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cotidiano
MPL acusa onda conservadora e desiste de
novas manifestações
ANA KREPP
DE SÃO PAULO
21/06/2013 10h53
"A gente acha que grupos conservadores se infiltraram nos últimos atos para
defender propostas que não nos representam", disse Rafael Siqueira, 38, professor
de música e ativista do MPL desde 2006. De acordo com ele, o recuo do
movimento foi decidido no final da noite de ontem, por consenso, após os
incidentes na Paulista.
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Durante o ato, o MPL conversou com alguns grupos de esquerda sobre a presença
de "neofascistas" agredindo pessoas na rua. "É inconcebível essa onda oportunista
da direita de tomar os atos para si."
"O que preocupa não é a participação das pessoas na rua, mas pessoas claramente
contra as organizações sociais e que nunca participaram de manifestações,
começarem agora a usar os atos para promover a barbárie."
A decisão de voltar ou não às ruas será tomada após conversa do MPL com grupos
aliados --MPST (Movimento Popular dos Sem Terra), MST (Movimento dos
Trabalhadores Sem-Terra), Ocupação Mauá e Periferia Ativa--, que deve acontecer
até a semana que vem.
"Ainda não sabemos que estratégia tomar, vai ser uma conversa longa e franca
entre todas as organizações no campo da esquerda pra que a gente não fique
rachado entre a gente, precisamos manter a união, que é o mais importante."
"NACIONALISTAS"
Após uma das confusões, o advogado Guilherme Nascimento, 26, deixou a avenida
Paulista com um ferimento na cabeça. "Foi o PT que fez isso, me deram uma
paulada". O rapaz foi carregado por amigos até um carro da Polícia Militar, que o
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Apolíticos partiram para cima dos partidários com chutes e socos. Parte deles
respondeu com bandeiradas e pedradas. A Polícia jogou bombas de gás
lacrimogêneo para conter a pancadaria.
Membros do PSTU, PSOL, UNE, UJS (União Jovem Socialista) foram hostilizados
por manifestantes na avenida Paulista, em frente à Fiesp. Juntos, os partidários
começaram a deixar a região. A manifestante Fátima Sandalhel disse ter sofrido
retaliações por vestir uma camiseta vermelha e estar próxima a grupos partidários.
"Os caras com bandeira de partido querem levar vantagem. O Passe Livre está com
o PT", disse o universitário Bruno Scorziello, 22, após tentar impedir a passagem
do protesto.
Após a confusão, muitos militantes choraram: "Estão acabando com anos de luta.
Não queremos reivindicar para nós, queremos somar", disse um deles sem se
identificar.
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