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pastoral da sobriedade

Dia 18 de fevereiro, lembramos o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo.


Trata-se de uma data importante porque se refere a uma causa que ocupa
grandes esforços da igreja católica a partir de suas pastorais, organismos,
movimentos e serviços. Principalmente da Pastoral da Sobriedade, criada em
1998 durante a 36ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) e recordando São João Paulo II, o qual se empenhou bastante
nesta causa enquanto era papa. Em outubro de 1997, durante o Seminário
Internacional Sobre Droga, na Cidade do Vaticano, ele fez uma comovente
convocação: Conclamou cônjuges, mães e pais, filhas e filhos, jovens,
famílias, professoras e professores, profissionais da saúde, poder público e
igreja a se unirem contra “o flagelo da dependência química”. Ele também
dizia que a igreja estaria ao lado de quem responsavelmente lutasse contra “a
praga social da droga e do alcoolismo” rumo a uma “existência mais madura e
mais digna”.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) o alcoolismo é uma
doença que afeta o cérebro, o fígado, o estômago, o intestino, os músculos e o
coração. Corresponde a um dos principais problemas de saúde pública no
Brasil, pois 15% de sua população é dependente, a maioria homens entre 18 e
29 anos. Também no banco de dados da Pastoral da Sobriedade Nacional,
Regional e Diocesana, o alcoolismo é sempre uma das dependências mais
recorrentes, a frente da nicotina, maconha, cocaína e crack. O alcoolismo é
causa de inúmeros casos de violência doméstica, desentendimentos em locais
públicos, motivo de brigas e mortes, além de acidentes automobilísticos.
Neste sentido, a Pastoral da Sobriedade da Diocese de Rondonópolis-
Guiratinga, através de seus agentes, incentivados pela própria CNBB, no
Documento 100 nº 286 (“Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” –
A conversão pastoral da paróquia), de 2014 onde diz: “Algumas iniciativas
não são fáceis de serem aplicadas, mas não urgentes. Uma delas é evitar a
comercialização e o consumo de álcool nos espaços da comunidade,
especialmente nas festas dos padroeiros e outros eventos religiosos, a venda
de bebida alcoólica contrasta com os programas de defesa da vida e combate à
drogadição que a igreja promove. Uma das drogas mais ameaçadoras da
sociedade é o Álcool. Entretanto, algumas paróquias, em razões de questões
financeiras, culturais ou porque “sempre foi assim”, cai nessa contradição
grave. Será preciso encontrar saídas alternativas para a manutenção da
comunidade como a partilha do dízimo. É urgente a CONVERSÃO das
comunidades paroquiais para evitar o CONTRATESTEMUNHO de promover
o consumo de álcool em quermesses ou outras atividades recreativas da
comunidade”, tem trabalhado orientando, esclarecendo e informando a
questão do álcool nas comunidades, reuniões dos Conselhos Paroquiais de
Pastorais (CPPs), Conselhos de Pastorais das Comunidades (CPCs),
assembleias Diocesanas, Conselho Regional de Pastoral (CRP) e assembleias
do Regional Oeste II, bem como nos cursos de formação para novos agentes
em MT.
Para finalizar, registramos aqui com muita alegria, que a Paróquia São José
Esposo foi pioneira em proibir a venda de bebidas alcoólicas há mais de dez
anos. A Paróquia Bom Pastor não vende há cerca de seis anos. A Paroquia São
Domingos Sávio, desde 2016. A Paróquia Santa Cruz há cerca de três anos. A
Paróquia São João Bosco nunca vendeu e a Paróquia Sagrado Coração de
Jesus deixou de vender ano passado.
Não comercializar bebidas alcoólicas nos espaços da igreja não é moralismo.
É um ato concreto que pode facilitar o diálogo sobre o assunto na sociedade.
Sobriedade e Paz, só por hoje graças a Deus.

Doroty Carnahiba
Pastoral da Sobriedade Diocese de Rondonópolis/Guiratinga
https://www.cnbb.org.br/orientacao-sobre-a-venda-de-bebidas-alcoolicas-nas-festas/

Não banques o valente com o vinho, pois a muitos o álcool derrubou (Eclo


31,25)
 
Faz algum tempo que os Bispos do Regional Sul II – Paraná – têm insistido
para que as bebidas alcoólicas sejam proibidas nas festas e eventos religiosos.
Durante a 56ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida, voltaram a insistir,
produzindo um vídeo e um texto para ser lido.

Na última reunião do clero de nossa Diocese, no dia 11 de maio, apresentei o


assunto. Depois de lido o Documento e visto o vídeo houve uma troca de
opiniões.

