Você está na página 1de 16

Biografia de Wolfgang Amadeus Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart, (1756-1791) foi um músico e compositor austríaco, considerado um dos
maiores nomes da música erudita e um dos compositores mais importantes da história da música
clássica.

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em Salzburg, na Áustria, no dia 27 de janeiro de 1756. Filho de
Leopold Mozart, músico da corte, e de Anna Maria Pertl, filha do administrador do castelo de Saint
Gilgen, desde pequeno já demonstrava genialidade para a música.

Com quatro anos, Mozart já assimilava as lições de cravo que a irmã Marianne começava a receber.
Diante disso, seu pai passou a ensinar música ao filho, que aprendia com incrível facilidade. Com tão
pouca idade, já começava a anotar suas ideias melódicas.

Com cinco anos, Mozart escreveu um concerto para cravo, “Minueto e Trio em Sol Maior”, hoje
catalogado no Índice Koechel como o n.º 1. (Mozart não dava número de opus às suas composições. A
numeração de sua obra seria feita mais tarde pelo musicólogo austríaco Ludwig Koechel – daí o K).

Primeiras Excursões

Convencido de que o filho era um gênio, Leopold organizou um programa de estudos e as primeiras
excursões. Em 1762, com apenas seis anos, ao lado da irmã de 10 anos, uma exímia instrumentista,
Mozart foi levado para Munique, onde o recital foi um sucesso.

Ainda em 1762, seguem para Viena, onde recebem elogio da sociedade vienense. Logo são convidados
para tocar para a imperatriz Maria Tereza, no salão do palácio de Schoenbrunn.

Em seguida, Mozart se apresenta em cidades da Alemanha, sempre com salões lotados. Tocam para a
corte em Bruxelas, seguem para Orleans e depois Paris. Começam o ano de 1764 em Versalhes, em
meio à aristocracia francesa. As quatro sonatas para violino e cravo, que compôs no ano anterior
começam a ser publicadas em Paris.

Em Londres, a família Mozart foi recebida pelo rei Jorge III. Estava apenas com oito anos de idade e
diante do órgão, Mozart executou com perfeição as partituras que lhes foram apresentadas.

Em uma parada em Chelsea, Mozart conhece Johann Chistian Bach, caçula de Johann Sebastian Bach
que exerceu influência em suas obras, como nas duas sinfonias: K.16 e K.19. Segue para Viena e depois
volta para Salzburgo, quando é contratado para servir na capela episcopal.
Apresentações na Itália

Entre 1770 e 1773, Mozart viajou por toda a Itália. Em Roma, depois de ouvir o coro da “Capela Sistina”
cantar o Miserere, de Gregorio Allegri, de reprodução proibida, passou tudo para o papel, logo que
chegou à hospedaria. A audácia de Mozart foi perdoada pelo papa e lhe condecorou com a “Cruz do
Esporim de Ouro”.

Mozart passou três meses em Bolonha, onde aprendeu os segredos do contraponto com o padre Martin
e, embora tivesse sete anos menos do que os vinte exigidos pelo regulamento, conquistou uma vaga na
“Academia Filarmônica Bolonhesa”.

Após concluir o exame, foi aplaudido por todos os membros da instituição e se tornou o acadêmico
mais jovem da casa. Acostumado a ser visto como um “virtuose”, agora se sentia como músico e
compositor.

Mestre de Capela

De volta a Salzburgo, Mozart é promovido a Mestre de Capela. Nessa época, já dono de volumosa obra,
sofreu decepções e amarguras. Foi humilhado pelo arcebispo e obrigado a fazer as refeições junto aos
criados. A imperatriz impedia que o filho Ferdinando ficasse ao lado de um músico que rodava o mundo
a maneira de um pedinte.

Em 1777, acompanhado da mãe, Mozart partiu para Munique, para tentar a sorte em outras paragens.
Em Mannheim, experimentou o piano de fabricação Stein, ficou deslumbrado com os recursos
oferecidos pelo instrumento. Foi quando escreveu “Sonata Para Piano em Dó Maior”. Aos poucos foi
abandonando o cravo, em favor do piano.

Em 1778, sua mãe faleceu na capital francesa. Mais uma vez, Mozart retorna para Salzburgo, se retrata
e conquista o emprego de volta. Em 1781, após uma encomenda, leva para Munique, a ópera
“Idomeneo”, uma das mais notáveis de sua carreira. Depois de se desentender definitivamente com o
arcebispo, vai morar em Viena.

De 1781 até 1786 foram os anos mais produtivos de Mozart, várias óperas importantes foram
compostas, entre elas, “O Rapto de Serralho” (1782), “As Bodas de Fígaro” (1786), sonatas para piano,
músicas de câmara, em especial os seis quartetos de cordas dedicadas a Haydn, e diversos concertos
para piano. Em 1782, casa-se com Constanze Weber, com quem teve dois filhos.

Últimos Anos
A partir de 1786, mesmo com o sucesso de suas obras, sua popularidade começou a declinar, Mozart
começou a enfrentar problemas financeiros e de saúde, atenuados a partir de 1787, quando o imperador
José II lhe concedeu pensão anual. Neste mesmo ano, estreia a ópera “Don Giovanni”.

No ano de 1791 compôs suas últimas obras, entre elas, as óperas “A Flauta Mágica” e “A Clemência
de Tito”. Começou a escrever a missa fúnebre "Réquiem". Autor de mais de 600 obras, ganhava muito
dinheiro, mas gastava na mesma medida. Quando morreu, aos 35 anos, a viúva quase não teve dinheiro
para enterra-lo.

