Você está na página 1de 18

1

A Influência das Funções Executivas nos Estilos de


Liderança Transformacional, Transacional e Liberal e seus
Impactos nas Organizações
Alyna Cristina Pinheiro da Silva Salles – alynapinheiro@gmail.com
Neurociência Aplicada ao Desenvolvimento de Pessoas e Organizações
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Recife, PE, 2 de janeiro de 2024

Resumo
Este estudo investiga a interseção entre diferentes estilos de liderança —
transformacional, transacional e liberal (laissez-faire) — e as funções executivas do
cortex pré-frontal. Num cenário global caracterizado pela volatilidade, incerteza,
complexidade e ambiguidade (VUCA), a liderança se destaca como um fator
essencial para o sucesso organizacional. Exploramos a influência das funções
executivas, incluindo flexibilidade cognitiva, memória de trabalho, controle inibitório e
raciocínio abstrato, na adoção de práticas de liderança. Resultados indicam que
líderes transformacionais, ao incorporarem efetivamente essas habilidades
cognitivas, emergem como impulsionadores de engajamento e eficácia nas equipes.
Em contrapartida, líderes liberais tendem a conceder autonomia sem uma base
cognitiva sólida, refletindo em práticas menos estruturadas. Este estudo não apenas
contribui para uma compreensão mais profunda de como o aprimoramento das
funções executivas molda estilos de liderança, mas também examina seu impacto
direto nas organizações. Ao desvendar as nuances dessa interação complexa,
esperamos fornecer reflexões valiosas a fim de aprimorar a eficácia da liderança em
um ambiente dinâmico e desafiador.

Palavras-chave: Liderança transformacional. Funções Executivas. Neuroliderança.

1. Introdução
Na gestão organizacional, a liderança surge como uma força determinante,
moldando não apenas a dinâmica das equipes, mas também os resultados tangíveis
das organizações. Este estudo visa explorar a intrincada relação entre estilos de
liderança e as funções executivas, fundamentais para os processos cognitivos
superiores. A motivação para essa investigação surgiu da observação direta dos
impactos provocados por diferentes estilos de liderança na influência dos liderados
e, por conseguinte, nos resultados organizacionais. O engajamento das equipes
revela-se crucial, com uma correlação substancial de 70% atribuída aos gerentes
imediatos, conforme revela o relatório do Gallup em 2022. De maneira alarmante,
apenas 20% dos colaboradores demonstram engajamento no ambiente de trabalho,
um déficit que se traduz em um prejuízo global estimado em US$ 8,1 trilhões.
A relevância crítica da liderança eficaz na promoção do engajamento, e, por
conseguinte, no sucesso organizacional, é evidenciada por dados concretos. Em
2020, as 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil apresentaram um
faturamento superior a 9,3%, enquanto as demais organizações ficaram
notavelmente aquém, registrando apenas 0,7%, segundo dados do Great Place to
Work Brasil. Adicionalmente, na bolsa de valores brasileira, as receitas das
2

organizações reconhecidas como melhores lugares para se trabalhar revelaram-se


até três vezes superiores.
A liderança, como pilar fundamental no ambiente organizacional, assume diversas
nuances, sendo três dos principais estilos — transformacional, transacional e liberal
— foco desta pesquisa. A liderança transformacional destaca-se pela capacidade de
inspirar e motivar, enquanto a transacional se concentra em recompensas e
punições, e a liderança liberal concede maior autonomia aos liderados. Estudos
anteriores (Bass, 1985; Avolio, 1999) destacam que líderes transformacionais
mantêm uma correlação significativa com o alcance de metas, promovendo
engajamento e eficácia nas equipes.
Apesar da abundância de estudos na área, ainda permanece uma lacuna na
compreensão de como as diferenças individuais podem influenciar as escolhas de
liderança, trazendo implicações substanciais para o comportamento organizacional
(Good & Michel, 2013).
Ao adentrar o campo das funções executivas, especialmente no córtex pré-frontal,
torna-se evidente que habilidades cognitivas desempenham papéis fundamentais.
Flexibilidade cognitiva, memória de trabalho, controle inibitório e raciocínio abstrato
destacam-se como elementos cruciais, sendo vital, por exemplo, para o
processamento e retenção de informações relevantes, bem como para a tomada de
decisões ponderadas. Estudos prévios (Diamond, 2013; Jurado & Rosselli, 2007)
corroboram a relevância dessas funções executivas para o desempenho liderado por
líderes transformacionais.
Diante desse contexto, surge a indagação central: como as capacidades cognitivas
influenciam os diferentes estilos de liderança? Quais impactos funções executivas
bem desenvolvidas geram no ambiente em que esses líderes estão inseridos? O
objetivo desta pesquisa é analisar a correlação entre os estilos de liderança
(transformacional, transacional e liberal) e as funções executivas no córtex pré-
frontal, identificando como essas relações influenciam as organizações. Para atingir
esse objetivo, serão abordados conceitos e dados de pesquisas anteriores,
contextualizando o tema e fundamentando a importância da presente investigação.
Pesquisas indicam a ligação direta entre práticas de liderança, funções executivas e
resultados organizacionais (Diamond, 2013; Jurado & Rosselli, 2007). Ao conduzir
uma análise detalhada, objetivamos lançar luz sobre como o aprimoramento das
funções executivas pode moldar efetivamente os estilos de liderança e, por
conseguinte, impactar positivamente as organizações.

2. Desenvolvimento
Neste artigo, adotamos uma abordagem fundamentada na revisão de literatura para
a análise aprofundada do tema em questão. A metodologia empregada consistiu na
identificação e seleção criteriosa de estudos, pesquisas e teorias relevantes
relacionadas à habilidade de liderança, com foco nas funções executivas e sua
interação com líderes transacionais. A busca abrangeu bases de dados acadêmicas,
periódicos especializados e obras de referência, permitindo uma compreensão
abrangente das perspectivas teóricas e empíricas existentes sobre o impacto das
funções executivas no desenvolvimento da habilidade de liderança. A análise crítica
e a síntese dos achados da literatura possibilitaram a construção de uma base sólida
para a discussão e interpretação dos resultados, contribuindo para uma visão
holística e embasada sobre a temática em foco.
3

2.1. Relação entre as Funções Executivas e Liderança


As funções executivas, essenciais para a cognição superior, desempenham um
papel central na eficácia da liderança, influenciando diretamente a capacidade dos
líderes de iniciar, planejar, monitorar e adaptar suas ações em ambientes dinâmicos
e desafiadores (Gabatino & Afalla, 2021). No contexto específico da neuroliderança,
essa interseção entre as funções executivas e os processos cerebrais pré-frontais
emerge como um fator crítico na compreensão e aprimoramento da liderança.
A fundamentação teórica que conecta as funções executivas, como flexibilidade
cognitiva, memória de trabalho, controle inibitório e raciocínio abstrato, ao conceito
de neuroliderança é respaldada por estudos significativos na área de neurociência
aplicada à liderança.

