Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2018
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade
Conselho Editorial
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais
Dra. Cacilda Nacur Lorentz – Universidade do Estado de Minas Gerais
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy
Formato: PDF
ISBN: 978-85-93729-95-9
DOI: 10.5935/978-85-93729-95-9.2018B001
CDD-658
www.poisson.com.br
contato@poisson.com.br
Sumário
Capítulo 1: Implantação da metodologia Workload Control (WLC) para
redução do tempo de lead time do setor de corte e dobra do processo
de fabricação de uma indústria do setor metal-mecânico.............................................................
7
Juan Pablo Silva Moreira, Saulo Fonseca Soares, Célio Adriano Lopes, Janaína
Aparecida Pereira
229
Autores: ..........................................................................................................................................
Capítulo 1
Entretanto, Miguel (2001) destaca que ocorrência, foi desenvolvida, por Palady
estes índices permitem que as (1997), uma estimativa que explana a
organizações visualizem imperfeições que escala de ocorrência (quadro 3), fazendo
não refletem nos níveis de qualidade reais com que seja possível demonstrar que a
ou de alguns setores da organização. Para incidência de uma determinada falha. Este
tanto, a fim de identificar o percentual de
RISCO
2. Falha na união das peças dobradas 7 4 3 84
MODERADO
REFERÊNCIAS
[1]. BLACK, J. T. O Projeto da Fábrica com [4]. CHRISTOPHER, M. Logística e
Futuro. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. gerenciamento da cadeia de suprimentos:
criando redes que agregam valor. 2.ed. São
[2]. CHASE, R.; JACOBS, F. R.;
Paulo: Cengage Learning, 2009.
AQUILIANO, N. Administração da Produção
para a Vantagem Competitiva. 10 ed. Porto [5]. DARÚ, G. H.; LACERDA, V. C.
Alegre: Bookman, 2006. Utilização de Programação Dinâmica
Multirotulada para Balanceamento do Uso de
[3]. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação ao
Ferramenta. In: Congresso Nacional de
Planejamento e Controle da Produção. São Matemática Aplicada e Computacional, 28. São
Paulo: Mcgraw-Hill, 1990.
Paulo. SENAC, 2005.
APENDICES
Apêndice A – Representação do Diagrama homem-máquina do setor de corte e dobra com dois
colaboradores
Setor Corte e Dobra
Homem Máquinas
Tempo Tempo Máquina 1 - Tempo Máquina 2 - Tempo
Operador 1 Operador 2
(min) (min) Guilhotina (min) Dobradeira (min)
Selecionar Chapa 2 Selecionar Chapa 2 Parado 2 Parado 2
Transporte da Transporte da
3 3 Parado 3 Parado 3
Chapa Chapa
Marcação do Corte 1,5 Parado 1,5 Parado 1,5 Parado 1,5
Corte da
Corte da Chapa 0,5 Parado 0,5 0,5 Parado 0,5
Chapa
Marcação da
Parado 0,4 0,4 Parado 0,4 Parado 0,4
Dobra
Dobrar a Peça 3 Dobrar a Peça 3 Dobrar a Peça 3 Dobrar a Peça 3
Encaminhar para Encaminhar para
2,5 2,5 Parado 2,5 Parado 2,5
Montagem Montagem
Percentual 93,02 Percentual 92,24 Percentual Percentual 23,25
3,87%
Trabalhado % Trabalhado % Trabalhado Trabalhado %
Capítulo 2
𝑌 = 𝑎 + 𝑏𝑋 (Equação 1)
∑ ⋎= 𝑛𝑎 + 𝑏∑𝑋 (Equação 2)
(Equação 4)
∑(⋎−Ŷ)²
𝑆𝑦= √ (Equação 5)
n−2
Na qual
𝑆𝑦 = desvio padrão correspondente à área sob a curva normal;
Ŷ= valores previstos para o período t;
⋎= valores reais do período t;
n= o número de períodos t;
2
∑(Ŷ−Ӯ)
𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜 = 𝑜𝑢 𝑟 2 (Equação 6)
∑(⋎−Ӯ)2
Onde:
Ӯ = média dos valores reais da demanda;
Ŷ= valores previstos da demanda para o período t;
⋎= valores reais da demanda do período t;
Uma série temporal é uma sequência de O método da média móvel simples é utilizado
observações da demanda ao longo do tempo. para estimar a média de uma série temporal.
Em geral, as observações são espaçadas É um método eficiente quando a demanda é
igualmente (dias, semanas, meses, trimestres, estacionária, ou seja, quando ela varia em
anos etc.) A hipótese básica no uso de séries torno de um valor médio. (MOREIRA, 2014)
temporais é a de que os valores futuros das
Calcula-se a média para os n períodos de
séries podem ser estimados com base nos
tempo mais recentes, como mostrado na
valores passados. (MOREIRA, 2014)
Equação 7:
∑ ⃒⋎−𝐷⃒
𝑀𝐴𝐷 = (Equação 8)
𝑛
∑(⋎−𝐷)²
𝑀𝑆𝐸 = (Equação 9)
𝑛−1
∑ ⃒⋎−𝐷⃒
𝑆𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑛𝑖𝑡𝑜𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = (Equação 10)
𝑀𝐴𝐷
Onde:
n= o número de períodos t;
⋎=demanda real;
D= demanda prevista.
Optou-se pelo uso do método de Regressão relacionados à venda do produto foi possível
Linear Simples e a partir dos dados se obter a equação 11.
Com o uso da Equação 11 foi possível obter seguinte. Tais valores são apresentados na
previsões mensais de vendas para o ano tabela a seguir.
Para este produto que se encontra na fase de O segundo produto analisado foi o iogurte de
crescimento, o método de Regressão Linear salada de frutas. Por ser um produto que foi
se mostrou satisfatório e adequado. Esta introduzido no mercado há pouco tempo e
satisfação ao modelo pode ser comprovada apresentar lento crescimento de vendas
por meio da análise do Coeficiente de acredita-se que ele está na fase de
Correlação, que apresentou um valor entre 0,8 introdução. Suas vendas podem ser
a 1 indicando uma correlação muito alta das observadas através do gráfico a seguir.
variáveis.
Para se ter uma melhor estimativa calculou-se
os limites inferior e superior da previsão de
demanda.
Para estimar a previsão de venda para este Regressão Linear Simples. De acordo com
produto também foi utilizado o método de esse método obteve-se a equação 12:
Fazendo projeções mensais de vendas, Regressão Linear Simples, pois mesmo que o
obteve-se a relação dos resultados ta Tabela crescimento das vendas seja lento ele ocorre
5. gradativamente. A eficiência dos dados pode
ser comprovada devido à alta correlação
De acordo com a análise para utilização de
obtida entre as variáveis.
possíveis métodos verificou-se que o mais
adequado à situação é o método de
Para realização dos cálculos de previsão de Os dados coletados são referentes ao período
demanda do leite pasteurizado, optou-se por entre julho de 2015 a junho de 2016.
utilizar o Método Estatístico da Média móvel
Calculou-se a previsão de demanda
Simples, pois trata-se de um método eficiente
utilizando-se os valores n=2, n=3, n=4 e n=5,
quando a demanda é estacionária, ou seja,
conforme apresentado no gráfico seguinte:
quando ela varia em torno de um valor médio.
2900
2800
Previsão de Vendas
2700
n=2
2600
n=3
2500
n=4
2400 n=5
2300
2200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
REFERÊNCIAS
[1]. BUSSAB, W. Análise de variância e de [7]. LUSTOSA, L. et al. Planejamento e
regressão. S. Paulo: Atual, 1998. Controle da Produção. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.
[2]. FILHO, E.R. Projeto do Produto - Apostila.
8ª Ed. Belo Horizonte: LIDEP/DEP/EE/UFMG, 2006. [8]. MOREIRA, D. A. Administração da
produção e operações. 2. ed. rev. e ampl. São
[3]. FONSECA, J. J. S. Metodologia da
Paulo: Cengage Learning, 2014.
pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
[9]. RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J.
[4]. KAIO, R. O que é o Ciclo de Vida do
Administração da produção e operações. São
Produto. Disponível em: <
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
http://ramonkayo.com/conceitos-e-metodos/o-que-
e-o-ciclo-de-vida-do-produto-cvp>Acesso em: 24 [10]. VOLLMANN, T.; BERRY, W.; WHyBARK,
jun. 2016. D.; JACOBS, F. Sistemas de planejamento &
controle da produção para o gerenciamento da
[5]. KOTLER, P. Administração de marketing. cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman,
São Paulo: Ediouro, 1991.
2006.
[6]. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios
de Marketing. 12 ed. São Paulo: Prentice-Hall,
2007.
Capítulo 3
informação gerada, e então com este banco devida representatividade dos fundamentais
de dados promove um novo processo de componentes críticos envolvidos (técnicos,
tomada de decisões, e, por consequência, econômicos e operacionais);
exige elevados padrões de confiabilidade
A versatilidade necessária para adaptar as
para os planos de lavra [21].
suas variações;
Sustentado nesta nova dimensão das técnicas
A agilidade de resposta para identificar,
de planejamento de lavra, diante dos projetos
controlar, monitorar e apresentar soluções
de mineração atuais, é indispensável
alternativas, caso estas sejam necessárias,
conhecer os conceitos e inovações na área
independentemente de estarem estas
de planejamento de lavra. Os profissionais
associadas a distinção de valores entre os
empenhados à projetos de mineração, gestão
teores esperados e os teores reais,
de operações mineiras e planejamento de
modificações da escala de produção, ou
lavra carecem de atualização frequente ciente
mesmo oscilações dos preços dos produtos.
que novas práticas vêm sendo implantadas
na indústria com urgência nos últimos anos. Novas tecnologias têm sido amplamente
Empreendimentos de médio e pequeno porte reconhecidas como a chave para alcançar
em médio prazo necessitam implantar novos melhores índices de competitividade na
procedimentos ligados ao planejamento de indústria da mineração, garantindo, entre
lavra [20]. outros benefícios, a redução de custos, além
de ganhos em flexibilidade e produtividade.
Entretanto, o período para a aceitação e
3.3 TÉCNICAS ESTRATÉGICAS NO mesmo a capacidade de identificar e
PLANEJAMENTO DE LAVRA assimilar os benefícios oriundos de novas
tecnologias é significativamente maior na
O princípio do sucesso na gestão de uma
indústria da mineração, em comparação com
empresa de mineração, evidenciada pela
indústrias de outras atividades. Em grande
competitividade presente na economia de
parte, isto se deve à dificuldade de se avaliar
mercado, está vinculada a eficientes métodos
projetos de naturezas tão distintas, que
de auxílio a tomada de decisões estratégicas,
contém índices de incertezas e riscos,
as quais sistematicamente demandam
incomuns em outras atividades industriais
significativos níveis de experiência prática e
[23].
conhecimento científico. De uma maneira
geral, a palavra estratégia implica, em Dentro do processo de planejamento de lavra
processo, criatividade, equipe, flexibilidade e foi sugerido que deve ser desenvolvido
objetivos [22]. segundo o enfoque de três horizontes
distintos [24]:
Os teores e propriedades físicas estão
distribuídas, de uma maneira pouco Planejamento da vida da mina: representa o
consolidada por toda extensão do corpo primeiro passo do processo de planejamento
mineralizado. Isto, frequentemente, dificulta de lavra e visa os seguintes objetivos: definir o
considerações na sua categorização, inventário das reservas lavráveis de minério,
descrição e previsão. A partir de informações segundo os parâmetros econômicos
normalmente escassas, projeções são assumidos; definir a capacidade de produção
realizadas sobre a composição, quantidade e para a vida da mina remanescente; definir os
disposição dos corpos mineralizados. As requisitos de infraestrutura; determinar os
imprecisões e os riscos potenciais desta custos de capital fixos e fornecer informações
conjuntura, precisam ser compreendidas e para tomadas de decisão estratégicas.
suas consequências devem ser
Planejamento de longo prazo: elabora a
cuidadosamente gerenciadas [22]. Se por um
estratégia de lavra e operação, visando os
lado, a tecnologia atual permite que sejam
seguintes objetivos: maximizar o retorno
mais fáceis e rápidas a modelagem geológica
financeiro para os investidores; minimizar o
e a criação de projetos de minas em três
risco para os investidores; e maximizar a vida
dimensões, esta também traz consigo os
útil da mina.
seguintes desafios para a criação de um
adequado planejamento estratégico de lavra Planejamento de curto prazo: define uma
[22]: restrição pelos objetivos do planejamento de
longo prazo, onde se busca que os objetivos
A urgência de elaborar projetos que
traçados no longo prazo possam ser
contenham mecanismos que assegurem a
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
37
traduzidos para as bases mensais, semanais abrangentes, o que deve plenamente ser
e diárias. Possui entre os principais objetivos: alcançado a partir de um bem elaborado
o controle de qualidade do material lavrado; o planejamento estratégico da lavra [27].
controle de custos; a utilização de
Com o cenário no setor mineral de ampla
equipamentos e a produtividade operacional.
competitividade e incertezas, a agilidade
Desde a Segunda Guerra Mundial e a partir operacional e a capacidade de adaptação a
da gradual redução das reservas mais mudanças, são reconhecidamente fatores
acessíveis, contendo teores mais altos, a críticos para o sucesso do empreendimento
indústria da mineração vem sendo de mineração. A agilidade e flexibilidade deve
pressionada a ter que trabalhar com reservas ser parte integrante do projeto e planejamento
contendo teores em declínio e com maior de lavra. Possibilidades de melhoria na
complexidade para a sua extração e viabilidade e otimização das operações
beneficiamento [25]. As consequências devem ser avaliadas e planos de
desses desafios têm apresentado três contingências devem ser criados, onde sejam
aspectos da tecnologia mineral, se tornando considerados necessários. A avaliação da
cada vez mais críticos: i) aperfeiçoamento dos flexibilidade operacional nas minas pode ser
métodos de lavra; ii) tecnologia mais eficiente conduzida por meio da comparação de
aplicada na recuperação metalúrgica; iii) cenários diferentes, em que as
planejamento estratégico de lavra mais consequências podem ser medidas para
sofisticado e abrangente. cada cenário específico, fundamentados na
produção da mina e no conjunto de custos
No entanto, o planejamento estratégico de
operacionais de cada cenário [28].
lavra consiste numa atividade que configura
uma complexidade diretamente proporcional
à sua importância, ou seja, advogam que um
3.4 TOMADA DE DECISÃO
estudo amplo do planejamento de lavra
abrange diversas questões e restrições [26]. Um processo de decisão envolve a escolha
Dentre estas, podemos relacionar: i) entre, no mínimo, duas alternativas para a
restrições da capacidade da usina de solução de um problema que terá
beneficiamento; ii) restrições geotécnicas; iii) consequências para o futuro, podendo ser:
restrições ambientais; iv) múltiplos destinos, imediato, de curto prazo, longo prazo ou a
com capacidades, taxas de produção e combinação entre as anteriores. Para a
custos operacionais distintos; v) restrições de tomada de decisão, a análise de cenários se
acessos e equipamentos; vi) pilhas de faz necessária para avaliação de alternativas
estocagem para acomodar múltiplos possíveis de serem implementadas de acordo
materiais; vii) preços variáveis dos produtos; com diferentes estratégias envolvidas na
viii) questões de mistura do material a ser decorrência de sua aplicação. Como a
lavrado, de modo a alcançar o teor objetivo elaboração de estratégias é, em sua
para a alimentação da usina de essência, um processo que envolve
beneficiamento; ix) incertezas na composição consequências em várias áreas, elas devem
e quantidade do corpo mineralizado; x) ser avaliadas em diferentes e complexas
variações dos preços dos produtos, entre áreas, tais como: tecnologias, humanas,
outros. sociais, econômicas, jurídicas, políticas e
institucionais, que muitas vezes tratam de
A estimativa de lucro potencial de um
fatores tanto qualitativos (que dependem do
investimento proposto para um projeto de
julgamento do tomador de decisão) quanto
mineração, particularmente no
quantitativos (que podem ser expressos em
desenvolvimento de novos depósitos, vem
unidades de medida monetária, peso, volume,
gradualmente recebendo maior atenção por
entre outros) [29].
parte de investidores e acionistas. Deve-se se
atentar que este tipo de empreendimento Após as etapas de dimensionamento da frota
demanda o comprometimento irreversível de necessária para movimentação da massa
considerável montante de capital, um planejada a cada ano, estimativa dos custos
julgamento pouco aprofundado pode conduzir operacionais e estratificação destes para
a uma grande perda financeira. Como melhor análise e comparativo dos cenários,
consequência disso, os investidores buscam cabe ao tomador de decisão a escolha do
projetos que contenham estimativas de cenário mais economicamente viável,
ganhos e riscos melhor elaboradas e mais considerando e ponderando os riscos de
cada alternativa, como mudanças no cenário que com essa tática proporciona uma maior
externo, possíveis perdas de produção no produtividade da frota e tomada de decisão
período de transição entre um processo e de forma mais rápida e eficaz. Com o
outro, erros de planejamento que possam aumento de produtividade pode resultar em
acarretar aumento dos custos de produção, um aumento na produção da mina ou até
entre outros. É de extrema importância mesmo influenciar no dimensionamento da
identificar, mensurar e analisar todos os riscos frota. Com um sistema de despacho eficiente,
envolvidos na mudança de qualquer processo junto a uma equipe de controle empenhada
produtivo, para que se possam tomar as em utilizar o recurso nas frotas de
devidas ações mitigadoras [29]. equipamento pode se obter ótimos resultados
relacionados a otimização das operações da
mina. Esse método fornece o número de
3.5 SISTEMA DE DESPACHO viagens e a produtividade efetiva por
equipamento, em diferentes frente de
O transporte de minério é uma das atividades
carregamento, através de um sistema de
mais importantes na operação de minas a céu
comunicação entre os equipamentos da mina
aberto [30]. As operações de transporte
e uma central de comandos, onde são
implicam grande investimento de capital e
contabilizadas as ocorrências apontadas pelo
recursos [31]. O minério é transportado da
próprio operador do equipamento no decorrer
mina até a britagem, e o estéril para os
da operação. Para que o sistema de
depósitos de estéril. O foco principal é
despacho seja eficiente é importante realizar
otimizar essas operações de modo a
treinamentos com a equipe envolvida antes
minimizar os custos de deslocamento, como
da implantação, salientando a importância da
consumo de diesel, manutenção de
colaboração de todos para o funcionamento
equipamentos, uma vez que o custo está
eficiente do sistema, gerando as informações
associado à distância média de transporte do
com precisão e confiabilidade, otimizando as
local de origem do material, as figuras (frentes
operações da mina em tempo real [35].
de lavra) demarcadas para lavrar e seu
destino final [32].