Wolfgang Amadeu Mozart faleceu em Viena, na Áustria, no dia 5 de dezembro de 1791. Seu corpo foi
velado na catedral de Viena, sem nenhuma pompa, e enterrado em cova não demarcada no cemitério da
Igreja de São Marx.

Principais Obras de Mozart

•Sonata em Lá Maior K331


•Missa da Coroação K.317
•Idomeneo
•Concerto Para Piano K.466
•As Bodas de Fígaro
•Dom Giovanni
•Sinfonia n.40
•A Flauta Mágica
•Réquiem

Sonata em Lá Maior K331

Não se sabe ao certo onde e quando Mozart compôs essa sonata - provavelmente em Viena ou
Salzburgo, por volta de 1783.

O último movimento, Alla Turca ou popularmente conhecido como Marcha Turca é também ouvido
separadamente, e é um dos trabalhos mais conhecidos de Mozart. Ela imita o som das bandas Janízaras
Turcas, a música que estava em moda naquele tempo. Vários outros trabalhos tentavam imitar essa
música, incluindo a própria ópera de Mozart O Rapto do Serralho.
Missa da Coroação K.317

A Missa em Dó Maior foi completada em 23 de Março de 1779 em Salzburgo. Mozart acabara de voltar
de trabalhos inúteis em Paris e Manheim, e seu pai, Leopold, prontamente conseguiu conseguiu para
ele um emprego como organista e compositor na Catedral de Salzburgo. Muito provavelmente, a Missa
foi tocada pela primeira vez ali (Catedral de Salzburgo) no Domingo de Páscoa, 4 de abril de 1779.
Diferentemente de uma crença popular, a Missa não foi feita para a Igreja de Maria Plain, perto de
Salzburgo.

A Missa K. 317 aparenta ter recebido seu apelido (Missa de Coroação) na Corte Imperial, em Viena,
no início do século XIX,depois de se tornar a música preferida para coroações imperiais e reais, assim
como ações de graças. Possivelmente, foi tocada nas coroações de Leopoldo II, em 1790, e de Francisco
I, em 1792, mas de acordo com algumas fontes, é improvável.

Referências musicais à Missa de Coroação aparecem no Segundo Movimento (Adagio) da Sinfonia N.º
98 e na Harmoniemesse do compositor contemporâneo de Mozart.

A Missa foi tocada em um contexto litúrgico (acompanhou de fato uma missa) na Basílica de São Pedro
no Vaticano em 29 de junho de 1985, em uma missa rezada pelo Papa João Paulo II e regida pelo
maestro Herbert von Karajan, conduzindo a Orquestra Filarmônica de Viena, a Sociedade de Canto de
Viena e o Pontifício Coral da Capela Sistina

Idomeneo, re di Creta ossia Ilia e Idamante (italiano para Idomeneu, rei de Creta, ou Ília e Adamante;
conhecida simplesmente como Idomeneo, K. 366) é uma ópera em italiano de Wolfgang Amadeus
Mozart. O seu libreto, de autoria de Giambattista Varesco, é uma adaptação de um texto original do
dramaturgo francês Antoine Danchet, que já havia sido musicado por André Campra em 1712, com o
nome de Idoménée.

Ato I
Um apartamento no Palácio de Cnossos, sede do governo da ilha de Creta.

A princesa Ília, prisioneira dos gregos, lamenta sua sorte. Seu pai Príamo, rei de Troia, está morto. Ao
fugir da sua cidade natal que estava sendo invadida e destruída pelos gregos, ela estava prestes a afogar-
se, mas foi salva por Idamantes, que a trouxe para Creta e a instalou no seu palácio. Ela devia odiá-lo;
afinal de contas, os gregos exterminaram toda a sua família. Mas ela o ama. Ela tem, porém, uma séria
rival: a princesa Electra, filha de Agamenon, que depois de matar a própria mãe com a ajuda do irmão
Orestes, se refugiou na ilha de Creta, e agora disputa com ela o coração de Idamantes. Sentimentos
confusos e contraditórios lhe agitam o peito.

Surge Idamantes, que por amor a Ília, resolveu libertar todos os prisioneiros troianos. Ouve-se um côro
de regozijo dos troianos libertados. Mas isso apenas enfurece Electra, que acusa Idamantes de ultrajar
a Grécia inteira libertando esses criminosos de guerra. Chega, porém, Arbaces, trazendo uma triste
notícia: num grande naufrágio, não muito longe dali, a frota de navios cretenses se perdeu. Estará morto
Idomeneu? Na angústia, Idamantes corre para a praia, esperando obter notícias do pai. Enquanto isso,
Electra exprime seu ódio pela rival e seu desespêro por estar perdendo seu amado Idamantes para ela
(Tutte nel cor vi sento, Furie del crudo averno - eu sinto no peito todas as fúrias do inferno).

Enquanto isso, a tempestade se acalma e Idomeneu consegue chegar à praia. Idamantes, à procura do
pai, encontra um guerreiro desconhecido e lhe pergunta se ele sabe alguma coisa a respeito de
Idomeneu. Na verdade, pai e filho estão diante um do outro, mas eles não se reconhecem; quando
Idomeneu partiu para a guerra, Idamantes era apenas bebê, e a guerra de Troia durou dez anos. Sabes
alguma coisa de Idomeneu, meu pai? pergunta o garoto. Eu sou teu pai! responde Idomeneu, estarrecido.
Num transporte de alegria, Idamantes tenta abraçá-lo, mas Idomeneu foge aterrorizado, deixando o
garoto aturdido e angustiado, sem entender o que está acontecendo.