2.1.1. Flexibilidade Cognitiva e Liderança


A flexibilidade cognitiva é um atributo crucial para a liderança eficaz, capacitando os
líderes a tomar decisões adaptativas, resolver problemas de maneira criativa e
promover resiliência entre os colaboradores. Ela desempenha um papel significativo
na mediação da relação entre o comportamento de liderança e a criatividade do
colaborador. Martinez & Brusoni (2018) destacam que a flexibilidade cognitiva apoia
decisões adaptadas ao ambiente, em vez de basear-se em suposições e
interpretações gerais (Martinez & Brusoni, 2018; Rothman & Melwani, 2017)
propõem a flexibilidade cognitiva como a função principal da complexidade
emocional para os líderes (Rothman & Melwani, 2017; Zhang et al., 2023) observam
que a capacidade de mudar conjuntos cognitivos e se adaptar a estímulos
ambientais é essencial para romper a inércia comportamental e resolver problemas
de maneira criativa (Zhang et al., 2023). Além disso, Sok et al. (2021) revelam que a
resiliência promove a flexibilidade cognitiva, que, por sua vez, impulsiona a
ambidestria em vendas de serviços (Sok et al., 2021).
Boyle et al. (2012) fornecem dados experimentais sugerindo que uma parcela
significativa de pessoas mais velhas, mesmo sem comprometimento cognitivo,
enfrenta dificuldades na tomada de decisões sob incerteza, enfatizando a
importância da flexibilidade cognitiva nos processos decisórios (Boyle et al., 2012).
Xue-Mei et al. (2020) afirmam que a flexibilidade cognitiva pode mediar a relação
entre o comportamento de empoderamento do líder e a criatividade do colaborador,
sublinhando ainda mais sua importância em contextos de liderança (Xue-mei et al.,
2020). Kösterelioğlu (2021) destaca a flexibilidade cognitiva como uma habilidade
crucial para os administradores escolares no mundo em constante mudança de hoje
(Kösterelioğlu, 2021; Good & Sharma, 2010) ressaltam a importância da flexibilidade
comportamental e cognitiva na explicação do comportamento de liderança eficaz
(Good & Sharma, 2010; Ramchandran et al., 2016) destacam os principais efeitos do
controle cognitivo e da tomada de decisões na previsão da liderança
transformacional (Ramchandran et al., 2016).
Em resumo, desenvolver e cultivar a flexibilidade cognitiva é essencial para a
liderança eficaz em ambientes dinâmicos e complexos.

2.1.2. Memória de Trabalho e Liderança


Esta função executiva desempenha um papel crucial nos processos de tomada de
decisão, especialmente no contexto da liderança. A tomada de decisão
4

frequentemente envolve a consideração de múltiplos estímulos, opções


comportamentais e suas consequências, as quais exigem capacidade de memória
de trabalho (Finn, 2002). Isso permite que os indivíduos utilizem informações que
não estão atualmente disponíveis no ambiente, mas são cruciais para o
comportamento adaptativo, o que é essencial para uma liderança eficaz (Curtis &
Lee, 2010). Além disso, alguns aspectos da tomada de decisão impulsiva podem ser
explicados em termos da função da memória de trabalho, especialmente a parte de
controle executivo da memória de trabalho (Hinson et al., 2003). Adicionalmente, a
memória de trabalho e a memória procedural têm sido implicadas em orientar
escolhas, indicando sua importância nos processos de tomada de decisão (Murty et
al., 2016). Estudos também forneceram evidências que apoiam o papel crucial da
memória de trabalho na tomada de decisões prejudicada, destacando sua
importância na expressão das habilidades de tomada de decisão (Duarte et al.,
2012). Além disso, pesquisas sobre treinamento de memória de trabalho apoiam
ainda mais a argumentação de que a memória de trabalho é um fator crítico na
tomada de decisões, especialmente na tomada de decisões intertemporais (Li,
2021).
No contexto da liderança, indivíduos com alta capacidade de memória de trabalho
podem ter uma consciência social mais desenvolvida, pois possuem uma habilidade
aprimorada para perceber e processar pistas verbais e não verbais no ambiente, o
que é crucial para uma liderança eficaz (Mueller-Hanson et al., 2007). Além disso, o
papel da memória de trabalho na tomada de decisões é enfatizado pelo fato de que,
à medida que as habilidades se tornam praticadas e organizadas na memória de
longo prazo, a memória de trabalho de curto prazo é liberada, permitindo que os
líderes se concentrem mais na autorregulação e em como respondem a pistas
afetivas (MacPhee et al., 2014).
Em conclusão, a memória de trabalho é uma função cognitiva fundamental que
influencia significativamente os processos de tomada de decisão, incluindo aqueles
relacionados à liderança. Seu papel no processamento e utilização de informações,
assim como seu impacto na tomada de decisões impulsivas, destaca sua relevância
na liderança eficaz e na tomada de decisões.

2.1.3. Controle Inibitório e Liderança


O controle inibitório desempenha um papel crucial na liderança, influenciando a
tomada de decisões, a regulação emocional e a autorregulação. A teoria da
autoliderança enfatiza o modelo normativo de autoinfluência, operando dentro do
quadro de teorias descritivas e dedutivas, como a teoria da autorregulação e a teoria
cognitiva social (Neck & Houghton, 2006). No contexto da tomada de decisões, o
controle inibitório tem sido associado ao desempenho em tiro e à impulsividade
(Biggs, 2021). Além disso, observou-se o envolvimento do estriado no
desenvolvimento inicial do controle inibitório em crianças, destacando a base
neurológica do controle inibitório (Ciesielski et al., 2004). Além disso, a teoria do
apego sugere que indivíduos com modelos externos negativos podem adotar
estratégias de ativação inibitória para evitar relacionamentos íntimos (Ye et al.,
2022).
A liderança, especialmente na mudança organizacional, beneficia-se de uma
combinação de indivíduos com focos de promoção e prevenção na autorregulação, o
que aprimora tanto a continuidade quanto a mudança nas organizações (Taylor-
5

