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Faculdade Pitágoras

Jeitinho Brasileiro

Professor: Ademir Gargary

Aluno (s): Daniel Victor Fonseca (Engenharia Mecânica)

Gleisiane de Souza Gomes (Engenharia de Produção)

Sala: 621

16 de setembro de 16
O jeitinho brasileiro pode ser visto como uma característica cultural quanto
uma ação corruptível, descumprindo normas e leis. O artigo Jeitinho brasileiro:
analisando suas características e influências nas práticas organizacionais escrito
pelo autor Leonardo Flach, enfatiza aspectos importantes e relevantes quanto ao
assunto, considerando uma ação positiva ou negativa. Já o artigo Jeitinho brasileiro
controle social e competição, escrito por Fernando C. Prestes Motta e Rafael
Alcadipani, abordam a prática como característica cultural brasileira, indo além dos
preceitos éticos e igualdade social, como também uma forma de competição entre
indivíduos e instituições, entre instituições e entre países. Podendo ser encarado
como uma forma de se obter sucesso econômico, saindo do formalismo instituído
por órgãos governamentais.
O jeitinho brasileiro pode ser considerado como uma forma alternativa de
driblar os imprevistos do dia a dia. Podemos especificar alguns tipos de uso do
mesmo, como por exemplo, uma forma de “favor” ao próximo, como também o uso
da criatividade para solucionar certos tipos de problemas, como uma forma de
infringir leis e normas. O seu uso pode ser aplicado de diversas maneiras e em
diversas áreas como no uso de atalhos, economia de esforços, informalidade, abuso
de autoridade, dentre outros. Essas aplicações podem ser interpretadas de forma
benéfica ou não, em determinadas áreas pode se passar de cultura á corrupção,
podendo gerar penalidades. Podemos analisar que mesmos os atos sendo
considerados corruptíveis, continuam sendo executados devido à falta de
fiscalização, gerando a impunidade perante os atos. De acordo com Leonardo Flach
os aspectos tanto culturais quanto sociais podem influenciar ou serem influenciados
por organizações. Essa ação pode ser considerada um ato típico do brasileiro,
sendo observado pelos antropólogos como Barbosa (1982) e DaMatta (1983). De
acordo com Damatta a forma de agir do brasileiro é comparada a postura social
estrangeira em relação às leis, onde o estrangeiro lhe da de forma formal em suas
resoluções, diferente do brasileiro que se caracteriza como violador das leis.
Enfatizando o uso do jeitinho brasileiro como cultura, verificamos que o autor
faz um estudo sobre o comportamento do brasileiro em seu cotidiano, destacando
sua força de vontade e superação, não deixando se levar pelos problemas surgidos,
usando de estratégias para concluir seu objetivo, fazendo com que o mesmo quebre
regras, leis ou padrões, podendo ser comparado à forma de “levar vantagem em
tudo”, conhecida essa expressão como lei de Gerson. O autor principal aborda
outros autores que desenvolveram pesquisas sobre o assunto. No ponto de vista de
Souza (2005) esse comportamento interfere numa forma de convencimento e
sentimentalismo pessoal, utilizando-se verbalmente para que seus objetivos sejam
alcançados. O autor faz uma comparação em relação à telecomunicação, mais
precisamente cliente (callcenter) onde foi constatado uso linguístico como um traço
da cultura brasileira, porém na conclusão de sua pesquisa o mesmo obteve de
conclusão errada quanto a analise da formalidade usada nas ligações, expressando
ser uma forma de o cliente não ter a oportunidade de fazer certos tipos de perguntas
consideradas pelo autor como inconvenientes ou inoportunas. Havendo uma
irrelevância do que pode se dizer correto perante a sociedade, devido não ter havido
quebra de regras ou padrões.
Outra pesquisa abordada foi referente as organizações, trabalho realizado por
Fonseca e Castor (2005), tendo influência no tema o ponto de vista intra e
intercultural. Os mesmos destacaram o jeitinho brasileiro como uma característica da
cultura brasileira tendo ligação quanto às atividades de comunicação em diversas
áreas, mostrando a personalidade do brasileiro diante de diferentes status, cargos
ou contato com pessoas de outros lugares, que não fazem parte do convívio no
cotidiano. Foi verificada a facilidade que o brasileiro depara nessas relações
viabilizando o contato interpessoal, se sobressaindo na forma de lidar com as