As tropas cretenses conseguem desembarcar. Graças a Netuno, a maioria se salvou, e os soldados e o


povo cantam um hino em louvor ao deus do mar (Nettuno s'onori) e preparam uma hecatombe.

Ato II
Em reunião com seu ministro, Arbaces, Idomeneu explica o desastrado voto que fez, e a terrível situação
na qual se encontra. Arbaces sugere que Idamantes seja enviado a outras terras, juntamente com a
princesa Electra. Algum outro jeito será encontrado de aplacar a fúria de Netuno.

Surge Ília, que explica que, após a perda do pai e a destruição da sua pátria, ela não tem outro pai nem
outra pátria senão Idomeneu e a ilha de Creta (Se il padre perdei). Idomeneu compreende que ela está
apaixonada por seu filho Idamantes. Ele exprime sua aflição (Fuor del mar ho un mar in seno).

Enquanto isso, no porto de Sidônia, prestes a embarcar para a Argólida com seu amado Idamantes,
Electra exprime, como raramente o faz, sentimentos de tranqüilidade e alegria (Idol mio, se ritroso).
Idomeneu chega ao porto para se despedir do filho e de Electra. O embarque é impedido por Netuno,
que manda uma terrível tempestade.

Ato III
No jardim do palácio real, Ília exprime sua saudade e seu amor por Idamantes (Zeffiretti lusinghieri).
O mesmo chega, e diz a ela que está disposto a partir, ainda que isto signifique sua morte. Terríveis
tsunamis, vendavais e inundações estão assolando a ilha de Creta. É a fúria de Netuno.

Numa praça em frente ao palácio, há uma assembléia de cidadãos. Chega o rei, acompanhado de seu
primeiro-ministro Arbaces, sacerdotes, e outros membros do governo. O Sumo Sacerdote faz um
discurso particularmente duro, atacando a política de Idomeneu, a maneira pouco eficaz com que seu
governo tem atuado em relação à crise das enchentes, a falta de socorro às vítimas da fúria de Netuno,
e exigindo a revelação do segredo de quem seria a vítima que Idomeneu teria prometido ao deus do
mar. A pressão política atinge um ponto insuportável, e diante da ameaça de impeachment, o rei é
forçado a confessar: seu próprio filho Idamantes é a vítima exigida por Netuno. A revelação causa
choque geral (O voto tremendo). Até o Sumo Sacerdote cai de joelhos e implora a clemência do céu.

A cena seguinte se passa diante do Templo de Netuno. Idamantes resolveu se entregar, sabedor de que
sua morte é a única coisa que poderá salvar a ilha de Creta da destruição total. Com um beijo, Idamantes
se despede do pai (Non, la morte io non pavento). Tudo está pronto para o sacrifício, quando chega Ília,
que o interrompe, implorando para morrer no lugar de Idamantes. Neste instante, ouve-se a voz de
Netuno, das profundezas do oceano, que anuncia ao som de trombones: "Idomeneu deixe de ser rei…
Que o seja Idamantes… E Ília seja sua esposa…"

Há júbilo geral, exceto da parte de Electra, que infelizmente resolveu deixar que o ódio seja a paixão
dominante de sua vida (D'Oreste, d'Ajacce). Idomeneu vai renunciar ao trono, Idamantes vai assumir,
e se celebra em júbilo o himeneu ("casamento") de Idamantes e Ília (Scenda Amor, scenda Imeneo)

Concerto em ré menor K 466

O “Concerto em ré menor K 466” é considerado o primeiro concerto romântico. Foi composto em 1785,
ano fulcral na vida de Mozart, pois nele terminou o ciclo de quartetos dedicados a Haydn e iniciou a
composição das “Bodas de Figaro”, ópera estreada no ano seguinte – a revolução estava à vista e não
apenas na política.

As bodas de Fígaro

Le nozze di Figaro (em português As bodas de Fígaro) é uma ópera-bufa em quatro atos composta por
Wolfgang Amadeus Mozart, sobre libreto de Lorenzo da Ponte, com base na peça homônima de Pierre-
Augustin Caron de Beaumarchais (Le Mariage de Figaro). Composta entre 1785 e 1786, estreou em
Viena, em 1 de maio de 1786. Diz-se que Mozart começou a ter problemas com sua reputação a partir
desta ópera, que satirizava certos costumes da nobreza. Há, no entanto, quem considere “Le Nozze di
Figaro” como a obra-prima do compositor.

Ato I
Numa sala pouco mobiliada, Fígaro e Susanna fazem os preparativos da sua iminente boda. O criado
tira medidas do seu novo quarto para calcular a disposição dos móveis enquanto a donzela prova o
chapéu que usará durante a cerimônia. Cheio de satisfação, Fígaro comenta que a proximidade do
confortável quarto com os aposentos dos condes facilitará o trabalho do futuro casal. No entanto,
Susanna quebra a sua felicidade quando lhe conta o verdadeiro propósito do seu senhor: a localização
do quarto permitir-lhe-á estar mais perto da jovem para exercer o seu direito de pernada. Fígaro,
consternado, pergunta à sua prometida como é possível que Almaviva queira fazer uso de um direito
que ele mesmo aboliu. A jovem responde que o Conde parece ter-se arrependido de tal decisão. Soa
uma campainha e Susanna acode à chamada da Condessa. Só em cena, Fígaro comenta que seu amo
não conseguirá o que quer: se quiser dançar, terá de ser ao som do seu tocar.

A seguir Fígaro abandona a cena e entram Bartolo e Marcellina, que mostra ao médico um contrato em
que Fígaro se compromete a devolver a soma de um empréstimo. A intenção da mulher é exigir o
pagamento imediato dessa dívida com a finalidade de impedir a boda do criado, por quem está
apaixonada. Bartolo decide apoiá-la, porque deseja vingar-se do criado; há algum tempo, Fígaro ajudou
o Conde a raptar a sua amada pupila Rosina, que se transformaria na Condessa de Almaviva. Bartolo
sai de cena e entra Susanna com um vestido da sua senhora. Ambas trocam insultos sob uma forçada
cortesia.

Assim que Marcellina sai, chega Cherubino. O jovem pagem dos Condes confessa a Susanna que o seu
senhor o despediu porque o surpreendeu com Barbarina, filha do jardineiro Antonia, e pede à criada
que interceda por ele perante a Condessa, a quem venera. Depois, cheio de ardor adolescente, declara o
seu amor por todas as mulheres.

Ouve-se o voz do Conde, que se aproxima à distancia. Cherubino esconde-se rapidamente por detrás de
uma poltrona. Uma vez em cena, Almaviva corteja Susanna, mas a repentina chegada do sacerdote
Basílio, cuja intenção é convencer a jovem prometida a aceder aos desejos do seu patrão, interrompe os
seus propósitos. O Conde decide se esconder também atrás da poltrona, precisamente no momento em
que o pagem abandona com muita agilidade o seu esconderijo para se sentar sobre o mesmo assento,
que Susanna habilmente cobre com o vestido da Condessa. Basilio, pensando encontrar-se a sós com a
criada, faz alusão à atração que Cherubino sente pela Condessa. Almaviva, irado, decide abandonar o
seu esconderijo. Susanna finge desmaiar para salvar a situação que, no entanto, se enreda ainda mais
quando o seu senhor descobre Cherubino enquanto explica, precisamente, como tinha descoberto o
jovem com Barbarina. O aparecimento súbito de Fígaro com um grupo de camponeses quebra a tensão.
Os aldeões atiram flores aos pés do Conde para lhe agradecer a abolição ao direito da pernada. Depois,
o prometido pede ao seu senhor que coloque um véu branco sobre a cabeça de Susanna como símbolo
de pureza. Almaviva compreende de imediato a manobra do seu criado e entra no jogo, mas
interiormente promete vingar-se. O par pede perdão de Cherubino, que é exonerado das suas culpas a
troco da sua imediata incorporação no regimento de Almaviva. O 1º ato termina com a cômica descrição
que Fígaro faz da dura vida militar que aguarda o pagem.

Ato II
Enquanto a Condessa lamenta as infidelidades do seu esposo, chegam Susanna e Fígaro, que a informa
ter enviado uma carta anónima ao Conde, fazendo-o crer que existe outro homem na vida dela.

Sai Fígaro e nesse momento entra Cherubino, que canta o seu amor à Condessa. A Condessa e Susanna
disfarçam-no de mulher e pedem ao Conde uma conversa com Susanna, à qual assistirá Cherubino.
Nesse momento aparece o Conde e Cherubino tem de se esconder numa divisão. A Condessa diz ao
Conde que é Susanna quem ali está escondida e ele tenta derrubar a porta.
Entretanto Susanna - também escondida - ajuda Cherubino a sair da divisão e põe-se no seu lugar.

Finalmente a Condessa confessa ao Conde que é Cherubino quem está ali; mas ao abrir a porta surge
Susanna e tanto a Condessa como o Conde ficam muito surpreendidos. Então a Condessa, recompondo-
se, diz que foi uma artimanha para o Conde ficar com ciúmes. Entra o jardineiro António, queixando-
se que alguém partiu as suas floreiras ao saltar de uma janela. Entra Fígaro e diz que foi ele, mas António
mostra um envelope que quem saltou pela janela, deixou cair; são, nem mais nem menos, as credenciais
de Cherubino. Fígaro diz que Cherubino lho havia dado porque faltava o selo, mas o Conde não fica
convencido com a explicação. Nesse mesmo momento, aparecem novamente Bartolo e Marcellina, que
reclamam ao Conde o cumprimento da sua demanda, a sua boda com Fígaro.

Ato III
O juiz Don Curzio exige a Fígaro o cumprimento do contrato com Marcellina, pagar-lhe uma grande
soma de dinheiro. Mas como este não a tem, obriga-o a casar com ela. Fígaro escusa-se dizendo que ele
é de família nobre e que não pode casar-se sem uma autorização dos pais. Como prova dessa nobreza,
mostra as fraldas que levava quando o encontraram e um sinal no braço direito.

Então Marcelina diz que Fígaro é o seu filho, que desapareceu pouco depois de nascer, e que Bartolo é
o pai; assim já não tem que se casar com ela. Quando chega Susanna e vê Marcellina e Fígaro abraçados,
dá-lhe uma bofetada. E Marcelina explica-lhe a nova situação.

A Condessa dita a Susanna uma carta para o Conde, de modo a confundi-lo. Entretanto entra um grupo
de camponesas para oferecer flores à Condessa, entre as quais se encontra Cherubino disfarçado de
mulher. Mas o jardineiro António e o Conde descobrem-no.