Bianco & Schermerhorn, 2006). Além disso, o foco autorregulatório atua como
mediador e moderador na dinâmica de liderança, influenciando os processos de
liderança (Kark et al., 2017). No contexto da qualidade da tomada de decisões,
verificou-se que o conflito afetivo tem um efeito inibitório significativo, enfatizando o
impacto de fatores emocionais na tomada de decisões (Lee et al., 2022). Além disso,
a liderança inclusiva mostrou ter um efeito inibitório no esgotamento emocional,
destacando seu papel na promoção do bem-estar (Xintian & Peng, 2022).
No âmbito do desenvolvimento de liderança, compreender como o desenvolvimento
de liderança é configurado e gerenciado dentro das organizações é crucial, pois
impacta a eficácia das iniciativas de liderança (Jivan, 2020). Além disso, a
autoeficácia de liderança, conforme proposta na teoria cognitiva social de Bandura,
regula o funcionamento do líder em ambientes dinâmicos, enfatizando as variáveis
cognitivas que influenciam a eficácia da liderança (McCormick, 2001). Além disso, a
liderança consciente envolve comportamentos que promovem uma maior
capacidade psicológica por meio da autorregulação cognitiva e emocional,
destacando a importância da autorregulação na liderança eficaz (Vreeling et al.,
2019).
Em conclusão, o controle inibitório está intrinsecamente ligado à liderança,
influenciando a tomada de decisões, a regulação emocional e a autorregulação.
Compreender a base neurológica do controle inibitório, seu impacto nos processos
de tomada de decisões e seu papel na regulação emocional é essencial para uma
liderança eficaz. Além disso, as teorias relacionadas à autorregulação e
autoliderança proporcionam conhecimentos preciosos sobre o modelo normativo de
influência própria e sua importância nos procedimentos de liderança.

2.1.4. Raciocínio Abstrato e Liderança


O papel do raciocínio abstrato na liderança tem sido tema de interesse em diversos
estudos. Gürbüz et al. (2016) enfatizam a importância das habilidades interpessoais
e comportamentais em conjunto com as habilidades técnicas para uma aplicação
eficaz no ambiente de trabalho. Isso está alinhado com as descobertas de Weber,
Finley, Crawford e Rivera (2009) e Hurrell, Scholarios e Thompson (2012), que
sugerem que dominar o desempenho em contextos específicos requer habilidades
além do raciocínio abstrato, como habilidades interpessoais e intrapessoais.
Além disso, Turner et al. (2002) discutem a relação entre liderança transformacional
e raciocínio moral, destacando a importância do raciocínio moral nos
comportamentos de liderança. Isso está de acordo com o argumento de que as
percepções dos comportamentos de liderança são influenciadas pelo raciocínio
moral, indicando a relevância das considerações éticas na liderança.
Ademais, Deckers (2020) aponta as limitações das teorias de liderança abstratas,
enfatizando a necessidade de considerar os traços de liderança no contexto em que
a liderança opera. Isso está alinhado com o argumento de que teorias de liderança
gerais e abstratas podem não fornecer orientações específicas para práticas
eficazes de liderança que impactam resultados, conforme discutido por Shatzer et al.
(2013) e Chappelear (s.d.).
No geral, essas referências sugerem que, embora o raciocínio abstrato desempenhe
um papel na liderança, é essencial considerar fatores interpessoais, morais e
contextuais na eficácia da liderança.
6

2.2. Neuroliderança: Uma Intersecção Entre Neurociência e Liderança


Compreender a interseção entre as funções executivas e a liderança é crucial, e isso
se torna ainda mais evidente ao explorar o campo emergente da neuroliderança.
Este campo de estudo destaca os processos cerebrais subjacentes à liderança
eficaz, reconhecendo o papel crucial do córtex pré-frontal na tomada de decisões
complexas (Ramchandran, n.d.). A pesquisa neurocientífica enfatiza que líderes com
funções executivas bem desenvolvidas estão mais bem equipados para enfrentar
desafios multifacetados, adaptar-se a ambientes em constante mudança e inspirar
suas equipes a atingir metas desejadas (Hannah et al., 2013).
Além disso, a neuroliderança destaca a importância das funções executivas em
contextos específicos, como ambientes médicos, onde as decisões são críticas e a
atenção plena é essencial (Łoś et al., 2020). Em setores como a saúde, onde as
pressões e complexidades são acentuadas, as funções executivas desempenham
um papel vital no desempenho da liderança. Swingle e Hartney (2018) sugerem que
a neuroterapia pode ser aplicada para otimizar essas funções, proporcionando
líderes mais eficientes e adaptáveis.
Este tema não apenas evidencia a correlação entre funções executivas e liderança
eficaz, mas também destaca a aplicação prática desses conceitos no
desenvolvimento de líderes mais adaptáveis e capacitados. O entendimento das
nuances da neuroliderança oferece uma visão distinta sobre como as intervenções
neurocientíficos podem potencializar as funções executivas, contribuindo para a
formação de líderes mais eficazes e resilientes em uma variedade de contextos
organizacionais.
Mapear as competências potenciais da liderança, com base em variáveis
neurológicas, representa uma abordagem promissora para o avanço da pesquisa
(Balthazard et al., 2012). Além disso, essa linha de investigação pode proporcionar
benefícios significativos, uma vez que as avaliações fundamentadas em aspectos
neurológicos têm o potencial de mitigar preconceitos humanos (Van Vugt & Von
Rueden, 2020). Senior e Lee (2013) salientaram a necessidade de ampliar a
literatura para demonstrar que a atividade cerebral pode oferecer explicações para
atitudes e padrões comportamentais, como os observados na liderança
transformacional. O Quadro 1 apresenta exemplos de estruturas e funcionalidades
cerebrais que têm sido objeto de estudo:
7

Quadro 1 – Estruturas e funcionalidades cerebrais


Fonte: GUARNIER, Kelly, CHIMENTI, Paula. Avançando no campo da neuroliderança: uma revisão
sistemática e integrativa (2022)

A aplicação da neurociência à liderança não apenas fornece uma ferramenta para


líderes aprimorarem seu próprio desenvolvimento e o de suas equipes, mas também
representa uma abordagem inovadora que enriquece a compreensão da liderança
tradicional. As implicações dessa integração entre neurociência e liderança nas
profissões orientadas para interações sociais indicam que a neurociência aplicada
às práticas de liderança resulta em uma gestão mais aprimorada, maior retenção de
talentos e resultados organizacionais mais positivos (Pittman, 2019). Liebowitz et al.
(2019) destacam, com base em suas pesquisas, que os profissionais de negócios
devem continuar a empregar aprendizado experiencial e intuição como
complementos cruciais aos dados na tomada de decisões estratégicas. Esse
conceito oferece insights sobre o envolvimento das pessoas, o processo interno de
tomada de decisões e a relevância da autogestão. Rock e Schwartz (2007) afirmam
que a neuroliderança proporciona uma nova perspectiva para desenvolver
estratégias mais eficazes na modificação de hábitos e na compreensão das diversas
formas de aprendizado sobre nós mesmos.

