Você está na página 1de 4

Agrupamento de Escolas de Samora Correia

Escola Básica Professor João Fernandes Pratas


Escola Básica de Porto Alto
FICHA FORMATIVA – 8ºANO
Ano Letivo 2022-2023
Nome______________________________________________________________________________
Nº _________ Turma _________ Data ___/___/___
Avaliação por domínio:
 Educação Literária: ______________________________________________________________
 Gramática: _____________________________________________________________________
Observações:
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Assinatura do Professor: Assinatura do Encarregado de Educação:


____________________________________ ________________________________________

Grupo I – Educação Literária


Lê o texto.

Bonito serviço…
Foram mesmo convincentes! “É uma ideia genial, Ricardo, vais adorar!” E eu acredi-
tei; pudera, é a minh a mãe. “Repara, filho, é um a oportunidade excelente para viver
mais o campo”, disse-me o meu pai, e pareceu-me que até era muito capaz de ser muito
bem esgalhado. Agora, tudo estragado!
5 Passo a explicar. A nossa turma foi dividida em três grupos, de oito alunos,
acompa-nhados por dois professores, cada. Até aqui, tudo bem. Mas ao chegarmos ao
ponto de encontro de onde partiríamos para a tal oportunidade genial que íamos
adorar, encon-trámos três carrinhas pequenas, com dez ou doze lugares cada. Eram
mínimas. A pri-meira interrogação foi imediata: porquê três, se podíamos ir todos
n um a grande? Rece-
10 bemos a primeira má notícia: cada grupo ia para u m sítio diferente!
– O quê?! Mas os meus amigos estão nos outros grupos! – protestei, embora ninguém
me tivesse ouvido, pois apercebemo-nos de que todos, sem exceção, tínhamos ficado
separados dos amigos.
– Foi de propósito – sussurrou o Jaime, enquanto ia para a sua carrinha, longe de
15 mim, longe do Paulo. Ou seja: o nosso grupinho fora desfeito de uma penada.
Entregaram-nos u m papel qualquer que n e m li. Atirei com a minha bagagem para
dentro da barriga daquele miserável (para não dizer pior) transportador de amigos des-
garrados. Fi-lo com fúria, e fui logo repreendido pelo meu pai. Nem pedi desculpa, es-
tava fora de mim.
20 O meu grupo, o B, tinha os professores Duarte e Jacinta, que até são simpáticos: ele,
de Português, dá-nos sempre textos incríveis para ler e escrever; ela, de Educação Física,
com medalhas conquistadas no corta-mato e tudo, acha que todos somos potenciais
atletas da vida. Nessa parte, tive sorte. Os colegas, bem, a esses n e m os conheço como
deve ser. […] Bonito serviço, pais e escola, bonito serviço!
25 Estou a exagerar? Não, acreditem, não estou. E o pior é que o incrível drama não aca-
bou aqui.
Já todos sentadinhos nos lugares daquela caixa de fósforos, conduzida pelo senhor
Pereira, que já é mesmo u m senhor, daqueles à beira da reforma, a coisa complicou-se.
Ainda parados, os pais todos no passeio, amontoados perto da carrinha dos filhos, a
30 preparar u m aceno foleiro de “portem-se bem!”, deram-nos a machadada final. Vimos o

professor Duarte puxar de u m saco de pano, podia ser u m saco de pão, e pedir-nos que
desligássemos os telemóveis e os puséssemos lá dentro.
– Eu não dou o meu – avisou o Gonçalo, apercebendo-se de imediato dos gestos dos
pais cá fora, pedindo-lhe que não fizesse cenas.
35 Aquilo fora combinado com as famílias! Que grande esquema! Só faltava mais isto!
Íamos com não amigos, órfãos de tecnologia, e os nossos pais sabiam disto, tinham
conspirado nas nossas costas e, pior ainda, concordavam com aquela ideia!
– Todos os dias, a uma hora que combinámos, vão poder ligar os telemóveis e usá-los
durante meia hora. Ligam a qu em vos apetecer, veem as redes sociais e os e-mails que
40 precisarem, são livres de os usar como quiserem durante esse tempo – explicou a profes-

sora Jacinta. – Não é o fim do mundo. Vá lá, não façam fitas! […]
Sem combinarmos, amuámos todos quase em simultâneo. Nem acenámos à família,
sabíamos que estavam a par de tudo: grupos, carrinhas, telemóveis e mais coisas, de que
começávamos já a ter medo, mesmo não sabendo o que aí vinha. Arrancámos. Presos.
45 Desesperados. E muito, mesmo muito!, irritados.
Margarida Fonseca Santos, Sem rede, Ed. Fábula, 2018 (págs. 7-11, com supressões)

1. Associa cada personagem da coluna A às frases da coluna B, de acordo com o sentido do texto.

Coluna A Coluna B

1. Ricardo a. Confiscou os telemóveis.


2. Jaime b. É o narrador da história.
3. Duarte c. Foi o primeiro a dizer que tinham sido alvo de conspiração.

1.___ 2.___ 3.___

2. Assinala com X as duas opções que se referem à mesma personagem.

a. “transportador de amigos desgarrados” (linhas 17-18)


b. “um senhor, daqueles à beira da reforma” (linha 28)
c. “parados” (linha 29)
d. “órfãos de tecnologia” (linha 36)

3. Assinala com X a opção que completa cada frase, de acordo com o sentido do texto.

3.1. Com o avançar da situação, o narrador apercebe-se de que


a. os pais e os professores tinham combinado tudo.
b. os pais não percebiam o que se estava a passar.
c. todos os colegas sabiam que não poderiam usar telemóvel, exceto ele.

3.2. Ao contar o sucedido, o narrador sente-se


a. alegre.
b. revoltado.
c. inseguro.

4. “Arrancámos. Presos.” (linha 44)


Por que razão o narrador considera que os alunos estavam “presos”?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

GRUPO II – Gramática

1. Relê o seguinte parágrafo do texto do Grupo I:

“Entregaram-nos um papel qualquer que nem li. Atirei com a minha bagagem
para dentro da barriga daquele miserável (para não dizer pior) transportador de
amigos desgarrados. Fi-lo com fúria, e fui logo repreendido pelo meu pai.” (linhas 16-18)

1.1. Associa cada palavra à respetiva classe.

Palavra Classe

1. miserável a. Nome
2. qualquer b. Adjetivo
3. a c. Quantificador
4. amigos d. Determinante
1.___ 2.___ 3.___ 4.___

1.2. Completa as frases seguintes com a palavra correta:


a. O verbo “repreender” é sinónimo de
b. Indica um antónimo da palavra “fúria”

2. Assinala com X a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

2.1. Na frase “– Eu não dou o meu – avisou o Gonçalo, apercebendo-se de imediato dos
gestos dos pais cá fora, pedindo-lhe que não fizesse cenas.” (linhas 33-34),

a. a fala de Gonçalo é apresentada em discurso direto.

b. a fala de Gonçalo é apresentada em discurso indireto.

c. não há falas em discurso direto.

2.2. No último parágrafo do texto, os dois pontos são utilizados para introduzir

a. o discurso direto.

b. uma enumeração.

c. uma explicação.

Você também pode gostar