Você está na página 1de 8

1

Universidade Federal de Viçosa


Centro de Ciências Humanas
Departamento de História

His 212 – Teorias e Metodologias da História


Professor: Jonas Queiroz

Brenda Aparecida da Silva – 103286

O ensaio militar sistemático de história

Viçosa/MG
2022
2

O Arquivo Nacional
Criado em 1838 nomeado Arquivo Público do Império, guardando
documentos relevantes a memória nacional e à administração do Estado.
Inicialmente era dividido em três seções de acordo com a natureza do documento:
Legislativa, Administrativa e Histórica, com a reforma de 1876 foram criadas as
seções: Judiciária, A biblioteca e a Mapoteca.

Em outubro de 1891 reorganizou os serviços da administração federal,


criando: Ministério da Justiça e Negócios Interiores fazendo parte da recém-criada
pasta da Justiça e Negócios Internos

Sua primeira exposição em 21 de Abril de 1892, foi uma homenagem ao


centenário de morte de Tiradentes – Dois anos após a data da sua morte ser
considerado feriado nacional em 1890 – O evento do Arquivo Público Nacional
exibiu documentos sobre a Inconfidência Mineira.

No decreto de n° 1.580 de 1893, instruindo a criação de um museu no Arquivo


Público, o Museu Histórico foi criado para realocar bens e lembranças da família real
guardando: coleções de moedas, modelos ou exemplares de patentes, cartas ou
diplomas, coleções de figurinos, retratos e bustos de brasileiros notáveis, etc.

No decreto n° 9.196 de dezembro de 1911 além da reorganização do


Ministério da Justiça e Negócios Internos e a unificação das seções Legislativa e
Judiciária houve a implantação de um Curso de Diplomática com estimo de
paleografia, cronologia, crítica histórica, técnicas de diplomática e regras de
classificação.

O decreto trouxe também o projeto de coleta de documentos privados “


documentos de família e de serviços ao Estado” . Composto por atestados serviços,
patentes, fés de ofício, certidões de idade, títulos de nomeação, etc.

A estrutura administrativa de 1911 prevaleceu por mais dez anos, até o


decreto n° 15.596 de 1922 criando o Museu História do Arquivo Nacional.
3

Acervo

O AN possuí um grande acervo que conta a História do Brasil, tanto em


sua sede no Rio de Janeiro quando em sua Superintendência Regional em
Brasília.

Seu acervo documental reunidos lado a lado daria 55 quilômetros,


possui cerca de 1.91 milhão de fotografias e negativos, 200 álbuns fotográficos,
15 mim diapositivos, 4 mil caricaturas e charges, 6 mil cartazes e cartazetes,
mil cartões postais, 1.200 desenhos, 200 gravuras e 21 mil ilustrações, além de
44.000 mapas e plantas arquitetônicas, filmes, registros sonoros e uma coleção
de livros com 112 mil títulos, sendo 8 mil raros.

Acervo Rio de Janeiro


Sua sede no Rio de janeiro na Praça da República, conta com um vasto
acervo dos principais períodos do Brasil. O acervo textual contendo atos
normativos do Marquês de Pombal ( como o direito do Índios), julgamento dos
líderes da Conjuntura Mineira, e as correspondências entre governadores do
Brasil e a metrópole portuguesas.

Documentações relacionadas ao período em que o Brasil foi sede do


Império Português ( 1808-1822), documentos trazidos pela corte e produzidos
no Brasil. Os estatutos de criação do Banco do Brasil, da Academia de Belas
Artes etc.

Do período imperial destaca-se a primeira Constituição Brasileira de


1824,os julgamentos de D. Pedro I e de Leopoldina, documentos que retratam
as principais revoltas como Revolução Farroupilha e a Cabanagem.
4

Ainda contam com documentos de origem privada, de pessoas,


familiares e entidades privadas. Floriano Peixoto, Prudente de Moraes, Afonso
Pena, Eusébio de Queiroz e vários outras figuras históricas.

