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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB)

CCTA – DeMus

PROFESSOR: JORGE CASTOR

EDUCANDO: MARCONI BRASILIANO

ÓPERA DON GIOVANNI


W. A. MOZART (1787)

João Pessoa, Junho de 201


Introdução

❖ Wolfgang Amadeus Mozart


Mozart (1756-1791), nasceu no dia 27 de Janeiro de 1756 em Salzburgo na Áustria, filho do
músico Leopoldo Mozart e Anna Maria Perti. Foi musicalizado desde criança, aos três anos de
idade já tocava piano e cravo e aos cinco já escrevia algumas peças musicais. A partir de 1762
começou a viajar com seus pais por toda a Europa, onde se apresentou para diversas cortes
europeias. Em 1772, aos 16 anos foi admitido como músico na corte de Salzburgo, e dois anos
depois, em Munique, apresentou a ópera “La finta Giardiniera”. Sem sombra de dúvidas, Mozart
foi um compositor que marcou o período clássico, não por ser um “revolucionador”, porque na
verdade ele não foi muito além dos “padrões” e formas que os compositores como Carl Philipp
Emanuel Bach, Domenico Scarlatti e Joseph Haydn já haviam explorado, a forma sonata por
exemplo, assim como todos compositores clássicos usaram, Mozart também não foi uma
exceção. Forma essa que ele usou em todos os gêneros da composição, da música sacra à
profana, vocal ou instrumental, solística ou em grupo.
Não posso deixar de destacar a sua importância na composição operística, sem dúvidas, as
óperas de Mozart são um marco no seu repertório de composições. Obras que foram
compostas ainda quando ele era uma criança, boa parte já quando era adulto e outras que ele
não chegou a concluir por causa de sua morte precoce. No total ele escreveu 22 dramas
musicais. Dentre eles posso destacar as mais famosas como: As bodas de Fígaro (1786), Don
Giovanni (1787), Così fan tutti (1790), La Clemenza de Tito (1791) e Die Zauberflöte (1791).

❖ Ópera
Ópera, cujo nome é provido do latim (plural de "opus", obra), é um gênero artístico musical
interligado à arte teatral (poesia dramática), consistindo em unir música instrumental e canto,
muitas vezes recitativo, com demais elementos presentes em uma peça de teatro (cenografia,
vestuário, atuação, etc.), seguindo um roteiro padrão.

A Ópera tem suas origens no final do século XVI a partir da Camerata Fiorentina,
formada por Júlio Caccini, Jacó Peri, Otávio Rinuccini, Emílio Del Cavalieri e Vicente Galilei. Foi
em uma dessas reuniões que surgiu Dafne (Peri e Rinuccini, 1597), uma das primeiras obras
sob esta forma, baseada em uma lenda antiga. Mas com o tempo restaram apenas
fragmentos, e então a Ópera que sobreviveu ao tempo e tornou-se conhecida foi Euridice (Peri
e Caccini, 1600). Mais tarde, Monteverdi compôs Orfeu (1607), uma obra muito importante para
a ópera devido à riqueza de detalhes e expressões, além da inclusão de coros e orquestra. “Os
longos trechos de recitativos, entretanto, tendiam a soar monótonos.” (BENNETT, 1989). Então,
Monteverdi deu origem ao bel canto na obra L’incoronazione di Poppea. Mas apenas em 1650 o
termo Ópera é criado para identificar essa forma musical.
No Século XVIII os coros e a orquestra passaram para segundo plano, já que os
Castrati estavam sendo muito bem recebidos por toda a Europa. A orquestra apenas
acompanhava os cantores para que estes pudessem exibir suas habilidades vocais. Gluck se
baseou em Monteverdi para criar Orfeu e Euridice (1762), mais contínua e teatral, dando
importância não só aos cantores, mas também à história sendo contada. Músicos como Gluck,
Mozart, Strauss, Wagner, Berlioz e Weber defendiam a idéia de que a música complementava
os personagens e a história, e a Ópera era a unidade.

No Século XIX a Ópera se divide em Escola Italiana e Alemã.