São utilizados os seguintes critérios no 3.6 INDICADORES DE DESEMPENHO
transporte de material por caminhões em
Indicador é o resultado de uma ou mais
minas a céu aberto: alocação estática e
medidas, tornando possível avaliar a evolução
alocação dinâmica. Na alocação estática, os
das operações a começar dos limites
equipamentos de transporte têm uma
estabelecidos. Diversos indicadores são
trajetória fixa entre um ponto de carga e outro
necessários para conseguir avaliar o
de descarga, ou seja, dessa forma ficam fixos
desempenho global ou atividade de uma
a esses dois pontos no decorrer de dado empresa, pois o indicador a ser analisado
período de tempo. Retratando agora a representa uma parte da empresa [36].
alocação dinâmica, os equipamentos de Algumas pesquisas enfatizam a importância
transporte não ficam alocados a um mesmo dos indicadores de desempenho, define
trajeto; dessa forma, caso aconteça alguma como um agrupamento de medidas que gera
mudança na operação alterando o ponto de informações a respeito do desempenho de
carga e descarga, o caminhão é colocado processos e produtos, contribuindo na
rapidamente para a nova rota Souza [33]. tomada de decisões. No entanto, a escolha
Ainda, a alocação estática é um método muito dos indicadores a serem utilizados deve ser
utilizado nas minerações de pequeno e médio feita com atenção, pois são fundamentais
porte devido a não ter a necessidade da para avaliar o desempenho do processo [37].
implantação de um sistema automático de Estudos ressaltam a importância de se
alocação, divulgado atualmente como sistema monitorar o desempenho de uma empresa por
de despacho. Este recurso, entretanto, meio dos indicadores de desempenho, com a
acarreta uma perda de produtividade devido função de medir os resultados, para posterior
à demora na tomada de decisão no decorrer comparação das metas aos possíveis desvios
das mudanças na operação, gerando filas de de performance [38]. É contínua a
caminhões nas praças de carregamento e necessidade de gerir informações de
ociosidade dos equipamentos de carga [34]. performance e ainda serem capazes de
O ganho com o uso do método da alocação realizarem o monitoramento. Tem sido
dinâmica de equipamentos de transporte é crescente a uso de indicadores, elemento
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
39
essencial para analisar novos indicadores [50]. A sigla KPI tem origem no
comportamentos de gestão e deve-se idioma inglês, mas está popularizada na
reconhecer que falar de desempenho refere- mineração brasileira [45]. São os mais
se a uma medição e utilização de indicadores importantes indicadores definidos por uma
[39]. Os mesmos auxiliam a gestão pela empresa [38].
qualidade total como uma forma, não como
Os KPI não devem ser alterados com
um meio e através deles pode-se acompanhar
frequência. Qualquer mudança ocorrerá
os resultados alcançados no processo [40-
quando a empresa está se aproximando da
41]. O passo inicial para se obter a excelência
realização da meta ou quando forem
é determinar um sistema de análise com base
alterados os seus objetivos. Todos os
em indicadores de desempenho [42].
resultados dos KPI são comparados às metas
Dentro dos indicadores de performance, são e daí calculam-se as variações e os
citados quatro tipos [43]: i) indicador chave resultados visualizados em gráficos. Estes
de resultado (key result indicator - KRI); ii) devem ser de fácil acesso aos funcionários da
Indicador de resultado (result indicator - RI); empresa divulgando semanalmente ou
iii) Indicador de performance (performance mensalmente [47].
indicator - PI); iv) Indicador chave de
Algumas unidades da mineradora Vale em
performance (key performance indicator -
Minas Gerais monitoram os indicadores de
KPI).
performance em áreas como manutenção de
Uma avaliação, programa ou plano de equipamentos, planejamento de lavra,
operação pode ser considerado um indicador. beneficiamento de minério, saúde e
Ao escolhê-lo devem-se comparar os segurança, operação de mina entre outras
resultados realizados com os programados ou áreas [52]. Estes são classificados em KPI e
previstos e medir o desvio. Os indicadores PI de acordo com a sua relevância. PI é uma
são porcentagem de cumprimento real e medida importante de gestão, mas não é
porcentagem do desvio [44]. As chave para o negócio, sendo um
características de um indicador devem ser: i) complemento para o KPI. As unidades de
fácil identificação; ii) medição do que é ferrosos próximas a Belo Horizonte controlam
importante; iii) fácil compreensão [41,44]. diversos tipos de indicadores que são
separados por itens de controles e variáveis,
Estudos ressaltam a necessidade de
estes sendo KPI ou PI [52]. Os controles feitos
determinar quais os indicadores de
pela área de manutenção de equipamentos
desempenho permitem medir a performance
são disponibilizados em painéis de
para o propósito da empresa, por referência
indicadores operacionais e cada KPI ou PI
de como está a gestão dos meios necessários
com a sua meta.
para atingir esse objetivo [41,44]. Importante
que os empregados sejam treinados e tenham Os KPI e PI são divididos por tipos de
conhecimento de todos os indicadores de indicadores [52]:
desempenho utilizados na empresa [40].
Operação (Disponibilidade física - DF): DF é o
quociente entre a soma das horas trabalhadas
e as horas paradas sobre o total de horas - de
3.7 INDICADORES CHAVE DE DESEMPENHO
equipamentos de carregamento, perfuração,
(KPI)
transporte e infraestrutura por equipamento.
Os Indicadores chave de desempenho (KPI) Esta medida é apresentada em porcentagem.
são definidos como uma associação de
Operação (Massa produzida de minério e
medidas que sucedem sobre as variáveis do
movimentação total de mina em um mês): A
desempenho organizacional, que são os mais
medida é apresentada em toneladas. Esse
preocupantes para o êxito atual e futuro de
controle afeta na remuneração variável.
uma empresa [43]. São variáveis métricas que
devem viabilizar a conferência de melhorias São ressaltados outros controles com
nos processos por meio de medidas do indicadores de desempenho feitos pela
desempenho no decorrer de processo, mineradora Vale em diversas áreas [52]:
analisando os objetivos da empresa, alguns
Planejamento de lavra (Aderência ao plano
autores salientam esses indicadores como
anual, IA e IC; aderência ao plano mensal, IA
taxas, proporções, porcentagens ou médias,
e IC; minério liberado): medidas apresentadas
nunca são como somente números [45-48].
KPI é um conceito que se retrata nos
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
40
atendem sempre à mesma frente, o modelo dois tipos: heuristc rule-driven, que despacha
faz alocação dos caminhões à frente [65]. o caminhão com base em uma regra
heurística; e plan-driven, que despacha o
caminhão com base em programação
Um modelo de programação linear por metas
matemática. Nesse trabalho, também retratam
foi considerado em uma pesquisa, alterando
sobre o sistema comercial “dispatch” [70].
as restrições não-lineares por restrições
lineares equivalentes, de forma a certificar a Fizeram uma pesquisa das principais
confiabilidade da solução gerada [67,55]. estratégias (1-caminhão para n-equipamentos
Esse modelo tem como objetivo resolver o de carga; m-caminhões para 1-equipamento
problema de alocação de equipamento de de carga; e m-caminhões para n-
cargas a frentes de lavra, o qual envolve os equipamentos de carga) utilizadas em
problemas de mistura de minérios e de sistemas de despacho de caminhões em
alocação de equipamentos. Apesar do minas de céu aberto, averiguando as
atendimento das metas de produção vantagens e desvantagens de cada uma [30].
requeridas nos testes desse modelo, pode-se Foi realizado uma avaliação comparativa das
dizer que sua definição consiste, inúmeras metodologias empregadas em tais
principalmente, na política de qualidade [67]. sistemas, determinando as metodologias
baseadas em Programação Linear e Dinâmica
Estudos apresentaram um modelo parecido
e em Heurística [32].
em 2004, porém usado à alocação estática de
caminhões [69]. Este modelo, que também se O sistema “dispatch”, desenvolvido pela
constitui na política de qualidade, teve bons Modular Mining Systems, este é um dos
resultados quanto ao atendimento das metas sistemas de despacho mais eficientes e
de produção e qualidade, nos testes utilizado em diversas minas a céu aberto [70-
realizados, porém com uma pequena redução 72].
de produtividade, apresentando que é
O sistema de despacho, assim como a
possível atingir as metas requeridas e otimizar
Modular Mining Systems, visa maximizar a
as operações de transporte e carregamento
produtividade com os equipamentos
[69].
disponíveis ou minimizar os equipamentos
Foi proposto juntamente com outros autores, necessários para atingir a produção
modelos de programação matemática para o desejada, de forma a minimizar as filas de
problema da blindagem de minério oriundo de caminhões nas carregadeiras e minimizar o
diversas frentes de lavra, com alocação tempo ocioso das carregadeiras (pode-se
dinâmica e estática de caminhões, dizer que define o despacho de acordo com a
objetivando ao atendimento de metas de política de produtividade), além de ajudar a
produção e qualidade, modelou o mesmo atingir os objetivos de blendagem das
problema com uma metodologia de operações. Para isso, o “dispatch” realiza um
otimização baseada na meta heurística despacho dinâmico, com monitoramento
Método de Pesquisa em Vizinhança Variável. constante da seleção da rota e da localização
Por meio desse estudo, mostraram que a e do status do caminhão e da carregadeira
heurística desenvolvida é eficaz ao encontrar [71-73].
soluções finais de qualidade mais
Esse sistema objetiva maximizar a
rapidamente que os métodos baseados em
produtividade com equipamentos disponíveis
programação matemática [69]. Foi realizada
ou minimizar o uso de equipamentos sem
uma revisão acerca das principais
necessidade, otimizando assim as operações
metodologias e estratégias utilizadas em
para atingir a produção orçada, minimizando
sistemas de despacho de caminhões em
filas de caminhões e ociosidade das
minas a céu aberto. Os sistemas
escavadeiras. Utilizando o sistema de
computadorizados de despacho estão em
despacho, o motorista do caminhão solicita
maior utilização, em minas a céu aberto, para
uma alocação no início do trajeto, ao iniciar as
melhorar a utilização e produtividade dos
operações, e o sistema indica quando o
equipamentos [30-34].
caminhão chega e quando ele é carregado,
Elaboraram uma revisão das principais através da apropriação do operador no
estratégias utilizadas em sistemas sistema dentro do seu equipamento [71]. O
computadorizados de despacho, analisando “dispatch” utiliza uma lógica de alocação por
detalhes da formulação matemática de cada programação dinâmica e consiste de três
uma. Dividem os sistemas de despacho em subsistemas: determinação do melhor
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
43
REFERÊNCIAS
[1]. HILLIER, F. S., LIEBERMAN, G. J., (2013) [12]. KOPPE, J., (2007) A lavra e a indústria
Introdução à pesquisa operacional. 9. ed. São mineral no Brasil-estado da arte e tendências
Paulo: McGraw-Hill. tecnológicas. Tendências - Brasil 2015 -
Geociências e Tecnologia Mineral, Parte II -
[2]. RACIA, I.M., (2016) Desenvolvimento de
Tecnologia Mineral, CETEM-Centro de Tecnologia
um modelo de dimensionamento de equipamento Mineral, Rio de Janeiro.
de escavação e de transporte em mineração. Porto
Alegre: Universidade Federal Do Rio Grande Do [13]. SILVA, V. C., (2009) Carregamento e
Sul,2016. transporte de rochas. Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto.
[3]. RODOVALHO, E. C.(2013) Aplicação de
Ferramentas de Simulação em Operações Mineiras [14]. HARTMAN, H.L; MUTMANSKY, J.M.,
para Determinação de Índices Operacionais (2002) Introductory Mining Engineering.
Utilizados em Planos de Lavra Adaptados ao John Wiley & Sons.570 pág.
Estudo de Caso da Mineração Casa de Pedra -
[15]. SOUZA, R. A., (2013) Análise e Controle
CSN. 2013. 111 p. Dissertação (Mestrado). Escola
dos Índices de Aderência e Cumprimento para
de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto,
Planos de Lavra. 2013. 41 p. Universidade Federal
Ouro Preto.
de Goiás, Catalão.
[4]. MARIN, T., (2009) Impacto da
[16]. WEBER, K. J. (1990) Mine Capital and
Variabilidade Operacional na Execução do Plano
Operating Cost. In: KENNEDY, B. A.. Surface
de Lavra. Escola Politécnica da Universidade de
Mining. 2nd ed. Englewood: SME.
São Paulo, 88 p.
[17]. CÂMARA, T. R., et al., (2014)
[5]. COSTA, F.V., (2015) Análise dos Principais
Reconciliação: Ferramentas de Avaliação do Fator
Indicadores de Desempenho Usados no
Mina / Usina. 8º Congresso Brasileiro de Mina a
Planejamento de Lavra. Departamento de
Céu Aberto / 8º Congresso Brasileiro de Mina
Engenharia de Minas da Escola de Minas da
Subterrânea. Belo Horizonte.
Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, Ouro
Preto. [18]. CAMPOS, V. C., (1992) Controle de
Qualidade Total. Belo Horizonte: FCO.
[6]. BRYMAN, A., (1989) Research methods
and organization studies. London: Uniwin Hyman, [19]. NIJU, B., (2017) Top 4 Challenges Facing
224 p. The Mining Industry Disponível em:
<https://www.rapidbizapps.com/top-4-challenges-
[7]. CRESWELL, J. W., (1994) Research
facing-the-mining-industry/> Acesso em: 06 de
design: qualitative & quantitative approaches.
abril de 2018.
London: Sage.
[20]. RODOVALHO, E.C., (2017) O
[8]. BERTO, R. M. V. S.; NAKANO, D. N.,
protagonismo do planejamento de lavra nos
(2000) Metodologia da pesquisa e a engenharia de
projetos de mineração do século XXI. Disponível
produção. Produção. ano 5. v. 9, nº 2, p. 65-75, jul.
em:< http://www.institutominere.com.br/blog/o-
Disponível em:
protagonismo-do-planejamento-de-lavra-nos-
<http://www.scielo.br/pdf/prod/v9n2/v9n2a05.pdf>.
projetos-de-mineracao> Acesso em: 06 de abril de
Acesso em: 11 nov. 2014.
2018.
[9]. HEERDT, M. L.; LEONEL, V. (2007)
[21]. SANTANA, F., (2017) Mineração de
Metodologia Científica e da Pesquisa: livro
Dados. Disponível em:
didático. 5 ed. Palhoça: UnisulVisual, 266 p.
http://minerandodados.com.br/index.php/2017/02/0
[10]. BORGES,T.C., (2013) Análise Dos Custos 8/oque-big-data-mineracao-de-dados/ Acesso em:
Operacionais De Produção No Dimensionamento 05 de abril de 2018.
de Frotas de Carregamento e Transporte em
[22]. SILVA,N. C. S., (2008) Metodologia de
Mineração. Departamento de Engenharia de Minas
planejamento estratégico de lavra incorporando
da Escola de Minas da Universidade Federal de
riscos e incertezas para a obtenção de resultados
Ouro Preto, UFOP, Ouro Preto.
operacionais. Departamento de Engenharia de
[11]. PINTO, E.B.,(2007) Despacho de Minas e de Petróleo-Escola Politécnica da
caminhões em mineração usando lógica nebulosa, Universidade de São Paulo, São Paulo.
visando ao atendimento simultâneo de políticas
[23]. Dessurealt, S.; Scoble, M.J., (2000) Capital
excludentes. Universidade Federal de Minas
Investment Appraisal for the Integration of New
Gerais, 120 p.
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
45
Technology into Mining Systems. In:Trans. Instn concurrent operating objetives. Mining Engineering,
Min. Metall. (Sect.A: Min. technol.), 109p. v. 38, n. 11, p. 1045–1054
[24]. STEFFEN, O., (2005) Planning of Open Pit [36]. FERREIRA, A. B. H., (1986) Novo
Mines.In: Australian Centre for Geomechanics., Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio
CSIRO, Curtin University and University of Western de Janeiro: Nova Fronteira.
Australia, Austrália.
[37]. LIMA, H. M. R., (2005) Concepção e
[25]. JEREZ, R.; Featherstone, R. & Scheepers, Implementação de Sistema de Indicadores de
L.; Strategic., (2003) Planning Model using Desempenho em Empresas Construtoras de
Mathematical Programming Techniques. In: Empreendimentos Habitacionais de Baixa Renda.
Canadian Institute of Mining, Metallurgy and 2005. 171 p. Universidade Federal do Rio Grande
Petroleum (CIM). do Sul, Porto Alegre.
[26]. GOODWIN, G.C.; SERON, M.M.; [38]. CALDEIRA, J., (2012) Indicadores da
MIDDLETON, R.H.; ZHANG, M.; HENNESSY, B. F.; Gestão: Key Performance Indicators. 1ª ed.
STONE, P.M.; MENABDE, M., (2006) Receding Coimbra: Actual.
Horizon Control Applied to Optimal Mining
Planning. In: Centre for Complex Dynamic Systems [39]. VOYER, P., (2006) Tableaux de Bord de
Gestion: et indicateurs de performance. 2 éd.
and Control, School of Electrical Engineering and
SainteFoy: Université du Québec.
Computer Science, The University of Newcastle,
Callaghan, Australia. [40]. MARTINS, R. A., COSTA NETO, P. L. O.,
(1998) Indicadores de Desempenho para a Gestão
[27]. Mohnot, J.K.; Singh, U.K.; Dube, A.K.,
pela Qualidade Total: uma proposta de
(2001) Formulation of a Model for Determining the
Optimum Investment, Operating Cost and Mine Life sistematização. Revista Gestão & Produção, São
Carlos, v. 5, n. 3, 311 p.
to Achieve Planned Profitabiity. In: The Institution of
Mining and Metallurgy, London, UK, A129-A132. [41]. PINHEIRO, J. P. C., (2011) Indicadores-
chave de Desempenho (Key Performance
[28]. Kazakidis, V.N.; Scoble, M., (2003)
Indicators) Aplicados à Construção: desempenho e
Planning for Flexibility in Underground Mine
benchmarking do sector. Instituto Superior Técnico
Production Systems. In: Mining Engineering
magazine 55 Number 8. - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa,121 p.
[42]. MONTENEGRO, I., (2007) Excelência
[29]. GOMES, L. F. A. M.; GOMES, C. F. S. &
Operacional: o desafio da melhoria contínua. São
ALMEIDA, A. T., (2009) Tomada de decisão
gerencial: enfoque multicritério. 3 ed. São Paulo: Paulo: Sobratema.
Atlas. [43]. PARMENTER, D., (2010) Key Performance
Indicators: developing, implementing and using
[30]. ALARIE, S., GAMACHE, M., (2002)
Overview of Solution Strategies Used in Truck winning KPIs. 1st ed. New Jersey: John Wiley &
Sons.
Dispatching Systems for Open Pit Mines.
International Journal of Surface Mining, [44]. ANABITARTE, A. S. (2001) Indicadores de
Reclamation and Environment, v. 16, p. 59-76. Gestión y Cuadro de Mando. 1ª ed. Madrid: Diaz
de Santos.
[31]. MARAN, J., TOPUZ, E., (1988) Simulation
of truck haulage systems in surface mines. [45]. NADER, B.; TOMI, G.; PASSOS, A. O.,
International Journal of Surface Mining, v. 2, p. 43- (2012) Indicadores-chave de Desempenho e a
49. Gestão Integrada da Mineração. Revista da Escola
de Minas - REM, Ouro Preto.
[32]. FEDER, G., (1983) On Exports and
Economic Growth. Journal of Developing [46]. ATOM SAIL., (2013). Disponível em
Economics, vol. 12, n. 1/2, fevereiro/abril . <http://www.atomsail.com/pt/o-que-e-kpi-
saasatomsail.php>. Acesso em: 29 mar. De 2013.