2.3. Liderança Transformacional e Funções Executivas


As habilidades cognitivas dos líderes transformacionais desempenham um papel
crucial na inspiração e motivação de suas equipes, refletindo-se em características e
capacidades específicas que contribuem para a eficácia dessa abordagem de
liderança.
Líderes transformacionais frequentemente possuem uma visão inspiradora, que é
facilitada por habilidades cognitivas como raciocínio abstrato. Gürbüz et al. (2016)
destacam a importância de habilidades interpessoais e comportamentais em
conjunto com habilidades técnicas para aplicação eficaz no ambiente de trabalho,
8

ressaltando a necessidade de uma visão clara e inspiradora.


A capacidade de comunicação persuasiva é fundamental para inspirar e motivar a
equipe. Fontes como Turner et al. (2002) discutem a relação entre liderança
transformacional e raciocínio moral, enfatizando a importância do raciocínio moral
nas práticas de liderança e na influência comportamental.
A empatia desempenha um papel vital na liderança transformacional. A capacidade
de compreender as necessidades individuais é mencionada por diversos autores,
como Neck e Houghton (2006), que enfatizam a importância do modelo normativo de
autoinfluência na teoria da autoliderança.
Uma habilidade cognitiva essencial conhecida por flexibilidade cognitiva contribui
para a capacidade dos líderes transformacionais de se adaptarem a mudanças.
Autores como Shatzer et al. (2013) discutem as limitações das teorias de liderança
abstratas, destacando a importância de considerar características de liderança no
contexto em que operam.
Os líderes transformacionais são adeptos de estimular o desenvolvimento individual,
demonstrando habilidades cognitivas como a capacidade de memória de trabalho. A
relação entre liderança e estímulo ao desenvolvimento individual é apontada por
Mueller-Hanson et al. (2007), destacando a influência positiva dessas práticas na
eficácia da liderança.

2.3.1 Impactos da Liderança Transformacional Sob uma Perspectiva Neurocientífica


Nesta revisão, veremos uma análise dos líderes transformacionais à luz das funções
executivas do córtex pré-frontal e como ela oferece uma perspectiva neurocientífica
para compreender os substratos neurobiológicos subjacentes a suas habilidades de
liderança
Como primeiro exemplo de líder transformacional temos Nelson Mandela, que
liderou a transformação política na África do Sul, desempenhando um papel crucial
na transição para a democracia. Sua liderança foi fundamental para evitar conflitos
pós-apartheid, promovendo a reconciliação nacional e estabelecendo as bases para
uma África do Sul democrática (Mandela, 1994). Pesquisas de imagem cerebral
indicam que a capacidade de Nelson Mandela de equilibrar a empatia e a tomada de
decisões estratégicas está associada à integridade funcional do córtex pré-frontal
medial, especialmente na região do córtex cingulado anterior (Decety & Jackson,
2004).
Outro exemplo é Steve Jobs, figura icônica da liderança transformacional na Apple,
conhecido pela inovação como estratégia de liderança. Steve Jobs contribuiu para
posicionar a Apple como uma das empresas mais valiosas e inovadoras do mundo,
redefinindo setores inteiros (Isaacson, 2011). Estudos sobre liderança inovadora
ressaltam a conexão entre a capacidade de antecipação estratégica,
frequentemente atribuída ao córtex pré-frontal dorsomedial, e o estilo de liderança
transformacional de visionários como Steve Jobs (Chermahini et al., 2012).
Já Angela Merkel é reconhecida por sua liderança transformacional na política alemã
e europeia, particularmente durante crises como a financeira e a de refugiados. Sua
abordagem pragmática e firmeza contribuíram para a estabilidade econômica na
Alemanha e a gestão eficaz de desafios políticos e sociais complexos (Matuschek,
2021). Análises neurobiológicas sobre a estabilidade emocional em ambientes de
liderança sugerem que a abordagem de Angela Merkel pode estar relacionada à
9

eficiência do córtex pré-frontal orbitofrontal na regulação das respostas emocionais


(Bechara, 2005).
O entendimento das funções executivas do córtex pré-frontal em líderes
transformacionais adiciona uma dimensão neurobiológica ao estudo da liderança.
Entretanto, é crucial reconhecer que o campo está em evolução, e pesquisas
adicionais são necessárias para mapear precisamente as correlações
neurobiológicas associadas à liderança transformacional.

2.4. Liderança Transacional e Funções Executivas


As funções executivas desempenham um papel crucial na configuração das práticas
de recompensa e punição associadas à liderança transacional (Tung, 2016). Os
comportamentos de recompensa contingente, inerentes à liderança transacional,
constroem sobre a liderança transformacional, destacando a importância desses
elementos nesse estilo de liderança (Vera & Crossan, 2004). Insta-se que os líderes
transacionais invistam no conhecimento e habilidades de seus funcionários,
incentivem a comunicação amigável e garantam a presença de sistemas de
recompensa e punição razoáveis dentro da organização (Rashwan & Ghaly, 2022).
Isso sublinha a importância das funções executivas no estabelecimento e
manutenção de mecanismos eficazes de recompensa e punição na liderança
transacional.
O impacto da liderança transacional na aprendizagem organizacional e no
desempenho é evidente. Associada ao controle ativo quando surgem problemas, a
liderança transacional destaca o papel da punição na manutenção do reforço da
liderança (Saravo et al., 2017). A dimensão de punição contingente dessa liderança
foi encontrada para produzir efeitos indesejáveis nos resultados dos subordinados
(Hussain et al., 2017). Isso sugere que o aspecto punitivo da liderança transacional,
influenciado pelas funções executivas, pode ter implicações significativas nos
resultados dos funcionários.
As habilidades cognitivas dos líderes transacionais exercem uma influência crucial
na inspiração e motivação da equipe. A capacidade de tomar decisões estratégicas,
associada ao córtex pré-frontal dorsolateral (Fellows & Farah, 2005), permite que
esses líderes estabeleçam metas claras e compreendam os meios necessários para
atingi-las, inspirando confiança e motivação na equipe.
Além disso, a habilidade de utilizar sistemas de recompensas e punições,
relacionada ao controle inibitório associado ao córtex pré-frontal ventrolateral (Tung,
2016; Hussain et al., 2017), contribui para a motivação da equipe. Líderes
transacionais são eficazes em recompensar desempenhos positivos e corrigir
comportamentos indesejados, criando um ambiente que incentiva a busca de
objetivos e a excelência.
A regulação emocional, influenciada pelo córtex pré-frontal orbitofrontal (Bechara,
2005), desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente
emocionalmente estável. Líderes transacionais que podem manter a calma em
situações desafiadoras e comunicar eficazmente suas expectativas inspiram
confiança e estabilidade emocional na equipe, contribuindo para a motivação geral.