Alguns acham que não deve haver uma proibição absoluta. Afinal de contas, o
próprio Jesus transformou água em vinho e, com certeza, também bebia vinho,
tanto que foi acusado de comilão e bebedor de vinho (Lc 7,34). Além disso, na
última Ceia, tomou o cálice com vinho e entregou aos discípulos dizendo-
lhes: Este é o meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos (Mc
14,24). Na Eucaristia, Jesus se faz presente para nós numa porção de vinho.
Na missa, na oração de apresentação do vinho o padre reza: Bendito sejais,
Senhor Deus do Universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto
da videira e do trabalho humano e que agora vos apresentamos e que para
nós se vai tornar vinho da salvação.
Não se pode negar que na Bíblia encontram-se muitas passagens nas quais,
não só é permitido, mas até recomendado o uso do vinho.

Ao discípulo e amigo Timóteo, São Paulo aconselha: Não continue a beber


somente água; tome um pouco de vinho, por causa do estômago e das
frequentes fraquezas que você tem (1 Tm 5,23). O vinho alegra o coração do
homem afirma o salmista (Sl 104,15) e, segundo o Cântico dos Cânticos pode
ser comparado ao amor: Seus amores são melhores do que o vinho (Ct 1,2).
No entanto, com muito mais frequência a Bíblia alerta para os perigos e
prejuízos que o vinho representa.

Para quem os ais? Para quem os lamentos? Para quem as rixas? Para quem
as queixas? Para quem as feridas sem motivos? Para quem as lágrimas nos
olhos? Para os que se entretém com vinho e andam procurando bebidas
fortes. Não te fascines com o vinho quando avermelha, quando rebrilha no
cálice o seu colorido e entra suavemente para dentro… No fim morderá como
cobra e picará como a víbora (Pv 23,29-32).
Bebido em excesso, o vinho produz irritação, ira e ruínas. Vinho tomado em
excesso é amargura para a alma com irritação e ruína. A embriaguez aumenta
o furor do insensato para fazê-lo cair, diminuindo-lhe a força e abrindo as
feridas (Eclo 31,38-40).
Aos coríntios, São Paulo adverte: Concretamente vos escrevi que não vos
mistureis com alguém que leva o nome de irmão e é imoral… ou beberão. Com
tal pessoa nem se deve tomar refeição! (1Cor 5,11). Aos gálatas, o mesmo
Apóstolo admoesta: …invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes.
Eu vos previno, com aliás já o fiz: os que praticam essas coisas não herdarão o
Reino de Deus (Gl 5,21). E aos efésios ordena: Não vos embriagueis com
vinho, pois isso leva ao descontrole (Ef 5,18).
Além dessas orientações bíblicas, é preciso constatar que o álcool é um
problema de ordem social, político e de saúde. Quem de nós não conheceu, ou
não tem algum parente que morreu ou se deu mal na vida por conta do álcool?
Quantas famílias desestruturadas por que um de seus membros, bêbado,
espanca os outros e põe tudo a perder?

De acordo com o Relatório Global sobre Álcool e Saúde da Organização


Mundial da Saúde (OMS), em 2012, 15% das mortes decorrentes de acidentes
de trânsito no mundo foram atribuídas ao álcool. No Brasil, no mesmo ano,
18% dos acidentes de trânsito entre homens e 5,2% entre mulheres, foram
causados pelo uso de bebidas alcoólicas.

Precisamos, irmãos e irmãs, nos atentarmos também para a violência que o


álcool proporciona nas nossas casas. O tema da Campanha da Fraternidade
deste ano de 2018 foi a superação da violência. Nós católicos não podemos
nos contradizer: pregar contra a violência e, ao mesmo tempo, promovê-la
através do consumo de bebidas alcoólicas nas festas de igreja. Os membros
dos Conselhos Econômicos das paróquias reclamam que as bebidas
alcoólicas, além de aumentar os custos com segurança, fazem com que
trabalhem até mais tarde nos dias de festa.

Portanto, quero reafirmar a orientação para que os vários conselhos das


comunidades, bem como os coordenadores e todos os membros de nossas
paróquias reflitam e se conscientizem de que o consumo de álcool pode matar.
Algumas paróquias de nossa diocese já caminham sem álcool. Lembro que
não é fácil. Haverá muitas críticas e resistência. Mas, coragem! Temos um
longo caminho a percorrer (1Rs 19,17). Estamos dando o primeiro passo. Este
artigo é para animá-los e apoiar as iniciativas que, pela força do Espírito Santo,
vão surgir. As comunidades que já aboliram as bebidas de suas festas estão de
parabéns. As demais estão motivadas a tomarem a discussão e, num futuro
muito próximo, imitá-las.

