Disciplina: Fundamentos Históricos da Educação e da Pedagogia 1° período - Matutino
O presente relatório tem como objetivo relatar a apresentação de trabalhos sobre a
história da educação na IX Semana Internacional de Pedagogia, que ocorreu no dia 07 de dezembro na Sala 07 no Centro de Educação (CEDU) na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), das 08h às 10h, sob coordenação de Ivanildo Gomes dos Santos. Os trabalhos apresentados na modalidade de comunicação oral, tiveram como objetivo possibilitar o diálogo entre pesquisadores e a socialização de estudos acadêmicos concluídos ou em andamento que tratam dos fenômenos políticos, econômicos, sociais e culturais relacionados à constituição de práticas educativas escolares e não escolares em diferentes tempos e espaços históricos. A apresentação iniciou-se com o trabalho "Os exames de suficiência para seleção de professores em Alagoas (1966)", da autoria de Maria Rafaela Ferreira da Silva, Cristiane Cardoso dos Santos Silva e Ivanildo Gomes dos Santos, em que os autores apresentaram a análise de documentos referentes aos Exames de Suficiência do Estado de Alagoas do ano de 1966, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFAL. O trabalho tem como objetivo resgatar fontes históricas sobre a educação no Estado de Alagoas, além de preservar e catalogar os documentos. Tais exames consistem em provas com poucas questões a fim de avaliar o nível de conhecimento dos candidatos (pessoas no magistério sem formação) para que estes se tornem professores ao serem aprovados. Essa medida foi tomada devido a alta demanda de matrículas de alunos nas escolas secundárias, em que havia poucos professores para lecionar. Os candidatos deveriam ter a partir de 21 anos de idade, possuir os documentos requeridos e terem realizado o colegial e ginasial completo. Por fim, apesar de estar em andamento, os autores perceberam a precarização da formação docente e a desvalorização da profissão na época. O segundo trabalho, intitulado "Raízes do ensino religioso no Brasil: uma análise sobre suas práticas no período colonial" de Marcos Henrique dos Santos, trata sobre um capítulo da monografia do autor, em que aborda uma análise sobre a relação entre Estado e Igreja no período colonial. Inicialmente, ele discursa sobre como a igreja toma parte das experiências educativas, em que predomina a catequização dos povos indígenas para formação de mão de obra. Por ter sido responsável pelo processo educativo, o ensino religioso prevalece mesmo após o período colonial. Portanto, devido a ausência do Estado, a Igreja foi responsável pela educação na época. A última apresentação abordou o tópico "Arthur Ramos (1939) e a infância: biopolítica e condução de condutas", elaborado por Fernanda Lays Da Silva Santos, Ana Paula Teodoro dos Santos e Walter Matias Lima, que tem como objetivo analisar a noção de infância a partir das obras de Arthur Ramos, médico alagoano. Ramos foi convidado por Anísio Teixeira para integrar-se à proposta da reforma educacional de Teixeira. Ele atuou nas escolas públicas e analisou mais de 2 mil crianças por meio de observações e entrevistas e publicou obras em torno desses resultados. Ele traz uma proposta higienista, que tem como objetivo a prevenção e controle social, onde propõe a pais e professores orientações de como lidar com crianças desajustadas com a formação de hábitos saudáveis para a saúde do corpo e do espírito, para que a criança se tornasse obediente e disciplinada para se tornarem adultos submissos os quais a sociedade capitalista exige. Arthur Ramos via a infância como uma faixa etária, onde a criança é vista como ser faltante, que não possui voz, pensamentos ou vontade própria e deve ser conduzida pelo adulto. Por fim, a autora traz a reflexão em torno da noção de infância na atualidade, se a criança é ouvida, se tem autonomia, se é valorizada na sociedade como ser pensante, ou se ainda se encontra submissa aos pais como antigamente.