[33]. SOUZA, M. J. F. COELHO, I. M., RIBAS,
S., SANTOS, H. G., MERSCHMANN, L. H. C., [47]. CAVAGNOLI, I., (2013) Gestão e
(2011) A hybrid heuristic algorithm for the open-pit- Inovação. Indicadores de Desempenho (Key
mining operational planning problem. European PerformanceIndicators-KPI). 2009. Disponível em:
Journal of Operational Research, v. 207, 1051 p. <http://gestaoeinovacao.com/?p=1089> Acesso
em: 28 mar. de 2018.
[34]. RODRIGUES, L. F., (2006) Análise
comparativa de metodologias utilizadas no [48]. COELHO, L. C., (2011) Logística
despacho de caminhões em minas a céu aberto. Descomplicada. Indicadores de Desempenho
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Logístico (KPI). Disponível em:
Produção - Escola de Engenharia, UFMG, Belo <http://www.logisticadescomplicada.com/indicador
Horizonte. es-dedesempenho-kpi/> Acesso em 20 mar. de
2018.
[35]. WHITE, J. W.; OLSON, J. P.,(1986)
Computer based dispatching in mines with [49]. PETERSON, E. T., (2006) The Big Book of
Key Performance Indicators. Disponível
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
46
Capítulo 4
4. EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO
Até que seja possível extrair o petróleo do 4.2. PERFURAÇÃO DE POÇOS
subsolo é preciso seguir várias etapas que
Com o auxílio das informações obtidas na
garantem a existência de petróleo numa
fase de prospecção, são escolhidas as
determinada região e viabilizam física e
localizações dos poços que são perfurados
economicamente a extração do fluido. Alguns
utilizando-se um equipamento denominado
passos devem ser seguidos para extração,
sonda. No método de perfuração atualmente
essas etapas consistem na prospecção do
utilizado na indústria, chamado de perfuração
petróleo, perfuração dos poços, completação
rotativa, as rochas são perfuradas pela ação
dos poços e aplicação dos métodos de
da rotação e peso aplicados a uma broca
elevação (THOMAS, 2004).
posicionada na extremidade inferior de uma
coluna de perfuração.
4.1. PROSPECÇÃO DO PETRÓLEO Os fragmentos da rocha são removidos
continuamente através de um fluido de
A busca de novas jazidas de petróleo,
perfuração ou lama. Ao atingir determinada
chamada de programa de prospecção de
profundidade, a coluna de perfuração é
petróleo, tem como objetivos fundamentais
retirada do poço e uma coluna de
localizar dentro de uma bacia sedimentar as
revestimento de aço é descida no poço com
situações geológicas que tenham condições
objetivo inicial de evitar o desmoronamento
para a acumulação de petróleo e verificar
das paredes do poço.
qual, dentre essas situações, apresenta maior
possibilidade de conter petróleo. A existência O espaço entre os tubos de revestimento e as
ou não de petróleo não pode ser prevista, paredes do poço são cimentados a fim de
porém é possível determinar regiões onde a isolar as rochas atravessadas e garantir maior
probabilidade de existir seja maior. As regiões segurança na perfuração. Após a cimentação,
de provável acúmulo de petróleo são a coluna de perfuração é descida novamente,
identificadas através de métodos geológicos agora com uma broca de diâmetro menor que
e geofísicos. Assim, o programa de a largura da coluna de revestimento, até
prospecção disponibiliza uma série de determinada profundidade para a inserção de
informações técnicas que indicam a uma nova coluna de revestimento, de
localização mais propícia para a perfuração diâmetro menor que a anterior, procedendo-
dos poços. É importante ressaltar que os se a uma nova cimentação. Esse processo se
custos com a prospecção são relativamente repete até que seja alcançada a profundidade
pequenos se comparados com os custos de desejada para o poço. Assim, é possível
perfuração, o que torna o programa de perceber que o processo de perfuração se dá
prospecção indispensável. em diversas fases, caracterizadas pelo
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
50
Fonte: autor
4.3. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE areia nem com fluidos viscosos mas não
ELEVAÇÃO podem ser utilizados em poços muito
profundos e com altas vazões (THOMAS,
Atualmente as empresas de petróleo usam
2004).
três tipos de métodos de elevação por
bombeio: O Bombeio Centrífugo Submerso (BCS) é um
método de elevação cuja aplicação teve início
Bombeio Mecânico (BM);
em 1928 e mostra-se desde então uma
Bombeio por Cavidades Progressivas (BCP); tecnologia viável e amplamente aplicada na
produção de petróleo. A aplicação típica
Bombeio Centrífugo Submerso (BCS).
consiste de um motor elétrico de fundo, seção
A escolha do tipo de bombeio fica por conta de selagem, seção de admissão da bomba,
da característica do poço após a bomba centrífuga de fundo de múltiplos
completação, pois os dados como vazão, estágios, coluna de produção, cabo elétrico
pressão, o tipo do petróleo encontrado e a de subsuperfície e equipamentos de
profundidade do poço. O BM é o mais superfície, tais como caixa de junção, painel
utilizado por se enquadrar em quase todas as elétrico e transformador, ver figura 3.
situações encontradas. A limitação do uso é
O equipamento de fundo é instalado na
em poços com profundidades maiores que 1
extremidade da coluna de produção com o
quilômetro, que apresentem muita areia no
motor abaixo da sucção da bomba para que o
fluido extraído e também a presença de gás.
fluido admitido sirva de fluido de refrigeração
O BCP é o segundo método mais utilizado,
do motor. Por esta necessidade, este método
por não ter problemas com a presença de
de elevação não concorre, em condições
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
51
normais, com o bombeio mecânico e o poços com alto dog-leg (cuvas ou juntas na
bombeio de cavidades progressivas quando coluna de produção dos poços).
se trata de poços com baixa vazão, pois estes
O aspecto mais importante a se considerar no
podem não fornecer convecção forçada
projeto, instalação e operação do sistema é
suficiente para refrigerar o motor de fundo.
relativo aos equipamentos elétricos e à sua
O método, da mesma maneira que os temperatura de operação.
sistemas de elevação por ação de bombeio,
A figura 3 a seguir, mostra uma instalação
tem limitações quando se trata de poços com
típica, identificando o motor de subsuperfície,
quantidade significativa de gás ou de sólidos.
o protetor ou selo do motor, a admissão ou
Relativamente ao BCP, não consegue
sucção da bomba, a bomba centrífuga
concorrer em eficácia quando se trata de
composta de diversos estágios, o cabo
poços com fluido de alta viscosidade ou de
elétrico chato, a árvore de natal ou cabeça do
alto teor de areia. Sua aplicação é
poço, linha de produção, caixa de ventilação,
particularmente eficaz em poços desviados
quadro de comando e transformador
por independer de coluna de hastes,
(ASSMANN, 2008).
trabalhando com elevada durabilidade em
Fonte: autor
5.1. SISTEMA DE PRODUÇÃO gestão da produção. Essas técnicas se
encaixam em diferentes classificações dos
Segundo (Moreira, 2001) sistema de
sistemas de produção, e esses sistemas são
produção se define como “conjunto de
divididos em três, tendo cada um sua
atividades e operações inter-relacionadas
particularidade e definição, e sendo eles:
envolvidas na produção de bens (caso de
indústrias) ou serviços”. Sistema de produção - Sistemas de produção contínua: Os
é uma unidade abstrata, porém é essencial produtos geralmente são bastante
para se ter uma idéia de totalidade de automatizados e fluem de um posto de
processo. Refere-se também a classificação serviço para outro em uma sequência a pré-
dos sistemas de produção, podendo ser feita estabelecida, possuem um alto grau de
a partir do fluxo do produto, pois assim, padronização, os fluxo de produção deve
facilitaria diversas técnicas de planejamento e
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
53
possuir etapas bem definidas para que uma 5.2. SISTEMA DE PRODUÇÃO AUTOMÁTICA
etapa não retarde a outra.
Para implemnetação da automação foram
- Sistemas de produção intermitente: A criadas telas no supervisório, com uso do
produção geralmente é feita em lotes ou software Intouch, versão 7.1, para permitir ao
bateladas, tendo que ocorrer o término de um operador visualizar os principais dados do
processo para que outro possa começar a ser processo. A tela principal, figura 5, mostra
feito. Esse sistema é classificado intermitente uma relação de todos os poços da área
por que outro produto toma o lugar nas geográfica onde foi implantada, com os
máquinas sendo assim, o produto original só seguintes dados:
voltará a ser feito depois de algum tempo.
Identificação de cada poço, pois cada poço
- Sistemas de produção para projetos: Nesse recebe um nome que é um link para ver
caso cada projeto é único, diferenciando-se maiores detalhes de cada poço
bastante e/ou até totalmente do último não individualmente;
havendo ao certo um fluxo de produção, uma
O relógio do CLP do painel elétrico do poço
característica dos sistemas de projeto são os
para facilitar o registro do momento da
altos custos e complexo gerenciamento.
ocorrência de um evento;
Para Gaither e Frazier (2007), a produção
Status da bomba, se ligada ou desligada;
focalizada no produto também pode ser
chamada de linha de produção ou produção Corrente média do motor;
contínua, pois os dois termos descrevem a
Pressão da cabeça do poço;
trajetória do produto ao longo do processo.
Na produção contínua o produto ou serviço Pressão da linha de produção;
tende a seguir a linha de produção de forma
Status da comunicação entre o CLP do
linear, sem sofrer grandes alterações ou
supervisório (UTC) e o CLP do poço (Rede
interrupções em sua rota. Já na produção ou
Modbus);
manufatura discreta, o produto se caracteriza
por se manter único, distinto, como por Matriz de causa e efeito que é um link para
exemplo, automóvel, máquina de lavar etc. uma tela que mostra uma tabela com a
Eles podem ser fabricados por lotes, o que explicação de cada conjunto de ações e suas
exige a modificação do sistema caso outro consequências; e
lote entre no processo produtivo.
Histórico dos eventos ocorridos nos poços
que é um link para visualizar os todos os
eventos ocorridos no poço.
Fonte: autor.
disponibilidade é o grau em que a produção oleodutos para uma refinaria para receberem
está pronta para funcionar. o tratamento necessário para se tornarem
produtos acabados. Os poços com BM e BCP
Sendo obtido por meio da formula a seguir:
já apresentam uma automação definida e
𝑻𝑴𝑬𝑭
D = 𝑻𝑴𝑬𝑭+𝑻𝑴𝑫𝑹 implantada de forma bem intensa. Mas os
poços com BCS o processo iniciou este ano.
D – disponibilidade do equipamento;
Por isso uma análise prévia em relação a esta
TMEF – tempo médio entre falhas; implantação é importante, pois permitirá
analisar os ganhos e melhorias que devem ser
TMDR – tempo médio de reparo.
feitas para tornar o processo eficaz.
6.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE
CASO
7. ANÁLISE E RESULTADOS
A pesquisa foi realizada em uma das
unidades operacionais de extração de O início do processo é por meio de
petróleo da PETROBRAS no estado do Rio acionamento do painel elétrico deve ser
Grande do Norte, na cidade de Mossoró. Esta acionado para que a energia elétrica possa
cidade tem dois principais campos de acionar o motor no interior do poço. O motor
produção de petróleo em terra: Canto do faz com que a bomba mande petróleo para a
Amaro e Riacho da Forquilha. Estes campos superfície. O inversor de frequência (VSD) é
são chamados de campos maduros, que são responsável pelo controle da velocidade do
caracterizados pela redução do petróleo motor e da bomba e tem uma pequena
disponível, exigindo-se técnicas mais eficazes interação homem máquina para
e poços cada vez mais profundos. O poço parametrização, o modelo do inversor
estudado fica no campo de produção de utilizado nos paineis é o CFW-09 da WEG. A
Riacho da Forquilha, onde a automação foi ligação do painel ao motor é feita através do
feita pela primeira vez. O poço disponibilizado cabo elétrico, que também liga os sensores
para o estudo foi o RFQ-41 e trabalha com o de temperatura e pressão de fundo; estes
BCS para extração do petróleo. O BCS é sensores formam uma única peça acoplada
método mais adequado para poços com altas conforme demonstrada na figura 6 para o
profundidades. Toda produção de petróleo processo de extração de petróleo por BCS do
destes campos são transportados via RFQ-41.
Fonte: autor
O funcionamento automático do poço permitiu mestre, faz para coleta de dados de todos os
o monitoramento remoto de cinco variáveis a poços durante todo período de operação.
mais que da forma manual. O monitoramento Esta rotina só é quebrada quando um usuário
do poço é feito por polling, que é a rotina de do sistema supervisório solicita alguma
monitoramento que o servidor, através do informação de um determinado poço. Usa-se
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
56
uma topologia tipo mestre escravo com corrente, tensão, frequência, pressões,
tecnologia de comunicação com rádios temperatura e se o poço estar ligado ou
analógicos do fabricante MDS, modelo desligado. Como o polling é feito
4710C, com velocidade de 9600bps e continuamente, a quantidade de dados
frequência de 450Hz. As taxas de transmissão coletados é muito grande e permite ao
variam em trono de 2-5kbs em intervalos de 8- operador avaliar e criar um perfil de
12min, que é o tempo do polling. funcionamento do poço. O SCADA permitiu
que dados de datas anteriores fossem
O sensor de fundo de poço, os indicadores e
consultados a qualquer momento sem
transmissores de pressão da cabeça de poço
dificuldades por causa do banco de dados
e linha de produção são os sensores do
criado para cada poço.
sistema. Já o inversor de frequência e o relé
UNICONN são os atuadores, pois com eles
pode-se parar ou alterar dados do processo.
8. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
O CLP é responsável pela integração dos
sensores e atuadores compilação dos dados Na tabela 1 apresentam-se os dados
a serem enviados quando o mestre solicitar; e coletados na empresa, objetivando a geração
recebeu uma programação com uma rotina de gráficos para análises. A seguir foram
conforme mostrado na figura 5. Na sala de resumidos os dados mais significativos para
controle uma interface gráfica permite ao avaliar o processo.
operador visualizar os dados online de
Tabela 1 – Comparação de dados no poço manual (AA) versus poço automatizado (DA)
Poço AA Poço DA
Quantidade de variáveis monitoradas 1 6
Custos com mão de obra do operador por mês 4000 0
Produção m/mês 2400 3375,00
Disponibilidade do poço (%) 66,67 93,75
Receita (US$/d) 8800 12375,00
Fonte: Autor
A automação do poço tornou possível poço apresentasse algum problema que não
monitorar remotamente um número maior de fosse possível resolver na sala de operação, o
variáveis que são fundamentais para o operador aciona a manutenção para verificar
processo de poços com BCS. Antes da o problema.
automação apenas a pressão era a variável
Observa-se no gráfico 1 que os custos com a
monitora pelo operador do poço, que tinha
mão-de-obra do operador foi eliminada, pois
que passar duas vezes por dia para anotar
os dados que antes ele coletava estavam à
em uma planilha. Após a automação o
disposição remotamente na sala da operação.
operador não precisa sair da sala de controle
Além disso, outras variáveis como tensão e
da produção para ir ao poço verificar
corrente não tinha como ele conseguir
variáveis, pois agora é possível observar as
manualmente porque não sabia operar o
variações de pressão na tela do supervisório.
painel elétrico agora era possível de
Além disso, outras variáveis como tensão e
acompanhar. Bem como no grafico 2 que, a
corrente do inversor do painel elétrico que
relação entre a produção ideal e a produção
alimenta o motor, pressão e temperatura do
efetuada de forma manual e prudução ideal e
fundo do poço e por fim pressão da linha de
a produção efetuada de forma automatizada
produção e da cabeça do poço. Com o
do poço RFQ-41. Observa-se que sem
monitoramento remoto todos os dados
automação o poço produz apenas 66,67% da
gerados pelas variáveis puderam se
sua capacidade ideal. Isto ocasiona uma
transformar em informações para o setor de
perda de produção pelo tempo em que o
produção da empresa, pois agora eles tinham
poço durante a noite, de acordo com o
dados suficientes para analisar e planejar
supervisor da produção fica 8 horas parado,
metas de produção e de atendimento as
pois neste período o poço não é visitado. Já
demandas de forma mais confiáveis. Se o
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
57
com a automação a produção passa para coberta pelo sistema supervisório. Não tem
93,75% da capacidade ideal, pois na sala de como a produção ficar igual a ideal por
controle da produção fica um operador de perturbações e perdas inerentes ao processo.
plantão, que monitora todo o sistema da área
REFERÊNCIAS
[1]. ALVES, J. L. L. Instrumentação, Controle e [3]. COSTA, R. O.; SOUZA, R. B.; MAITELLI, A.
Automação de Processos. Rio de Janeiro: Livros L. Supervisão na Elevação Artificial: Uma Solução
Técnicos e Científicos (LTC), 2005. Aplicada com Sucesso em 3000 Poços de
Petróleo. In: Rio Oil & Gas Expo and Conference,
[2]. ASSMANN, B. W. Estudo de Estratégias
2008.
de Otimização para Poços de Petróleo com
Elevação por Bombeio de Cavidades Progressivas. [4]. GAITHER, Norman; FRAZIER, Greg.
Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio Administração da produção e operações. São
Grande do Norte, 2008. Paulo: Thomson Learning, 2007.
Gestão da Produção em Foco - Volume 19
58
[5]. LUGLI, A. B.; SANTOS, M. M. D. Redes [9]. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON,
Industriais para Automação Industrial: AS-I, R. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo:
PROFIBUS E PROFINET. 1ed. São Paulo, 2010. Atlas, 2008.
[6]. MIGUEL, P. A. C. et al. Metodologia de [10]. SOUZA, R. B. Uma Arquitetura para
Pesquisa em Engenharia de Produção e Gestão de Sistemas Supervisórios Industriais e sua Aplicação
Operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. em Processos de Elevação Artificial de Petróleo.
Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do
[7]. MORAES, C. C.; CASTRUCCI, P. L.
Rio Grande do Norte, 2005.
Engenharia de Automação Industrial. 2 ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos (LTC), 2007. [11]. THOMAS, J. E. Fundamentos de
Engenharia de Petróleo. Interciência, 2004.
[8]. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração
da produção e operações. São Paulo: Pioneira [12]. YAMAGUCHI, M. Y. Sincronização das
Thompson Learning, 2001. Bases de Tempode CLPs Distribuídos numa Rede
de Automação de Processo Industrial. Dissertação
de Mestrado. Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, 2006.
CAPÍTULO 5
A metodologia apresentada pode ser descrita Fazer a coleta de requisitos para cada
da seguinte forma: componente: Para esta etapa a metodologia
utilizada para aquisição dos requisitos é livre
Determinar o Aspecto Transversal: Na
(entrevista, laddering, workshop), porém é
primeira etapa, após a compreensão do
necessário que o aspecto transversal
Domínio (Sistema ERP), foi determinado o
escolhido seja utilizado em todo o
aspecto transversal utilizado em um domínio
levantamento de requisitos. Por exemplo, a
de requisitos. Se necessário, de acordo com a
coleta de requisitos, considerada nesse
Figura 2, finalizando o processo, pode se
trabalho atende apenas ao aspecto
escolher um novo aspecto transversal e iniciar
usabilidade. Para outras propriedades como
novamente as etapas. Nesta proposta, foi
portabilidade e desempenho, deverá ser
escolhido como aspecto transversal o
repetido o processo (realizar outra coleta).
requisito de usabilidade para o Sistema ERP.