O Acervo fotográfico e iconográfico criado em 1860 com imagens


produzidas por fotógrafos brasileiros e estrangeiros, sobressaem os arquivos
da Agência Nacional (1930-1979), com fotos sobre a construção de Brasília e
do jornal carioca Correio da Manhã (1901-1974). Contando com fotografias
raras do final do século XIX e início do século XX da Família Real Brasileira e
das cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo, além de registros da ocupação
da região onde hoje é o Acre.

Com o Acervo de Imagem em Movimento São 33 mil títulos, que


totalizam 124 mil rolos de película cinematográfica e 4 mil fitas
videomagnéticas. Fazem parte desse acervo um vasto material da Agência
Nacional (cinejornais, reportagens, documentários, campanhas e mensagens
governamentais),.

O Acervo Sonoro abrange o período de 1902 a 1990 e é composto por


mais de 17 mil itens, entre discos e fitas de áudio contendo discursos
presidenciais, jingles de campanhas político-eleitorais, entrevistas, notícias da
II Guerra Mundial, coberturas esportivas, programas de rádio, campanhas
publicitárias governamentais, propagandas, registros sindicais, músicas
eruditas e populares.

Seu Acervo Bibliográfico conta com obras do século XV ao XXI


reunidas a partir de doações, contando com obras raras e históricas de autores
como Sêneca, Johann Baptist Von Spix, Karl Friedrich Philipp Von Martius,
Auguste de Saint-Hilaire, Johann Moritz Rugendas,etc.

Arquivo Nacional em Brasília


Constituído em 1975 no Distrito Federal Setor de Indústrias
Gráficas – anexo ao edifício da Advocacia-Geral da União- tem sob sua
guarda um extenso acervo que abrange o período entre 1724 a 2016,
destacam-se os documentos relacionados aos governos militares (1964
– 1985). São cerca de 220.000 microfichas que perfazem
aproximadamente 9.000.000 de páginas armazenadas de dossiês
5

produzidos e recebidos pelo antigo Serviço Nacional de Informações


(SNI).
Durante o período de 1964 a 1990. Também constam os originais
dos Atos Institucionais, ferramentas legais desenvolvidas pelo regime
em vigor para justificação de suas ações, incluindo a repressão política
aos seus opositores, constam os pareceres censórios de peças teatrais,
filmes, letras musicais, radionovelas, telenovelas e publicações
produzidas pela antiga Divisão de Censura de Diversões Públicas
(DCDP), de abrangência nacional.

Memória do Mundo
O AN também conta com Memórias do Mundo onde possuem o
Registro nacional com a Lei Áurea, Autos da Devassa e vários outros
documentos do país

No Registro Regional ( América Latina) e no Registro


Internacional ( Mundo ) são compostos por fundos da rede de
informações e contrainformações da ditadura militar, representação
iconográfica e cartográfica sobre a Guerra da Tríplice Aliança,
documentos da marinha, etc.

O Arquivo Nacional Digital


O avesso ao sistema de pesquisa se transformou a menos de
dois anos, sendo um sistema intitulado 2.0. O SIAN – Sistema de
Informações do Arquivo Nacional-.
Disponibilizando mais de 1 milhão de documentos, possibilitando
buscar simultaneamente vários fundos e coleções facilitando a busca em
documentos datilografados ou impressos, cujos conteúdos podem ser
varridos em busca por termos específicos, mas também é possível
visualizar outros documentos, como manuscritos e fotografias.

Análise Documental
6

Ao analisar, o acervo digital encontra-se alguns registros de reuniões


sobre o ensino de história da ANPUH de debates feitos por professores e
populares devido ao ensino em geral e em específico o de história nas
escolas.
No fundo: Serviço Nacional de Informações ( BR DFANBSB V8.MIC) é
possível encontrado o documento do 5° Encontro de História de São Paulo no
código (GNC.AAA.80010329.)
Realizado entre 02 a 05 de setembro de 1980, na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), sob a responsabilidade da
Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH),
núcleo de São Paulo (SP). Teve como tema central Política e trabalho na
história estabelecendo uma inter-relação entre a universidade e a escola.