Que nossa Senhora em seu Imaculado Coração, padroeira de nossa diocese,


proteja a todos e alcance de seu divino Filho a graça da compreensão e da
decisão de não mais consumir bebidas alcóolicas em nossas festas.
https://catve.com/noticia/6/203972/bebidas-alcoolicas-estao-proibidas-em-eventos-da-igreja-
catolica

Há alguns anos a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vem


defendendo a tese de que cada diocese restrinja ou até proíba a comercialização
e consumo de bebidas alcóolicas nos ambientes da Igreja Católica. O debate
ganhou mais força em 2014. Na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, o
assunto foi proposto pelo bispo na época, dom José Antônio Peruzzo (2005 a
2015), que redigiu um texto enaltecendo os motivos de colocar em prática tal
ação. Nos últimos dois anos, as comunidades, paróquias e padres tiveram tempo
para conscientizar e ampliar o debate. Assim, desde o dia 1° de janeiro deste
ano, entrou em vigor o decreto que proíbe a comercialização e o consumo de
bebidas com teor alcóolico em todos os eventos promovidos pelas paróquias e
comunidades da Diocese, sem exceções, incluindo festas, jantares, almoços,
festividades e noites culturais. Para o bem das famílias O bispo diocesano dom
Edgar Xavier Ertl, que assinou o decreto, justifica que "o objetivo principal era
sobre os malefícios que as bebidas alcoólicas causam nas pessoas,
principalmente nas famílias". Dom Peruzzo, na sua sabedoria, juntamente com o
clero, deixou o decreto pronto. Ele ficou na vacância, à sombra das
preocupações da Diocese, mas quando assumi a Diocese, no ano passado,
demos uma importância e foi decidido que em 2017 fosse ainda conhecido e
refletido pela comunidade". O vigário geral da diocese, padre Geraldo
Macagnan, reforça que a intenção da decisão é conter os exageros e fazer com
que as festas das comunidades sejam familiares, sem interferência da bebida
alcoólica e seus prejuízos. "Quando a bebida está à frente, rompe com a questão
de convivência e é culpada por acidentes, agressões familiares e até problemas
econômicos. Temos consciência disso e não queremos ser responsáveis por
proporcionar esses ambientes", afirma o padre. Contrato de moderação em
alguns casos A igreja possui vários pavilhões, os quais são muito utilizados por
empresas, entidades e pessoas para realização de eventos diversificados. Para o
coordenador da Ação Evangelizadora na diocese, padre Emerson Detoni, "nos
eventos que não são promovidos pela igreja católica, mas são cedidos para
casamentos, batizados, datas comemorativas, pedimos que, na medida do
possível, não haja o consumo". É o que determina o artigo 2° do decreto:
"Quando for cedido, emprestado ou locado o espaço físico da Igreja para
celebrações de festas de casamentos, batizados, bodas, festas familiares, datas
natalícias e afins, recomenda-se que sejam feitos sem o consumo de bebidas
alcoólicas, conforme orientação e conscientização da Igreja". Se, mesmo assim,
houver o consumo, "quem promove o evento assume o compromisso formal
(contrato) de manter a moderação no uso de bebidas alcoólicas bem como a
responsabilidade de manter a ordem em todo o ambiente e assumir os danos de
qualquer natureza", rege o parágrafo único do mesmo artigo. Conscientização
precisa acontecer Aproximadamente 1.200 comunidades estão ligadas ao
catolicismo na região Sudoeste. O trabalho de fiscalização e orientação cabe a
cada Paróquia. "Vai depender muito do padre que estará à frente para
acompanhar, formar os leigos. Uma comunidade existe em comunhão com a
igreja como um todo. A partir do momento que a comunidade quebra a
comunhão com a igreja, ela deixa de existir", defende padre Detoni. Para o
bispo dom Edgar, tudo vai depender de conscientização e adaptação. "Daqui
dois anos a população, em especial os católicos, estarão nos agradecendo pela
iniciativa e coragem. As nossas festas serão alegres no mesmo modo. Com essa
diferença, vamos sentar à mesa, nos encontrar sem consumir bebidas
alcoólicas", destaca. Padre Geraldo também acredita que haverá resistência e
incompreensão no início, "mas é uma questão de tempo e também de
compreensão do real sentido deste decreto, aí os benefícios serão certamente
percebidos com o passar do tempo".

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