Definir cada requisito: É necessária uma
O domínio de requisitos é um sistema ou um
definição completa e correta de cada
conjunto de requisitos, que pode ser
requisito do sistema, para que a
particionado em conjuntos menores e
documentação dos mesmos no sistema seja
precisam ter as seguintes características: Ser
gerada de forma satisfatória e possibilite o
completo e independente (a falta de qualquer
bom funcionamento da biblioteca.
componente do sistema torna impossível a
existência do mesmo); Ser bem definido (é Especificar cada requisito: Na última etapa,
necessário que exista um esquema formal, no cada requisito que foi definido anteriormente é
qual todos os componentes sejam bem especificado e detalhado de forma que não
definidos, possuam uma propriedade em sejam entendidos de formas diferentes por
comum (aspecto transversal) e não sejam stakeholders distintos. Nesta etapa devem ser
ambíguos); Ser único (cada requisito deve considerados o aspecto transversal e o
pertencer a um único componente, para que domínio de requisitos, impreterivelmente.
não haja duplicação de requisitos do mesmo
domínio) (GUALHANO; MEDEIROS JR.; VERA,
2015). 5. REVISÃO DA LITERATURA
Determinar os componentes do domínio: A A necessidade do Sistema de Informação (SI)
classificação e atribuição dos requisitos fica nas empresas surgiu devido ao grande e
facilitada quando o mesmo é dividido em crescente volume de informações que uma
pequenos conjuntos independentes, este organização possui. Os temas sistema ERP e
particionamento foi feito nesta etapa. engenharia de requisitos têm sido
amplamente estudados, haja vista que
seus próprios requisitos. Um levantamento que a maioria dos problemas não resolvidos
consistente é, portanto, um fator de sucesso estavam relacionados com usabilidade e
essencial para os projetos ERP. Para gerir confiabilidade.
este levantamento, as autoras propõem um
método fundamentado no modelo
operacional, baseando-se na concepção e na 6. RESULTADOS
correspondência de modelos e em
Inicialmente, foi escolhido o domínio ERP.
conformidade com as instruções dos padrões
Após a escolha deste domínio, foram
empresariais.
considerados os seus componentes, e a partir
Visando auxiliar a compreensão sobre os disto, foi especificado o requisito de acordo
pensamentos reais e as necessidades dos com o aspecto transversal (usabilidade). Este
desenvolvedores de sistemas, Zou et. al. domínio está formado pelos seguintes
(2017) realizaram um estudo empírico numa componentes e funcionalidades: Serviços,
base de dados com cerca de 21,7 milhões de Finanças, Recursos Humanos, Tecnologia,
postagens e 32,5 milhões de comentários Vendas e Manufatura, conforme mostrado na
sobre dúvidas e problemas com requisitos Figura 3.
não funcionais. Os resultados constataram
(continuação...)
Componente Definição Especificação do Requisito
REFERÊNCIAS
[1]. ABRAHÃO, J. I.; SILVINO, A. M. D.; [3]. ALMEIDA, R.; TEIXEIRA, M. N. DE O.
SARMET, M. M. Ergonomics, cognition and Evaluating the Success of ERP Systems’
informatizated job. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. Implementation: A Study About Portugal.
21, n. 2, p. 163–171, 2005. Organizational Integration of Enterprise Systems
and Resources: Advancements and Applications,
[2]. ALI, M.; NASR, E. S.; GHEITH, M. H. A
IGI Global, 2012.
Requirements Elicitation Approach for Cloud Based
Software Product Line ERPs. In: Proceedings of the [4]. BERENBACH, B. et al. Software & Systems
2nd Africa and Middle East Conference on Requirements Engineering In Practice. New York:
Software Engineering. Cairo, Egypt: ACM Press, The Mc Graw Hill, 2009.
2016.
Capítulo 6
Entre esses óxidos de metais alcalino excelente qualidade, pois as cascas de ovos
terrosos, destaca-se o óxido de cálcio não apresentam elementos tóxicos
(KHEMTHONG et al., 2012). (MURAKAMI et al., 2007).
O óxido de cálcio pode ser obtido de diversas A casca de ovo é fonte promissora para a
fontes tais como: da calcita (rocha calcária), obtenção de óxido de cálcio através da
das carapaças de caranguejo, das conchas calcinação. O óxido de cálcio derivado da
de ostras, das conchas de caracóis, dos casca de ovo tem sido investigado como
ossos, das cascas de ovos de avestruz e das catalisador na produção de biodiesel e
cascas de ovos de galinha (SHAN et al., mostrou promissor como catalisador na
2016). produção de biodiesel (BORO, DEKA e
THAKURB, 2012). Portanto, o uso da casca
O presente artigo tem como objetivo produzir
de ovo como precursora na obtenção de
biodiesel de soja utilizando como catalisador
catalisador para síntese de biodiesel é uma
o óxido de cálcio proveniente das cascas de
maneira agregar valor a esse resíduo.
ovo e ainda abordar o desafio para a
produção de biodiesel.
2.2 PRODUÇÃO DE BIODIESEL
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo o Parente (2003), o processo de
produção de biodiesel é composto por várias
2.1 CASCA DE OVO
etapas tais como:
A casca de ovo é um subproduto pouco
- Preparação da matéria: A preparação da
valorizado dos processos industriais, mas as
matéria prima tem como objetivo proporcionar
cascas de ovos apresentam um elevado
condições para obtenção de máximo de
potencial econômico. Na valorização das
ésteres através da efetivação da reação de
cascas de ovos são levados em consideração
transesterificação. A matéria prima deve
os aspectos ambientais, o elevado teor de
possuir o mínimo de acidez e umidade para
proteínas, sais minerais e uso como fonte
evitar a formação de sabões que afetam a
alternativa de CaCO3 (OLIVEIRA, BENELLI e
eficiência de conversão. Caso a matéria prima
AMANTE, 2009).
que apresenta o índice acidez acima do
A casca de ovo é um resíduo significativo desejado para o processo de produção, é
gerado pelas indústrias alimentícias. De necessário passar por uma etapa de
acordo com a Associação Brasileira de neutralização para tornar aceitáveis ao
Proteína Animal (ABPA, 2016), estima-se que processo. A neutralização da matéria prima
240 mil ton. de cascas de ovos foram geradas ocorre através da lavagem com uma solução
em 2015. As indústrias alimentícias alcalina de NaOH ou KOH, em seguida passa
apresentam dificuldades na destinação pela secagem ou desumidificação. Ainda
correta das cascas de ovos, que são nesta etapa, os compostos presentes na
geralmente descartadas em aterro sanitário matéria prima tais como: partícula, pigmentos,
sem nenhum tratamento. A gestão desses materiais coloidais e resíduos da extração são
resíduos eram uma prática indesejável devido indesejáveis a reação de transesterificação
ao odor em decorrência da biodegradação podem ser removidas através filtração.
das cascas de ovos (TSAI et al., 2008). A
- Reação de transesterificação: É a etapa de
disposição adequada desse resíduo evita
conversão dos triglicerídeos em ésteres;
poluição ambiental e risco para a saúde
pública (WITOON, 2011), no entanto implica - Separação de fases: O produto da reação
em um elevado custo para a indústrias apresenta uma fase pesada e outra leve que
(GUEDES, 2014). podem ser separadas por decantação ou
centrifugação. A fase pesada é composta
O uso do carbonato de cálcio oriundo das
pela glicerina bruta, excessos de água, álcool
cascas de ovos é uma maneira de minimizar
e impurezas enquanto a fase leve formada
os impactos causados pela exploração de
pela mistura de ésteres e ainda excessos de
reservas naturais de rocha calcária
álcool e impurezas;
(OLIVEIRA, BENELLI e AMANTE, 2009). Além
disso, evita a disposição de quantidade - Recuperação e desidratação do álcool: O
significativa de carbonato de cálcio em aterro álcool é recuperado da fase pesada e da fase
sanitário, elimina custo da disposição desse leve através da evaporação, e é utilizado
resíduo e ainda obtém carbonato de cálcio de novamente no processo. O álcool recuperado
FIGURA 2 – Produção de biodiesel de óleo de soja utilizando catalisador heterogêneo CaO oriundo
da casca de ovo.
Fonte: Autor.
𝑚
%𝑅 = 𝑚𝑏 ∗ 100 (1)
𝑜
FIGURA 3 – Cromatograma das amostras (a) óleo de soja, (b) biodiesel metílico de soja utilizando
catalisador heterogêneo de CaO oriundo da casca de ovo.
A partir de resíduos foi possível obter um porém a purificação com resina de troca
catalisador de baixo para aplicação na iônica foi eficaz na remoção do cálcio.
indústria de biodiesel, visto que a maioria dos
A produção de biodiesel utilizando como
catalisadores heterogêneos apresentam um
catalisador um resíduo pode tornar o
alto para o processo. A qualidade do
processo mais sustentável.
biodiesel é afetada pela lixiviação do cálcio,
REFERÊNCIAS
[1]. Associação Brasileira de Proteína Animal. [10]. Oliveira, D. A., Benelli, P., & Amante, E. R.
(2016). ABPA MÍDIA. Acesso em 05 de FEVEREIRO (2009). Valorização de Resíduos Sólidos: Casca de
de 2016, disponível em ABPA - Associação Ovos como Matéria-Prima no Desenvolvimento de
Brasileira de Proteína Animal: http://abpa- Novos Produtos (Vols. 20th-22nd). São Paulo: KEY
br.com.br/noticia/producao-de-ovos-do-brasil- ELEMENTS FOR A SUSTAINABLE WORLD:
cresce-61-e-chega-a-395-bilhoes-de-unidades- ENERGY, WATER AND CLIMATE CHANGE.
1550
[11]. Oliveira, D., Benelli, P., & Amante, E.
[2]. Atadashi, I., Aroua, M., & Aziz, A. A. (2013). A literature review on adding value to solid
(2010). High quality biodiesel and its diesel engine residues: egg shells. Journal of Cleaner Production,
application: A review. Renewable and Sustainable pp. 42-47.
Energy Reviews, 14, 1999–2008.
[12]. Parente, E. J. (2003). BIODIESEL: Uma
[3]. Atadashi, I., Aroua, M., & Aziz, A. A. Aventura num País Engraçado. Tecbio.
(2011). Biodiesel separation and purification: A
review. Renewable Energy , 36, 437 - 443. [13]. Puna, J., Gomes, J., Correia, M. J., Dias,
A. S., & Bordado, J. (2010). Advances on the
[4]. Boro, J., Deka, D., & Thakurb, A. J. (2012). development of novel heterogeneous catalysts for
A review on solid oxide derived from waste shells transesterification of triglycerides in biodiesel. Fuel,
as catalyst for biodiesel production. Renewable 89, 3602–3606.
and Sustainable Energy Reviews, 16, 904– 910.
[14]. Rincón, L., Jaramillo, J., & Cardona, C.
[5]. Granados, M. L., Alonso, D. M., Sádaba, I., (2014). Comparison of feedstocks and technologies
Mariscal, R., & Ocón, P. (2009 ). Leaching and for biodiesel production:An environmental and
homogeneous contribution in liquid phase reaction techno-economic evaluation. Renewable Energy, p.
catalysed by solids: The case of triglycerides 69 .
methanolysis using CaO. Applied Catalysis B:
[15]. Tsai, W.-T., Hsien, K.-J., Hsu, H.-C., Lin,
Environmental, 89, 265–272.
C.-M., Lin, K.-Y., & Chiu, C.-H. (2008). Utilization of
[6]. GUEDES, F. H. (2014). Reaproveitamento ground eggshell waste as an adsorbent for the
de resíduo de casca de ovo e chamote na removal of dyes from aqueous solution.
produção de material cerâmico para isolação Bioresource Technology , pp. 1623–1629.
térmica (Vol. 170 f). Campos dos Goytacazes:
[16]. Vujicic, D., Comic, D., Zarubica, A., Micic,
Dissertação Mestrado (Engenharia e Ciências dos
R., & Boskovic, G. (2010). Kinetics of biodiesel
Materiais) - Programa de Pós - Graduação em
synthesis from sunflower oil over CaO
Engenharia e Ciências dos Materiais, Universidade
heterogeneous catalyst. Fuel(89), 2054–2061.
Estadual Norte Fluminense.
[17]. Wei, Z., Xu, C., & Li, B. (2009). Application
[7]. Kafuku, G., & Mbarawa, M. (2010).
Biodiesel production from Croton megalocarpus oil of waste eggshell as low-cost solid catalyst for
biodiesel production. Bioresource Technology , pp.
and its process optimization. Fuel, 89, 2556–2560.
2883–2885.
[8]. khan, T., A.E.Atabani, Badruddin, I. A.,
[18]. Witoon, T. (2011). Characterization of
Badarudin, A., Khayoon, M., & S.Triwahyono.
calcium oxide derived from waste eggshell and its
(2014). Recent scenario and technologies to utilize
application as CO2 sorbent. Ceramics International,
non-edible oils for biodiesel production. Renewable
pp. 3291–3298.
and Sustainable Energy Reviews, 37, 840–851.
[19]. Zabeti, M., Daud, W. M., & Aroua, M. K.
[9]. Leung, D. Y., Wu, X., & Leung, M. (2010).
(2009). Activity of solid catalysts for biodiesel
A review on biodiesel production using catalyzed
production: A review. Fuel Processing Technology,
transesterification. Applied Energy, 87, 1083–1095.
90, 770–777.
Capítulo 7
Em resumo, de acordo com Pereira (2011) a este trabalho como uma pesquisa aplicada,
implementação dos oito pilares da TPM, no pois têm como objetivo gerar conhecimentos
sistema produtivo de uma empresa, pode para aplicações práticas, já em observância
resultar na eliminação total de perdas, na aos objetivos, este se classifica como
eficiência dos ativos através da redução de exploratório por utilizar um estudo de caso e
quebras de máquinas, na melhor utilização bibliográfico por fazer uso de revisões em
dos equipamentos disponíveis e redução de livros e artigos sobre o tema escolhido.
perdas nas diversas etapas e/ou áreas dos
Para melhor compreensão da metodologia
processos produtivos.
utilizada preferiu-se dividir as ações nela
desenvolvidas em fases, como mostra a
Figura1:
3. METODOLOGIA UTILIZADA
De acordo com Silva e Menezes (2005), do
ponto de vista da sua natureza, considera-se
De acordo com o Quadro 2, percebe-se que a associado a este pilar, como: ausência de
empresa não se adéqua ao pilar manutenção programas de incentivo aos colaboradores na
autônoma da TPM. Isso se torna evidente pela busca por melhorias para o sistema produtivo;
presença de alguns pontos negativos no falta de comunicação, por parte de alguns
resultado do questionário aplicado e colaboradores, sobre falhas; ocorrência de
De acordo com o que é apresentado no empresa em estudo, que não contribuem para
Quadro 6, pode-se notar que o pilar de a devida adequação ao pilar mencionado, são
“controle inicial” não é praticado na sua elas: inexistência de reorganização do layout
totalidade. Vale lembrar que esse tipo de gerando avarias nos produtos e falta de
“controle inicial” tem como objetivo consolidar treinamento para identificação de
uma sistemática para levantamento das necessidades de melhorias no processo
dificuldades e irregularidades no meio como todo.
operacional ligado a manutenção de
O Quadro 7 apresenta os questionamentos
equipamentos, e na busca de melhorias no
selecionados para análise da adequação da
processo como todo. Contudo, verificam-se
empresa ao pilar da TPM “Segurança e meio
algumas ações no chão de fábrica, da
ambiente”.
pela observação direta, que a empresa tem treinamentos, falta de incentivo para
interesse em divulgar a filosofia japonesa do estudos/cursos aos colaboradores,
Kaizen. A empresa solicitou aos autores deste inexistência de programa zero defeito ou para
trabalho a divulgação através de uma palestra melhoria contínua em execução ou a ser
sobre a filosofia e após a realização, planejada.
percebeu-se que o assunto foi bem visto entre
Para finalizar o diagnóstico de adequação das
os colaboradores.
ações, da empresa objeto de estudo, aos
Já para as metas a serem definidas sobre pilares da TPM, o Quadro 10 apresenta o
incentivo à manutenção pode-se observar quantitativo de respostas positivas e
alguns pontos que incorrem na inadequação negativas, obtidas através da aplicação do
das ações da empresa, como: ausência de questionário, para cada pilar.
Os colaboradores
irão formar
equipes de 4 a 5
pessoas e discutir
Propor a Para que os problemas que
implantação de colabores Nível estão ocorrendo
Ambiente Uma vez por
círculos de percebam a operacional e no seu setor,
operacional semana.
controle da importância do Nível Tático. assim cada
qualidade. trabalho em equipe. colaborador irá
propor uma
solução para o
problema do
outro.
Através de
palestras que
mostram o quanto
Incentivar os
Para garantir é importante
colaboradores a Ambiente
transparência nas Sempre Nível Tático admitir o seu erro,
admitirem seus operacional
ocorrências. obtendo a
erros.
possibilidade de
reforçar sempre a
filosofia KAIZEN.
A gestão deverá
buscar
Melhorar a informações do
disposição dos chão de fábrica
Nível Tático e
Planejar maquinários, para Ambiente Quando sobre
Nível
rearranjo físico. diminuir/eliminar o operacional necessário. inadequações do
Estratégico.
surgimento de arranjo físico, para
quebras. se planejar os
ajustes
necessários.
Promover a
participação dos Através de
Para permear a
colaboradores treinamentos de
importância de uma
em atividades Empresa. Sempre Nível Tático qualidade e a
visão sistêmica de
de melhoria de prática de
processos.
processos, brainstormings.
produtos.
Realizar
Nível Através de
programas de Buscar eficácia Ambiente A ser
operacional programas de
treinamento operacional. operacional. definido.
e/ou tático. treinamento.
operacional.
Gradualmente,
Discutir as
pois a
Para diminuir custos necessidades
Implantar a manutenção
de produção, e Ambiente Nível tático e das máquinas,
manutenção preventiva é
maximizar a operacional operacional. e com isso
preventiva implantada na
produtividade. elaborar o plano
empresa de
de manutenção.
forma gradual.
Promover
De acordo
programas de Garantir
com a
motivação e eficiência e Ambiente A ser determinado pela
necessidade Nível Tático.
treinamento eficácia nas operacional gerência.
do setor
(desenvolvimento operações.
operacional.
profissional)
Preparar a Em todos
organização os setores
Desenvolver a Nível tático
para atribuir que o nível No dia-a-dia Treinamento para o
pratica do e
poder de Tático de trabalho. empowerment.
empowerment. operacional.
decisão em achar
tarefas variadas. necessário.
A gestão deverá
Melhorar a
buscar informações do
disposição dos
Nível Tático chão de fábrica sobre
Planejar um maquinários, para Ambiente Quando
e Nível inadequações do
rearranjo físico. diminuir/eliminar o operacional necessário.