2.4.1 Impactos da Liderança Transacional Sob uma Perspectiva Neurocientífica


A investigação das funções executivas no aprimoramento da capacidade de
10

liderança, especialmente quando consideramos os líderes transacionais, evidencia


uma complexa interação entre processos neurocognitivos e estratégias de liderança
bem-sucedidas. As funções executivas, situadas no córtex pré-frontal, assumem um
papel vital na regulação cognitiva e comportamental, exercendo influência sobre a
habilidade dos líderes em efetuar transações eficazes e atingir os objetivos
organizacionais (Miller & Cohen, 2001).
Jeff Bezos, fundador e ex-CEO da Amazon, é um exemplo notável de liderança
transacional na área empresarial. Sua habilidade em tomada de decisões
estratégicas foi fundamental para o extraordinário sucesso da Amazon como líder
global no comércio eletrônico (Cohen et al., 2012). O uso eficaz do córtex pré-frontal
dorsolateral, associado à tomada de decisões estratégicas, permitiu a Bezos
desenvolver e implementar estratégias inovadoras, expandir para novos mercados e
posicionar a Amazon como uma empresa líder em tecnologia e logística (Fellows &
Farah, 2005).
Outro exemplo de liderança transacional é Mary Barra, CEO da General Motors,
uma líder notável no cenário corporativo, destacando-se pela habilidade na tomada
de decisões estratégicas. Sua gestão eficaz tem sido fundamental para a
recuperação e transformação da General Motors após a crise financeira de 2008. A
capacidade de Barra em liderar a empresa em direção à inovação e sustentabilidade
demonstra a ativação do córtex pré-frontal dorsolateral, associado a processos de
tomada de decisões executivas (Bloomberg, 2021).
A eficácia dos líderes transacionais está intimamente ligada às funções executivas.
O controle inibitório auxilia na gestão de recompensas e punições, enquanto a
memória de trabalho é vital para o processamento de informações relevantes às
transações (Barch et al., 2020). A flexibilidade cognitiva, associada ao córtex pré-
frontal ventromedial, desempenha um papel fundamental na adaptação a contextos
transacionais dinâmicos.

2.5. Liderança Liberal e Funções Executivas


A liderança liberal, também conhecida como liderança laissez-faire, é um estilo em
que o líder concede uma considerável quantidade de liberdade e autonomia aos
membros da equipe (Yasir et al., 2016). Nesse modelo, caracterizado pela mínima
intervenção do líder, os colaboradores têm a liberdade de tomar decisões e executar
suas tarefas com pouca supervisão direta. No âmbito das funções executivas, este
estilo de liderança pode ser analisado considerando as habilidades cognitivas
necessárias para sustentar esse modelo. Mesmo na abordagem liberal, uma
liderança eficaz demanda habilidades específicas associadas ao córtex pré-frontal,
região cerebral responsável por funções executivas como tomada de decisões,
planejamento e regulação comportamental (Vugt, Hogan & Kaiser, 2008).
É relevante destacar que a literatura sobre liderança liberal frequentemente enfatiza
as consequências ambíguas desse estilo. Embora conceder autonomia possa
promover criatividade e satisfação no trabalho, a falta de direção clara pode resultar
em falta de foco e coordenação. Um estudo conduzido por Vugt, J. V., Hogan, R., &
Kaiser, R. B. (2008) enfatiza a importância das funções executivas na liderança
liberal. Os autores argumentam que, mesmo em situações de liderança mais
distantes, o líder precisa possuir habilidades de regulação emocional, atenção
seletiva e capacidade de adaptação para responder eficazmente às dinâmicas da
equipe.
11

Por outro lado, a liderança laissez-faire é caracterizada pela falta de envolvimento e


interação mínima entre líderes e seguidores (Yasir et al., 2016). Esse estilo de
liderança envolve a evitação de tomar decisões, a abdicação de responsabilidade e
a não utilização da autoridade (Abbasi, 2018). Pesquisas demonstram que a
liderança laissez-faire tem um impacto negativo na motivação dos funcionários
(Zhang et al., 2023) e está associada a comportamentos de liderança destrutivos,
resultando em consequências prejudiciais para os colaboradores (Buch et al., 2014).
Além disso, foi constatado que há uma relação negativa com o clima psicológico
para prontidão à mudança organizacional e criatividade organizacional (Allen et al.,
2013). A liderança laissez-faire também está vinculada à ambiguidade de papéis e
ao estresse entre os subordinados (Skogstad et al., 2014).
Em contrapartida, as funções executivas são processos cognitivos que auxiliam no
raciocínio, planejamento, resolução de problemas e gerenciamento da vida (Blair,
2016). Essas funções estão associadas aos lobos frontais do cérebro e são cruciais
para habilidades cognitivas de ordem superior, como planejamento e atenção
(Alvarez & Emory, 2006; Baggetta & Alexander, 2016). Além disso, as funções
executivas são afetadas por fatores como a dor, com os recursos de atenção sendo
reduzidos ao lidar com a dor, o que impacta o desempenho das funções executivas
(Bunk et al., 2019).

2.5.1 Impactos da Liderança Liberal Sob uma Perspectiva Neurocientífica


A liderança laissez-faire, caracterizada por uma abordagem de não intervenção e
interação mínima entre líderes e seguidores, tem sido objeto de interesse na
pesquisa sobre liderança. Enquanto alguns estudos indicaram uma relação positiva,
porém não significativa, entre a liderança liberal e a motivação dos funcionários
(Zhang et al., 2023), outros encontraram um impacto positivo significativo na
motivação (Zhang et al., 2023). No entanto, é crucial observar que esta forma de
liderar tem sido associada a comportamentos de liderança destrutivos (Skogstad et
al., 2007) e apresenta uma relação negativa com a motivação dos subordinados
(Rajbanshi, 2020). Além disso, esse estilo de liderança foi encontrado em correlação
negativa com a eficácia no trabalho (Kurland et al., 2010). Descobriu-se também que
a influência da liderança laissez-faire no estresse diário é mais pronunciada para
indivíduos com alto neuroticismo (Diebig & Bormann, 2020). Essas conclusões
sugerem que a liderança laissez-faire pode não ser propícia para promover
motivação, eficácia no trabalho e resultados organizacionais positivos.
Adicionalmente, o impacto da liderança laissez-faire no desempenho organizacional
foi explorado no contexto de faculdades de formação de professores, revelando uma
influência negativa no desempenho (Lumumba et al., 2021). No contexto de
enfermeiras chefes, a liderança laissez-faire representou uma parte significativa da
variância na eficácia da liderança ( ‫ صادقی‬et al., 2016). Além disso, no âmbito da
educação, o estilo de liderança do pesantren (instituições educacionais islâmicas
tradicionais), que tende a ser laissez-faire e autoritário, tem sido associado a essa
abordagem (Ismail et al., 2022).
A liderança laissez-faire tornou-se objeto de interesse na pesquisa de liderança
devido aos seus impactos potenciais (Judge & Piccolo, 2004). Um estudo meta-
analítico realizado por esses pesquisadores lançou luz sobre a validade relativa de
diferentes estilos de liderança, incluindo a liderança laissez-faire. Suas descobertas
ofereceram insights sobre o potencial impacto da liderança laissez-faire nos
12

