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Resumo: O presente trabalho apresenta brevemente a vida de Henry Purcell, compositor inglês do
período barroco e sua única ópera, Dido e Enéias, compreendendo algumas características de cada ato da
peça. Faz parte da disciplina de Apreciação Musical II, ministrada pela professora Silvana Scarinci.
Palavras-chave: Henry Purcell; Dido and Aeneas; barroco; ópera; história da música.
1. Henry Purcell
Nascido em Londres, entre 1658 e 1659, Henry Purcell foi um compositor e
organista do período barroco, comumente considerado como o maior compositor inglês
de ópera (PRICE, 2002). Apesar de ter composto apenas uma ópera, contribui para a
consolidação do estilo, criando 48 peças de teatro e 5 semi-óperas, ajustando a língua
inglesa à melodia, representando as emoções humanas de forma primorosa, aplicando
harmonia cromática nas suas composições e fundindo suas influências no seu estilo
próprio.
Purcell foi instruído como corista, passando para compositor do rei, em 1677 e,
posteriormente, organista da “Chapel Royal” em 1682 (PRICE), cargo que manteve até
o final de sua vida. Suas atribuições contavam com o desenvolvimento de hinos,
músicas de boas-vindas, odes de aniversários e músicas de coroação, servindo a quatro
monarcas: Charles II, James II e William e Mary. Entretanto, grande parte de sua obra
está relacionada com a corte, se tornando, em 1690, compositor para teatro em tempo
integral.
2. Dido e Enéias
A ópera trágica de 1689 de Purcell, com libreto de Nahum Tat, é inspirada em um
dos cantos da Eneida, de Virgílio, que narra o amor entre Dido, rainha da cidade de
Cartago, e Enéias, príncipe que fora derrotado na guerra de Tróia. Ao ser abandonada
por Enéias para fundar a cidade de Roma, Dido se suicida. Esta ópera é considerada a
mais importante obra inglesa do estilo do século XVII (MICHAELS, ANO).
A ópera é dividida em um prólogo e três atos, sendo eles: 1. "O Palácio"; 2. "A
Caverna" e "O Bosque”; e 3. “O Palácio” e “Os Navios” (PRICE, 2002). Dido, a rainha
de Cartago, e Belinda, sua confidente, são representadas por sopranos. Enéias, príncipe
de Tróia por um barítono. A Bruxa por barítono/mezzo-soprano. As outras vozes são alto
e soprano, além dos coros de cortesãs, feiticeiras, marinheiros e cúpidos.
A primeira ária de Dido é construída sob a forma ternária (da capo aria), com
modulações para o o dominante menor, reprise e parte final orquestrada. A aparição de
Enéias está em mi menor, sendo a única parte que não está na tonalidade de dó menor ou
maior.
Fig. 2: Henry Purcell, Dido and Aeneas (1689). Partitura, p. 26. Interação entre o
quarteto de cordas e a Bruxa.
Fig. 2: Henry Purcell, Dido and Aeneas (1689). Partitura, p. 51. Recitativo do
encontro final de Dido e Enéias.
Referências: