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No atual sistema de ações afirmativas para ingresso em universidades e institutos federais de ensino, 50%
das vagas devem ser destinadas a pessoas oriundas de escolas públicas. Dessas vagas, 25%
destinam-se a pessoas com renda familiar inferior a 1,5 salário-mínimo, e a outra metade está liberada
para pessoas com renda familiar superior a 1,5 salário-mínimo, desde que tenham cursado os três anos do
ensino médio em escolas públicas.
As ofertas de vagas restritas por critérios étnico-raciais encaixam-se nessa reserva de 50% das vagas
totais oferecidas pela universidade e por cada curso, de acordo com o edital do vestibular ou do Sisu. Para
calcular o número de vagas destinadas a pretos, pardos e indígenas, utilizam-se dados
dos censos demográficos. Regiões com maior número de negros devem oferecer uma maior reserva de
vagas para essas pessoas, estados com maior número de indígenas devem oferecer uma maior reserva
de vagas para indígenas e assim sucessivamente.
No caso de concursos para investidura em cargos públicos, há uma reserva de 20% do total de vagas
ofertadas em um edital para pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas. Nesses casos, a
autodeclaração com documentação comprobatória (como certidão de nascimento, certidão de alistamento
militar ou RG do candidato e até de seus ascendentes diretos – mãe e pai) é suficiente para que uma
pessoa possa concorrer a uma vaga no concurso pela lei de cotas.
Já no caso das universidades e institutos federais, além da autodeclaração, o candidato deve passar por
uma entrevista com a banca examinadora a fim de comprovar a veracidade da autodeclaração. Um
problema resultante desse último caso é que não há como expressar uma objetividade concreta para
reconhecer pessoas pardas, e a subjetividade dos critérios adotados por examinadores já causou
injustiças e até fraudes.
Em 2007, na UnB (essa instituição adota um sistema de ações afirmativas desde 2004, oito anos antes da
sanção da lei de cotas, colocando a instituição como vanguarda entre as universidades federais no quesito
de ações afirmativas), dois gêmeos idênticos que se autodeclararam pardos tiveram confirmações
diferentes: um foi aceito como pardo e outro, não. Após recurso, o irmão que teve seu pedido de cota
negado foi aceito como pardo. Isso mostra que pode haver falhas nesse sistema de verificação
África do Sul; Austrália – promove cotas para aborígenes; Canadá – promove cotas para os inuítes
(esquimós); Colômbia – cotas para negros e indígenas nas universidades; Índia – cotas para inserção
das pessoas excluídas pelo antigo sistema de castas indiano; Nova Zelândia; Estados Unidos – com o
fim da segregação oficial e a explosão dos movimentos pelos direitos da população negra, o presidente
John Kennedy instaurou um sistema de cotas para crianças negras acessarem escolas públicas que
geralmente eram frequentadas por crianças brancas.
● O critério racial adotado não existe biologicamente, visto que todos os seres humanos têm
genótipos iguais, independentes da cor da pele. Como contra-argumento, defensores das
cotas afirmam que o fenótipo das pessoas negras as coloca na condição de exclusão por
conta do etnocentrismo histórico.
● As cotas raciais criam uma distinção que subjuga a capacidade das pessoas negras. Como
contra-argumento, os defensores das cotas afirmam que, em um primeiro momento, é
necessário esse tratamento desigual para que se inicie um processo de inclusão das
populações vulneráveis, que, por questões sociais, não têm acesso a muitos espaços e
serviços públicos.
● As cotas ferem o princípio da meritocracia, colocando alguém com uma pontuação menor em
vantagem em relação a alguém com uma pontuação maior. Como contra-argumento
favorável às cotas, dizem que é impossível estabelecer um sistema meritocrático justo em
um lugar onde não há igualdade de oportunidades.
● Não se deveria pensar em cota, mas em melhorar o sistema de educação básica público,
dando a todos as mesmas chances de ingressar na universidade. Como contra-argumento,
os favoráveis às cotas dizem que as ações afirmativas são uma primeira resolução do
problema, que deve estar acompanhada de investimentos na educação básica pública, para
que, futuramente, com uma educação básica de qualidade e pessoas negras inseridas no
ensino superior, as cotas não sejam mais necessárias.
2- Escreva a diferença das duas leis específicas sobre cotas que incluem a temática
racial:
5-O que são cotas raciais e qual a relação com a desigualdade social e o racismo
estrutural?
Justifique.