Na Escola Italiana os cantores novamente se tornam figuras importantes na ópera. As
histórias e as músicas eram dramáticas. Compositores como Rossini, Bellini e Donizetti criaram
muitas obras no estilo Bel Canto.
A Escola Alemã tem nomes de grandes compositores como Beethoven, que escreveu a
ópera Fidelio, e Wagner, que também foi uma pessoa importante na Escola Alemã, pois
expandiu a orquestra e aumentou a duração da ópera.
No Século XX as alterações são mínimas. Na ópera é explorado a psicologia, o
surrealismo e o neoclassicismo. Sobressaem alguns compositores importantes e bastante
conhecidos: Claude Debussy, Richard Strauss e Igor Stravinsky.

❖Don Giovanni
Don Giovanni (K. 527; título completo em italiano: Il dissoluto punito, ossia il Don
Giovanni, ad lit. O Libertino Punido, ou seja, Don Giovanni) é uma ópera em dois atos com
música de Mozart e libreto do autor italiano Lorenzo Da Ponte.
Foi estreada em 29 de outubro de 1787 no teatro “di Praga” em Praga.
O libreto de Da Ponte foi classificado, assim como muitos outros da época, como um
dramma giocoso, termo que descrevia uma obra que continha um misto de ação cômica e
séria. Mozart classificou a obra em seu catálogo como uma "opera buffa". Embora ainda seja
classificada hoje em dia como cômica, ela apresenta características de comédia, melodrama e
até mesmo elementos sobrenaturais.

Personagens

1. Don Giovanni - barítono


2. Leporello - baixo
3. Comendador - baixo
4. Donna Anna - soprano
5. Don Ottavio - tenor
6. Donna Elvira - soprano
7. Zerlina - soprano
8. Masetto - baritono

Sinopse

Conta a história de um conquistador espanhol Don Juan, baseada em histórias


medievais e transportada para a Sevilha do século XVIII.

Ato I: Tem início com o assassinato do Comendador D. Pedro por Don Giovanni, quando
este fugia do palácio onde havia ido seduzir Donna Anna, filha do Comendador, mas na
escuridão ela não viu seu rosto coberto pela capa. Don Ottavio, noivo de Donna Anna, a
pedido da mesma, jurou achar o assassino. Numa estrada, D. Giovanni encontra Elvira,
uma mulher que caminha lamentando, numa canção, que fora vítima de um aventureiro e
que pretende matá-lo. Ao avistar e reconhecer Don Giovanni, este foge. Na companhia
de seu criado Leporello, o sedutor D. Giovanni parte para outras aventuras e tenta
seduzir outra jovem camponesa (Zerlina) que irá se casar com Masetto, porém Elvira a
adverte a tempo sobre as malícias de D. Giovanni, que logo depois, para escapar da
situação, convida o casal para uma festa em seu palácio. Porém, nesse momento,
encontra-se com Donna Anna e Ottavio, que o tem por nobre, mas Anna reconhece o
assassino pela voz. Ottavio, Donna Anna e Elvira terminam comparecendo à festa
tramando contra D. Giovanni se mascarando como 'Dominós'. Durante o evento, Don
Giovanni insiste então na sedução de Zerlina e consegue levá-la até o quarto, mas a
moça grita e o deixa fugir.