Estratégico. arranjo físico, para se
surgimento de
planejar os ajustes
quebras.
necessários.
Para garantir
Realizar limpeza Todos os
ambiente de
dos ambientes Empresa Sempre níveis da Praticar o 5S.
trabalho limpo e
adequadamente. empresa
agradável.
De acordo com
Dispor materiais
Ambiente o planejamento
próximos aos Otimizar operações. Nível Tático. A ser definido.
operacional para rearranjo
colaboradores
na fábrica.
A gestão
deverá buscar
informações do
Melhorar a
chão de fábrica
disposição dos
Nível Tático e sobre
Planejar um maquinários, para Ambiente Quando
Nível inadequações
rearranjo físico. diminuir/eliminar o operacional necessário.
Estratégico. do arranjo
surgimento de
físico, para se
quebras.
planejar os
ajustes
necessários.
REFERÊNCIAS
[1]. KARDEC, A.; PINTO, N. Manutenção: [5]. SEBRAE – Critérios de classificação de
Função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitimark, empresas: MEI - ME – EPP. Disponível em:
1999. <http://www.sebrae-
sc.com.br/leis/default.asp?vcdtexto=4154>Acesso
[2]. MOUBRAY, J. Introdução à Manutenção
em: 15 jan. 2017
Centrada na Confiabilidade. São Paulo: Aladon,
1996. [6]. SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia
de Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4 ed.
[3]. NAKAJIMA, S. Introduction to Total
Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da
Productive Maintenance (TPM). Cambridge:
UFSC, 2005.
Productivity Press, 1988.
[7]. TSAROUHAS, P. Implementation of total
[4]. PEREIRA, Mário Jorge. Engenharia de
productive maintenance in food industry: a case
manutenção: teoria e prática. Ciência Moderna
study. Journal of Quality in Maintenance
2011. Engineering. Reviews and Case Studies. Vol. 13,
n.1, p. 5-18, 2007.
Capítulo 8
Fonte: do Autor
Fonte: do autor
Ao executar o modelo computacional, foram
observados alguns resultados, como mostra a
figura 6.
Fonte: do autor
Fonte: do autor
REFERÊNCIAS
[1]. BALCI, O. Verification, validation, and coprocessamneto de pneus inservíveis por meio de
certification of modeling and simulation modelagem e simulação computacional. In: SESC
applications. In: Winter Simulation Conference, Mineiro de Grussai, São João da Barra – Rio de
Proceedings WSC, New Orleans Louisiana, USA, Janeiro, 2015. Anais do I Encontro interestadual de
2003. engenharia de produção, Rio de Janeiro 2015.
[2]. BANKS, J. Handbook of simulation: [6]. CHO, S. A distributed time driven
Principles, Methodology, Advances, Applications, simulation method for enabling real time
and Practice. New York: John Wiley & Sons, Inc., manufacturing shop floor control. Computers &
1998. 864p. Industrial Engineering, n. 49, p. 572-590, 2005.
[3]. BANKS, J.; CARSON II, J. S.; NELSON, B. [7]. CHWIF, L.; MEDINA, A.C. Modelagem e
L. e NICOL, D. M. Discrete-event Simulation. 4. Ed. Simulação de Eventos Discretos: Teoria e
New Jersey: Prentice-Hall, 2005. Aplicações. São Paulo: Bravarte, 2010, 309p.
[4]. BONATO, V. L. Gestão de qualidade em [8]. GARZA-REYES, J.A.; ELDRIDGE, S.;
saúde: melhorando assistência ao cliente. Revista BARBER, K.D.; SORIANO-MEIER, H. Overall
O Mundo da Saúde. São Paulo-SP 23 de maio de equipment effectiveness (OEE) and process
2011. capability (PC) measures: a relationship analysis.
International Journal of Quality & Reliability
[5]. BORGES, E. S.; FIDELIS, F. G.; MORAES.
Management, v.27, n.1, p. 48-62, 2010.
M. V.; VILELA. T. G.; JUNIOR. J. S. F.;
Determinação da capacidade de um setor de
Capítulo 9
Caso não atenda os requisitos pretendidos, acordo com Paula Filho (2011), na iteração
novas iterações são realizadas produzindo em fases posteriores, existe sempre a
novos protótipos. As iterações são finalizadas necessidade de revisão e alteração em fases
quando os requisitos forem atendidos. “De anteriores”.
acordo com Gil (2008), afirma que uma utilizar um jaleco especial quando estiver em
pesquisa bibliográfica é desenvolvida com um espaço de trabalho sensível à ESD.
base em material que já tem sido elaborado,
Depois de vestirem as calcanheiras ou
constituído principalmente de livros e artigos
sapatos, a pulseira e o jaleco. Toda pessoa
científicos.
que entrar na área sensível à ESD deve testar
No entanto, afirma Gil (2008), uma pesquisa o funcionamento de seus equipamentos em
de campo, procura o aprofundamento de uma uma estação de teste. Se o teste falhar, será
realidade específica. Isto é, basicamente necessário verificar se a pulseira ou sapatos
realizada através da observação direta das estão em bons estados e vestidos de maneira
atividades do grupo estudado e de adequada e corrigir o problema antes de
entrevistas para se obter explicações e prosseguir.
interpretações
Conforme mencionado anteriormente, a falta
de disciplina de alguns colaboradores em não
realizar os testes antiestáticos corretamente,
5 RESULTADOS
utilizando apenas um formulário obsoleto para
5.1 AVALIAR A PRINCIPAL NÃO controlar o registro destes testes, gera
CONFORMIDADE DO PROCESSO prejuízos expressivos, além de comprometer
a imagem da companhia junto aos seus
Visto que, para uma empresa é de bom senso
clientes. Pois o formulário era ineficaz como
econômico assegurar que cada trabalhador
garantia segura de que os colaboradores
tenha e use ferramentas essenciais na
estavam realizando seus testes. O que gerava
prevenção contra ESD. Pois antes de
grandes desperdícios com impressão de
entrarem em qualquer área sensível a estas
papel e toner de impressora. Além do
descargas, eles devem usar calcanheira
acúmulo de fila gerada para realização dos
antiestático em cada sapato, ou como
testes, tempo de espera que era bastante
alternativa também pode-se usar sapatos
alto, principalmente quando se precisavam
para ESD. Deve-se usar uma pulseira de
imprimir mais formulários, ou seja, a produção
aterramento durante o manuseio de produtos
era prejudica não apenas com as descargas
eletrônicos. E por fim, o colaborador deve
ESD, mas também o tempo perdido.
Figura 6– Tela teste pulseira (Testando e aguardando envio do sinal do testador com resultado do
teste)
Figura 7 – Tela status do teste (Resultado do teste. Testador enviou sinal. Teste aprovado)
Figura 8 – Tela teste calcanheira (Testando e aguardando envio do sinal do testador com resultado
do teste)
Figura 9 – Tela status do teste (Resultado do teste. Testador não enviou sinal. Teste falhou )
Figura 10 – Tela inicial para realização dos testes ESD (Após concluído teste. Retorna para tela
inicial)
Gráfico 1 – Comparação dos prejuízos causados pelos danos (ESD) antes ou depois do uso
Como base de ideia do efeito acumulativo decorrência dos efeitos causados por estas
deste dano, que aumenta ao longo do tempo. descargas. Exemplo: Onde um fabricante
A figura 16 abaixo mostra um exemplo de pode enviar 1000 placas por semana, com
valores em dólar que são perdidos em uma taxa de precipitação radioativa de 1%.
Figura 14 – Tela Consulta de teste ESD não realizados (Para acompanhar se funcionário está
realizando teste)
Figura 16 – Exemplo de um relatório de falhas nos testes ESD por funcionário, exportado do sistema
para excel
REFERÊNCIAS
[1] Alencar. J.C, Aumentar a produtividade, [4] GIL, Antonio Carlos. Como elaborar
diminuir custos. Isso é possível? Disponível em: projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas,
<http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/d 2008.
etalhe_artigo/631>, Acessado em 10 de outubro de
[5] Lee, K. A. The Buildmeister´s Guide:
2016.
Achieving Agile Software Delivery. Raleigh:
[2] Braga C. Newton. Cuidados com a ESD Lulu.com. 2008. 192 p. p.
(ART1080). Guarulhos, 2014. Disponível em:
[6] Martins. A. O processo de melhoria
<http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/eletro
contínua. Disponíve em:
nica/52-artigos-diversos/7375-cuidados-com-a-
esd-art1084>,acessado em: 23/09/2016. <http://www.administradores.com.br/artigos/tecnol
ogia/o-processo-de-melhoria-continua/29794/>,
[3] Bottentuit Junior, J.B.; Coutinho, C.M. P. Acessado em 10 de outubro de 2016.
As Ferramentas da Web 2.0 no apoio à Tutoria na
Formação em E-learning. In: Association [7] Mendes, Marcelo; Maciel, Paulo. Análise
de Desempenho de Sistemas OLTP utilizando o
Francophone Internationale de Recherche
Benchmark TPC-C. Disponível em: Acesso em
Scientifique em Education (AFIRSE),2008
21/10/2016.
[8] Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças de. [9] Paula Filho, Wilson de Pádua. (2011)
Sistemas de Informações Gerenciais: Estratégicas “Engenharia de Sofware: Fundamentos, Métodos e
Táticas Operacionais. 12ª Ed. São Paulo: Editora Padrões ”. Editora: LTC. Rio de Janeiro - RJ
Atlas, 2008, 299 páginas. Sommerville, I. Ingeniería del Software. Madrid:
Pearson Addison Wesley. 2005. 667 p. p
Capítulo 10
projetar para todos os sentidos, deixando um propõe solucionar problemas, criar e melhorar
apelo para que os futuros projetos levem em produtos, é dividida em cinco fases: I)
conta que as pessoas, gradativamente, irão Descoberta, onde constata-se um problema;
se habituar à experiência de que existem II) Interpretação, onde interpreta-se o
muitos receptores sensoriais para conhecer o problema de acordo com assuntos
mundo em que vivemos. aprendidos anteriormente; III) Ideação, a qual
permite a possibilidade de criação; IV)
Algumas dessas metodologias foram
Experimentação, onde há a possibilidade de
criticadas pelo autor Gui Bonsiepe (1983),
tornar a ideia em algo real; e V) Evolução,
pois ele acreditava que a metodologia
fase de aprimoramento de uma ideia já
projetual não deve ser utilizada exatamente à
experimentada.
risca, como dito anteriormente em relação a
metodologia de Munari. Sua metodologia é Em razão disso, é permitido feedback entre
caracteristicamente acadêmica e divide-se as fases, onde assim o designer pensa no
em fases que subdivide-se em diversos problema do usuário para depois criar um
métodos que visam auxiliar o projetista produto ou solução adequada. Tim Brown,
durante o processo projetual, são elas: I) CEO e presidente da IDEO, uma empresa de
Problematização; II) Análise; Definição do inovação e design, afirma que o design não
Problema; IV) Anteprojeto e Geração de deve ser encarado como uma profissão de
Alternativas; V) Avaliação, Decisão e Escolha; decoradores, concedendo apenas uma
e por fim, VI) Apresentação do Projeto. aparência atrativa ao produto final, e sim um
Bonsiepe desenvolveu seus métodos de ramo estratégico, que unido a outras áreas
desenvolvimento de produtos descrevendo pode conceder soluções inovadoras e
técnicas e processos de criação de produto a criativas aos problemas encontrados nos
fim de resolver problemas existentes. Em sua projetos, atuando através do Design Thinking,
metodologia, o autor defende que através de no caso do produto desde a sua concepção,
projetos experimentais, o desenhista projetual criando ideias que correspondam melhor às
tenha uma liberdade relativa na seleção de necessidades e aos desejos do público-alvo,
alternativas, podendo categorizar quais são daí a importância de defini-lo e observá-lo
os problemas mais influentes do produto. desde a fase de interpretação. Dessa forma, é
possível constatar que o Design Thinking é
Baxter (2015), no entanto, aborda questões
uma metodologia altamente sensível e
vinculadas ao mercado e ao sucesso do
empática às necessidades do consumidor, é
produto projetado. O diferencial do autor
prescritiva pois existem etapas a serem
consiste em articular design e marketing com
seguidas para se concretizar o projeto,
a proposta de alcançar a diferenciação em
cíclica, cuja as macrofases Inspiração,
um projeto de caráter inovador. Em suas
Ideação e Implementação dialogam entre si
obras, o autor elenca uma série de
permitindo feedbacks flexíveis entre as fases,
ferramentas a serem empregadas em um
e atemporal, onde as fases podem acontecer
projeto de design. O autor ainda afirma que a
ao mesmo tempo, não sendo necessário que
inovação é um ingrediente vital para o
uma termine antes que a outra comece.
sucesso do projeto e consequentemente dos
negócios. Segundo ele, o planejamento do É por conta da forte presença de uma
projeto deve ser pautado em 6 etapas, sendo preocupação com o ser humano que o design
elas: I) Identificação da oportunidade, II) thinking vêm se destacando entre os
Pesquisa de Marketing, III) Análise de designers mais jovens. A princípio pode
produtos concorrentes, IV) Proposta do novo parecer confuso, mas o uso de suas
produto, V) Elaboração das especificações da ferramentas auxiliam na construção e
oportunidade, e VI) Especificação do projeto. desenvolvimento de um projeto, além de, por
As 32 ferramentas propostas tornam o muitas vezes, possuírem a capacidade de ser
processo bastante interativo, possibilitando a utilizadas junto a outras metodologias.
potencialização da aquisição de informações
e resultados em cada etapa.
3. APLICAÇÃO PRÁTICA DA METODOLOGIA
Diferentemente das metodologias
DURANTE A DISCIPLINA DE PROJETO DE
supracitadas, o Design Thinking
OBJETOS 1 DO CURSO DE DESIGN - UFAL
sistematizado e publicado por Tim Brown,
ganhou notoriedade apenas em 2008 após Seguindo os preceitos metodológicos e
uma publicação na revista Harvard Business análises apresentadas anteriormente, foram
Review. Sendo uma metodologia flexível que realizadas aplicações práticas para a
Para a etapa de análise e preparação do isso, foi elaborada uma tabela comparativa,
campo de trabalho, foi realizado um proposta por Baxter (2015), que serviu como
levantamento preliminar através de uma base para uma análise do produto e análise
análise de dados de produtos similares. Para de mercado, ilustrada na Tabela 1.
Esta etapa foi realizada com o auxílio da análises que a proposta metodológica
Matriz de Seleção de Oportunidades, apresentada pelo designer Bruno Munari
proposta por Baxter (2015). No processo (2002), conseguiu atender aos requisitos do
decisório e de escolha, percebeu-se que a projeto, por ser sistemática e cíclica além de
alternativa 2 destacou-se entre os conceitos apresentar feedback entre as fases, estando
analisados. Nos pontos em que não ganhou a mesma divididas em 12 etapas. Contudo,
destaque, foram propostas melhorias. Após o para esse projeto, foi feita uma adaptação
detalhamento da alternativa escolhida, foi feita para que a metodologia se tornasse
a modelagem tridimensional digital e uma adequada a necessidade identificada e ao
apresentação final da concepção detalhada tempo do semestre letivo para a conclusão da
do produto final através de desenhos técnicos disciplina de projeto de objetos 1, reduzindo
com vistas, perspectiva explodida, assim, o número de 12 para 8 etapas. Na
detalhamentos de estrutura, materiais e figura 5, é possível visualizar cada etapa, e o
encaixes da parte estrutural. emprego de ferramentas elencadas pelo
grupo e pela docente da disciplina, para que
os resultados de cada etapa pudessem ser
3.2. APLICAÇÃO PRÁTICA: RALADOR DE potencializados.
LEGUMES
Nesta outra experiência de concepção de
produto aqui apresentada, percebeu-se após
.
3.2.1 MATERIAIS E MÉTODOS produto e com isso, posteriormente foi
possível setorizar as necessidades do mesmo
Inicia-se o processo projetual com a
através do Mapa Mental de Buzan (2005),
aplicação do Brainstorming (Osborn, 1953
conforme a figura 6.
apud Baxter, 2015), para estimular a
criatividade dos designers e acumular o
máximo de ideias sobre o contexto do
Tabela 5 - Matriz de Convergência Controlada. Adaptado de Pugh (1991, apud Baxter, 2015).
REFERÊNCIAS
[1] Baxter, M. R. Projeto de Produto: Guia [4] Brown, Tim. Design Thinking: uma
Prático para o Design de Novos Produtos. São metodologia poderosa para decretar o fim das
Paulo: Editora blücher, 2015. velhas ideias. Rio de Janeiro. Elsevier, 2010.
[2] BONSIEPE, G. A Tecnologia da [5] Buzan, Tony. Mapas mentais e sua
Tecnologia. São Paulo: Ed. Blücher, 1983. elaboração. São Paulo: Editora Cultrix. 2005.
[3] Bonsiepe, G. Um Experimento em Projeto [6] Ishikawa, K. Introduction to Quality Control.
de Produto: Desenho Industrial. Brasília: ; Translator: J. H. Loftus. 448 p; 1990. ISBN 4-
CNPq/Coordenação Editorial, 1983. 906224-61-X OCLC 61341428.
[7] Löbach, B. Design Industrial: Bases para a [9] Mont ́Alvão, C., Damazio, V. Design,
configuração dos produtos industriais. São Paulo: Ergonomia e Emoção. Rio de Janeiro: Mauad
Edgard Blucher, 2001. X.FAPERJ, 2008.
[8] Martins, R. F. F. A gestão de design como [10] Munari, Bruno. Das coisas nascem coisas.
estratégia organizacional: um modelo de São Paulo: Martins Fontes, 2002.
integração do design em organizações. Tese
[11] Romeiro, E., Ferreira, C., Miguel, P.,
(Doutorado em Engenharia de Produção). 205 f.
Gouvinhas, R., Naveiro, R. Projeto de Produto. 1
Universidade Federal de Santa Catarina,
ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Florianópolis: 2004.
Capítulo 11
Tabela 1: Classificação de Micro e Pequena Empresa (MPE) segundo a Lei Complementar Federal
123/2006 (critério: receita bruta).
Porte Classificação Faturamento Bruto Anual
Microempresa (ME) Até R$ 360 mil
MPE
Empresa de pequeno porte (EPP) Acima de R$ 360 mil até R$ 3,6 milhões
Ref.: Lei Complementar Federal 123/2006
Tabela 2: Percentual de atuação das MPE’s nos setores de Serviços, Comércio e Industrial.
PIB gerado Empresas Empregados Remuneração de
empregados (%)
(%) (%) (%)
Setor de Serviços 36,30 98,10 43,50 27,80
Setor de Comércio 53,40 99,20 69,50 49,70
Setor Industrial 22,50 95,50 42 25,70
Ref.: SEBRAE, 2014
Apesar da grande atuação e importância das Motor Corporation (WOMACK; JONES, 1998).
MPE’s, cerca de 58% dessas empresas não
O STP surgiu através da colaboração do
sobrevivem mais do que cinco anos no
engenheiro mecânico Taiichi Ohno com o
mercado (SEBRAE-SP, 2014).
engenheiro Shigeo Shingo, criador da técnica
Segundo pesquisas realizadas pelo SEBRAE- Single Minute Exchange of Die (SMED) ou
SP (2014) as causas de insucesso das MPE’s Troca Rápida de Ferramentas. Foi então
costumam envolver os seguintes fatores: desenvolvido o Sistema Toyota de Produção ,
comportamento empreendedor pouco que tem como pilares: o JIT (Just-In-Time);
desenvolvido, ausência do planejamento Jidoka (Autonomação); 5S (housekeeping);
prévio, gestão deficiente do negócio, Kaizen (melhoria contínua); TPM (Total
insuficiência de políticas de apoio, flutuações Productive Maintenance); TQM (Total Quality
na conjuntura econômica, ausência de Management); SMED (Single Minute
técnicas de marketing, de avaliação de Exchange of Die); VSM (Value Stream
custos, fluxo de caixa e problemas “pessoais” Mapping); Andon (Quadro Luminoso de
dos proprietários. Alarmes); Kanban (cartões de ordem da
produção); e Poka-Yoke (dispositivo à prova
As MPE’s que procuram aperfeiçoar seus
de erros) (SHINGO, 1996; SLACK ET. AL.,
produtos e serviços, inovar em processos e
2010)
procedimentos, investir em capacitação de
pessoal e qualidade, mantendo-se atualizada O STP, tal qual a Filosofia Lean, tem como
às tecnologias do setor, tendem a sobreviver foco a eliminação de desperdícios a fim de
mais no mercado (SEBRAE-SP, 2014). reduzir o custo de capital e ao mesmo tempo,
entregar máximo valor para o cliente (OHNO,
O investimento na área de qualidade,
1997).
realizado através da implantação da Filosofia
Lean, juntamente aos princípios de melhoria A Filosofia Lean, conhecida por Lean Thinking
contínua, serve como um diferencial (mentalidade enxuta / pensamento enxuto), foi
competitivo nas MPE’s (MCLEAN, 2015). difundida por Womack & Jones (1998), e
amplia os conceitos de Lean Production
(Produção Enxuta) para toda a empresa.
2.2 FILOSOFIA LEAN
O objetivo da Filosofia é proporcionar
Lean é um sistema de gerenciamento que orientações que abranjam todos os processos
teve como base o Sistema Toyota de da organização, sendo o conceito de melhoria
Produção (STP), originário da empresa Toyota contínua extremamente importante, criando
O Projeto Kaizen foi implantado pela iniciativa continua, e tendo como primeira área de
do Setor de Qualidade e pelo interesse da alta implantação do Projeto Kaizen, a área de
gerência. O projeto busca a transformação Estoque.
gradual da cultura da empresa através da
A figura a seguir mostra o layout do primeiro
introdução de conceitos Lean, começando
andar da empresa, onde se situa o Estoque.
pela implantação dos conceitos de melhoria
4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA E EQUIPE KAIZEN Após a definição das metas foi usada a
técnica de brainstorming, uma das
Após o treinamento realizou-se um
ferramentas da qualidade, para sugestões de
Brainstorming com todos os participantes
melhorias. As melhorias escolhidas a serem
para que fosse definida a área de aplicação
aplicadas foram então definidas.
do Projeto Kaizen Piloto. Percebeu-se que o
Setor Estoque era uma área que necessitava Durante a realização das melhorias as
de várias melhorias em processos seguintes ferramentas da qualidade foram
considerados simples, e em que a alta utilizadas: Diagrama de Ishikawa, 5W2H, 5S’s
gerencia tinha muito interesse em aprimorar, e Padronização. Os resultados foram
sendo então, a área escolhida para a padronizados através de fluxogramas e
aplicação do Projeto. anotados segundo o relatório A3, um
documento que apresenta como informações:
Definida a área criou-se uma equipe Kaizen,
o problema estudado, sua análise e as ações
formada por um líder, um co-líder e demais
corretivas tomadas pela empresa (SHOOK,
participantes. Toda a equipe de Qualidade
2009).
integrou a equipe Kaizen, assim como o
funcionário responsável pelo Estoque. O
engenheiro responsável pela produção
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
também foi incluído nesta equipe Kaizen.
RESULTADOS
5.1 MELHORIAS NO PROCESSO DE
4.3 COLETA DE DADOS E APLICAÇÃO DO ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS
PROJETO KAIZEN PILOTO
Existem situações de rastreabilidade em que
Diversos processos realizados no estoque são necessários acesso aos documentos:
foram analisados. Destes processos, dois faturas (invoices) e certificados de qualidade
foram escolhidos pelo líder da equipe para das matérias-primas. São exemplos de
integrar o Projeto Kaizen Piloto. Foram eles: atividades que precisam consultar os
arquivamento de documentos e documentos: recall, elaboração de relatórios
armazenagem de matérias primas. da qualidade e solicitação de clientes e
fornecedores.
Realizou-se então uma análise completa de
cada um desses processos, onde foi A execução dessa atividade é de baixo valor
verificado o estado atual dos mesmos. Os agregado, ou seja, é necessário ser realizada
dados coletados foram analisadose as metas de forma rápida e eficaz. Para que isso ocorra
a serem alcançadas foram definidas. Estas os documentos devem ser organizados
metas consideraram a situação da empresa corretamente e fáceis de serem acessados.
estudada, que conta com poucos funcionários
O arquivamento de documentos na Empresa
e não pode parar seus processos para a
A não seguia um padrão claro e sua
realização do Kaizen, ou seja, o projeto foi
armazenagem (em pastas superlotadas
realizado concomitantemente com as demais
dentro de um armário e de outros pontos
atividades da empresa.
aleatórios do estoque) não era de fácil
acesso, levando um tempo médio para
procura de um documento específico de Foi feita uma coleta e análise dos dados do
cerca de 20 minutos. processo através de um diagrama de
Ishikawa, mostrado na Figura 4.
Para melhorar o layout do Estoque, tornar A Equipe Kaizen fez o registro das medidas a
possível a identificação correta de cada serem tomadas através do método “5W2H”,
matéria prima e realizar a desocupação da apresentado aseguir (Figura 8).
bancada móvel necessária para o transporte
da matéria prima o time se propôs a aplicar os
5S’s no Estoque.
As metas dos 5S’s foram: melhoria do layout e compras. Muitos materiais de limpeza e de
desocupação de uma bancada móvel. uso diário (como pastas, grampeadores,
canetas, etc.) tinham sido comprados sem
As ações dos 5S’s realizadas na Empresa A
necessidade pois já tinham no estoque (em
foram:
grande quantidade, vale adicionar), só que a
1. Ações para Seiri (Senso de Seleção) – má organização fazia com que o funcionário
Foram retirados do local: lixo, materiais que não encontrasse esses itens. Também se
estavam guardados no local incorreto, encontrou matéria-prima que tinha sido
materiais que não eram mais utilizados. Com “esquecida” pela má organização do estoque.
isso foi possível desocupar 4 armários, uma
Ou seja, a aplicação dos 5S’s demonstrou a
mesa e uma bancada móvel.
grande necessidade de uma organização
2. Ações para Seiton (Senso de
padronizada. Essa padronização foi realizada,
Ordenação) – Quanto aos objetos restantes
evitando assim futuras compras incorretas e
estes foram organizados corretamente e
desperdício de matéria-prima.
depois devidamente identificados.
3. Ações para Seiso (Senso de Limpeza) A realização das medidas de melhoria gerou
– O local provou conter muita sujeira. Devido uma otimização do processo de
a isto durante e após os 5S’s, foi realizada a armazenamento de matérias primas, que se
limpeza do local. encontra devidamente organizado e
4. Ações para Seiketsu (Senso de padronizado. A meta de realizar uma média
Higiene) – Foi feita uma padronização quanto de duas “viagens” foi cumprida e a meta de
à arrumação e limpeza do local, disponível diminuir o tempo do processo em 50% foi
para os funcionários. Cada prateleira foi superada. O processo de armazenagem de
devidamente identificada. matéria prima, que antes demorava em média
5. Ações para Shitsuke (Senso de Auto- 40 minutos, hoje apresenta uma média de 17
Disciplina) – Os funcionários foram minutos.
incentivados pela Equipe Kaizen a manter a
Os benefícios conseguidos pelas melhorias
ordem e a limpeza do local e a dar sugestões
realizadas no processo de armazenagem de
de melhoria sempre que necessário. Esta
matéria-prima estão listados abaixo:
ação deve sempre se manter com rigor.
- Aumento significativo do espaço útil do
Durante a aplicação dos 5S’s foi possível
estoque (houve um aumento de
realizar as ações de melhoria decididas no
aproximadamente 30% do espaço útil);
Brainstorming. Os 5S’s também mostraram
possibilidade de locomoção da bancada
que a má organização do Estoque
móvel;
influenciava outros processos, como o de
- Padronização do processo;
para que estes resultados sejam mantidos a rotineiros, bem como os conceitos de
longo prazo é necessária muita disciplina. padronização e redução de desperdícios.
Após a realização do Projeto Kaizen Piloto Após um ano e meio, os processos aqui
outras áreas da empresa (como as áreas de descritos foram analisados novamente,
Logística e de Compras), que não procurava-se saber se os resultados positivos
participaram da execução e treinamentos foram mantidos, e se novos Kaizen foram
Kaizen mas viram os resultados do mesmo, realizados, dando continuidade à filosofia
solicitaram que fossem realizados eventos Lean baseada na melhoria contínua.
Kaizen para as mesmas.
Os processos melhorados mantiveram o
A alta gerencia se sentiu satisfeita com o conceito de padronização, e hoje, apresentam
resultado o que levou a área de Qualidade da os seguintes resultados:
Empresa a criar como metas: a manutenção
dos resultados alcançados pelo Projeto
- Tempo de processo de
arquivamento de documentos: média
Kaizen Piloto, a realização de mais quatro
Projetos Kaizen e a aplicação do Projeto de 1 minuto e 15 segundos;
Kaizen em processos produtivos mais - Tempo de processo de
complexos, procurando reduzir custos. armazenamento de matéria prima:
média de 15 minutos;
- Número de viagens do processo de
5.3.1 ANALISE DA MANUTENÇÃO DA armazenamento de matéria prima:
FILOSOFIA LEAN, UM ANO E MEIO APÓS A média de duas viagens;
APLICAÇÃO DO PROJETO KAIZEN PILOTO É possível perceber uma pequena melhora no
Apesar dos resultados positivos, para afirmar- tempo destes dois processos. A imagem a
se como uma empresa Lean, que segue uma seguir (figura 10) demonstra claramente a
filosofia de melhoria contínua, a Empresa A melhoria do layout do estoque,
precisa de anos de prática, até que os representando-o antes do Kaizen, logo após
Projetos Kaizen se tornem comuns e as melhorias aplicadas pelo Kaizen, e um ano
e meio após a aplicação do Projeto Kaizen
Piloto.
Figura 10: Representação do Estoque antes do Projeto Kaizen Piloto, logo após o Kaizen e Um ano e
meio após o Kaizen.
REFERÊNCIAS
[1] Brasil. Lei Complementar Nº 123, de 14 de Management Principles From The World’s Greatest
Dezembro de 2006. Disponível em: Manufacturer. International Edition, McGraw-Hill.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp 2004
123.htm>. Acesso em: 26 de agosto, 2015
[10] Mclean, Timothy. Grow Your Factory, Grow
[2] Chiarini, Andrea. Lean Organization: From Your Profits. Lean For Small And Medium Sized
The Tools Of The Toyota Production System To Manufacturing Enterprises. CRC Press. 2015.
Lean Office, Volume 3. Published by Springer
[11] Monden, Yasuhiro. Toyota Production
Milan. 2013.
System An Integrated Approach To Just-In-Time.
[3] Elbert, Mike. Lean Production for The Small Second Edition. CHAPMAN & HALL. Institute of
Company. Published by CRC Press Taylor & Industrial Engineers. 1994.
Francis Group. 2013.
[12] Ohno, Taiichi. O Sistema Toyota de
[4] Imai, Masaaki. Gemba Kaizen: A Common Produção. Porto Alegre: Bookman, 1997.
Sense Approach To A Continuous Improvement
[13] Rother, Mike. Toyota Kata Managing
Strategy, Second Edition. McGraw-Hill Professional
Publishing. 2012. People For Improvement, Adaptiveness, And
Superior Results. Publishe by McGrawl-Hill. 2010
[5] IMAI, Masaaki. Kaizen A Estratégia Para O
[14] Santos, Antonio Raimundo dos.
Sucesso Competitivo, 7ª Edição. Editora IMAM.
2011 Metodologia Científica: A Construção Do
Conhecimento. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. 7ª
[6] Instituto Brasileiro de Geografia e Edição.
Estatística (IBGE). As Micro e Pequenas Empresas
Comerciais e de Serviços no Brasil. 2001. [15] Seleme, Robson; Stadler, Humberto.
Controle Da Qualidade, as Ferramentas Essenciais.
Disponível em
Editora IBPEX Dialógica. 2ª Edição. Curitiba, 2012.
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia
/microempresa/microempresa2001.pdf> Acesso [16] Serviço Brasileiro DE Apoio ÀS Micro E
em 19 jun. 2015. Pequenas Empresas (Sebrae). Causa Mortis. O
sucesso e o fracasso nos primeiros 5 anos de vida.
[7] Juran, Joseph M. Juran’s Quality
Handbook, Fifth Edition. McGraw-Hill International SEBRAE-SP, 2014. Disponível em:
<http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/bibliote
Editions: Industrial Engineering Series. USA. New
York, 2000. ca/EstudosPesquisas/mortalidade/causa_mortis_20
14.pdf>. Acesso em 23 de ago. 2016.
[8] Leone, N.M. As especificidades das
[17] Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
pequenas e médias empresas. São Paulo: Revista
de Administração, v.34, n.2, p.91-94, abril/junho Pequenas Empresas (Sebrae). Unidade de Gestão
Estratégica – UGE. Participação das Micro e
1999. Disponível em
Pequenas Empresas na Economia Brasileira, 2014.
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&es
Disponível em:
rc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebra
CB0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.rausp.usp.b
e/Estudos%20e%20Pesquisas/Participacao%20das
r%2Fdownload.asp%3Ffile%3D3402091.pdf&ei=0k
- %20micro%20e%20pequenas%20empresas.pdf>.
Acesso em 29 jul. 2016
VVcnWIYmigwTnzbmgCg&usg=AFQjCNFTcD3ohX
mqER50LeBYCTyvDPLsLg&sig2=MEXAGkr5Gp- [18] Shingo, Shigeo. O Sistema Toyota de
cQtnIaxrRgg> Acesso em 18 jun. 2016. Produção do Ponto de Vista da Engenharia de
Produção. Porto Alegre: Bookman, 1996.
[9] Liker, Jeffrey K. The Toyota Way: 14
[19] Slack, Nigel; Chambers, Stuart; Johnston, [20] Womack, James P.; Jones, Daniel T. A
Robert. Operations Management. Published by mentalidade enxuta nas empresas: elimine o
Prentice Hall financial Times. Sixth Edition, 2010. desperdício e crie riqueza. Rio de Janeiro:
Campus, 1998.
Capítulo 12
Resumo: Esta pesquisa está sendo realizada a fim de obter melhorias significativas
no equipamento em questão em termos de produção, segurança e automação.
Atendendo todos os requisitos solicitados na NR 12 para com os operadores.
Atribuindo os aspectos ergonômicos redigida na norma e suprindo as
necessidades exigidas, a mesma. Também de maneira tal que venha a contribuir
na elevação da produção diária sem colocar em risco a integridade física dos
operadores que nela trabalham. Tendo em vista os problemas anteriores as
melhorias, o intuito é mostrar que com todas as melhorias feitas na máquina é
possível ainda traçar sempre novas perspectivas ainda que essas seja apenas as
primeiras de muitas que ainda viram no decorrer dos anos, sempre em busca da
alta produção com qualidade nos produtos e a máxima segurança para com os
operadores que trabalham diariamente na máquina.
Nosso equipamento tem seus sensores tem uma lógica simples e seu custo benefício
compostos por relés de segurança como compensa mais o uso do relé.
indica a figura 1 acima, sendo os mesmos
Todas essas modificações estão sendo
instalados no painel de operação, devido às
estudadas e mensuradas de maneira que
portas de segurança e a cortina de luz que
venha a atender os requisitos da NBR 13852.
serão instaladas no equipamento, não iremos
usar CLP (computer logic program), devido à Seguindo no mesmo propósito, solicitamos
baixa complexidade do sistema, lógicas muito também as portas com chave eletrônica tipo
complexas utilizam os CLP, na máquina em dois com bloqueio, como mostra a Figura 2
estudo não será necessário, pois a mesma abaixo.
A utilização da chave eletrônica tipo dois com citados no estudo irão contribuir de forma
bloqueio é determinada pela norma, sendo as positiva para todas as áreas do equipamento
mesmas controladas por um relé FWS 301 MC e da área que o cerca, desta forma iremos
com alimentação de 24 volts, baixas tensão utilizar os métodos teóricos, experimentais e
determinada pela norma, “atendendo os dedutivos.
requisitos da norma regulamentadora onde se
Os métodos teóricos compreendem a coleta
pede que trabalhem com fusíveis em baixa
de dados e informações sobre o equipamento
tensão entre 12 a 30 volts. (NR12, 2012).
em estudo, buscando qual a ferramenta mais
“Como observamos essa chave e do tipo dois apropriada para a resolução do problema
que trava automaticamente, para o existente na máquina, qual a melhor forma de
destravamento auxiliar É necessário girar a ser implantado e de que forma esse método
chave triangular (M5) disponibilizado pelo venha a ser executado no menor tempo
fabricante como acessório, e executar o possível. Contaremos com o uso de fotos para
destravamento de forma manual”. analisarmos o contexto em que se encontra o
(SCHMERSAL, 2015). equipamento e com projeções do mesmo
com o uso de todas as melhorias que estão
O outro relé utilizado no equipamento é o FWS
sendo proposta nesse estudo.
1205, o mesmo é específico para momento de
inércia da máquina, tendo também como O método experimental mensurou os dados
função monitorar dois sensores do eixo coletados do equipamento e apresentou-se
principal do motor detectando o movimento através de tabelas ou gráficos, realizaram-se
dos eixos. os experimentos físicos como forma de teste,
como exemplo foram realizados testes nos
carros coletores de chapas, no que se
2.METODOLOGIA referenciou o tempo de trajeto e sua produção
em transportes das chapas, todos os outros
Para a elaboração e construção desse
experimentos tiveram a mesma abordagem,
trabalho teremos que usar diversas formas de
sendo eles registrados com fotos do antes e
metodologia buscando responder os
depois desses experimentos.
questionamentos citados na introdução do
mesmo, propondo através desses métodos No método dedutivo foram analisadas as
que todas as melhorias e experimentos melhorias no equipamento e todos os
para mantê-lo alinhado para que não haja seguir temos a figura 4 indicando o receptor
problema na sua resolução obedecendo a do feixe de luz.
distância estabelecida pelo fabricante. A
Tendo observado as melhorias serem antes eram atingidas facilmente mais sem
implantadas foi constatado que conforme as qualquer segurança e se expondo a um sério
mesmas estavam sendo realizadas, risco de sofrer graves acidentes. Apesar de
aperfeiçoadas e em fase de teste notou-se todas essas adversidades do passado em
uma leve queda de produção devida os termos de segurança e automação, a
operadores estarem se adaptando as novas empresa teve poucos casos de acidentes
regras e procedimentos de operação. Obs. com afastamento e bastante lucro.