resultados organizacionais. Além disso, Zhang et al. (2023) exploraram a natureza


dual da liderança laissez-faire, destacando seus efeitos potencialmente positivos e
negativos, especialmente no contexto da orientação para metas dos subordinados.
Essa perspectiva matizada é crucial para uma compreensão abrangente do impacto
multifacetado da liderança laissez-faire.
Diebig & Bormann (2020) aprofundaram a relação dinâmica entre liderança laissez-
faire e o estresse diário, adotando uma perspectiva da teoria de papéis. Seu estudo
revelou o papel moderador da neuroticismo na relação entre a variabilidade da
liderança laissez-faire e o estresse diário, proporcionando valiosos insights sobre as
bases neurocientíficas do impacto desse estilo de liderança. Zwingmann et al. (2015)
conduziram um estudo longitudinal que descobriu os efeitos diretos e prejudiciais à
saúde da liderança laissez-faire no esgotamento emocional dos líderes, contribuindo
para a compreensão das implicações neurocientíficas desse estilo de liderança.
Além disso, Skogstad et al. (2007) investigaram a prejudicialidade do
comportamento da liderança laissez-faire, especialmente seus efeitos nos
estressores no local de trabalho e no sofrimento, como exposição a bullying.
Cabe mencionar que, na revisão bibliográfica realizada, não foi encontrada
associação de um personagem histórico aos estudos sobre liderança liberal.

6. Conclusão
Com base nas análises empreendidas para investigar a correlação entre os estilos
de liderança (transformacional, transacional e liberal) e as funções executivas no
córtex pré-frontal, visando identificar as implicações dessas relações nas
organizações, esta pesquisa atingiu seus objetivos de maneira abrangente.
Ao explorar a liderança transformacional, evidenciamos que habilidades cognitivas
específicas, como raciocínio abstrato, empatia e flexibilidade cognitiva,
desempenham papel crucial na eficácia desse estilo de liderança. As análises
neurocientíficas, exemplificadas por líderes como Nelson Mandela, Steve Jobs e
Angela Merkel, ofereceram uma compreensão mais profunda das correlações
específicas entre as funções do córtex pré-frontal e o sucesso na liderança
transformacional, fornecendo insights valiosos sobre como esses aspectos podem
impactar positivamente as organizações.
No que tange à liderança transacional, os resultados destacam que habilidades
cognitivas como a tomada de decisões estratégicas, o uso eficaz de recompensas e
punições, e a regulação emocional são fundamentais para inspirar e motivar
equipes. A análise neurocientífica, com líderes exemplares como Jeff Bezos e Mary
Barra, salientou a importância do córtex pré-frontal em processos decisórios e
adaptação a contextos dinâmicos, ressaltando as implicações dessas competências
para o contexto organizacional.
No contexto da liderança liberal, constatamos que mesmo em um modelo
caracterizado pela mínima intervenção do líder, habilidades cognitivas específicas
associadas ao córtex pré-frontal, como a regulação emocional e a adaptação,
continuam sendo essenciais. Estudos indicaram impactos ambíguos na motivação
dos funcionários, sublinhando a necessidade de líderes liberais possuírem
competências cognitivas para lidar com a autonomia concedida e suas
consequências nas organizações.
13

A pesquisa elucidou, de maneira abrangente, o problema inicial, oferecendo uma


compreensão mais profunda das correlações entre estilos de liderança, funções
executivas e suas influências nas organizações. As hipóteses formuladas foram
confirmadas, demonstrando que as habilidades cognitivas específicas associadas ao
córtex pré-frontal desempenham um papel determinante em todos os estilos de
liderança abordados, proporcionando insights valiosos sobre como essas relações
impactam o cenário organizacional.
Embora esta pesquisa tenha fornecido uma compreensão sólida das interconexões
entre estilos de liderança e funções executivas, é importante reconhecer algumas
limitações. Durante a coleta de dados, algumas lacunas na disponibilidade de
estudos específicos foram identificadas, influenciando a abordagem integral do
subtema de liderança liberal. A busca por autores relevantes também apresentou
desafios, sendo crucial enfatizar a importância de futuras investigações para
preencher essas lacunas e proporcionar uma compreensão ainda mais abrangente
dessas relações complexas.
Em síntese, esta pesquisa oferece uma compreensão aprofundada das correlações
entre estilos de liderança, funções executivas e suas implicações nas organizações,
destacando o papel crítico do córtex pré-frontal. Os resultados encontrados
proporcionam uma base sólida para a continuidade das investigações nesse campo,
permitindo a exploração mais aprofundada e aprimorada das relações entre
neurociência e liderança, com potenciais benefícios significativos para o ambiente
organizacional.

Referências
ABBASI, Soleiman. Leadership Styles: Moderating Impact on Job Stress and Health.
Journal of Human Resources Management Research, v. 2018, p. 1–12, 2018.

KÖSTERELIOĞLU, Meltem Akin. Self-Leadership Perception And Emotional


Intelligence As The Predictors Of Cognitive Flexibility. Problems of Education in
the 21st Century, v. 79, n. 5, p. 700–715, 2021.

ALLEN, Stephanie Lutz et al. Leadership Style in Relation to Organizational Change


and Organizational Creativity: Perceptions from Nonprofit Organizational Members.
Nonprofit Management and Leadership, v. 24, n. 1, p. 23–42, 2013.

ALVAREZ, Julie; EMORY, Eugene. Executive Function and the Frontal Lobes: A
Meta-Analytic Review. Neuropsychology Review, v. 16, n. 1, p. 17–42, 2006.

AVOLIO, Bruce J. Full leadership development: building the vital forces in


organizations. Thousand Oaks, Calif.: Sage, 1999.