Ato II: Don Giovanni então decide seduzir uma criada de Donna Elvira, mas para
conseguir precisa disfarçar-se de Leporello, e este, por sua vez, disfarça-se de Don
Giovanni. Para burlar Donna Elvira, Don Giovanni canta em sua varanda dizendo que a
ama, fazendo com que ela abra as portas para Leporello, disfarçado de Don Giovanni,
que agora tem o caminho livre para chegar até a criada. Mas antes que ele pudesse
seduzir a criada, chega Masetto acompanhado de vários amigos para dar uma lição no
Don Giovanni. Este, fingindo ser Leporello, entra no plano e decide dividir o grupo em
busca do libertino, mas sua intenção era ficar a sós com Masetto, e então surrou o noivo
de Zerlina e fugiu para um cemitério próximo. Zerlina, por sua vez, chegou logo em
seguida e o consolou. Elvira e Leporello, fingindo ser Don Giovanni, encontram os dois, e
em seguida chegam Don Ottávio e Donna Anna que o ameaçam pensando ser o
libertino. Leporello revela sua verdadeira identidade e foge para perto de Don Giovanni.
Lá eles ouvem uma voz vinda do além, percebem que uma estátua, presente no túmulo
do Comendador, é quem está falando. Leporello fica aterrorizado, mas Don Giovanni
convida a estátua para jantar em sua casa. A estátua então aceita o convite. Na casa de
Don Giovanni, durante o jantar, Elvira aparece e pede para que Giovanni mude de vida,
mas ele apenas ri e continua com sua arrogância. Ao sair, Elvira foi a primeira que
encontrou a estátua do Comendador, que entrou na casa e convidou Don Giovanni para
jantar com ela. Don Giovanni aceita e, ao apertar a mão da estátua, esta o ordena que
se arrependa, mas ele não cede. A estátua, então, o carrega para as chamas do inferno.
Donna Anna, Don Ottávio, Zerlina e Masetto chegam para prender Don Giovanni, mas já
é tarde. Então todos se dispersam, Zerlina e Masetto vão jantar em casa, Donna Anna
pede mais um ano de luto até o casamento com Don Ottávio, e Leporello vai em busca
de um novo amo.

❖ Recitativo

No Recitativo o cantor tem a flexibilidade de cantar de acordo com o tempo da


fala, e não da música. A melodia é cantada por um solista, podendo ser acompanhado
levemente pelo piano durante as pausas, ou sem o acompanhamento. “Embora o termo
recitativo, em geral, se refira à música vocal, há recitativos puramente instrumentais
como em Bach, Beethoven, Chopin e outros compositores.” (BUKOFZER, 1947)
Surgiu no Século XVII, na Camerata Fiorentina. Um dos primeiros compositores
a usar o Recitativo foi o Monteverdi em sua Cantata: Combattimento de Tancredi e
Clorinda. Bach também fez uso do Recitativo em várias de suas cantatas. Eles eram
escritos, normalmente, sem barra de compasso para que não tivesse tempo nem
andamento definido. Já nas óperas de compositores como Gluck, Handel, Rossini e
Mozart, geralmente os recitativos são acompanhados pelo cravo.
No Recitativo Secco o acompanhamento é mínimo. Composto, geralmente,
apenas pelo baixo contínuo, podendo ser o cravo, órgão ou violoncelo.
No Recitativo Accompagnato/Stromentato o acompanhamento aparece bem
mais, pontilhando as frases do solista ou reforçando os acordes feitos pelo cravo.

❖ Ária

A Ária é uma composição musical escrita para um solista. Chama-se Ária por
estar contida em uma obra maior, como uma ópera, cantata ou oratório. Pode, também,
ser escrita para mais cantores, sendo denominada de Duos ou Duetos, Trios ou
Tercetos, Quartetos e assim sucessivamente.

Há quatro tipos de Árias:


Ária da capo: se repete a primeira parte, depois da segunda. Para contrastar,
geralmente a tonalidade era diferente, podendo mudar para maior ou menor.
Ária cantabile: são árias para o Bel Canto, tornando a beleza do canto mais importante
que a dramaticidade.
Ária di bravura: nessa ária há muitos trinados e floreios aumentando a dificuldade, por
isso, normalmente é escrita normalmente para virtuosi.
Ária di carattere: são as que mais atentam para o texto, fazendo com que cada palavra
possa ser facilmente ouvida e entendida. Encontra-se passagens com indicação de
“parlando”, que significa que o cantor deve falar em vez de cantar.

Referências

1. BUKOFZER, Manfred. Music in the Baroque Era. New York: W.W. Norton & Co.,
1947.
2. Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://www.wikipedia.org
3. BENNETT, Roy. Uma Breve História da Música. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
4. Ebiografia. Dispponível em: https://www.ebiografia.com

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