Toda a implementação realizada no
Com a implantação das melhorias obtivemos
equipamento trata-se de cumprimento de
melhoras em todos os aspectos sejam eles de
normas exigidas pela ABNT.
segurança ou de automação, a empresa
Não demorou muito para que os todos os retornou atingíveis suas metas de produção
colaboradores se adequassem aos novos
e com um produto final de melhor qualidade,
procedimentos, através de treinamento e
conforme os gráficos estão mensurando
aperfeiçoamento oferecidos pela empresa,
abaixo.
trazendo consigo novamente as metas que
REFERÊNCIAS
[1] Abnt Nbr NM-ISSO 13852:2003 - NR [5] Nunes, Antonio Barbosa Filho –
12 - Segurança de máquinas, p. 20,21. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental;
Disponível em: São Paulo, Ed. Atlas 2011/ 4º edição, p. 121,
http://portal.mte.gov.br/data/anexoI. Acesso em 122.
12 de março de 2015.
[6] Ramos, Fabrício da F. – Introdução a
[2] Capelli, Alexandre - Automação Sensores, 2006 p.1, 2. Disponível em: http://
Industrial; São Paulo, Ed. Érica 2012/ 2º edição, http://www.ebah.com.br/content/Abaaabjuiaa/se
p. 15. nsores. Acesso em 11 de abril de 2015.
[3] Norma Regulamentadora – NR 12, [7] Rogério, Paulo da Silveira/ Santos,
Máquinas e Equipamentos, p. 1, 4, 6, 7, Winderson E. - Automação e controle discreto;
Disponível em: http://portal.mte.Gov.br. Acesso São Paulo, Ed. Érica 2012 / 9º edição, p. 11, 12,
em 12 de março de 2015. 23, 24.
[4] Norma Regulamentadora - NR 12, [8] Salvador, Roberto Reis - Segurança e
Aspectos Ergonômicos/ portaria SIT num. 197/ saúde do trabalho; Normas regulamentadoras,
item 12.94 sub. Item g, p. 12. Disponível em: São Caetano do Sul, Ed. Yendis 2012 / anexo
http://portal.mte.gov.br/data/atualizada2103. 14, 9º edição, p. 2, 156, 157, 163.
Acesso em 15 março de 2015.
Capítulo 13
Resumo: Existe uma crescente demanda por sistemas robóticos, entre eles
encontram-se os veículos terrestres não-tripulados (VTNT) que são robôs terrestres
desenvolvidos para serem utilizados como uma extensão dos recursos humanos. O
desenvolvimento de um veículo controlado remotamente envolve, principalmente, o
controle de seus mecanismos básicos de condução: aceleração, frenagem e
direção. O objetivo é mostrar a implementação dos projetos UGV Solutions, em um
sistema de sensoriamento, monitoramento em tempo real e aplicabilidades para
uso em cidades inteligentes, utilizando a ideia dos VTNTs. Toda essa ideação é
desenvolvida em um diagrama que apresenta como o sistema pode ser aplicado
nas cidades inteligentes.
Existem diversas aplicações para os projetos, veículo de modo que todo o trajeto do veículo
porém será apresentado aplicabilidades para seja acompanhado em tempo real.
uso em cidades inteligentes, onde a gestão
O restante desse artigo é organizado como se
deve estar presente para que toda a
segue, no tópico 2, foi feita a explicação
sociedade possa estar integrada com a
sobre os 4 projetos desenvolvidos, no 3, um
tecnologia.
detalhamento sobre a comunicação RF, no 4,
Esses veículos possuem sensores que podem o website é analisado com suas abas de
monitorar e alertar, por exemplo, que desenvolvimento; em 5 é apresentado o
determinada região está sobre risco de diagrama de gestão e integração do sistema
alagamento ou incêndio. Tudo isso só é na sociedade, e pôr fim à conclusão.
possível devido a sensores integrados aos
veículos que enviam dados como
temperatura, luminosidade, nível de gás 2. UGV SOLUTIONS
carbônico, humidade, em tempo real.
2.1. BENDER UGV
É possível acoplar, caso necessário, um
O primeiro projeto desenvolvido foi o
braço robótico ao veículo, observando que
Bender UGV, apresentado na
nesse trabalho será demonstrado a parte de
software para essa funcionalidade e um Figura 5, tendo como principal desafio criar
protótipo visual em acrílico. um veículo capaz de proporcionar uma
relação autonomia x peso viável para as
Todo o controle dos veículos é feito por um
aplicações de monitoramento.
controle remoto via rádio frequência (RF). Um
suporte de câmera foi instalado na frente do
Gases tóxicos e inflamáveis podem gerar como esteiras, que são as rodas do tanque
grandes explosões, como são comprovadas de guerra, foram desenvolvidas para atuarem
por experiências já realizadas em em vários tipos de terreno, tendo uma melhor
laboratórios, transcorridos de vazamentos que aderência ao solo.
geraram nuvens tóxicas ou explosivas no
A fixação dos motores foi feita na parte de
ambiente. Levando essa ideia em
trás do veículo para prender as esteiras
consideração, foi desenvolvido esse modelo
permitindo um deslocamento do conjunto em
de UGV. Nesse veículo, não foram feitos
360º, tudo controlado via comando dado pelo
estudos para acionamento do circuito sem
controle remoto RF. Isso só foi possível por
gerar faísca, para implementação deve-se
meio da utilização da Shield L298n - Driver
levar em conta esse fato (LOPES, 2012).
Ponte H, que faz o controle dos motores do
Com a diminuição das funcionalidades, foi veículo, este circuito/shield foi o que
possível diminuir a bateria para 7,2V / apresentou as melhores características de
2500mA. O chassi é de polímero, que é um acionamento.
material resistente, com apenas 2 motores
Todo o conceito de hardware desenvolvido no
DC, utilizando lagartas, também conhecidas
protótipo é apresentado na
Para conseguir que os servos estivessem nas correr o risco de ter movimentos limitados,
posições solicitadas, foi preciso fazer um com isso, foi necessário desenvolver um
estudo, eles podem ser danificados se não for algoritmo, capaz de adaptar cada servo a um
aplicada uma tensão de controle correta ou ângulo inicial, utilizando como base as
Existem vários modelos de antenas, todas onda foi escolhido para ser colocada nos
elas executam uma tarefa importante nas projetos da UGV Solutions, devido ao seu
redes de transmissão/recepção de sinal. É padrão de radiação omnidirecional, com isso,
com elas, que acontece a transferência da quando há alguma mudança em seu
energia a partir do transmissor para o meio posicionamento, não precisa estar orientada a
onde se propagará, e daquele meio ao algum ponto para manter constantes os
receptor. A eficiência desse sistema depende sinais. A antena monopolo de quarto de onda
do desempenho dos fatores irradiantes ou deve estar em um plano Terra, como
das recepções a ele conectado, por isso se apresentado na Figura 11, é deste que deriva
desenvolveram vários modelos de antenas, a sua polarização. A monopolo deve
dentre estas, podem ser citadas as mais necessariamente estar polarizada em relação
comuns: a monopolo e a dipolo (RIBEIRO, ao seu plano de Terra, verticalmente
2012). (RIBEIRO, 2012).
A antena monopolo é muito utilizada
atualmente, o modelo monopolo de quarto de
No uso com os projetos da UGV Solutions, foi certo espaço de tempo para a execução,
preciso desenvolver um código capaz de obtidas no osciloscópio AGILENT 1000MHz
executar mais de um movimento, então, a DSO3102A, como apresentado na Figura 15 e
cada direção será enviado um número Figura 16, nelas são visualizados dois sinais
representado por um conjunto de bits. Cada diferentes retirados da saída da porta de
execução é gerada por meio de um tempo dados do arduino, a primeira imagem tem
dado em milissegundos e o demodulador uma direção específica e a segunda é a
interpretará essa duração como sendo um ausência de movimentos.
Capítulo 14
Neste âmbito, Davis et al. (2001), atrela a antecipadas as decisões quanto à gestão dos
perspectiva corporativa a um conceito recursos da produção em determinados
estratégico onde são desenvolvidos planos períodos. (LUTOSA et al., 2008).
visando o crescimento futuro da organização
O sistema MRP remete suas origens ao Plano
nos níveis de decisões gerenciais estratégico
Mestre de Produção (PMP). Originalmente
(longo prazo), tático (médio prazo) e de
implementado pela empresa norte-americana
planejamento operacional (curto prazo). Já a
Ford, o MRP reflete o cenário de produção
perspectiva operacional é caracterizada pelo
intensiva, com grande investimento em
processo de transformação onde ocorrem
equipamentos. Neste âmbito, encontra no
algumas transformações do tipo: Física
PMP o plano periódico que especifica a
(manufatura); de Local (Transporte); de Troca
quantidade e o momento em que a empresa
(Varejo); de Estocagem (Armazenamento);
planeja produzir cada um dos itens finais
Fisiológica (Programas de Saúde) e
(DAVIS et al.,2008).
Informacional (Telecomunicação).
Desta forma, o MRP objetiva-se a gerenciar os
No cenário produtivo atual, evidencia-se a
estoques de materiais e componentes a
preocupação da eficiência operacional da
serem utilizados pela produção em um
função produção, bem como sua concepção
determinado tempo, ocorrendo a partir do
como função estratégica e integrada as
PMP, a separação dos itens a serem
demais funções da organização. Conforme
empregados nas várias etapas da fabricação,
afirmação de Slack et al. (2008), mediante
elaborando-se a partir daí um cronograma de
mercados cada vez mais concorrenciais, as
abastecimento e de produção, o que
organizações devem buscar a vantagem
proporciona a redução de interrupções do
competitiva aumentando o seu desempenho
fluxo produtivo (MOURA, 2006).
ao longo de todas as funções da cadeia de
valor. Para isso, devem centrar seus esforços Pela separação do produto em seus
ao atendimento aos objetivos de respectivos componentes e materiais, torna-
desempenho: qualidade, rapidez, se possível a projeção futura para compra de
confiabilidade, flexibilidade e custos cada um dos componentes, nas quantidades
produtivos. e nos prazos específicos, de forma a garantir
a entrega do produto ao cliente no prazo
Perante tal explanação, pode-se concluir que
determinado. (LUTOSA et al., 2008). A
existe uma relação entre a eficiência da
projeção é direcionada pelo cálculo para
produção e sua capacidade de produzir com
determinação da demanda dos componentes
qualidade, ao menor custo desejável,
de cada nível, realizado por meio da
utilizando para isto o menor capital possível.
Programação Detalhada da Produção, sendo
Logo, diante destas informações esta seção
somente emitida, a partir desta etapa, as
apresenta em suas subseções os dois
diversas ordens de compra e produção para
sistemas que tiveram sua origem motivada
os setores responsáveis (MOURA, 2006).
por uma necessidade imposta pela realidade
do mercado a qual estavam inseridas. São A etapa da Programação Detalhada de
eles, o MRP, o qual foi implantado em um Produção é caracterizada pela tomada de
sistema de produção em massa (SLACK et al, decisão de onde e por quem cada tarefa será
2009) e, o JIT, o qual tem sua identidade realizada, evidenciando o compromisso
atribuida ao Sistema Toyota de Produção quanto a entrega no prazo acordado com o
(CORRÊA e GIANESI, 2011). cliente. Logo, objetiva-se a realização das
atividades no menor tempo possível, na
redução dos estoques ao longo do processo,
2.1 O SISTEMA DE PRODUÇÃO MRP bem como na redução da ociosidade dos
recursos disponíveis para a produção.
A sistemática de funcionamento do sistema
(LUTOSA et al, 2008).
MRP parte de um planejamento hierárquico
das necessidades de produção onde está Assim, o sistema MRP tem como premissa o
contido os programas produtivos que controle de inventário e produção de forma a
abrangem uma visão futura de produção, a minimizar os custos do processo produtivo,
um determinado intervalo e a um determinado otimizando os níveis de materiais
grau de detalhamento. Este planejamento vai impressindíveis a produção.
desde o nível estratégico da organização até
o seu nível operacional, de modo que sejam
2.2 O SISTEMA DE PRODUÇÃO JIT a lotes menores, porém, o tempo não vem a
ser o único fator desta filosofia. No fator
O Just In Time, trata-se de um sistema para
produto, o JIT proporciona linha de produtos
gerenciamento da produção, conhecido como
limitada, produção repetitiva, produtos
um dos pilares da filosofia da produção
padronizados e não complexos, uma vez que
enxuta. Tal sistema foi originado na
objetiva mercados estáveis. Já no fator
organização japonesa Toyota, na década de
processo, o JIT impulsiona a mão de obra
1950, com o propósito de acompanhar as
multifuncional, processo de alta qualidade,
necessidades e a realidade na região, quanto
máquinas operatrizes simples e universais,
a falta de recursos para investimento em
uma vez que requer alta confiabilidade e
capital (CORRÊA e GIANESI, 2011).
flexibilidade do equipamento, bem como
Assim, a eficiência deste sistema foi baseada arranjo físico em fluxo unitário ou grupo de
na atuação das pessoas envolvidas no peças, o que impacta na redução dos setups
processo, e não nas máquinas e estruturas da produção e propicia pequenos lotes de
presentes nas fábricas. Sua produção passou movimentação.
a ser caracterizada pelo processamento de
pequenos lotes, com trocas rápidas de
ferramentas, ao contrário do modelo 3. ANÁLISE E DISCUSSÃO QUANTO AOS
americano da empresa Ford (produção em SISTEMAS JIT E MRP
massa), onde primava pela produção em
Apesar dos sistemas MRP e JIT primarem
larga escala (DENNIS, 2008).
pela eficiência do processo por meio da
O JIT configura-se como um sistema de otimização dos estoques, o que possibilita a
gestão de produção considerado puro. No organização ampliar sua eficácia em relação
entanto, verifica-se que este sistema vai muito ao atendimento ao cliente, eles também
além desta fronteira, pois o mesmo não pode centralizam sua atenção sobre o fluxo de
ser visto somente como sendo um conjunto de materiais ao longo da cadeia de produção.
técnicas de administração da produção, mas Contudo, percebe-se a existência de
sim uma filosofia que abrange aspectos particularidades em ambos os sistemas,
voltados à administração de materiais, arranjo quanto à sua atuação sobre os estoques,
físico, gestão da qualidade, organização do gerando assim um grande diferencial entre
trabalho, projeto do produto e gestão de empresas que atuam sob estes sistemas. Tais
pessoas (CORRÊA e GIANESI, 2011). particularidades são o foco de análise desta
seção, precisamente no que concerne a
De acordo com Dennis (2008), a metodologia
origem e métodos de produção, influências
Lean Manufaturing, também chamado de
nas demandas externas e internas, bem como
produção enxuta, foi concebido na
a aplicação de ambos os sistemas para
estabilidade e padronização dos processos,
solução de problemas.
onde por meio da entrega de peças e
produtos no momento necessário para
produção, representados pelos sistemas Just
3.1 ORIGEM DA PRODUÇÃO: PUXADA OU
in Time e Jidoka, respectivamente, possui o
EMPURRADA
foco centrado na automação das pessoas, e
não das máquinas, como no MRP. Uma importante diferença existente entre
estes dois sistemas está na origem da sua
Assim, o sistema JIT é um dos pilares da
produção, pois para que a organização possa
metodologia Lean, sendo descrito por Davis
produzir, faz-se necessário, quase sempre,
et al. (2001), como o conjunto de atividades
que haja uma demanda a ser atendida. Logo,
projetadas para atingir produções em alto
esta subseção busca analisar a origem do
volume, utilizando capacidades mínimas de
fluxo de materiais e produtos ao longo da
matéria prima, estoques intermediários e
logística externa e interna da organização
produtos acabados. Já Dennis (2008), o
para ambos os sistemas em estudo.
descreve como um método racional, o qual
tem como propósito eliminar todos os tipos de Segundo Christopher (2015), a cadeia de
desperdícios, aumentando assim a suprimentos é caracterizada por organizações
competitividade da organização. que dispostas em rede são conectadas entre
si e interdependentes. O objetivo é controlar e
Lutosa et al. (2008), associa o JIT a uma
gerenciar o fluxo de materiais e informações
política de redução de estoques de matérias
desde os fornecedores até os usuários finais,
primas, partindo-se da entrega em intervalos
de forma a gerar valor por meio dos produtos foram sendo capazes de atender aos pedidos
e serviços disponibilizados e entregues ao fechados em um menor intervalo de tempo, tal
consumidor. Desta forma, todas as atividades fato, juntamente com a evolução da
relacionadas com o fluxo de transformação do tecnologia, em relação a maquinários e
produto, bem como ao fluxo de informações e processos, fez com que a capacidade de
financeiro são abrangidas pela cadeia de oferta das empresas superasse a demanda
suprimentos. Isso resulta em uma dinâmica apresentada, levando assim à formação e
onde todas as etapas estão ligadas direta ou acumulação de estoques pelas empresas
indiretamente a um pedido, partindo-se dos (ZATTAR, 2003).
fornecedores até aos clientes.
Com este novo comportamento do mercado,
Assim, pode-se imaginar um fluxo de as empresas tiveram que alterar sua forma de
materiais/produtos ao longo da cadeia de operar para atender à demanda, pois com o
suprimento, pode-se ainda, considerar que excesso de produção, estas estariam sujeitas
este fluxo tem sua origem tanto no início da a elevados custos de oportunidades,
cadeia, quanto no seu final, ou seja, os decorridos de estoques parados em suas
produtos podem ser empurrados ao longo da fábricas. (ZATTAR, 2003).
cadeia, quanto puxados por ela.
Deste modo, para que fosse possível a estas
A depender da origem deste fluxo de empresas planejar a sua produção futura, as
materiais, a produção pode ser denominada organizações passaram a desenvolver
puxada (quando iniciada no cliente) ou técnicas de previsão de demanda, através
empurrada (quando iniciada no fornecedor). das quais, os departamentos comerciais
Segundo Nicodemo (2009), a produção estimavam as vendas futuras, para que a
empurrada foi desenvolvida no período inicial produção pudesse se antecipar a estas
da era industrial, onde a demanda de vendas. De acordo com Lutosa et al. (2008)
mercado era quase ilimitada e a competição estas previsões para demandas futuras
quase inexistente. O preço era quem ditava o podem ser classificadas em dois grupos,
lucro (Preço = Custo + Lucro), e visava-se onde no primeiro as empresas realizam a
somente a quantidade produzida e não a previsão baseando-se nas opiniões e
qualidade. Já a produção puxada, segundo o julgamentos das pessoas, conhecidos por
mesmo autor, surgiu em um período pós- métodos qualitativos, e, no secundo grupo
guerra e estão presentes na economia atual estão os métodos baseados em dados
as características do motivo de sua origem: quantitativos e técnicas estatísticas,
custo quem dita o lucro (Lucro = Preço – conhecidos por modelos quantitativos.