Celebra-se a boda entre Fígaro e Susanna e durante o baile, Susana dá ao Conde a carta que escreveu,
a pedido da Condessa, marcando um encontro para essa noite. A agulha, com que está fechada a carta,
deve ser devolvida em sinal de recebimento. O plano é que nessa noite não se encontre com Susanna
ou com Cherubino, mas sim com ela - Condessa - que trocou a sua roupa com Susanna.

Ato IV
Fígaro surpreende a jovem Barbarina à procura da agulha que selava a carta, que o Conde lhe havia
confiado para a entregar a Susanna. Mas ela perdeu-a. Fígaro sabe então que Susanna se vai encontrar
com o Conde, mas ignora o plano. Enfadado, convida Bartolo e Basílio a serem testemunhas desse
encontro e adverte-os sobre a infidelidade das mulheres.

Chegam a Condessa e Susanna, com as vestes trocadas, e ocasiona-se um encontro complicado.

Cherubino, que tinha ficado com Barbarina, vê a Condessa - que estava disfarçada de Susanna - e tenta
beijá-la, mas nesse momento chega o Conde e é ele que recebe o beijo. Este responde-lhe com uma
bofetada, mas atinge Fígaro que se tinha acercado para ver o que se passava.

Para se vingar do Conde, Fígaro começa a cortejar Susanna, pensando ser a Condessa, mas quando a
reconhece declara-lhe o seu amor e esta enfurece-se cobrindo-o de bofetadas já que não se apercebeu
que tinha sido reconhecida pelo marido. Quando dá conta, o par abraça-se e isto ira o Conde, que
confunde Susanna com a Condessa. Quando se apercebe da situação, o Conde pede perdão à esposa
pelas suspeitas e pela sua má conduta. A Condessa perdoa-o e acaba tudo numa alegre festa.

Don Giovanni

Don Giovanni (K. 527; título completo em italiano: Il dissoluto punito, ossia il Don Giovanni, lit. O
Libertino Punido, ou Don Giovanni) é uma ópera em dois atos com música do compositor austríaco
Wolfgang Amadeus Mozart e libreto do autor italiano Lorenzo Da Ponte. Sua primeira apresentação foi
realizada em Praga, no Teatro di Praga, especializado em ópera italiana (atualmente chamado de Teatro
dos Nobres), em 29 de outubro de 1787.O libreto de Da Ponte foi classificado, assim como muitos
outros da época, como um dramma giocoso, termo que descrevia uma obra que continha um misto de
ação cômica e séria. Mozart classificou a obra em seu catálogo como uma "opera buffa". Embora por
vezes seja ainda hoje em dia classificada como cômica, ela apresenta características de comédia,
melodrama e até mesmo elementos sobrenaturais.

Ato I

Exterior da casa de Dona Ana.

Don Giovanni está lá dentro, mascarado e tentando seduzi-la .

Esperando fora e queixando-se das durezas do seu trabalho, está o criado de Don Giovanni, Leporello.

Aparece Don Giovanni, que sai apressadamente da casa de Dona Ana, que vem atrás dele tentando
descobrir a identidade do mascarado sedutor.

Seu velho pai, o Comendador, sai também de dentro e bate-se com Don Giovanni; no duelo, o
Comendador é morto de forma traiçoeira . Don Giovanni e Leporello fogem: Ana e seu noivo Don
Otávio encontram o cadáver do Comendador.

Dona Ana faz Don Otávio jurar . pelo seu amor por ela . que vingará a morte do comendador.
Don Giovanni e Leporello estão na rua quando aparece uma mulher a cantar canção sobre o amante que
a abandonou. Don Giovanni determina-se "consolá-la", mas ao acercar-se descobre que é Dona Elvira,
de Burgos, aquela que abandonou.

Escapa dali e deixa a Leporello o cruel trabalho de obrigar Elvira a escutar a lista das conquistas de Don
Giovanni.

Numa aldeia próxima

Dois camponeses, Masetto e Zerlina, vão casar-se. Chega Don Giovanni e encarrega Leporello de
encontrar Masetto, enquanto ele tenta deslumbrar Zerlina com o seu aristocrático encanto. Don
Giovanni está a ponto de declarar-se a Zerlina, quando aparece Elvira que a adverte.

Entram Ana e Otávio e os quatro discutem. Elvira diz que Don Giovanni é um patife e traiçoeiro,
enquanto Don Giovanni diz que ela está louca. Dona Ana reconhece Don Giovanni pela voz e quando
o mesmo saí. Dona Ana passa mal e profere a Don Otávio que ele era o assassino de seu pai e que agora
ele dom Otávio poderia cumprir seu juramento.

Don Giovanni tem intenção de convidar os aldeãos para uma festa e aumentar a sua lista de conquistas.

Nessa altura entra Masetto, ofendido com sua noiva, Zerlina. Mas Zerlina consegue que se reconcilie
com ela. Os desejos de vingança de Masetto mostram-se ante o convite para a festa.

Otávio, Ana e Elvira, mascarados, pensam ir à festa atrapalhar Don Giovanni.

No baile toca-se à vez: um minueto (para os senhores), uma contradança (para os aldeãos) e uma dança
alemã (que Leporello insiste em que Masetto dance ele).

