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Estudo sobre Centralização de Atividades no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


(MAPA)

José Elenilson Cruz, Fabio F. da Silva, Daniel S. de Souza, Leonardo G. Marques, Magaly F. Medrano, Jean M.
Nacife, Flávio M. C. Cardoso, Kennedy de A. Barbosa, Marcos de M. Souza, Geraldo Andrade de Oliveira

1 INTRODUÇÃO
Centralizar é o processo que transfere para um ponto mais alto da organização a maioria das decisões
relativas ao trabalho executado em níveis inferiores (LACOMBE, 2009). Tendo por objetivo fornecer subsídios
ao processo de tomada de decisão sobre a centralização de atividades no MAPA, este estudo apresenta os
resultados de pesquisa realizada com servidores da Divisão de Aquisições e Logística (DIAL) e do Setor de
Planejamento Orçamentário e Financeiro (SEPOF) localizados nos estados e no Distrito Federal. O trabalho foi
realizado no âmbito da TED 05/20, firmada pelo MAPA e o IF Goiano, Campus Rio Verde.

2 REVISÃO TEÓRICA
No contexto do setor público, centralização implica cumprimento de competências administrativas por
uma única pessoa jurídica governamental, já na descentralização, as competências administrativas são
distribuídas a pessoas jurídicas autônomas (MAZZA, 2019, p.290). O desempenho das organizações públicas
deve ser mensurado sob medidas de eficácia, eficácia e efetividade (COSTA; CASTANHAR; JOSÉ, 2005).
Eficiência está associada ao uso ótimo de recursos na prestação de serviços, eficácia refere-se ao quanto os
serviços públicos cumprem as entregas prometidas e a efetividade indica em que medida o objetivo proposto e
entregue pela organização pública atendeu a população (ALVES; LEITE FILHO; BEZERRA, 2020).

3 METODOLOGIA
Aplicou-se questionário estruturado a 83 e 59 servidores da DIAL e SEPOF, respectivamente, no período
de maio e junho de 2022. Os servidores foram questionados quanto ao impacto (positivo) da centralização (1) na
eficiência da atividade e (2) na satisfação do usuário. E, ainda, quanto à (3) modalidade de trabalho (presencial,
híbrido e remoto) mais adequada à atividade e ao (4) grau de interação com a atividade. Nas duas primeiras
variáveis, as respostas foram de 0 (nenhum) a 3 (alto) grau de impacto. Na terceira, as respostas seguiram de 0
(nenhum) a 3 (alto) grau de interação, e na quarta, as respostas foram: 1 (presencial), 2 (híbrido) e 3 (remoto).
Selecionou-se 24 atividades da DIAL e 37 do SEPOF. Analisou-se os dados por meio de estatística descritiva
(mediana), partindo-se da premissa de que o grau de interação do servidor com a atividade é fator determinante
de sua avaliação quanto às demais variáveis. Atividades em que as respostas indicaram, simultaneamente, alto
grau de impacto na eficiência e na satisfação do usuário, foram consideradas favoráveis à centralização.

4 RESULTADOS
Das 24 atividades da DIAL, cinco são favoráveis e cinco não são favoráveis à centralização. Para oito
atividades, a modalidade de trabalho mais adequada é a presencial, para treze é a híbrida e para três é a remota.
Nenhuma das 37 atividades do SEPOF foi considerada favorável à centralização, dado os resultados indicam
apenas baixo e/ou médio grau de impacto na eficiência e na satisfação do usuário, e duas são desfavoráveis à
centralização. Para 33 atividades do SEPOF, a modalidade de trabalho mais adequada é a híbrida, e para quatro
é a remota.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que os resultados alcançados por este estudo forneçam aos gestores do MAPA subsídios ao
processo de tomada de decisão sobre a centralização de atividades da DIAL e do SEPOF. No entanto, salienta-se
que essa decisão é complexa e exige a análise de outros fatores que evidenciam mais objetivamente o incremento
da eficiência, da eficácia e da efetividade das unidades organizacionais em questão.

REFERÊNCIAS
ALVES, S. T. de J.; LEITE FILHO, G. A.; BEZERRA, G. E. Relação entre o desempenho de gestão e as variáveis que influenciaram
a eficiência e a efetividade do programa Bolsa Família. Administração Pública e Gestão Social, v. 12, n. 4, 9, 2020.
COSTA, F. L.; CASTANHAR, JOSÉ, C. Avaliação de programas públicos: desafios conceituais e metodológicos. Revista de
Administração Pública, v. 37, n. 22, p. 969–992, 2005.
MAZZA, A. Manual de direito administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

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