Dentre alguns temas discutidos no encontro lista-se:

 O fim do Estado Novo e redemocratização


 História regional do Nordeste
 A formação do historiador e a realidade do ensino de 1° e
2° grau
 O ensino da história: Experiências didáticas
 Instituições de pesquisa em São Paulo

Um dos palestrantes a professora da PUC/SP, afirmou a


existência de vários núcleos de pesquisa preocupados em desvendar a
história das classes populares que foram sistematicamente esquecidas
na análise histórica.(FRANCES ROCHA. 1980)

Seu ano de realização em tempos ditatoriais por questões


quanto ao ensino nas escolas nós permite ver sobre o documento
questões de preocupação com a censura e as mudanças no currículo
básico, trazendo a preocupação e possíveis formas de contornar a
questão por meio dos professores.

Outra professora aborda também o aspecto da necessidade de


se introduzir nas escolas de 1 e 2 graus um estudo analítico da
História, onde os acontecimentos seriam mostrados como parte de um
processo social amplo, contínuo e não como uma simples enumeração
de datas, fatos e nomes de heróis (ROSA KULCSAR. 1980)

Para ressaltar os desafios de se ensinar história atualmente, é


possível encontrar denúncias ao FUNDO: Comissão Nacional da
Verdade pode se encontrados denuncias do período ditatorial.
7

Na análise de persistência em censura e educação proveniente


desse período é possível encontrar uma denuncia posta pelo
historiador Felipe Soares graduado pela Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG) Apresenta em seu trabalho de conclusão de
curso ( 2012) o tema História de Farda: o livro didático de história dos
colégios militares. Analisando o livro História do Brasil Império e
República, publicado pela Biblioteca do Exército (BIBLIEX) e adotado
como material didático nas aulas de História ministradas nos colégios
militares brasileiros, encontra um discurso tradicional; uma exaltação
ufanista das forças armadas brasileiras, bem como a adoção de uma
versão da história que enaltece a figura dos heróis nacionais, quase
sempre ligados à instituição militar, desprestigiando um
posicionamento crítico e questionador.( Soares. 2013)

Conclusão
Justamente com essa problemática em colégios militares nós
dias atuais incentivando ao aluno e ou não contando uma história
crítica e apresentando o assunto de maneira honesta, trás o discurso
de “revolução” para determinado período

O que podemos ter com esse tema abordado em anos


anteriores apenas, é a desvalorização, desconsideração e um
autoritarismo com a disciplina no Brasil diante de tanta história. Acesso
a arquivos historiográficos possuem um peso e uma importância
fundamental na construção social do indivíduo, assim como o saber
histórico e essa democratização dos meios de comunicação facilita a
construção social

Bibliografia

Arquivo Nacional. Memória da Administração Pública Brasileira.


16 mai. 2018. Disponível em : http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-
primeira-republica/539-arquivo-nacional#:~:text=Inicialmente%2C%20os
%20trabalhos,Nacional%20(Gabler%2C%202014).. Acesso em : 20 set
2022

Comissão Nacional da Verdade. Paraná. 2013. Disponível em


http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_rjanrio_cnv/0/fmt/
8

00092001369201381/br_rjanrio_cnv_0_fmt_00092_001369_2013_81.pdf
Acesso: 21 set 2022

5 Encontro de História de São Paulo. São Paulo, 1980. Disponível


em :
http://imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_dfanbsb_v8/mic/gnc/
eee/80004150/br_dfanbsb_v8_mic_gnc_eee_80004150_d0001de0001.pdf
Acesso em 20 de set 2022

Você também pode gostar