b) mostrar a ordem natural dos fenômenos físicos, sociais e
Sociologia
Exercício de Revisão
Resolver as questões propostas
1. A mente moderna se comporta de maneira cada vez mais
calculista e impessoal em função das novas exigências
monetárias e econômicas. O mundo é transformado em um
problema aritmético, todas as suas partes e fenômenos são
dispostos por meio de fórmulas matemáticas. Ainda assim,
mesmo os fatores que redundam em impessoalidade promovem
uma subjetividade altamente pessoal.
MARZOSCHI, Samira Feldman. O animal eletrônico: dilemas do ciberativismo verde.
Caderno CRH, Salvador, v. 28, n. 73, p. 127-145, jan./abr. 2015. p. 130-131.
Sobre o fragmento de texto podemos afirmar que:
a) expressa um elogio à mente mais racional do ser humano
moderno.
b) expressa uma crítica à globalização neoliberal.
c) relaciona-se ao avanço do fundamentalismo religioso e novas
práticas etnocêntricas.
d) a mente moderna é fundada nas relações pessoais e em uma
subjetividade capturada pelo capital.
e) a racionalidade econômica pressupõe que as ações do
indivíduo contemporâneo são fundadas em cálculos marcados
pelo avanço do individualismo.
2. Analise a charge e assinale a alternativa que melhor
caracteriza a sociedade moderna conforme Max Weber
a) O capitalismo refere-se à imaginação sociológica que exige
de nós que pensemos fora das rotinas familiares de nossas
vidas cotidianas, a fim de que as observemos de modo
renovado.
b) O capitalismo é cercado de contradições, conflitos, avanços
e recuos, permanências e mudanças que ocorrem no interior da
sociedade.
c) O capitalismo se expandiu em paralelo com a ascensão da
ciência e da burocracia. A burocracia é um modo
moderno de organizar um grande número de pessoas com base
em critérios de impessoalidade.
d) Weber acreditava, como Durkheim e Marx, que as estruturas
na sociedade existiam externa ou independentemente dos
indivíduos.
e) O capitalismo relaciona-se basicamente com o crescimento
das fábricas e da produção industrial, como
também das desigualdades e lutas sociais.
3. Em relação a fenômenos como as desigualdades raciais, de
gênero e sociais, as Ciências Sociais têm como
papel principal:
a) naturalizar os fenômenos sociais, visto que são intrínsecos à
sociedade moderna.
culturais.
c) buscar soluções e promover ações de assistência social às
minorias sociais.
d) resguardar a memória dos povos.
e) desnaturalizar as condições de pobreza, os preconceitos e as
discriminações sociais
4. [Desigualdade] define a assimetria de acesso a bens
significativos (para usufruto de bens materiais e espirituais)
entre indivíduos e grupos diferentes em uma sociedade.
Caracteriza uma estrutura social na qual as diferentes posições
sociais oferecem aos grupos e indivíduos que as ocupam
oportunidades de ascender a bem-estar, prestígio e poder.
PIETRO, Mayra Espina. Desigualdade e desenvolvimento. In: IVO, A. (Coord.) et al.
Dicionário temático desenvolvimento e questão social. São Paulo: Annablume;
Brasília: CNPq; Salvador: Fapesb, 2013. p. 162.
Relacionando o conceito de desigualdade com o contexto
brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) A desigualdade no Brasil tem relação fundamental com as
carências de políticas educacionais e a crise econômica
recente.
b) A desigualdade no Brasil tem relação com o seu passado
histórico, político e o modelo econômico que se estabeleceu.
c) A desigualdade está concentrada apenas na região Norte do
Brasil, uma vez que nas demais regiões brasileiras esse
processo se limitou às populações rurais.
d) O aprofundamento da desigualdade tem relação com a
organização da legislação trabalhista do Brasil no Governo
Vargas.
e) A desigualdade foi aprofundada a partir da Constituição de
1988, que manteve a ampla maioria dos trabalhadores rurais
sem direitos previdenciários e de acesso à saúde.
5. O pedreiro Jorge Sinésio de Almeida, 52 anos, tem más
lembranças das viagens de ônibus que fez de São Paulo até a
cidade natal, na Paraíba. “É um trajeto de três dias em estradas
horríveis. Os passageiros sempre correm o risco de assaltos.”
Atualmente, ele conta os dias para a primeira viagem que fará
de avião, em dezembro. “Quero embarcar logo. Vão ser só três
horas de viagem”, ele conta. “Acho que não vou ter medo. Todos
os meus amigos gostaram”. Pelo nível de renda, Almeida se
enquadra na nova classe média brasileira, segundo um novo
relatório do Banco Mundial. O estudo define classe média como
a parcela da população que ganha entre US$ 10 e US$ 50 por
pessoa (entre R$ 20 e R$ 102) ao dia.
Disponível em:
<www.worldbank.org/pt/news/feature/2012/11/13/middle-class-in-Brazil-Latin-
America-report>. Acesso em: 15 jul. 2015.
O crescimento da “classe média” ou da chamada “classe C”, no
Brasil, de acordo com o texto, se deve:
a) ao incremento exclusivamente da escolarização básica da
população brasileira na última década.
b) ao crescimento da renda da população alavancada pelo
crescimento econômico do século XXI e às políticas sociais e de
valorização do salário mínimo.
c) às políticas desenvolvimentistas, de austeridade e de
atendimento à população carente nos governos de
Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.
d) às ações dos organismos internacionais que realizaram fortes
investimentos no Brasil.
e) à política de ajuste fiscal com vistas a deter a crise
econômica, no início do segundo mandato do governo de Dilma
Rousseff
6. Grande parte do que sabemos sobre a globalização é
derivado das circulações que acontecem nas suas principais
estradas ou vias: circulação de marcas conhecidas [...], de
tecnologias de ponta, de informação, de cadeias de produtos e
de imagens midiatizadas. Discussões acerca da globalização
são, geralmente, dominadas por um entendimento amplo da
