura de capital está disponível para escolha, o produtor irá escolher a
situação que gera os custos mínimos.
As curvas de custo a curto prazo quando a quantidade de capital aumenta sofrem uma
deslocação para a direita e para baixo.
A curva de custo médio a longo prazo deve corresponder ao custo médio de escolha ótima
de capital e de trabalho para produzir uma certa quantidade de output.
Os custos a curto prazo são sempre maiores ou iguais aos custos a longo prazo. Para um
contínuo de valores possíveis para 𝐾, as curvas de custo médio sofrem um arrastamento
Em qualquer ponto da
para a direita e para baixo, sendo que a curva de custo médio de longo prazo
curva de custo médio a
corresponderá ao contorno inferior de todas as curvas. Ao longo da curva 𝐶𝑀𝐿𝑃 para
longo prazo são
qualquer nível de output, o custo a longo prazo é sempre menor ou igual do que o custo a
cumpridas as seguintes
curto prazo para os vários níveis de capital instalado.
condições:
𝑟𝐾 ∗ + 𝑤𝐿∗
𝐶𝑀𝐿𝑃 (𝑄 ∗) =
𝑞∗
(𝐾 ∗, 𝐿∗ ) = 𝑎𝑟𝑔𝑚𝑖𝑛(𝑟𝐾 + 𝑤𝐿)
𝑆. 𝑎: 𝑓(𝐾, 𝐿) = 𝑄 ∗
Sumário / Fonte:
8.3 – Análise de logo prazo: relação entre custos médios de longo prazo e as curvas de curto prazo (livro Princípios de
Microeconomia)
A empresa terá lucro se o preço for superior ao custo médio de produção e prejuízo se for
caso contrário:
As condições de mercado
determinam o preço a
que a empresa vai vender
a sua produção e, por
conseguinte, a
quantidade ótima a
produzir. O lucro, 𝜋, será
determinado pela
seguinte expressão:
𝜋 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑇 = 𝑄(𝑃 − 𝐶𝑇𝑀) Em geral, o custo de um fator de produção será igual ao valor da sua melhor utilização
alternativa, e pode ser de dois tipos:
• Custo explícito, que consiste numa despesa e, portanto, num pagamento efetivo
• Custo implícito, que não leva a um pagamento efetivo
Um custo de oportunidade pode consistir num custo explícito, como seja o salário, mas
também pode ser um custo implícito, como seja o custo implícito do capital.
Quando se calcula o lucro económico leva-se em consideração, no lado dos custos, todos
os custos explícitos e implícitos em que se incorre numa atividade produtiva e,
globalmente, são chamados de custos totais.
O lucro contabilístico apenas tem em conta os custos explícitos, ou seja, aqueles que
envolvem diretamente uma despesa (pode ter em conta apenas alguns custos implícitos,
como seja a depreciação dos ativos fixos).
Sumário / Fonte:
8.4 – A relação entre custos e lucro: o lucro económico e o lucro contabilístico (livro Princípios de Microeconomia)
Economias de
• A longo prazo, os custos médios são decrescentes
escala
Deseconomias
• A longo prazo, os custos médios são crescentes
de escala
Economias de escala
Estes conceitos não devem ser confundidos com o conceito de rendimentos de escala,
Deseconomias de que diz respeito ao efeito na quantidade produzida que decorre de uma variação de todos
escala os inputs em simultâneo e na mesma proporção. O conceito de economias de escala diz
respeito ao comportamento do custo médio de longo prazo quando a produção aumenta.
Sumário / Fonte:
8.5 – Economias de escala: relação com a estrutura de uma indústria (livro Princípios de Microeconomia)
Sumário / Fonte:
Sumário / Fonte:
Uma empresa num mercado concorrencial maximiza o seu lucro, quando a última unidade
produzida lhe dá um benefício (receita marginal) que é igual ao custo (custo marginal).
Ter uma situação em que o
benefício marginal iguala o Neste caso, o benefício marginal da empresa é exatamente igual ao preço, dado que todas
custo marginal não significa as unidades são vendidas ao mesmo valor, pelo facto de que a empresa não tem poder de
necessariamente que o mercado.
lucro seja igual a zero. O
que significa é que o lucro 𝑃 = 𝐶𝑚𝑔
da última unidade é igual a
zero. No entanto, essa igualdade não é necessariamente suficiente para identificar o
comportamento ótimo da empresa.
Na concorrência perfeita, a É necessário recorrer à condição de 1.ª ordem e à condição de 2.ª ordem, para perceber
receita marginal é igual ao onde se situa o ótimo
preço, ou seja, é possível
escrever a condição de 1.ª 𝜕Π
Condição de 1.ª ordem = 0 ⇔ 𝑅𝑚𝑔 − 𝐶𝑚𝑔 = 0
ordem como 𝑃 − 𝐶𝑚𝑔 = 0 𝜕𝑄
𝜕2Π
Condição de 2.ª ordem = −𝐶𝑚𝑔′
𝜕𝑄2
Para ser um ponto máximo,
a condição de 2.ª ordem
exige que −𝐶𝑚𝑔 ′ < 0, ou Isto comprova que o ótimo só se pode verificar na parte ascendente do custo marginal,
seja, 𝐶𝑚𝑔 ′ > 0 pelo que a oferta terá de ser, necessariamente, positivamente inclinada.