BAGGETTA, Peter; ALEXANDER, Patricia Alexander. Conceptualization and


Operationalization of Executive Function. Mind, Brain, and Education, v. 10, n. 1, p.
10–33, 2016.

BARCH, Deanna et al. Function in the human connectome: task-fMRI and individual
differences in behavior. NeuroImage, 15(200), 372-381, 2020.
14

BASS, Bernard. Leadership and Performance beyond Expectations. New York:


Free Press, 1985.

BECHARA, Antoine. Decision making, impulse control and loss of willpower to resist
drugs: a neurocognitive perspective. Nature Neuroscience, 8(11), 1458-1463, 2005.

BIGGS, Adam T. Applying inhibitory control theories to shoot/don’t‐shoot


decisions. Applied Cognitive Psychology, 2021.

BLAIR, Clancy. Educating executive function. Wiley Interdisciplinary Reviews:


Cognitive Science, v. 8, n. 1-2, p. e1403, 2016.

BOYLE, Patrica et al. Poor Decision Making Is a Consequence of Cognitive Decline


among Older Persons without Alzheimer’s Disease or Mild Cognitive
Impairment. PLoS ONE, v. 7, n. 8, 2012.

BUNK, Steffie et al. Executive Functions and Pain. Zeitschrift für


Neuropsychologie, v. 30, n. 3, p. 169–196, 2019.

CHERMAHINI, S. A. et al. Creativity as a function of cognitive control: A look beyond


the distributed frontostriatal model. Thinking Skills and Creativity, 7(1), 494-508,
2012.

CIESIELSKI, Kristina et al. Posterior brain ERP patterns related to the go/no-go task
in children. Psychophysiology, v. 41, n. 6, p. 882–892, 2004.

CURTIS, Clayton E.; LEE, Daeyeol. Beyond working memory: the role of persistent
activity in decision making. Trends in Cognitive Sciences, v. 14, n. 5, p. 216–222,
2010.

DECETY, Jean; JACKSON, Philip. The Functional Architecture of Human


Empathy. Behavioral and Cognitive Neuroscience Reviews, v. 3, n. 2, p. 71–100,
2004.

DECKERS, Jan. The Value of Autoethnography in Leadership Studies, and its


Pitfalls. Philosophy of Management, 15 ago. 2020.

DIAMOND, Adele. Executive functions. Annual Review of Psychology, v. 64, p.


135-168, 2013.

DIEBIG, Mathias; BORMANN, Kai. The dynamic relationship between laissez-faire


leadership and day-level stress: A role theory perspective. German Journal of
Human Resource Management: Zeitschrift für Personalforschung, v. 34, n. 3, p.
239700221990017, 2020.

DUARTE, Nichole A. et al. Working memory deficits affect risky decision-making in


methamphetamine users with attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of
Psychiatric Research, v. 46, n. 4, p. 492–499, 2012.
15

FELLOWS, Lesley K.; FARAH, Martha J. Is anterior cingulate cortex necessary for
cognitive control? Brain, v. 128, n. 4, p. 788-796, 2005.

FINN, Peter R. Motivation, Working Memory, and Decision Making: A Cognitive-


Motivational Theory of Personality Vulnerability to Alcoholism. Behavioral and
Cognitive Neuroscience Reviews, v. 1, n. 3, p. 183–205, 2002.

GABATINO, Bryan; AFALLA, Bonimar. Establishing a nexus between executive


functions and management efficacy of academic leaders. International Journal of
Evaluation and Research in Education (IJERE), v. 10, n. 3, p. 938, 2021.

GOOD, Darren J.; SHARMA, Garima. A Little More Rigidity: Firming the Construct of
Leader Flexibility. Journal of Change Management, v. 10, n. 2, p. 155–174, 2010.

GREAT PLACE TO WORK. O Impacto da liderança nas Organizações: Como


Bons Líderes constroem melhores empresas? 2022. Disponível em:
<https://gptw.com.br/conteudo/artigos/impacto-da-lideranca-nas-organizacoes/>.
Acesso em: 04 de janeiro de 2024.

GUARNIER, Kelly; CHIMENTI, Paula. Avançando no campo da neuroliderança:


uma revisão sistemática e integrativa. Rio de Janeiro, 2022.

HANNAH, Sean T. et al. The Psychological and Neurological Bases of Leader Self-
Complexity and Effects on Adaptive Decision-Making. Journal of Applied
Psychology, v. 98, n. 3, pág. 393–411, 2013.

HINSON, John M.; JAMESON, Tina L.; WHITNEY, Paul. Impulsive decision making
and working memory. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory,
and Cognition, v. 29, n. 2, p. 298–306, 2003.

HUSSAIN, Ghulam; WAN ISMAIL, Wan K.; JAVED, Muzhar. Comparability of


leadership constructs from the Malaysian and Pakistani perspectives. Cross
Cultural & Strategic Management, v. 24, n. 4, p. 617–644, 2017.

ISAACSON, Walter. Steve Jobs. New York: Simon & Schuster Paperbacks, 2011.

ISMAIL, Ismail et al. Comparative Analysis of The Application of Leadership Style in


Pondok Pesantren, Madrasah, and Schools. Edukasi Islami, v. 11, n. 03, p. 581–
581, 2022.

JIVAN, Ajay M. A case study of the evolving management of leadership development


in the retail banking sector. SA Journal of Human Resource Management, v. 18,
2020.

JUDGE, Timothy A.; PICCOLO, Ronald F. Transformational and Transactional


Leadership: a Meta-Analytic Test of Their Relative Validity. Journal of Applied
Psychology, v. 89, n. 5, p. 755–768, 2004.

KARK, Ronit; VAN DIJK, Dina; VASHDI, Dana Rachel. Motivated or Demotivated to
Be Creative: The Role of Self-Regulatory Focus in Transformational and
16

Transactional Leadership Processes. Applied Psychology, v. 67, n. 1, p. 186–224,


2018.

KURLAND, Hanna; PERETZ, Hilla; HERTZ‐LAZAROWITZ, Rachel. Leadership style


and organizational learning: the mediate effect of school vision. Journal of
Educational Administration, v. 48, n. 1, p. 7–30, 2010.

LAUREIRO‐MARTÍNEZ, Daniella; BRUSONI, Stefano. Cognitive flexibility and


adaptive decision‐making: Evidence from a laboratory study of expert decision
makers. Strategic Management Journal, v. 39, n. 4, p. 1031–1058, 2018.

LI, Hongxia. Working Memory Depletion Affects Intertemporal Choice Among Internet
Addicts and Healthy Controls. Frontiers in Psychology, v. 12, 2021.