acumulação de capital. [...] Assim, estudos sobre a globalização
estão mais preocupados com a formação de redes sociais (na
verdade, a maioria são redes de negócios e econômicas), as
quais se unem em torno de empresas multinacionais, cadeias
de produtos, dinheiro e formas de mediação tecnológica
(Castells, 1999; 2001) [...]. Esta versão restrita da globalização
reduz para a lógica da acumulação do capital as formações
sociais complexas que coproduzem a globalização, como os
diversos cenários, vidas e as conexões geradas entre eles
(Smith, 2001: 23). Tais interpretações da globalização omitem
as texturas sociais que a carregam e a incorporam, [...]. Isto
coloca as versões hegemônicas da globalização numa relação
difícil com a agência humana.
Fonte: KNOWLES, Caroline. Trajetórias de um chinelo: microcenas da globalização.
Revista Contemporânea. v. 4, n. 2, São Carlos: Ufscar, 2014. p. 291-292.
O fragmento do texto da socióloga britânica Caroline Knowles
sobre o fenômeno da globalização expressa fundamentalmente:
a) a concordância da autora com os conceitos considerados
hegemônicos sobre a globalização.
b) a ideia de que esse fenômeno padroniza os comportamentos
e valores no mundo ocidental e oriental.
c) uma crítica às visões que tendem a desconsiderar as ações
dos sujeitos nos planos locais, regionais e global.
d) a visão da autora, que concorda com a perspectiva dos
estudos da globalização que se concentram nas
redes e em seu funcionamento.
e) a necessidade de os governos buscarem ampliar a inserção
em novos mercados globais, visto que a globalização
da economia e dos movimentos sociais de modo global é uma
tendência inexorável do capitalismo atual.
7. [...], longe de ser uma estrutura natural, [a família] é uma
formação recente, moderna, e de uma classe específica: a
burguesia. É o que o historiador francês Philippe Ariès analisa
em seu livro História social da criança e da família. Não que a
família não existisse como realidade concreta na Idade Média e
nas sociedades primitivas. Como já nos mostrava Marx, a
constituição da família como o lugar da procriação é a condição
de possibilidade para a formação social. [...]. Na Idade Média,
por exemplo, a vida familiar era a mundana, que se contrapunha
à vida religiosa. [...] [a família] não existia como unidade
autônoma, ela fazia parte de um grupo maior: clã, tribo ou feudo.
Com o passar dos séculos, a família, antes lugar do profano,
torna-se, pouco a pouco, lugar do sagrado. [...] Essa inversão
valorativa tem seu fundamento nas transformações da estrutura
social.
BERG, Tábata. O batalhador e sua família. In: SOUZA, Jessé. Os batalhadores
brasileiros. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2010. p. 125.
Tomando como referência o texto, podemos afirmar que:
I. a família tal como a conhecemos não é natural, mas uma
instituição social passível de mudanças.
II. as configurações da família mudam conforme as diferentes
épocas históricas.
III. a família nuclear é uma instituição universal, e instituições
não são passíveis de mudanças.
IV. nos dias atuais, observamos várias e diferentes formas de
família.
Estão corretas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas II, III e IV.
e) Apenas IV.
8. Em 26 de junho de 2015, uma rede social mundial
disponibilizou aos usuários uma ferramenta para que colorissem
suas próprias imagens como forma de celebrar a decisão da
Suprema Corte americana sobre o casamento homoafetivo.
Essa medida, tanto nos Estados Unidos como em diversos
outros países do mundo, significa uma mudança de costumes
que representa:
a) a manutenção do tradicional conceito de família, do
casamento entre um homem e uma mulher.
b) a imposição de um costume posto de cima para baixo, visto
ter sido decidido por uma minoria de juristas.
c) a aceitação do direito de constituir família para todos os
indivíduos, independentemente de sua orientação sexual.
d) uma imposição dos governantes como forma de angariar
votos.
e) uma moda sem grandes alterações da atual modalidade de
família nuclear.
9. Observe atentamente o gráfico.
A análise dos indicadores sobre as famílias, segundo o gráfico
realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios – Pnad 2013, demonstra que:
a) a comparação dos dados de 2004 com os dados de 2013
permite identificar mudanças nos arranjos familiares: cresce o
número de casais sem filhos; cai o número de casais com filhos,
assim como há um aumento do número de mulheres sem
cônjuge e com filhos.
b) a comparação dos arranjos familiares com parentesco nos
dois períodos aponta que, em 2004, o número de arranjos
unipessoais era maior do que em 2013.
c) em 2004, o número de mulheres sem cônjuge que viviam
sozinhas e tinham filhos era maior do que em 2013.
d) a comparação dos dados nos referidos períodos revela que,
em 2004, havia menos casais com filhos.
e) a comparação entre os anos de 2004 e 2013 não nos permite
afirmar que houve mudanças na distribuição percentual dos
arranjos familiares no Brasil.
10. As crises se constituem em momentos de reconfiguração
radical do desenvolvimento capitalista, conforme afirmou David
Harvey em seu livro O enigma do capital (2011). Dentre os
desdobramentos mais importantes ocasionados pelas crises
norte-americana e europeia no início deste milênio, podemos
citar:
a) O crescimento de políticas com vistas à redução das
desigualdades sociais.
b) O crescimento e fortalecimento do Estado de Bem-Estar 13. Analise o diagrama dos indicadores estruturais de mercado
Social. de trabalho de 2013 e assinale a(s) alternativa(s) correta(s)
c) O crescimento do desemprego em larga escala.
d) A redução da acumulação do capital e de lucratividade das
empresas.
e) A redução da concentração das riquezas nos países
ocidentais.

11. Leia o texto do sociólogo alemão Claus Offe (1940-) e

assinale a proposição que define a tese central do autor a
respeito do trabalho na contemporaneidade.
O primeiro conjunto de dúvidas com relação à centralidade do
trabalho emerge assim que se leva seriamente em conta sua
vasta heterogeneidade empírica. O fato de uma pessoa
“trabalhar”, no sentido formal de estar “empregada”, tem sido
aplicado a um segmento sempre crescente da população. Não
obstante, este fato tem cada vez menor relevância para o
conteúdo da atividade social, a percepção de interesses, o estilo
de vida etc. Descobrir que alguém é um “empregado” é muito
pouco surpreendente e não muito informativo, uma vez que a
expansão relativa do trabalho assalariado coincide com sua
diferenciação interna. Esta não pode mais ser adequadamente
compreendida pelo conceito tradicional da “divisão de trabalho”,
pois também abrange a distinção entre aqueles
que estão submetidos à divisão de trabalho e aqueles que não
estão, ou estão em escala muito menor.

OFFE, Claus. Trabalho: a categoria-chave da sociologia. Disponível em:

<www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_10/rbcs10_01.htm>. Acesso em:
25 ago. 2015.
a) O trabalho é central na sociedade atual.
b) O autor defende a redução da divisão de trabalho
característica da sociedade do século XX.
c) O fato de a maioria da população trabalhar confere identidade
Em relação ao trabalho formal e informal no Brasil os dados
aos indivíduos.
indicam:
d) O trabalho não é mais central na vida social.
a) As mulheres possuem rendimento inferior em relação ao dos
e) O fenômeno do desassalariamento é fruto das crises
homens, tanto no trabalho formal quanto no informal.
econômicas recorrentes.
b) Homens e mulheres possuem dupla jornada de trabalho
igualmente.
12. Estude e compare os dois gráficos sobre os anos de estudo
c) As mulheres são maioria no mercado de trabalho.
da população ocupada no Brasil.
d) Apenas as mulheres no mercado de trabalho informal
possuem rendimento inferior ao dos homens.
e) Mais da metade da população economicamente ativa no
mercado de trabalho não possuía carteira assinada.

14. Observe a tabela dos salários dos trabalhadores e responda

ao que se pede.

A comparação dos gráficos referentes aos anos de 2003 e 2012

nos permite concluir que:

a) Não houve mudanças na relação escolaridade e inserção no

mercado de trabalho.
b) No ano de 2012 verifica-se uma parcela mais significativa da
população ocupada com maior escolaridade.
Fonte: IBGE – Departamento de Contas Nacionais. Extraído de CARDOSO, A. Transições da escola para o trabalho no Brasil:
c) Cresceu o número de trabalhadores com menos de oito anos Persistência da desigualdade e frustração de expectativas. Revista Dados. v. 51, n. 3: Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex t&pid=S0011-52582008000300002>. Acesso em: 28 jul. 2015.
de estudo.
d) O percentual de trabalhadores no mercado de trabalho com
É correto afirmar que:
menos de dez anos de escolaridade em 2003 era menor do que
em 2012.
a) A maioria dos trabalhadores brasileiros pesquisados em 2010
e) Os dados se alteraram na década em análise, no entanto,
tinha remuneração de até 3 salários mínimos.
pioram no que se refere à maior inserção de escolarizados no
b) Apenas 18% do total de trabalhadores ganhavam acima de 6
mercado de trabalho.
salários mínimos, em 2010.
c) A diferença salarial entre trabalhadores terceirizados e diretos
não é significativa.
d) Os salários são baixos, mas é visível a desvantagem dos d) A população africana trazida ao Brasil foi integra da cultural
terceirizados (96% ganham até 4 salários mínimos). e economicamente à classe trabalhadora industrial, no início do
e) Os dados apresentados desmentem as teses que se referem século XX.
aos baixos salários dos terceirizados. e) O Brasil conseguiu logo após a formação da República, no
século XIX, uma cultura homogênea em toda a sua dimensão
Estão corretas as respostas: territorial.

a) c, e. 17. Leia.
b) a, b, c.
c) b, e. Ninguém ouviu
d) a, d. Um soluçar de dor
e) a, c, e No canto do Brasil
Um lamento triste
15. Analise a tabela sobre a evolução do PIB por setores Sempre ecoou
econômicos no Brasil no período de 1950 a 2000. Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou [...]
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Fonte: IBGE – Departamento de Contas Nacionais. Extraído de CARDOSO, A. Transições da escola para o trabalho no Brasil: Ai, mas que agonia
Persistência da desigualdade e frustração de expectativas. Revista Dados. v. 51, n. 3: Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex t&pid=S0011-52582008000300002>. Acesso em: 28 jul. 2015. O canto do trabalhador.

Com base nos dados, podemos depreender que: DUARTE, Mauro; PINHEIRO, Paulo César. Canto das três raças. In: NUNES, Clara. Canto das três raças, 1976. EMI-Odeon.

a) O setor rural foi paulatinamente perdendo participação na Esse canto interpretado originalmente pela sambista brasileira
Clara Nunes se relaciona:
composição do PIB do Brasil.
b) A indústria teve maior participação no PIB na década de 1980
a) Aos povos que imigraram para o Brasil no século XX e à
e nos anos 2000 voltou ao patamar dos anos
1950, embora ligeiramente maior. transição da escravidão para a mão de obra assalariada.
b) À formação do povo brasileiro, composta de três grandes
c) Os setores da agropecuária e de serviços têm participação
grupos de origens diferentes, e à expressão de suas lutas
cada vez mais reduzida na composição do PIB no Brasil.
d) A maior evolução se deu nos setores da indústria e da sociais.
c) Ao neocolonialismo, que atingiu a África e Ásia no século XIX.
agropecuária, o que tem relação com a tradição de
d) À alegria que representou o fim da escravidão no Brasil.
uma economia industrial fortemente voltada para o mercado
e) Ao fim dos conflitos no fim do Império brasileiro e à
interno.
e) O setor de serviços ampliou a sua participação de forma proclamação dos princípios republicanos no Brasil.
crescente. Isso nos permite supor que é o setor de
18. Estudos sociológicos, históricos e econômicos demonstram
serviços que comporta o maior número de postos de trabalho no
país. a existência de diversos tipos de discriminação social no Brasil.
Observando os dados do gráfico abaixo e o conhecimento sobre
a estrutura social brasileira, está correto afirmar que:
Estão corretas as respostas:

a) a, c, d.
b) c, d, e.
c) b, d, c.
d) a, c, e.
e) a, b, e.

16. O Brasil, colonizado por europeus desde o século XVI,

configurou-se como uma terra de contrastes culturais. Sobre a
formação sociocultural brasileira, podemos afirmar:

a) O Brasil é uma nação pluriétnica e pluricultural, composta de

diversas formas de organização social, desenvolvidas por
diferentes comunidades étnicas e grupos sociais.
b) Uma das bases da cultura brasileira está nas relações
harmônicas e cordiais entre a casa-grande, do senhor de
engenho, e a senzala, dos negros escravizados. WAISELFISZ, Julio Jacobo. Os jovens do Brasil. Mapa da Violência 2014. Secretaria-Geral da Presidência da República,
c) A pouca distância social entre senhores e escravos contribuiu Secretaria Nacional de Juventude, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial: Brasília, 2014. p. 151. Disponível
em: <www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2015.
para explicar a atenção que a classe dominante confere aos
pobres. a) A persistente desigualdade social, no Brasil, tende a atingir
os grupos sociais menos favorecidos, mas de modo ainda mais
significativo, a população negra.
b) A redução das taxas de homicídio da população branca não
tem relação com situações de desigualdade social.
c) A redução das taxas de homicídio da população
negra se deve ao avanço das políticas sociais desde fins dos
anos 1990.
d) A redução das taxas de homicídio da população branca
ocorreu porque as políticas econômicas beneficiaram,
sobretudo, a população negra no país.
e) A persistente desigualdade social, no Brasil, contribuiu para
o crescimento das taxas de homicídios da população negra e
branca.
19. Observe os dados abaixo:
---
A religião se constitui em uma importante instituição social e,
como toda instituição, ela sofre transformações ao longo do
tempo. Analisando as informações dos gráficos, está correto
afirmar que:
a) Há um crescimento da participação dos jovens na religião,
sobretudo os que estão na faixa etária de 20 a 24 anos.
b) A participação dos jovens na religião católica decresceu nas
diversas faixas etárias analisadas.
c) A religião católica é minoritária no Brasil.
d) Houve um crescimento da religiosidade no Brasil.
e) Os jovens migraram para outras religiões.
20. Segundo estudo divulgado pelo Pew Research Center,
houve um aumento dos conflitos religiosos no mundo, revelando
que:
Um terço dos 198 países analisados experimentou em 2012
altos ou muito altos níveis de confrontos religiosos, tais como
violência sectária, terrorismo ou assédio, contra 29% em 2011 e
20% em 2010. O maior aumento ocorreu no Oriente Médio e
África do Norte, duas regiões que ainda sofrem os efeitos da
chamada Primavera Árabe de 2010-2011. Como exemplo, a
pesquisa cita o aumento dos ataques contra igrejas coptas e
empresas de propriedade de cristãos no Egito. Acrescenta que
a China também conheceu uma intensificação dos conflitos
religiosos.
ESTUDO mostra aumento de conflitos religiosos no mundo. Folha de S.Paulo, 14 jan. 2014. Disponível em:
<www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/01/1397725-estudo-mostra-aumento-de-conflitos-religiosos-no-mundo.shtml>
Acesso em: 21 jul. 2015
Sobre os conflitos religiosos que ocorrem em diversas partes do
mundo, analise as proposições a seguir e assinale a opção
correta a respeito desse fenômeno.
a) Por vezes o terrorismo está relacionado ao fundamentalismo
religioso, mas convém lembrar que nem todos
os atos terroristas têm uma motivação religiosa.
b) Os conflitos ocorrem devido à ausência, na Declaração dos
Direitos Humanos, de uma cláusula que assegure a não
discriminação por motivos religiosa;
c) O conflito pela região da Caxemira (norte da Índia e do
Paquistão) deve-se às diferenças religiosas e não a problemas
decorrentes do processo de colonização e às divisões
incentivadas pela Inglaterra no período em que os indianos
lutavam por sua independência.
d) A intolerância religiosa é suficiente para explicar o conflito
entre os povos como israelenses e palestinos.
e) As guerras religiosas e os conflitos decorrentes têm base na
fé, que cresceu na sociedade moderna.
21. Leia os textos e assinale a alternativa correta:
Texto I
Artigo I: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade
e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em
relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II: Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e
as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de
qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,
riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Organização das Nações Unidas, 1948.
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2015.
Texto II
“É triste chegar aqui e ver os cadeados arrombados, tudo
bagunçado, imagens jogadas na rua, quebradas. É uma
violação do nosso espaço sagrado”. É assim que Pai Costa, de
63 anos, há 45 atuando como dirigente umbandista, descreve o
último ataque que seu templo, o Centro Espírita Pai Benedito de
Angola, sofreu em 7 de junho, na zona norte do Rio de Janeiro.
Maranhense, Costa mudou-se para o Rio aos 16 anos, e
mantém o centro no mesmo local há 26, mas diz que nunca
esteve tão preocupado com atos de violência contra os
praticantes de cultos de matriz africana. Embora não sejam
novidade, os ataques ganharam destaque nos últimos dias após
a menina Kaylane Campos, de 11 anos, ter sido atingida por
uma pedra na cabeça quando saía de um culto de candomblé
na Vila da Penha.
PUFF, Jefferson. Intolerância religiosa leva terreiros de Umbanda a reforçar segurança no Rio. BBB Brasil, 26 jun. 2015.
Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150625_intolerancia_religiosa_terreiros_pai_ jp>.
Acesso em: 21 jul. 2015.
a) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao propor os
direitos à liberdade de expressão, favorece a intolerância
descrita no segundo texto.
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece
normas mínimas civilizatórias condenando os diversos tipos de
discriminação.
c) Não é possível associar os dois textos, pois enquanto o
segundo expressa o direito de manifestação, o primeiro
expressa as possibilidades do respeito entre os iguais.
 (ARAÚJO, Eduardo. O bom. O bom, 1966. Odeon.)
d) O Brasil é um país sem manifestações de intolerância de
- II -
natureza religiosa.
Hoje você é quem manda
e) O episódio narrado no segundo texto é uma peça de ficção,
falou, tá falado, não tem discussão
cujo enredo foi transformado em filme.
a minha gente hoje anda falando de lado
e olhando pro chão
22. Diversas manifestações ocorridas na década de 2010, no (BUARQUE, Chico. Apesar de você. Chico Buarque, 1978. Universal Music.)

Brasil, num contexto de acirradas disputas políticas, - III -

econômicas e sociais, veiculadas em diversas mídias, foram ... A gente vai contra a corrente
classificadas como crimes de ódio: racismo, homofobia, até não poder resistir
xenofobia, etnocentrismo, intolerância religiosa e discriminação na volta do barco é que sente
contra pessoas com deficiência, entre outros. Sobre os crimes o quanto deixou de cumprir...
(BUARQUE, Chico. Roda Viva. Chico Buarque de Hollanda – Volume 3, 1967. Som Livre.)
de ódio é correto afirmar:
a) Os textos I, II e III referem-se ao engajamento, ao protesto e
a) Os grupos sociais afetados por esses delitos discriminatórios
às mais diversas manifestações contra a realidade vivida pelos
são os mais variados possíveis, porém ocorrem mais
brasileiros nas décadas de 1960 e 1970.
frequentemente com as chamadas minorias sociais.
b) Os três textos trazem uma temática política e social,
b) O ódio é um sentimento individual, portanto não há como o
profundamente comprometida com mudanças.
Estado definir como crime.
c) Os textos II e III refletem o contexto político vivido pelos
c) O Brasil é um país sem crimes de homofobia, visto que a
brasileiros no período da ditadura civil-militar.
Constituição estabelece a não discriminação de
d) Os textos II e III fazem parte da “jovem guarda”, nos anos
qualquer natureza.
1960.
d) Essas manifestações não ocorrem no Brasil, devido à
e) O texto I era cantado pela juventude politizada e engajada na
existência da democracia racial.
construção de uma sociedade mais fraterna, na década de
e) Produzem efeito apenas nas vítimas e pouco se pode fazer,
1960, e o seu teor conclamava à luta
em razão da inexistência de dispositivos na legislação que os
coíba.
25. Texto 1
A educação é um direito humano fundamental e é essencial para
23. A charge abaixo faz referência a uma lei apresenta da no
o exercício de todos os direitos. Mesmo assim, ainda existem
Chile, em 2013, que propunha restringir algumas formas de
781 milhões de analfabetos no mundo, cerca de 58 milhões de
manifestação política. Assinale a alternativa que contém a
crianças se encontram fora da escola primária e muitos jovens
melhor interpretação a respeito da situação:
e mulheres e homens adultos continuam sem aprender o que
precisam saber para dirigir suas vidas com saúde e dignidade.
UNESCO. Disponível em: <www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/education-for-all/>. Acesso em: 8 jul. 2015.

Texto 2

Charge de Latuff, 2013

a) A charge representa uma cena de tortura promovida pelo

governo chileno, pois o país até hoje vive uma ditadura militar.
b) A charge representa uma situação que está de acordo com a
normalidade democrática, pois a polícia tem direito irrestrito de
reprimir aqueles que atrapalham a ordem.
c) O perigo da dominação ideológica continua presente por toda
a América Latina, como se pode ver na imagem. Por isso,
medidas emergenciais são necessárias para garantir a
neutralidade.
d) Assim como em outros países da América Latina, o regime
democrático chileno permite a expressão de todas as correntes
políticas, exceto as que pregam regimes ditatoriais, como o As mudanças em relação às taxas de analfabetismo se devem
comunismo e o socialismo. em grande medida às políticas públicas adotadas. A análise do
e) A imagem do policial militar reprimindo o manifestante remete texto 1, sobre os números do analfabetismo no mundo, e do
a um histórico de opressões e de restrições à liberdade de texto 2, sobre as taxas de analfabetismo no Brasil, permite
expressão nos países da América Latina, entre os quais o Chile afirmar que o país:
e o Brasil.
a) não conseguiu reduzir as taxas de analfabetismo devido à
24. Analise os textos (trechos de músicas) e assinale a não universalização do Ensino Fundamental.
alternativa correta: b) não reduziu o analfabetismo devido à expansão de outros
níveis de ensino.
-I- c) praticamente eliminou o analfabetismo devido às políticas de
Meu carro é vermelho, austeridade no país.
não uso espelho pra me pentear. d) reduziu o analfabetismo com políticas sociais e educacionais
Botinha sem meia implementadas e o aumento do financiamento da educação.
É só na areia eu sei trabalhar...
e) não conseguiu reduzir as taxas de analfabetismo, pois a d) Os direitos de liberdade de expressão em governos ditatoriais
Constituição de 1988 manteve princípios de não universalização e contra o desemprego.
da educação. e) A ganância das empresas e as políticas de austeridade, em
detrimento dos anseios da maioria da população.
26. Os movimentos aos quais se refere o autor são aqueles que
aconteceram nas cidades e se devem: 28. Texto 1
O movimento que tomou o centro do capital financeiro norte-
Os movimentos urbanos só passaram a ser objeto de pesquisa americano, no auge da crise financeira internacional, foi um
no Brasil em meados da década de [1970]. Os estudiosos marco, a partir do qual se espera uma “fertilização cruzada”
começaram a perceber que, apesar da repressão instaurada no segundo Stephen Lerner, um dos militantes “fundacionais” do
país pelo regime militar, algo se movia nas periferias das Occupy Wall Street. Lerner, que tem 54 anos e 30 de militância,
cidades. defende que o novo movimento, que tomou as ruas do centro
KOWARICK, Lúcio. As lutas sociais e a cidade.
São Paulo: Paz e Terra, 1988. p. 315. financeiro com questionamentos claros à concentração de
renda pelo capitalismo financeiro, inspire os tradicionais
a) à luta do Movimento Diretas Já. sindicatos americanos, ao mesmo tempo em que usufruam da
b) às carências de um país de rápida urbanização e experiência dessas organizações. “Espero que o encontro seja
que não assegura infraestrutura de diversas ordens entre o melhor do mundo dos sindicatos e o melhor do Ocuppy.
para a população, principalmente nas periferias. Deve ser uma visão combinada, conjunta”.
c) à luta pela reforma agrária e a instalação do socialismo no
NASSIF, Fábio. “Nosso objetivo é redistribuir a renda e o poder”, diz fundador do Occupy Wall Street. Carta Maior. São Paulo:
Brasil. 30 mar. 2012. Disponível em: <http://cartamaior.com.br/?/Editoria/MovimentosSociais/’Nosso-objetivo-e-redistribuir-a-renda-
e-o-poder’-diz-fundador do-Occupy-Wall-Street%0D%0A/2/24982>. Acesso em: 10 jul. 2015.
d) à insatisfação popular com o presidente da República eleito
à época.
Texto 2
e) à insatisfação com os sindicatos, considerados
A crise de dimensão global instalada a partir de 2008 nos países
agremiações cooptadas pelo Estado ditatorial.
capitalistas avançados terminou por rebaixar a capacidade de
crescimento do conjunto das economias no mundo. E, com isso,
27. Leia a notícia publicada pela BBC Brasil e responda:
as consequências sociais não deixaram de se manifestar, como
o aprofundamento das desigualdades entre pobres e ricos,
‘Ocupações’ se espalham dos EUA ao mundo 15 out. 2011
pobreza, desemprego e redução da qualidade de vida, inclusive
08:07 BSB. Organizadores preveem marchas em até 951
da classe média. O mundo se prepara para algo inédito.
cidades de 82 países, em todos os continentes, inspiradas no
Segundo estimativas existentes, possivelmente o conjunto de
movimento Occupy Wall Street, inicia do em Nova York (EUA).
pessoas que compreendem o 1% mais rico do mundo deverá
O objetivo, dizem, é neste 15 de outubro “unir nossa voz e dizer
deter mais riqueza que a soma dos 99% da população do
aos políticos e às elites financeiras que cabe a nós, o povo,
planeta. Se comparar os períodos anterior (2000-2008) e
decidir nosso futuro”, segundo o site da organização,
posterior (2009-2014) à crise de dimensão global de 2008,
15october.net. Centenas de pessoas já protestaram em cidades
percebe-se claramente como houve queda importante no
do Japão, da Austrália e da Nova Zelândia. Em Sydney, as ruas
patamar de expansão das economias no mundo. No período
diante do Banco Central da Austrália foram tomadas por cerca
pré-crise, por exemplo, a economia mundial crescia 4,1% como
de 2 mil manifestantes, entre representantes aborígenes,
média anual, ao passo que no período posterior à crise reduziu
sindicalistas e comunistas, segundo a agência Reuters. Muitas
para 2,9% ao ano, em média. Com isso, a taxa média de
marchas foram de pequeno porte. Em Taipei (Taiwan), por
crescimento no período após o ano de 2008 passou a ser cerca
exemplo, onde manifestações do tipo são raras, cerca de cem
de 70% do que vinha registrando até a crise.
pessoas se reuniram para criticar a má distribuição de riquezas.
Ao longo do dia, começaram protestos também em grandes POCHMANN, Marcio. Seis anos após início da crise, economia mundial segue fragilizada. Rede Brasil Atual, 6 fev. 2015.
Disponível em: <www.redebrasilatual.com.br/blogs/ blog-na-rede/2015/02/restricoes-ao-crescimento-482.html>.
cidades europeias, como Berlim, Paris, Bruxelas, Madri, Acesso em: 10 jul. 2015.

Londres e Atenas, e estão programados para ocorrer em

cidades americanas [...] Os protestos em Roma prometiam estar
A comparação entre os textos 1 e 2 permite afirmar que:
entre os maiores – e mais violentos – do dreunindo até 100 mil
a) As manifestações expressas no texto 1 ocorreram em época
pessoas. Uma multidão se aglomerou ao redor do Coliseu, e há
distinta daquela analisada no texto 2 e, portanto, são situações
relatos de carros incendiados e agências bancárias destruídas.
diferentes e não conectadas.
A polícia chegou a lançar gás lacrimogêneo contra os
b) O texto 2 refere-se ao contexto econômico capitalista que
manifestantes. Na Espanha, um dos países europeus mais
iniciou-se com o fim da Guerra Fria, cuja data símbolo foi a
afetados pela crise, muitos manifestantes também já estavam
queda do Muro de Berlim.
nas ruas neste sábado, expressando insatisfação com o
c) O Occupy Wall Street pode ser interpretado como um
desemprego e criticando o governo por “servir aos bancos, e
movimento isolado, tendo se mantido dentro das fronteiras
não à população”, relata a correspondente da BBC em Madri,
norte-americanas, sem expandir-se para o mundo.
Sarah Rainsford. Em Frankfurt, na Alemanha, cerca de 25 mil
d) A crise econômica que se acentuou em 2008 foi debelada a
pessoas saíram às ruas para se manifestar diante do Banco
partir das políticas de austeridade adotadas na União Europeia
Central Europeu.
sem, contudo, ter logrado êxito em conter as insatisfações
Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/celular/noticias/ 2011/10/111015_occupy_mundo_pai.shtm>. Acesso em: 10 jul. sociais.
2015.
e) As consequências sociais da crise manifestaram-se com o
aprofundamento das desigualdades entre pobres e ricos,
De modo geral, essas manifestações têm relação com:
desemprego e problemas sociais, contexto que motivou a
explosão de diversas manifestações sociais
a) O descontentamento com o governo brasileiro
como o Occupy Wall Street.
pelas políticas de ajuste fiscal.
b) O avanço da globalização e dos organismos internacionais
29. O economista estadunidense Paul Robin Krugman (1953-),
que buscavam a redução das desigualdades sociais.
vencedor do Nobel de Economia de 2008, afirmou: Desta vez, a
c) A redução da maioridade penal e contra os avanços sociais
evasiva consiste em tentar desviar nosso discurso nacional
das minorias.
sobre a desigualdade para uma discussão sobre os possíveis
problemas com a educação. E isso é uma evasiva porque,
independentemente do que as pessoas sérias querem acreditar, a) Com a instalação da ditadura, estudantes e intelectuais
o crescimento da desigualdade não gira em torno da educação; tiveram mais liberdade, na medida em que passaram a
é uma questão de poder. Que fique claro: eu sou a favor de uma participar ativamente do processo de conscientização popular.
melhor educação. A educação é minha amiga e deve estar b) A UNE (União Nacional dos Estudantes) e os grêmios
disponível e acessível a todos. Mas vejo pessoas insistindo que estudantis, por meio de campanhas de mobilização,
as carências educacionais estão na raiz da baixa criação de conseguiram assegurar uma política educacional pública e de
emprego, da estagnação dos salários e do aumento da qualidade.
desigualdade. Isso soa sério e atencioso. Mas na verdade é uma c) O movimento da Jovem Guarda expressou a vivência da
visão muito em desacordo com as evidências, para não juventude universitária empenhada na militância política de
mencionar uma maneira de se esconder do debate real, contestação ao regime militar.
inevitavelmente partidário. Na visão centrada na educação, a d) O governo militar proibiu a existência da UNE e buscou, por
história de nossos problemas é assim: vivemos em um período meio da repressão, estabelecer o controle sobre os jovens,
de mudança tecnológica sem precedentes, e muitos desmantelando as organizações estudantis.
trabalhadores norte-americanos não têm as habilidades para e) A juventude contou com o avanço das políticas de inclusão
lidar com essa mudança. Este “déficit de competências” está social.
travando o crescimento, porque as empresas não encontram os
trabalhadores dos quais necessitam. Ele também alimenta a 32. O gráfico a seguir mostra as taxas de homicídios por 100 mil
desigualdade, pois os salários sobem para os trabalhadores habitantes de acordo com a faixa etária, em 2012. Segundo Julio
com a formação necessária, mas permanecem estagnados ou Jacobo Waiselfisz, diversos estudos vêm demonstrando que as
caem para os menos escolarizados. Então, o que nós epidemias e doenças infecciosas, que há cinco ou seis décadas
precisamos é de mais e melhor educação. eram as principais causas de morte, hoje foram substituídas por
causas externas, tais como mortes de trânsito e homicídios.
KRUGMAN, Paul. Crescimento da desigualdade social gira em torno do poder, não da educação. Uol Notícias, 24 fev. 2015.
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/paul-krugman/2015/02/24/ crescimento-da-desigualdade- Analise o gráfico e assinale a proposição correta.
social-gira-em-torno-do-poder-nao-da-educacao.htm>. Acesso em: 20 jul. 2015.

