Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fotojornalismo
SANTARÉM – PARÁ
Maio/2018
Ribeirinhos que sobrevivem da calafetagem
artesanal de embarcações
Na Amazônia ainda praticada de maneira muito artesanal, o ato de vedar os barcos e as canoas
é muito comum e é uma profissão que floresta a dentro é passada de geração para geração.
Ayla Tapajós
1. Rafael Pinheiro, 19 anos, introduzindo o algodão nos orifícios do bote de madeira. Foto: Ayla
Tapajós.
No fim da tarde, no mais novo tilheiro – local onde constroem canoas e pequenas
embarcações – da comunidade Vila de Curi, localizada na margem esquerda do
rio Arapiuns, a oito horas da cidade de Santarém, no qual é referência na
construção de botes e canoas – pequenas embarcações que locomovem os
ribeirinhos e indígenas na região – por terem os melhores carpinteiros. O calafate,
Israel Sousa, mais velho da turma conta sobre a responsabilidade que esse
profissional tem, “qualquer furo não tampado, ou seja, que deixamos de
calafetar, pode fazer com que a embarcação vá para o fundo e isso de certa
forma, caso ocorra acidentes a responsabilidade é de quem calafetou”.
O nome dado a esta atividade é “calafetar”, palavra de origem portuguesa, mas
que não se sabe ao certo onde essa profissão nasceu, tendo em vista que mesmo
com a chegada dos portugueses por meio de embarcações aqui no Brasil, os
habitantes que aqui já estavam, já utilizavam canoas e botes para navegar sobre
os rios.
2. Israel Sousa, empurrando o algodão com uma marreta e uma talhadeira. Foto: Ayla Tapajós.
4. Fogo a lenha, breu sendo esquentado numa panela velha, para o acabamento da calafetagem.
Foto: Ayla Tapajós.
Eles chegam para finalizar o trabalho. A calafetagem é um detalhe muito
importante para o acabamento na construção de uma embarcação. A
simplicidade desse trabalho em comunidades como essa, distante da cidade é
que chama a atenção, assim como a preservação desse aprendizado que vem se
estendendo por gerações e que não perdem a sua importância dentro da rotina
ribeirinha.