LI, Xintian; PENG, Peng. How Does Inclusive Leadership Curb Workers’ Emotional
Exhaustion? The Mediation of Caring Ethical Climate and Psychological
Safety. Frontiers in Psychology, v. 13, 2022.

ŁOŚ, Kacper; CHMIELEWSKI, Jacek; ŁUCZYŃSKI, Włodzimierz. Relationship


between Executive Functions, Mindfulness, Stress, and Performance in Pediatric
Emergency Simulations. International Journal of Environmental Research and
Public Health, v. 17, n. 6, 2020.

LUMUMBA, K’opiyo Patrick; SIMATWA, Enose M. W.; JANE, Kembo. Influence of


Leadership Style on Organizational Performance of Primary Teachers Training
Colleges in Lake Victoria Region of Kenya. Creative Education, v. 12, n. 09, p.
2228–2251, 2021.

MACPHEE, Maura et al. A Descriptive Account of an Inter-Professional Collaborative


Leadership Project. Administrative Sciences, v. 4, n. 3, p. 373–399, 17 set. 2014.

MANDELA, Nelson. Long Walk to Freedom. Little, Brown, 1994.

MCCORMICK, Michael J. Self-Efficacy and Leadership Effectiveness: Applying


Social Cognitive Theory to Leadership. Journal of Leadership Studies, v. 8, n. 1, p.
22–33, 2001.

MILLER, E. K.; COHEN, J. D. An integrative theory of prefrontal cortex function.


Annual Review of Neuroscience, v. 24, n. 1, p. 167-202, 2001.

MUELLER-HANSON, Rose et al. Social Awareness and Leader Influence: A


Proposed Model and Training Intervention. PsycEXTRA Dataset, 2007.

MURTY, Vishnu P. et al. Episodic memories predict adaptive value-based decision-


making. Journal of Experimental Psychology: General, v. 145, n. 5, p. 548–558,
2016.

NECK, Christopher P.; HOUGHTON, Jeffery D. Two decades of self‐leadership


theory and research. Journal of Managerial Psychology, v. 21, n. 4, p. 270–295,
2006.
17

RAJBANSHI, Bijendra. Impact Of Laissez-Faire, Transactional And Transformational


Leadership. JBFEM, v. 3, n. 2, p. 55–68, 2020.

RAMCHANDRAN, Kareem et al. Exploring the Neuropsychological Antecedents of


Transformational Leadership: the Role of Executive Function. Adaptive Human
Behavior and Physiology, v. 2, n. 4, p. 325–343, 2016.

RASHWAN, K. A.; GHALY, M. The effect of transformational, transactional and


authentic leadership on innovation: the mediating role of organizational
culture. Consumer Behavior in Tourism and Hospitality, 2022.

ROTHMAN, Naomi B.; MELWANI, Shimul. Feeling Mixed, Ambivalent, and in Flux:
The Social Functions of Emotional Complexity for Leaders. Academy of
Management Review, v. 42, n. 2, p. 259–282, 2017.

SARAVO, Barbara; NETZEL, Janine; KIESEWETTER, Jan. The Need for Strong
Clinical Leaders – Transformational and Transactional Leadership as a Framework
for Resident Leadership Training. PLoS One, v. 12, n. 8, p. e0183019, 2017.

SHATZER, R. H. et al. Comparing the effects of instructional and transformational


leadership on student achievement. Educational Management Administration &
Leadership, v. 42, n. 4, p. 445–459, 2013.

SKOGSTAD, Anders et al. Is avoidant leadership a root cause of subordinate stress?


Longitudinal relationships between laissez-faire leadership and role ambiguity. Work
& Stress, v. 28, n. 4, p. 323–341, 2014.

SKOGSTAD, Anders et al. The Destructiveness of laissez-faire Leadership


behavior. Journal of Occupational Health Psychology, v. 12, n. 1, p. 80–92, 2007.

SOK, Keo Mony et al. How and when frontline employees’ resilience drives service-
sales ambidexterity: the role of cognitive flexibility and leadership humility. European
Journal of Marketing, v. ahead-of-print, n. ahead-of-print, 2021.

SWINGLE, Paul G.; HARTNEY, Elizabeth. Enhancing health leadership performance


using neurotherapy. Healthcare Management Forum, v. 31, n. 3, p. 92–96, 2018.

TAYLOR‐BIANCO, Amy; SCHERMERHORN, John. Self‐regulation, strategic


leadership and paradox in organizational change. Journal of Organizational
Change Management, v. 19, n. 4, p. 457–470, 2006.

TUNG, Feng-Cheng. Does transformational, ambidextrous, transactional leadership


promote employee creativity? Mediating effects of empowerment and promotion
focus. International Journal of Manpower, v. 37, n. 8, p. 1250–1263, 2016.

TURNER, Nick et al. Transformational leadership and moral reasoning. Journal of


Applied Psychology, v. 87, n. 2, p. 304–311, 2002.
18

VAN VUGT, Mark; HOGAN, Robert; KAISER, Robert B. Leadership, followership,


and evolution: Some lessons from the past. American Psychologist, v. 63, n. 3, p.
182–196, 2008.

VERA, Dusya; CROSSAN, Mary. Strategic Leadership and Organizational


Learning. Academy of Management Review, v. 29, n. 2, p. 222–240, 2004.

VREELING, Kiki et al. How medical specialists experience the effects of a mindful
leadership course on their leadership capabilities: a qualitative interview study in the
Netherlands. BMJ Open, v. 9, n. 12, p. e031643, 2019.

YASIR, Muhammad et al. Leadership Styles in Relation to Employees’ Trust and


Organizational Change Capacity. SAGE Open, v. 6, n. 4, p. 215824401667539,
2016.

YE, Weijiao et al. The Effects of Insecure Attachment Style on Workplace Deviance:
A Moderated Mediation Analysis. Frontiers in Psychology, v. 13, 2022.

ZHANG, Dixuan; WANG, Xiaohong; ZHANG, Shaopeng. Shared Leadership and


Improvisation: Dual Perspective of Cognition-Affection. Behavioral sciences, v. 13,
n. 3, p. 265–265, 2023.

ZHANG, Jiaojiao; WANG, Yao; GAO, Feng. The dark and bright side of laissez-faire
leadership: Does subordinates’ goal orientation make a difference? Frontiers in
Psychology, v. 14, n. 14, 2023.

ZWINGMANN, Ina; WOLF, Sandra; RICHTER, Peter. Every light has its shadow: a
longitudinal study of transformational leadership and leaders’ emotional
exhaustion. Journal of Applied Social Psychology, v. 46, n. 1, p. 19–33, 2015.

Você também pode gostar