Segundo o trecho, o problema da desigualdade:

a) está relacionado às relações de poder.
b) só será resolvido pelas mudanças curriculares do Ensino
Superior.
c) deve-se aos baixos níveis educacionais nos países europeus
e, sobretudo, asiáticos.
d) deve-se ao avanço das tecnologias, que faz reduzir as
assimetrias entre os países.
e) relaciona-se ao baixo crescimento do PIB dos países, que
afeta a educação.
Fonte: WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2014. p. 70. Disponível em:

30. /
<www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014 Mapa2014_JovensBrasil.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2015.

a) As mortes violentas ocorrem, em sua maioria, entre a

população mais vulnerável em função da idade, sendo os
adultos acima de 49 anos os mais atingidos.
b) As taxas de violência demonstradas no gráfico se devem
exclusivamente à herança da ditadura civil-militar no Brasil.
c) Os jovens entre 15 a 29 anos constituem a faixa etária mais
atingida pela violência, razão pela qual se justifica a
necessidade de políticas públicas voltadas para esse grupo
social.
d) A juventude entre 25 e 29 anos é a faixa mais atingida pela
A análise sociológica das duas situações representadas na
violência urbana.
imagem nos permite afirmar que:
e) Entre as razões que explicam as taxas de homicídio na
população mais jovem estão a redução das desigualdades
a) os dois jovens têm condições iguais para a realização de uma
sociais e o acesso à escolarização de qualidade.
vida profissional satisfatória.
b) é justo dar o mesmo tratamento aos jovens, ainda que
33. Leia o seguinte fragmento e assinale a alternativa que indica
estejam em condições desiguais. A dificuldade da jovem no
o seu tema:
segundo quadrinho é de ordem individual, cabendo a ela
Entre os meios de comunicação de massa, da televisão à
encontrar a melhor saída para sua vida.
grande imprensa, passando pelas rádios, revistas, etc.,
c) as condições diferenciadas dos indivíduos na estrutura social
assistimos a uma avalanche de produtos especialmente
são decorrentes da forma de ser natural da sociedade e,
dirigidos ao público adolescente e juvenil (os cadernos teen nos
portanto, não devem sofrer intervenções políticas.
grandes jornais, programas de auditório na televisão, programas
d) as condições diferenciadas dos indivíduos na estrutura social
só de rock ou de rap nas rádios e canais de televisão, revistas
permitem a desconstrução do discurso meritocrático. Enquanto
de comportamento, moda e aconselhamento, etc.), mas
o jovem tem o apoio da família, possibilitando a ele uma
também ao crescimento de noticiário a respeito de jovens. De
vantagem adicional, a jovem encontrará mais dificuldades em
forma geral, grosso modo, pode-se notar uma divisão nestes
se inserir no mercado de trabalho pelas dificuldades em concluir
dois diferentes modos de tematização dos jovens nos meios de
seus estudos.
comunicação. No caso dos produtos diretamente dirigidos a
e) o lugar social que cada um dos jovens conquistar será fruto
esse público, os temas normalmente são cultura e
exclusivo de seus esforços pessoais.
comportamento: música, moda, estilo de vida e estilo de
aparecimento, esporte, lazer.
31. Assinale a alternativa que aponta corretamente uma das ABRAMO, Helena. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. In: Juventude e Contemporaneidade.
Brasília: Unesco, MEC, ANPEd, 2007. p. 73.
principais consequências que o regime ditatorial militar (1964 a
1985) trouxe para a juventude brasileira: a) As políticas sociais voltadas à juventude.
b) A atenção à juventude se deve à sua maior possibilidade de A Agenda 21, em seu capítulo 12, definiu a desertificação como
inserção no mercado de trabalho formal. sendo “a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e
c) A preocupação em desenvolver projetos destinados à sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as
educação do jovem. variações climáticas e as atividades humanas”, sendo que, por
d) A atenção do mercado ao desenvolver mercadorias e “degradação da terra”, se entende a degradação dos solos, dos
produtos da indústria cultural para potenciais consumidores. recursos hídricos, da vegetação e a redução da qualidade de
e) A intenção dos meios de comunicação em contribuir para a vida das populações afetadas.
formação política, social e cultural dos jovens.
Disponível em: <www.iicadesertification.org.br/index.php/ desertificacao/8-servicos/desertificacao/62-o-que-e-desertificacao>.
Acesso em: 28 jan. 2016.