Don Giovanni tenta de novo conquistar Zerlina e quando ela grita, os convidados escutam a gritaria e
isso alerta Masetto que percebe que Zerlina está em perigo. Ela entra no salão de festa e vai direto aos
braços de seu noivo. Os mascarados (Dona Elvira, Dona Ana e Don Otávio) prestam sua solidariedade
à moça em prantos e Don Giovanni entra por outra porta e com ele traz Leporello e o acusa de ser a
causa dos gritos de Zerlida e de seu pranto. Diz que irá puní-lo de forma extrema. Dom Otávio saca
uma pistola e a coloca na cabeça de Don Giovanni e os três retiram as mascaras e afirmam que ele é um
tolo em pensar que os mesmos acreditariam naquela mentira criada por ele, e o acusam de seus crime.
Então Leporello consegue por uma faca na mão de Don Giovanni e ele assusta os que o acusavam com
a faca, enquanto Leporello derruba a pistola na confusão. Don Giovanni e Leporello fogem e são
perseguidos pela turba de acusadores .
Ato II
Don Giovanni muda de objetivo: sua presa é uma criada de Dona Elvira.

E para atingir seu propósito, troca de traje com Leporello.

Prepara agora outra cruel burla a Elvira, cantando debaixo da sua varanda uma apaixonada serenata, em
que diz que a ama; quando se cala, Elvira recebe Leporello disfarçado de Don Giovanni e quando volta
a estar só, começa a cantar para a criada, acompanhado de bandolim.

Chega Masetto com uns amigos, com o propósito de matar Don Giovanni. Mas este na obscuridade faz-
se passar por Leporello, faz sua trama para afastassem de Masetto na procura, então o consegue com
sua lábia ficar segurando as armas de fogo carregadas por Masetto e então o desfere golpes e chutes:
deixando-no machucado e jogado no meio da rua.

Chega depois Zerlina e consola Masetto.

Elvira e o disfarçado Leporello encontram-se com Zerlina e Masetto e de seguida com Dona Ana e
Otávio; pensando que Leporello é Don Giovanni, os quatro ameaçam-no, mas, para surpresa deles,
Elvira defende-o e Leporello é obrigado a identificar-se.

Otávio confessa seu amor por Dona Ana e Elvira lamenta ter sido atraiçoada.

No cemitério, para onde haviam fugido, Don Giovanni e Leporello contemplam a estátua do
Comendador.

Ouve-se de repente uma voz “do outro mundo”, a da estátua, que recrimina a conduta de Don Giovanni
e promete vingança.

Leporello fica aterrorizado; mas Don Giovanni, impávido e audaz, convida a estátua a jantar com ele
nessa noite. E o convite é aceito. Dona Ana roga ao seu prometido Otávio, que compreenda sua dor pela
morte do pai e concorde em adiar a boda. Está Don Giovanni jantando alegremente em sua casa,
enquanto uns músicos e algumas mulheres amenizam o ambiente.

Aparece Elvira suplicando a Don Giovanni que mude de vida, mas este responde com arrogância:
“Vivam as mulheres, viva o bom vinho, sustento da glória e da humanidade!” Quando sai, Elvira dá um
espantoso grito por algo que viu lá fora.
E o mesmo sucede com Leporello quando sai a ver o que se passa: é a estátua do Comendador, disposta
a cumprir o convite que lhe fez Don Giovanni.

O Comendador entra e diz a Don Giovanni que se arrependa, sem consegui-lo; então dá-lhe a mão e
arrasta-o consigo até às chamas do inferno, enquanto se ouve um invisível coro de demónios.

Entram no castelo Dona Elvira, Dona Ana, Don Otávio, Zerlina e Masetto, todos com a ideia de
vingança, mas Leporello diz-lhes que o Comendador se antecipou.

Todos agora decidem o seu futuro.

Elvira irá para um convento; Dona Ana guardará um ano de luto, antes de se casar com Don Otávio:
Zerlina e Masetto celebram as bodas e Leporello procurará um novo mestre.

Todos, com alegria, dizem ao público que aprendam a lição com o destino de Don Giovanni: “A morte
dos pérfidos é sempre igual à sua vida.”

Sinfonia n.40

A sinfonia n.º 40 em sol menor, KV. 550, de Wolfgang Amadeus Mozart, também conhecida como a
"Grande" sinfonia em sol menor, para distingui-la da "Pequena" sinfonia em sol menor, a n.º 25, foi
composta no ano de 1788. As duas são as únicas sinfonias em tons menores compostas por Mozart, com
a exceção de uma sinfonia em lá menor redescoberta recentemente, do início de sua carreira, conhecida
hoje em dia como a Sinfonia Odense.

A sinfonia foi orquestrada, em sua versão revista, para uma flauta, dois oboés, duas clarinetas, dois
fagotes, duas trompas e cordas. É de se destacar a ausência de trompetes e tímpanos.

A obra está estruturada em quatro movimentos, que seguem o arranjo tradicional (movimento rápido,
movimento lento, minueto, movimento rápido) de uma sinfonia da era clássica.

Molto allegro
Andante
Menuetto – Trio
Allegro
Cada um dos movimentos, com a exceção do terceiro, estão na forma sonata; o minueto e o trio estão
na forma ternária.

O primeiro movimento começa sombrio, não em seu tema principal, mas no acompanhamento, tocado
pelas cordas mais graves, com violas divididas. A técnica de começar a obra com uma figura de
acompanhamento foi usada posteriormente pelo próprio Mozart em seu último concerto para piano (KV.
595), e se tornou um dos recursos favoritos dos românticos (entre alguns dos exemplos está a abertura
do concerto para violino de Mendelssohn e o terceiro concerto para piano de Rachmaninoff.

A Flauta Mágica

A ópera mostra a filosofia do Iluminismo. Algumas de suas árias tornaram-se muito conhecidas, como
o dueto de Papageno e Papagena, e as duas árias da Rainha da Noite. Os conceitos de liberdade,
igualdade e fraternidade da Revolução Francesa transparecem em vários momentos na ópera, por
exemplo quando o valor de Tamino, protagonista da história, é questionado por ser um príncipe, e que
por tal motivo talvez não conseguisse suportar as duras provas exigidas para entrar no templo. Em sua
defesa, Sarastro responde: "mais que um príncipe, é uma pessoa".

Há dois casais que se formam na ópera, Papageno e Papagena, simbolizando o lado comum da
humanidade, e Tamino e Pamina, simbolizando o iniciado. O contexto é uma luta entre a Rainha da
Noite, que ambiciona o poder, e Sarastro, o grande sacerdote que só pratica o bem. Para Sarastro
trabalha, porém, o mouro Monostatos, que tenta seduzir Pamina e se alia à Rainha da Noite.

A obra começa com Tamino perdido na floresta, onde encontra Papageno, um homem alegre que aprecia
os prazeres da vida e trabalha para a Rainha da Noite. Deste encontro Tamino fica sabendo que Pamina,
filha da Rainha da Noite, foi sequestrada por Sarastro e, apaixonado pela sua beleza e a pedido da
Rainha da Noite, decide resgatá-la.

Na sequência, ambos passam por várias provas antes de poderem se encontrar. Papageno também passa
por um tipo de prova antes de encontrar Papagena, e este contraponto do homem comum que se
comporta de modo diferente do príncipe diante das adversidades é o lado cômico que faz esta ópera tão
popular.

Esta obra está repleta de simbolismo maçônico. É possível encontrar muitas semelhanças com a Suíte
Peer Gynt nº 1 de Edvard Grieg. No livro "A filha da noite", a escritora Marion Zimmer Bradley reconta
em prosa esta história, em que os apaixonados lutam contra as forças do mal e a Rainha da Noite, Mãe
de Pamina, para se purificarem e alcançarem a sabedoria juntos.

Ato I
O príncipe Tamino entra num bosque para fugir da perseguição de uma serpente monstruosa. Cai de
cansaço e é salvo por três damas da Rainha da Noite. As mulheres ficam maravilhadas com a sua beleza
e correm a dar a novidade à sua senhora, a Rainha da Noite. Enquanto isso, Papageno, um caçador de
pássaros e servo da Rainha, entra em cena. Ele mente, dizendo que matou a serpente. As damas, ao
voltarem, castigaram o mentiroso colocando na boca um espécie de cadeado.

As damas mostram um retrato da filha da Rainha da Noite para Tamino que, ao vê-la, fica apaixonado.
Depois da ária de Tamino onde ele demonstra toda sua paixão por Pamina, chega a própria Rainha da
Noite, que, comovida pelas palavras de amor do príncipe, revela o sequestro de Pamina por Sarastro,
rei e sacerdote de Ísis, prometendo ao jovem a mão da donzela se ele conseguir resgatá-la com segurança
do Templo do rei. Tamino aceita o desafio. Em troca, as três damas entregam a ele uma oferta da rainha:
uma flauta mágica em ouro, que é capaz de mudar o estado de espírito dos seres vivos que a escutam.
Papageno, que irá acompanhar o príncipe em sua jornada, ganha um carrilhão mágico, também com
poderes extraordinários.

Mais adiante, descobrimos que Pamina está numa sala guardada por Monostatos, escravo mouro do
palácio de Sarastro que tenta seduzi-la. Nesse momento, chega Papageno e, ao vê-lo, o escravo sai a
gritar com medo do seu aspecto. O caçador de pássaros diz à jovem que Tamino está a caminho para
resgatá-la.

Enquanto isso, Taminos entra no Templo da Sabedoria e se depara com um sábio orador, que lhe revela
o bom caráter de Sarastro e lhe aconselha a desconfiar dos atos obscuros da Rainha da Noite. Ao ouvir
a notícia de que sua amada ainda está viva, Tamino toca sua flauta, que é prontamente respondida por
Papageno, que toca sua flauta-de-pã. O príncipe procura seguir o som longíquo vindo do instrumento
de Papageno, porém Monostatos acaba encontrando caçador de pássaros e Pamina antes. Para escapar
do mouro e seus escravos, Papageno toca o carrilhão mágico, enfeitiçando seus perseguidores e
possibilitando sua fuga ao lado de Pamina.

Aparece Sarastro e Pamina lhe diz que a sua tristeza se deve ao assédio de Monostatos, razão pela qual
este será castigado por Sarastro. Tamino e Pamina se encontram pela primeira vez, mas antes que o
casal possa se unir o rei pede que Tamino e seu acompanhante, Papageno, sejam preparados para serem
iniciados nos mistérios da sabedoria e se juntar à fraternidade do templo.

Ato II
Num bosque de palmeiras, Tamino e Papageno reúnem-se para serem iniciados pelos sacerdotes na
presença do rei. Uma das provas a que ambos são submetidos é a de ficar em silêncio. Durante a prova,
ambos passam por diversas tentações, que tem por objetivo desviá-los do caminho da virtude. Enquanto
Tamino tem persistência para se manter calado, Papageno é facilmente distraído pelas três damas da
Rainha da Noite, que aparecem para atormentar os dois e fazê-los quebrarem seu juramento.

Pamina está num jardim. Aparece a Rainha da Noite, informando-a que o seu amado se aliou com o
inimigo. A jovem percebe que é o coração de sua mãe que destila maldade e ódio. Esta dá um punhal à
filha, exigindo-lhe que mate Sarastro sob pena de ser rechaçada para sempre por ela. Pamina fica
horrorizada. Nesse momento, aparece Monostatos que ouviu toda a conversa e tenta fazer chantagem.
Não obstante, o diálogo também tinha sido escutado pelo rei que manda prender o escravo e pede a
Pamina paciência e compreensão, tranquilizando-a.