Sumário / Fonte:
9.2.2 – A solução de curto prazo da empresa em concorrência perfeita (livro Princípios de Microeconomia)
No entanto, mesmo que se tenha identificado a situação em que 𝑃 = 𝐶𝑚𝑔 e que isso
corresponda a um ponto na parte ascendente da curva dos custos marginais, a solução da
Relembra-se que, havendo
diferença entre estes tipos de empresa pode ser diferente, porque esta situação pode não ser desejável para a empresa.
custos, isso significa que a
empresa está sujeita a custos É necessário recorrer à abordagem gráfica, apresentando:
fixos, estando-se então a fazer
uma análise de curto prazo.
• Curva dos custos marginais
• Curva de custos variáveis médios
• Curva de custos totais médios.
Produza ou não, a empresa tem sempre de enfrentar custos fixos inerentes à atividade,
por isso é necessário perceber se, mesmos nos casos em que tem prejuízo, é melhor
manter as portas abertas (perante a hipótese de ter um prejuízo maior ao encerrar, por
𝐶𝑇𝑀 = Custo unitário da
ser superior aos 𝐶𝐹).
empresa
𝐶𝑉𝑀 = Custo variável médio O 1.º caso levaria ao encerramento da empresa, enquanto que no 2.º será preferível
suportar os prejuízos e manter a empresa aberta.
Sumário / Fonte:
9.2.2 – A solução de curto prazo da empresa em concorrência perfeita (livro Princípios de Microeconomia)
A área abaixo do custo marginal até uma determinada quantidade corresponde ao custo
variável dessa quantidade.
Assim, uma empresa só é viável se o excedente do produtor for maior ou igual a zero.
Sumário / Fonte:
9.2.2 – A solução de curto prazo da empresa em concorrência perfeita (livro Princípios de Microeconomia)
Prende-se com o facto de haver só uma curva de custos médios relevante para analisar a
𝑃 = 𝐶𝑚𝑔, 𝑠𝑒 𝑃 ≥ min 𝐶𝑀 situação da empresa. Qualquer ponto acima do mínimo do custo total médio faz com
𝑄={
0, 𝑠𝑒 𝑃 < min 𝐶𝑀
que a empresa tenha lucro, enquanto que qualquer ponto abaixo desse mínimo faz com
que a empresa decida não produzir.
Sumário / Fonte:
9.2.3 – A análise de longo prazo e a estabilidade da solução da concorrência perfeita (livro Princípios de Microeconomia)
As condições descritas são demasiado rigorosas. Mesmo num mercado que se aproxima
desta estrutura, como o mercado dos produtos hortícolas, há pressupostos que falham e
que podem conduzir a um mercado de concorrência imperfeita. As imperfeições podem
ser maiores ou menores, e no limite a estrutura de mercado que se verifica é a de
monopólio.
Sumário / Fonte:
• Não existe curva de Considerando então a procura inversa como função da quantidade (𝑃(𝑄)), é possível
oferta, porque a escrever a receita total como 𝑅𝑇(𝑄) = 𝑃(𝑄). O problema de maximização do lucro será:
mesma quantidade
ótima pode estar max 𝜋 = 𝑅𝑇(𝑄) − 𝐶𝑇(𝑄)
associada a preços
diferentes, consoante A maximização do lucro obtém-se igualando a primeira derivada a zero:
as alterações na
𝜕Π
procura (a oferta passa = 0 ⇔ 𝑅𝑚𝑔 − 𝐶𝑚𝑔 = 0 ⇔ 𝑅𝑚𝑔 = 𝐶𝑚𝑔
a ser endógena em
𝜕𝑄
relação à procura) É possível que a empresa monopolista também não esteja no seu ótimo, podendo
• A empresa inclusivamente apresentar prejuízo, quando a quantidade de equilíbrio cruza os custos
monopolista pode
totais médios acima do preço (o custo é superior à receita).
apresentar prejuízo
• O monopolista não
pode escolher o preço
que quer, porque
enfrenta uma curva de
procura (decidir
escolher um preço
maior que o equilíbrio
conduz à redução da
quantidade procurada
e, consequentemente,
não estar ao nível Ponto de maximização do lucro
maximizador de lucro
1
𝑃 [1 − ] = 𝐶𝑚𝑔
|𝐸𝑃𝑃 |
Sumário / Fonte:
Este tipo de monopólio surge normalmente numa atividade que tem associado uma
grande investimento, cujo custo é afundado, mas que apresenta custos marginais que são
relativamente baixos.
O valor até ao qual a produção se faz em monopólio natural está para além da escala
mínima eficiente (𝐸𝑀𝐸), o que significa que a produção em monopólio natural pode surgir
quando já se esgotaram as economias de escala. Não se deve associar o monopólio
natural à existência de economias de escala. O monopólio natural pode subsistir mesmo
depois de estas estarem esgotadas, mas a procura não é suficientemente grande para
viabilizar a existência de mais empresas no mercado.
Sumário / Fonte:
Concorrência Monopólio
perfeita
Neste caso, há um triângulo branco que, comparando com a concorrência perfeita, deixa
de existir no monopólio: é a chamada perda de eficiência ou perda de bem-estar do
monopólio.
Sumário / Fonte:
9.5 – A situação de concorrência perfeita vs. a situação do monopólio (livro Princípios de Microeconomia)
Sumário / Fonte: