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O ARCO E A LIRA, fichamento capítulo Poesia e Poema

Atividade poética =revolucionária.


Nem toda obra metrificada é poesia.
Soneto não é poema, é forma literária.
Há máquinas de rimar, mas não de poetizar.
Há poesia sem poema: pessoas, paisagens e fatos podem ser poéticos.
Estamos diante do poético quando a poesia acontece como uma condensação do acaso ou
é uma cristalização de poderes e circunstâncias alheias à vontade do poeta.
Poema não é uma forma literária, mas o lugar de encontro entre a poesia e o homem.
Poema: organismo verbal que contém, suscita ou emite poesia.
Todas as atividades verbais podem mudar de signos e se transformar em poemas.
Classificar não é entender, menos ainda compreender. É um instrumento de trabalho que
se torna inútil quando queremos fazer algo mais sutil que a simples ordenação externa.
Cada criação poética é uma unidade auto-suficiente, cada parte é o todo.
A única característica comum a todos os poemas é serem obras, produtos humanos.
Técnica é repetição que se aperfeiçoa ou degrada.
O estilo do poeta é o ponto de partida, por isso ele visa transcender.
O poeta usa, adapta, imita o fundo comum de sua época, isto é, o estilo de seu tempo,
mas modifica todos os materiais, criando uma obra única.
Um estilo nunca é seu, mas de seu tempo.
O mundo do homem tolera a ambiguidade, a contradição, a loucura e a confusão, mas não
a falta de sentido.
Tudo é linguagem.
O destino da linguagem nas mãos dos prosadores e poetas nos faz vislumbrar o sentido da
diferença do produto produzido com o mesmo material: pedra de escada, pedra usada
para esculpir.
A linguagem falada está mais perto da poesia que da prosa, é menos reflexiva e mais
natural. Mais fácil ser poeta sem saber do que prosador.
Poeta põe em liberdade os diferentes significados das palavras, aprecia todos os sentidos,
as ambiguidades, enquanto o prosador a aprisiona, mutila a palavra lhe forçando a se
mostrar sobre um determinado sentido.
A poesia converte a cor, a palavra, o som em imagens. Faz os materiais voltarem ao que
são originalmente, negando o mundo da utilidade.
O artista usa de seus instrumentos (pedra, som, cor, palavra) para fazerem eles
recuperarem sua natureza original, transcendendo-a. É aí que cria-se a imagem.
Cada leitor procura algo no poema, e encontra, pois já o carregava dentro de si.
Característica comum entre todos os poemas: participação.
Poesia transcende o tempo, permite que, mesmo esquecida uma palavra, sobre a vívida
sensação dos minutos do contato com a poesia.

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