pessoas. Porém essa característica pode ser modificada quando o mesmo sofre
uma crítica pessoal, gerando uma dificuldade de comunicação.
Por outro lado o jeitinho brasileiro pode ser visto de forma negativa devido no
ato de descumprimento de normas e leis, burlando a burocracia para se obter uma
solução imediata, pode ser visto como ''ato de malandragem'', mais precisamente
sendo um ato corrupto podendo acarretar certos tipos de transtornos tanto para
quem comete, como também sendo prejudicial para a sociedade como um todo. O
autor Leonardo Flach chegou a conclusão de seu artigo demonstrando que o uso do
jeitinho brasileiro não necessita apenas atender a todas as características, onde a
mesma pode ter pontos positivos ou negativos, tendo relevância que na maior parte
desse uso o ponto negativo se sobressai ao ponto positivo.
Já o artigo Jeitinho brasileiro controle social e competição, escrito por
Fernando C. Prestes Motta e Rafael Alcadipani, abordam o jeitinho brasileiro como
um ato de informalidade, diferenciando a lei versa e a conduta concreta, como
também a geração de punição no ato de infringir a lei. O jeitinho tem como objetivo
ultrapassar regras, normas, leis e dentre outros. Sendo assim o mesmo pode ser
caracterizado como controle social pela competição econômica e pelo amor.
O autor tem o jeitinho como uma ação importante para a sociedade brasileira,
ele esclarece esse fenômeno exemplificando uma forma de favor ao próximo,
caracterizando-se como alguns traços histórico-culturais brasileiros, sendo atribuído
valor a pessoa, superando o interesse coletivo. O formalismo se da por uma ação
distorcida onde a sociedade em estado estruturado não tem compatibilidade com a
realidade vivida no dia a dia. Sendo assim o brasileiro utiliza de artifícios para
alcançar seus objetivos sendo uma forma pessoal, não levando em consideração as
normas e leis que por sua vez são impostas, porém irrelevante devido que nem
todos a cumprem de forma rígida, tal fato é abordado como “operações-padrão”. Em
relação à competição podemos destacar seis maneiras de se obter controle social,
como o controle organizacional, controle dos resultados, como no ato de confiança,
controle pela saturação, dentre outros (Enriquez, 1990). Sendo ações interligadas,
para se obter sucesso econômico.
Contudo o que se é observado em ambos os textos, é que o jeitinho brasileiro por
vezes considerado uma forma cultural, não pode ser arrancado da sociedade, por
fazer parte da nossa característica pessoal. Podemos averiguar que em alguma
situação em nossa vida, usamos o jeitinho brasileiro, não com a intenção de
prejudicar o próximo, mas de superarmos as adversidades impostas pela vida.
Entretanto é importante conhecer mais a fundo o tema abordado, podendo ser visto
por muitos como um assunto polêmico quando o ato deixa de ser cultura passando a
ser uma ação negativa, o ato de infringir leis e normas, burlar a burocracia, não pode
ser encarado de forma benéfica, por mais que os órgãos governamentais na maioria
das vezes agem de forma corrupta, não podemos agir por cima de erros alheios. Ao
“tratarmos o assunto como uma forma de se “fazer justiça”, ou ‘‘não vou fazer por
que a maioria das pessoas não fazem” criamos uma imagem negativa para outros
povos. Muitos conhecem o Brasil como um país que se utiliza de malandragem para
solucionar vários tipos de problemas, ou esse uso pode ser visto como a “utilização
de gambiarra” ou tecnicamente falando ''artifício técnico'', isso pode acarretar vários
problemas para nossa sociedade. Perante os artigos abordados e unindo os pontos
de vista dos autores podemos dizer que o jeitinho pode se caracterizar como uma
ação que visa obter benefício particular perante uma resolução considerada prática,
utilizando de criatividade. A antropologia e a sociologia associam o mesmo como
aspecto da cultura brasileira. A prática do jeitinho chega ao questionamento de se é
correto ou não, se é ético ou antiético. As justificativas são amplas, podendo ser
diversificadas e separadas por tipos de aplicações e opiniões individuais. No ato em
que se destaca a forma de beneficiar uma pessoa e prejudicar as demais, ou
transgredir normas e leis, o infrator pode ser considerado corrupto.

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