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DEFINIÇÕES DE CYBERWAR

 Uso da força atreves de redes computadores onde as informações são


armazenadas, compartilhadas e publicadas (Green, 1992).
 Definição extremamente ampla. A cyberwarface pode ser usada por atores
não-estatais ou é uma categoria exclusiva dos Estados?
 Ataques hackers? Derrubar redes, sistemas e capacidade de comunicação?
Sabotagem? Espionagem? Propaganda?
 Sinergia entre os meios de uso da força ‘antigos’ e as capacidades
informacionais da contemporaneidade.
 Fenômeno de aparência nova, mas antigo na essência?

CRÍTICA: NÃO EXISTE CYBERWAR


Thomas Rid: Cyber War Will Not Take a Place
Conceito de guerra da Clausewitz como modelo de analise;
1. A guerra é um ato de força para fazer com o que o oponente siga a sua
vontade. A guerra precisa ser violenta ou potencialmente violenta.
2. Um ato de guerra precisa ser instrumental, ou seja, o ato de guerra precisa ser
um meio para um fim.
3. O ato de guerra precisa ser político e a sua intenção política deve ser
transmitida ao adversário de alguma forma (Não precisa ser publicamente).
Outros conceitos relacionados:
Cyberwarfare
Netwar (Arquilla e Ronfeldt, 1997)
Guerras de informação
Operações psicológicas
Guerras hibridas

Convergência sobre a questão dos dados (informação), do armazenamento,


transmissão, acesso e segurança. O “Cyber” é apenas uma ferramenta

GUERRA HÍBRIDA
No livro “Guerras Híbridas, das revoluções coloridas aos golpes”, Andrew Korybko
constrói um novo conceito para explicar as novas táticas para derrubar governos.
Ele divide a guerra híbrida em dois pilares:
A. Guerra não-convencional.
B. Revoluções coloridas

Guerra não-convencional
Modelo dos cinco anéis
Os alvos que são atacados são: População, infraestrutura e sistemas essenciais.
Ataques aos militares podem ser desfavoráveis (relação assimétrica). Já a realização
de ataques às lideranças pode ser bastante complexo.

os anéis são População, Mídia (Internacional e nacional), Elite Nacional, Forças


Armadas/Polícia, e Liderança.
Revoluções coloridas
O modelo Cinco anéis divide-se em outros dois sistemas de anéis: a sociedade e o
indivíduo.
As revoluções coloridas podem atingir o sistemas da sociedade em cinco níveis,
quando se inicia o processo de desestabilização.
As elites tem o poder de influenciar a população que por sua vez também tem a
capacidade de influenciar a mídia.
No segundo sistema, a família o centro da vida individual, as operações de informação
podem atingir essa vulnerabilidade para tentar induzir as pessoas a se juntarem em
prol do movimento de desestabilização.
Há a necessidade de que cada revolução colorida atendesse para a coleta de
informações sobre as pessoas que são alvo da operação psicológica. Ex: se forem
realizados apelos voltados para religião e a pessoa não tiver nenhum tipo de conexão
espiritual, então esse esforço não será bem sucedido no objetivo de mobilização.
CAMPANHAS DE (DES)INFORMAÇÃO
Construção de narrativas para apoiar projetos políticos e desestabilizar adversários.

 A desinformação sempre esteve presente no jogo político. Exemplo: Nazismo,


active measures, Sun tzu, Plano Cohen e etc.
 As redes sociais e a internet de modo geral alteraram o alcance da
desinformação.
 A desinformação é efetiva?

Para Lanoszka(2020)
Os obstáculos para campanha de desinformação e do empreendimento de
revoluções coloridas:
1. A anarquia internacional indica que um Estado qualquer sempre irá desconfiar
das ações de outros Estados.
2. Para que indivíduos sejam utilizados como ferramenta de desestabilização
interna, precisam estar abertos a serem mobilizados por esse tipo de informação
de fora. Entretanto, os cidadãos médios não são tão fáceis assim de serem
influenciados. Eles tendem a moldar as informações que recebem de acordo com
as experiências prévias, regras sociais e convenções que adquiriram no decorrer
da vida.
3. Os Estados podem adotar contramedidas que podem fazer correções rápidas das
narrativas falsas ou bloquear a repetição da desinformação de forma a reduzir os
impactos nos simpatizantes ideológicos. Os Estados também podem empreender
campanhas de desinformação em resposta

O BRASIL TEM AS CAPACIDADES POLÍTICAS E TÉCNICAS PARA SE


DEFENDER OU DISSUADIR UMA GUERRA HÍBRIDA OU REVOLUÇÃO
COLORIDA?
Primeiro obstáculo: O Sistema anárquico gera desconfiança por parte dos Estados
sobre as mensagens emitidas por outros:
No Brasil, os veículos de mídia do exterior, sobretudo os europeus e estadunidenses
possuem ampla penetração na sociedade. Empresas como Google e Facebook
monopolizam a nova era da internet no Brasil: buscadores, e-mail, sistemas
operacionais, streaming, redes sociais, aplicativos de mensagens, entre outros.
O território nacional tem outro grande problema, o baixo nível de nacionalização da
mídia. Hoje o Brasil tem uma concentração midiática em grandes aglomerados de
rádio e TV aberta, a soma ponderada das audiências dos quatro maiores grupos de
rádio, TV aberta e veículos impressos alcança 74,7% da atenção dos 207 milhões de
brasileiros. 

Logo, há uma suscetibilidade da população brasileira aos algoritmos dessas


empresas, tornando-as uma arma bastante poderosa para influenciar a população em
geral. (e as "bombas cognitivas”).

Segundo obstáculo: Cidadãos médios dificilmente são influenciados, pois possuem


experiências prévias que filtram informações externas.
Elite brasileira subordinada economicamente e culturalmente se torna um canal aberto
para esse tipo de operação. A subordinação influencia diretamente a formulação de
política externa e a elaboração de políticas estratégicas de garantia de soberania.
Síndrome de vira-lata: "a corrupção é um problema que está no DNA do Brasil.”

Terceiro obstáculo: Possibilidade de se adotar contramedidas para diluir os riscos ou


conter uma operação de desinformação ou guerra híbrida.
No Brasil, houve um sucateamento dos sistemas de inteligência. Domesticação do
aparato responsável por essa função.
Desmantelamento das iniciativas de cooperação em defesa no entorno estratégico do
pais: O Atlântico Sul.
Escamoteamento do Conselho Sul-Americano de Defesa(CDS).
Aproximação do Brasil em relação aos EUA em uma relação de benefícios assim:
aliado extra OTAN.
Assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas

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