Tamino e Papageno entram no templo, calados. Aparecem os três gênios que lhes restituem a flauta e o
carrilhão e pedem-lhes que sigam em silêncio. Ao tocar a flauta aparece Pamina que, ao não obter
nenhum tipo de resposta tanto de Tamino quanto de Papageno, acredita ter sido rejeitada pelo amado e
deixa-se dominar pela dor. Os sacerdotes conduzem os iniciados ao interior do templo onde ambos
decidem seguir em frente com a sua iniciação.

No jardim, Papageno recebe a visita de uma anciã, que pede para se casar com ele. Este, com medo de
ficar só, aceita. Nesse momento, a anciã transforma-se numa linda jovem: Papagena. Entretanto, o
sacerdote do templo tira-lha, porque primeiro terá de merecê-la.

Pamina está à beira da loucura e a ponto de se suicidar com o punhal que a mãe lhe deu. Os três gênios
intervêm e convencem-na a não o fazer e procurar o seu amado. Quando o encontra, ele está a preparar-
se para as provas de água e fogo que terá de concluir. Pamina, loucamente enamorada, pede permissão
para acompanhá-lo. Ambos conseguem passar com sucesso por essas provas e são admitidos no Templo
da Sabedoria por toda sua fraternidade.

Papageno está desesperado, perdeu a sua amada e teme ficar sozinho. Quando está determinado a
suicidar-se, aparecem os três gênios e aconselham-no a usar o carrilhão. Ao tocá-lo surge Papagena.
Ambos declaram o seu amor.

A Rainha da Noite, que se juntou a Monostatos, tenta dar o golpe definitivo contra os sacerdotes, mas
são vencidos no último momento e lançados à noite eterna (Quinteto: Nur stille stille) O coro entoa
louvores a Ísis e Osíres, dando glória aos iniciados (Pamina e Tamino), em um final simbólico,
demonstrando a fraternidade que todo ser humano deve demonstrar com os seus e a celebração da
coragem, virtude, sabedoria e o amor.

Requiem

Em 14 de Fevereiro de 1791, Anna Walsegg, esposa de Franz von Walsegg falece aos seus 20 anos. Em
Julho do mesmo ano, bateu à porta de Mozart um desconhecido (possivelmente Franz Anton Leitgeb
ou Johann Nepomuk Sortschan) a mando de Walsegg, que desejava uma missa de réquiem para o
memorial de sua falecida esposa, mas que planejava dizer que fora ele quem compôs a obra (por isso o
anonimato). Recusando-se a se identificar, o mensageiro deixa Mozart encarregado da composição de
um Réquiem em Ré menor. Deu-lhe um adiantamento de 25 ducados e avisou que retornaria em um
mês com os outros 25 restantes.
Mas pouco tempo depois, o compositor é chamado para Praga com o pedido de que ele escrevesse a
ópera A clemência de Tito, para festejar a coroação de Leopoldo II na comitiva de compositores de
Antonio Salieri.Quando subia com sua esposa, Constanze, na carruagem que os levaria a esta cidade, o
desconhecido teria se aproximado outra vez, perguntado por sua encomenda. Mozart lhe promete que a
completaria assim que voltasse de sua viagem, dizendo-lhe que ficou mais interessado na missa.

Todavia, Mozart conseguiu terminar apenas poucas partes do Réquiem antes da sua morte: toda a
orquestração da Réquiem Aethernam, um rascunho detalhado da Kyrie, trechos instrumentais, o coro e
o baixo cifrado da Sequentia até a Lacrymosa, esta que apresenta apenas 8 compassos. Também havia
todas as vozes e baixos cifrados do Domine Jesu e da Hostias. Wolfgang também deixou alguns
rascunhos de músicas, dentre eles uma fuga Amém e outros papéis perdidos.

Cinco dias após sua morte, em 10 de Dezembro de 1791, a Introit foi tocada em um serviço memorial
para o próprio Mozart na Igreja de Miguel Arcanjo em Vienna, tendo quase toda sua orquestração
completada por Franz Jacob Freystädtler (madeiras, cordas e trombones), tendo os seus tímpanos e
trompetes adicionados posteriormente por Franz Xaver Süßmayr, vale ressaltar que a participação de
Freystädtler não é uma certeza, sendo alvo de discussões entre diversos historiadores e musicologistas.

Em 21 de Dezembro de 1791, o jovem Joseph Eybler foi encarregado por Constanze de terminar a obra,
afinal, Mozart deixou dívidas enormes para a esposa, fazendo com que ela precisasse dos outros 25
ducados restantes da comissão. No entanto, após completar todas as partes dos instrumentos de cordas
da Sequentia e toda a orquestração do Dies Irae e do Confutatis, além de ter adicionado dois compassos
na linha do soprano da Lacrymosa, Eybler desiste por razões desconhecidas.

Após tentar com que vários compositores terminassem a obra, Constanze enfim se aproximou de
Süßmayr, este que coletou diversos rascunhos e finalizou a orquestração da obra, além de compôr o
resto da Lacrymosa, todo o Sanctus, Benedictus e Agnus Dei, e repetir parte do Réquiem Aethernam
para a Lux Aetherna e a Kyrie para o Cum Sanctis Tuis.

Você também pode gostar