34. Vários crimes contra a natureza são dolorosamente

memoráveis. O primeiro a chamar a atenção mundial foi a Entre os fatores resultantes de atividades humanas que
destruição atômica em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, que provocam desertificação, não podemos citar:
matou pelo menos 150 mil japoneses e deixou o ambiente local a) certas práticas de irrigação.
radioativo por décadas. Outra tragédia nuclear, a explosão de b) mineração.
um reator na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, tirou a c) desmatamento devido à pecuária extensiva e ao
vida de 10 mil pessoas e afetou milhares de quilômetros de uso de madeira para fins energéticos.
florestas. Outras tristes lembranças são os derramamentos de d) as atividades agrícolas das populações indígenas
óleo no mar do Alasca, em 1989, e na costa espanhola, no ano com a prática da rotação de culturas.
passado [2002]. Ou o vazamento de gases tóxicos em Bhopal, e) monoculturas que exaurem o solo.
na Índia, em 1984, considerado o pior acidente químico da
história. 37. Quase todos os dias, os jornais estampam notícias sobre a
necessidade de mudar a matriz energética mundial, combater o
RATIER, Rodrigo. Quais foram os maiores desastres ecológicos do mundo? Disponível em:
<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-foram os-maiores-desastres-ecologicos-do-mundo>. Acesso em: 11 jul. uso indiscriminado de combustíveis fósseis e utilizar fontes de
2015.
energia renováveis e menos poluentes. As mudanças
O fragmento do texto destaca uma série de desastres climáticas, também causadas pela emissão dos gases
ecológicos ocorridos no século XX e no início do século XXI, em poluentes oriundos da produção de energia, e a necessidade
diferentes regiões do planeta. O que eles têm em comum? econômica e estratégica de depender menos do petróleo e de
outros combustíveis fósseis são razões para isso. Não é à toa
a) Foram causados pelo ser humano, tendo ocasionado grandes que entre essas notícias há tantas sobre o Brasil.
danos ao ambiente. MAlZONI, Isabel. Entenda a matriz energética brasileira. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica pedagogica/energia-brasil-pais-presente-matriz-nergetica 586688.shtml>.
b) Foram ocasionados por erros pessoais, mas resolvidos em Acesso em: 13 jul. 2015. Das fontes de energia elencadas abaixo, assinale a

curto espaço de tempo pela solidariedade dos cidadãos que,

prontamente, atuaram para minorar o sofrimento humano. que não é renovável:
c) Resultaram dos conflitos da Guerra Fria.
d) Esses episódios foram desastres que não se repetiram em a) hidroeletricidade
nenhum momento da história da humanidade. b) geotérmica
e) Dos episódios relatados, apenas o de Chernobyl se deveu à c) petróleo
ganância humana pelo lucro. d) energia eólica
e) solar
35. Os desastres ambientais naturais (decorrentes da natureza)
ou aqueles provocados pela ação humana têm feito um 38. (Enem 2015)
crescente número de vítimas em diversas partes do mundo. Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma
Sobre esses desastres, assinale na lista abaixo aquele que se certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem
deveu a aspectos naturais que fogem ao controle da ação das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação
humana. noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a
a) Em março de 1989, um petroleiro deu início a um danoso percepção temporal começa a se pautar pela marcação do
derramamento de óleo após colidir com rochas, matando relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação
milhares de animais marinhos e aves. tradicional entre trabalho e descanso — todas as partes do dia
b) Em 1987, um acidente levou ao vazamento de césio-137, podem ser aproveitadas produtivamente.
material radioativo utilizado em aparelhos radiológicos, em
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza:
Goiânia (GO). Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado).

c) Em 2001, uma plataforma de petróleo explodiu

no golfo do México, provocando um derrama mento de óleo Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada
que contaminou a costa sul dos no texto teve como consequência a
Estados Unidos. a) melhoria da qualidade da produção industrial.
d) Em Guiyu, conhecida como “cidade-lixo da China”, 81,8% das b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
crianças pesquisadas apresentam taxas de chumbo no sangue c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios
acima do que se considera seguro. A cidade recebe um milhão horários.
de tonelada de resíduos dos Estados Unidos, Canadá, Japão e d) diminuição das exigências de esforço no trabalho
Coreia do Sul. com máquinas.
e) Em 2004, um tsunami causou a morte de milhares de pessoas e) ampliação do período disponível para a jornada de
na Indonésia, Malásia, Maldivas e outros países do oceano trabalho.
Índico.
39. (Enem 2015)
36. leia a seguinte definição de desertificação: Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem
A discussão conceitual sobre desertificação evoluiu durante os moderno está esmagado por um profundo sentimento de
anos 1980 e se consolidou no documento discutido e aprovado impotência que o faz olhar fixamente e, como que paralisado,
durante a Conferência do Rio em 1992, a Agenda 21. para as catástrofes que se avizinham. Por isso, desde já,
saliente-se a necessidade de uma permanente atitude crítica, o
único modo pelo qual o homem realizará sua vocação natural
de integrar-se, superando a atitude do simples ajustamento ou
acomodação, apreendendo temas e tarefas de sua época. GABARITO

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
1. E;
Paulo Freire defende que a superação das dificuldades e a 2. C;
apreensão da realidade atual será obtida pelo(a) 3. E;
4. B;
a) desenvolvimento do pensamento autônomo. 5. B;
b) obtenção de qualificação profissional. 6. C;
c) resgate de valores tradicionais. 7. B;
d) realização de desejos pessoais. 8. C;
e) aumento da renda familiar. 9. C;
10. C;
40. (Enem 2015) 11. D;
Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a 12.B;
nossa, é compreensível que os simples vínculos de pessoa a 13.A;
pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência 14.D;
para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido 15. E;
quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações 16. A;
pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas 17. B;
entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela 18. A;
um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira 19. B;
parece ter sido, por essa época, uma acentuação singularmente 20 . A;
enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma 21. B;
estagnação ou antes uma atrofia correspondente das 22. A
qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras. 23. E;
24. C;
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 25. D;
1995.Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, 26. B;
segundo a análise do historiador, na 27. E;
28. E;
a) rigidez das normas jurídicas. 29. A;
b) prevalência dos interesses privados. 30. D;
c) solidez da organização institucional. 31. D;
d) legitimidade das ações burocráticas. 32. D;
e) estabilidade das estruturas políticas. 33. D;
34. A;
41. (Enem 2015) 35.E;
Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de 36.D;
uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto na 37. C;
Guerra do Afeganistão: ela escreveu que — embora amasse 38. ____;
muito seu pai — estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo 39. ____;
por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, 40. _____;
elas foram entendidas como manifestação “normal” de 41. ____;
patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência
mental simples e imaginar uma menina árabe maometana
pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a
respeito do pai que lutava pelo Talibã — não é necessário
pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação.

ZIZEK, S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Boitempo, 2003.

A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio

cultural do(a)

a) prática da diplomacia.
b) exercício da alteridade.
c) expansão da democracia.
d) universalização do progresso.
e) conquista da autodeterminação.