Custo) e a qualidade como fator relevante na
Contudo, destaca-se que apesar de alguns
escolha do produto pelo cliente, tendo a
estudos, como o de Lutosa et al. (2008) e
demanda não mais a tendência de ser infinita.
Slack et al. (2009), considerar o sistema MRP
No cenário de aplicação do MRP pela como adepto ao sistema de demanda
empresa precursora, Ford Inc., os Estado empurrada, o presente trabalho contesta tal
Unidos estavam passando por uma fase onde posicionamento. O argumento baseia-se no
a demanda era muito maior que a capacidade fato das organizações e empresas como a
de oferta das empresas (ZATTAR, 2003). Ford Inc., no período econômico em que a
Desde modo, as empresas ali residentes demanda superava a oferta, adotavam um
produziam o máximo que eram capazes, sistema empurrado, pois havia a expectativa
empurrando os produtos ao mercado para de que o que fosse produzido seria
que o cliente o absorvesse. Logo, no início do comercializado. Contudo, nos períodos
MRP as organizações não precisavam se seguintes, com mercados mais incertos
preocupar com estoque, pois seu (ZATTAR, 2003), as organizações adodantes
planejamento futuro era voltado a atender do sistema MRP, passaram a estimar e
vendas já confirmadas, ou seja, tais empresas calcular a produção para que atendesse uma
somente se programavam para atender aos possível demanda futura, planejando e
pedidos já efetuados. reduzindo os custos com estoques de peças
e produtos finalizados. Logo, este estudo
Neste período não havia a realização de
defende que ambos os sistemas, MRP e JIT,
previsão de vendas futura, porém com o
são baseados em um sistema puxado uma
passar do tempo, esta demanda por parte do
vez que ambos visualizam o futuro antes de
mercado, começou a decrescer de modo,
produzir.
que as organizações com suas capacidades,
Assim, pode-se concluir que tanto no MRP utilizar suas matérias primas para fabricar
quanto no JIT os planejamentos futuros de outro produto e consequentemente comprar
produção, ou programas mestres de novos materiais junto a seus fornecedores,
produção, partem de um determinado futuro, como um efeito dominó.
retrocedendo o cronograma até a data
Conforme já discutido neste estudo, a
presente, sendo ali identificadas as
demanda futura no sistema MRP provém da
necessidades e recursos para que estes
junção dos pedidos futuros fechados e da
programas sejam atendidos. Porém, no caso
previsão futura de vendas, enquanto que no
do MRP, para que possa montar seu
JIT somente se emprega os pedidos futuros
programa mestre, o mesmo faz uso de
fechados. Tal condição impacta de forma
informações relativas a vendas futuras
diferente no comportamento do fluxo de
confirmadas e previsões de vendas futuras.
produtos ao longo da cadeia de suprimentos,
Já no JIT a previsão de demanda futura
resultando na minimização ou maximização
basea-se somente nos pedidos já
de um problema relacionado à oscilação da
confirmados, não havendo, portanto, nenhum
demanda ao longo dos elos da cadeia,
tipo de estimativa para analisar a demanda
conhecido por Efeito Forrester ou Chicote
provável, uma vez que a realização de
(FORRESTER, 1961).
previsões muitas vezes acarreta no
aparecimento de erros. O efeito Chicote está relacionado à flutuação
na demanda ao longo das organizações e é
caracterizado pelo impacto negativo na
3.2 INFLUÊNCIAS NAS DEMANDAS estabilidade dos pedidos, advindos de
EXTERNAS DOS SISTEMAS MRP E JIT clientes que se encontram no final da cadeia
de abastecimento, que ao mudarem suas
Lutosa et al. (2008), aborda dois tipos de
preferências de produto, criam uma “onda” ao
demanda, a dependente e a independente. A
longo desta cadeia. Tal onda afeta no atraso
primeira, depende da demanda de outro
de informação e culmina na variação da
produto, por exemplo, para uma empresa
procura de pedidos que atinge novamente o
fabricar cinco carros demanda vinte pneus. Já
início da cadeia (FORRESTER, 1961).
a independente refere-se a não demanda de
outro item para produção, como por exemplo, No caso do MRP, existe um fator, de certa
o fato da demanda de carros não depender forma, agravante para tal problema. Ao se
da demanda de fogões. utilizar uma previsão de demanda futura,
gera-se um impacto direto sobre a demanda
No caso da demanda dependente, pelo fato
do fornecedor situado no elo antecessor da
dos produtos estarem interligados, com a
cadeia. Assim, em um cenário de três
comercialização, ou consumo de um
fornecedores e um cliente, por exemplo, ao
produto/componente localizado no primeiro
realizar a previsão de demanda futura, seja
elo, ou seja, na ponta, os demais terão seu
por métodos qualitativos ou quantitativos,
consumo puxado por este produto, segundo a
fornecedor número 1 corre o risco desta
sua relação para com o primeiro produto. Por
produção não ser capaz de atender a
exemplo, em um processo produtivo de uma
demanda futura real ou de atendê-la e ainda
empresa, com a fabricação e comercialização
gerar estoques. Este efeito tende a se agravar
de um produto acabado, os componentes e
conforme o fluxo de informações avança em
materiais utilizados nas etapas antecedentes
sentido aos fornecedores dois e três, pois
serão puxados ao longo da cadeia produtiva
com esta possível variação entre a demanda
para que se possa fabricar outros produtos.
futura estimada e a demanda real, pode haver
A mesma coisa acontece na cadeia de o crescimento dos estoques, quanto a sua
suprimentos, pois ao realizar a venda de um insuficiência em atender seu cliente (Figura
produto ao consumidor, a organização deverá 1).
Outra análise importante é a referente a MRP, como visto, o sistema que determina as
diferença relacionada ao tamanho dos lotes atividades tem por base os fluxos de
processados em cada uma das etapas da recursos.
produção. No caso do MRP costuma-se
Segundo Corrêa e Gianesi (2011), o sistema
processar lotes grandes, com o propósito de
MRP busca resolver os problemas
aproveitar ao máximo a eficiência do
decorrentes da produção a um nível mais
equipamento e dos operadores e que tenderá
superficial, pois sua preocupação está
a cair com a mudança de produto na
voltada para a coordenação entre a demanda
produção. A maior dimensão no lote acarreta
e obtenção de índices, aceitando as
no aumento do consumo de materiais, e,
incertezas (passivo), ou seja, busca minimizar
consequentemente, no aumento dos estoques
o impacto dos problemas existentes no
e do tempo de entrega do produto, pois para
processo produtivo.
que o produto seja entregue, deverá ser
terminada a produção de todo o lote ao qual Logo, o MRP não objetiva uma solução para
ele pertence. os problemas existentes, mas sim uma
maneira de minimizar seus impactos sobre a
Quanto ao caso do JIT, as peças são
eficiência e eficácia do processo,
processadas de forma unitária, ou seja, uma
principalmente em relação à otimização do
de cada vez. Assim, somente serão
tempo de uso dos recursos e dos estoques,
produzidos produtos já vendidos. Com este
partindo-se de ferramentas, técnicas e
sistema, reduzem-se os estoques
sistemas gerenciais. Já o JIT caminha em
intermediários, homogeneizando-o ao longo
sentido contrário, pois seu propósito está em
da produção.
envolver os indivíduos para buscarem
Outra importante característica está na soluções para os problemas em definitivo,
redução do tempo de entrega do produto, atacando assim as causas dos problemas
pois se faz apenas um para que o mesmo (CORREA E GIANESI, 2011).
seja entregue.
Enquanto que no MRP, o estoque é utilizado
Importante também destacar que o fluxo de para regular o fluxo de materiais, com
materiais e processo ao longo da produção, propósito de estabilizá-lo, mantendo-o
no caso do sistema MRP é gerenciado por um constante, de modo a evitar que haja
sistema de informação informatizado, onde interrupções na produção, que prejudiquem a
são emitidas as respectivas ordens de entrega dos produtos. O JIT atua em sentido
produção baseadas no programa mestre. contrário, pois sua preocupação está no
combate às causas dos problemas, para isto
Já no JIT, de acordo com Dennis (2008), seu
busca minimizar os estoques, como forma de
funcionamento está baseado no uso de
evidenciar os problemas existentes (LEITE,
cartões conhecidos por Kanbans, sendo este
2006).
um sistema de ferramentas visuais,
normalmente cartões de sinalização ou
quadros, que sincronizam e fornecem
3.4.1 A EFICIÊNCIA FRENTE AS DIMENSÕES
instruções aos fornecedores e clientes tanto
FÍSICAS, INTELECTUAIS E SOCIAIS
dentro quanto fora da empresa. Os kanban
são autorizações para a produção ou sua De acordo com Campos et al. (2005), uma
parada, estando neles inclusas informações organização possui três dimensões, sendo
descritivas do produto ou componente como: uma dimensão física (equipamentos,
fornecedor da peça ou do produto, o cliente, estruturas e materiais), uma dimensão
local de armazenamento do produto ou intelectual (relacionada a realização das
componente, sistema de transporte utilizado. tarefas) e uma dimensão social (referente aos
relacionamentos do dia-a-dia). A eficiência da
empresa é influenciada por estas três
3.4 SISTEMAS JIT E MRP NA SOLUÇÃO DOS dimensões, as quais encontram-se inter-
PROBLEMAS relacionadas e interdependentes, de modo
que a ocorrência de melhorias em uma delas,
Uma importante diferença existente entre
acarreta em melhorias para as outras duas.
ambos os sistemas está na forma como estes
atuam sobre os problemas decorrentes nos No caso do sistema MRP, sua base se apoia
processos, tanto na questão dos estoques, quase que exclusivamente na dimensão física
quanto no uso dos equipamentos. No caso do da organização, tentando por meio do seu
imposta pela realidade do mercado onde a Muitas diferenças puderam ser identificadas
organização fundadora estava inserida. No ao longo do presente estudo, podendo as
caso do MRP, a organização dispunha de mesmas ser divididas em dois principais
uma elevada estrutura, com um grande tópicos, primeiramente na forma que ela
investimento em equipamentos, sendo a busca aumentar sua eficiência, e
mesma capaz de alcançar altíssimas taxas de posteriormente em quais fatores este sistema
produção, sistema caracterizada pela se apoia para aumentar sua eficiência.
Produção em Massa, desenvolvida por Ford.
No contexto da eficiência, este estudo
Já no caso do JIT, a organização criadora do
estimou que a organização ao adotar o JIT
sistema não dispunha de uma estrutura
deve buscar aumentar cada vez mais sua
grande, ao contrário, esta era pequena e com
produtividade, empregando cada vez menos
baixo grau de automação, com baixo nível de
recursos. Como recursos são considerados
capital para a realização de grandes
todos os ativos que a organização
investimentos, e pouca capacidade para um
disponibiliza para a realização das suas
grande volume de produção, caso japonês da
operações. Inclui-se aqui não somente os
montadora Toyota, caracterizada pela
materiais, mas sim os equipamentos, a
Produção Flexível ou Enxuta.
estrutura e as pessoas envolvidas. No caso
Neste caso, ao desenvolver o MRP, a do MRP, seu foco, como já visto está na
montadora Ford buscou aumentar a eficiência otimização do fluxo de materiais, para que a
dos processos por meio do aumento do empresa possa atender a seus pedidos, com
planejamento e do controle das operações a o menor estoque possível. Viu-se, portanto,
serem realizadas, amenizando os impactos que sua intenção não é acabar com os
das falhas existentes sobre o desempenho. Já estoques, mas sim minimizá-los, desde que
no caso do JIT, o modelo japonês, buscou a os mesmos não parem de encobrir as falhas
eficiência através da otimização do uso dos existentes no processo.
recursos disponíveis, por meio do combate as
Para estudos futuros, sugere-se um estudo de
falhas existentes ao longo do processo.
caso com levantamento de informações
Assim, o JIP se sobrepôs ao MRP, ao
qualitativas e quantitativas, de modo a
disponibilizar o aumento do controle das
observar quais são as aplicações de ambos
atividades desempenhadas.
os sistemas de produção na atualidade.
REFERÊNCIAS
[1]. ARAUJO, A.C.J. A Contribuição do [6]. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I.G.N. Just in
Sistema da Qualidade para Melhoria na Gestão time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico . 2.ed.
dos Arquivos: UM Estudo de Caso da EMBASA. São Paulo: Atlas, 2001.
Salvador – BH. 2009. 66p. Universidade Federal da
[7]. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON,
Bahia.
M. Planejamento, Programacao e Controle da
[2]. BURBIDGE, J. L. Planejamento e Controle Producao MRP II/ERP: conceitos, uso e
da Produção.São Paulo: Atlas, 1983. implantacao . 2. ed. Sao Paulo: Atlas, 1999. 411p.
[3]. CAMPOS, R.; OLIVEIRA, L. C. Q.; [8]. DAVIS, M. M.; AQUILANO, N. J.; CHASE,
SILVESTRE, B.S.; FERREIRA, A.S. A Ferramenta 5’S R. B. Fundamentos da Administração da Produção.
e suas Implicações na Gestão da Qualidade Total. Tradução SCHAAN Eduardo D’Agord et al. 3° ed.
In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Porto Alegre. Editora Bookman. 2001.
12., 2005, São Paulo. Anais. 2005, 12p.
[9]. DENNIS, P. Produção Lean Simplificada.
[4]. CARRARO, R.V. Avaliação de um Tradução GARCIA, Rosália Angelita Neumann. 2°
Processo de Implantação da Mentalidade Enxuta e ed. Porto Alegre. Editora Bookman. 2008.
seu Desempenho no Fluxo de Valor: Um Estudo de
[10]. DI BELLO, B. C. Uma Metodologia de
Caso. Departamento de Economia, Contabilidade e
Planejamento Aplicado à Cadeia de Suprimentos
Administração da Universidade de Taubaté –
de Construções Prediais. 2007, 184p. Faculdade
UNITAU. Taubaté – SP. 2005. 152p.
de Engenharia da Universidade do Estado do Rio
[5]. CHRISTOPHER, M. Logística e de Janeiro – UERJ. Rio de Janeiro – RJ.
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. São
[11]. FORRESTER, J.W. Industrial dynamics.
Paulo: Cengage, 2015.
Cambridge, MA: MIT Press, 1961. ISBN 978-0-262-
56001-6
[12]. KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração [17]. SANTOS, N. C. R., et al. Implantação do
de Marketing: A Bíblia do Marketing. 12° ed. São 5Ss para qualidade nas empresas de pequeno
Paulo. tradução: Monica Rosemberg; Brasil Ramos porte na região central do Rio Grande do Sul. 2006.
Fernandes; Cláudia Freire. editora Pearson Prentice Trabalho apresentado ao 14° Simpósio de
Hall. 2006. Produção, Bauru, 2006.
[13]. LEITE, W.R. Sistema de Administração da [18]. SERRA, F.; TORRES, M.C.S.; TORRES,
Produção Just in Time (JIT). Belo Horizonte – MG. A.P.; Administração Estratégica – Conceitos,
IETEC – Instituto de Educação Tecnológica Roteiro Prático e Casos; Rio de Janeiro; editora
Continuada. agosto de 2006. 16p. Reichmann & Affonso; 2004.
[14]. LUTOSA, L.; MESQUITA, M.A.; QUELHAS, [19]. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON,
O.; OLIVEIRA, R. Planejamento e Controle da R. Administração da Produção. Tradução
Produção. Rio de Janeiro: Elsevier.2008. OLIVEIRA, Maria Tereza Corrêa. 2° ed. São Paulo.
Editora Atlas. 2008.
[15]. MOURA, V.M.G. Análise do Atendimento e
Estoques Influenciados pela Mudança do Método [20]. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON,
de Planejamento: Uso do MRP Versus um Sistema R. Administração de Produção. 3 ed. São Paulo:
Puxado com Uso do KAMBAN. 2006. 78p. Atlas, 2009.
Universidade do Estado de Santa Catarina –
[21]. ZATTAR, I.C. Metodologia para
UDESC. Joinville – SC.
Implantação de um Sistema de Programação da
[16]. NICODEMO, L.G. Sistema de Produção Produção com a Capacidade Finita em Empresas
Puxado. Disponível em Prestadoras de Serviços. Instituto Superior de
http://www.soartigos.com/articles/1823/1/ O- Tecnologia – Sociedade Educacional de Santa
Sistema-de-Producao-Puxado/Page1.html. Catarina. Joinville – SC. Agosto de 2003. 116p.
Acessado em 20/01/2015.
Capítulo 15
negócio. Além de reduzir os custos de renda. Este custo varia de acordo com o
operacionais, uma boa gestão do inventário tempo que o material fica estocado.
também dá origem a clientes satisfeitos, que
“Ordering Costs” são custos de encomendar
continuarão a procurar a empresa no futuro,
um novo lote de material. Estes incluem o
gerando assim mais negócio. No entanto,
custo de colocar uma ordem de compra,
actualmente, a gestão de inventários não é
custos de inspeção de lotes recebidos, custos
tão simples como pode parecer à primeira
de documentação, etc. Estes custos variam
vista.
inversamente com os custos de transporte.
O primeiro passo (e também o mais Isso significa que quanto mais pedidos de
importante) para iniciar a gestão de inventário, lugares e fornecedores diferentes, maior
consiste em recolher dados fidedignos em serão os custos de pedidos. No entanto, mais
termos de detalhes e de valores. encomendas significa níveis de estoque
Seguidamente, há que implementar regras menores e consequentemente “Carrying
para proteger e guardar a informação de Costs” menores. Portanto, o mais importante
forma eficiente. Esta informação poderá para uma empresa é minimizar a soma destes
tornar-se a base para a introdução de custos, para isso aplica-se o modelo de
melhorias em termos operacionais, de quantidade de ordem econômica (EOC).
estratégia e de produtividade.
“Shortage Costs” é o custo que incide em um
Adicionalmente à monitorização física dos produto/projeto devido a falta de determinado
materiais que entram e que saem do material. Isto ocorre quando a demanda do
armazém, e às reconciliações dos balanços cliente não pode ser atendida devido a
de inventário, existem outras tarefas que insuficiência de material. Essa ausência de
podem estar envolvidas na gestão de material pode incidir na perda de vendas e
inventário, nomeadamente o consequentemente perda dos lucros. Este
acompanhamento e reporting de técnicas de custo tem um relacionamento inverso ao custo
reposição de produtos, análises relativas ao de manutenção do inventário, ou seja, quanto
estado actual e projectado do inventário, ou o mais material no estoque maior o custo de
estabelecimento de objectivos periódicos e manutenção de inventário porem menor será
reengenharia da forma de trabalhar. o custo da falta de material.
Em um sistema de Gerenciamento de
Inventário Contínuo uma gama de dados é
2.3 MODELO DE INVENTÁRIO COM
gravada e utilizada como base para pontos
DEMANDA VARIÁVEL
de ressuprimento. Logo, toda vez que os
níveis de determinado material diminuem no O Modelo Estocástico de Gerenciamento de
estoque, uma ordem de ressuprimento é Inventário é um dos mais fundamentais
liberada. Esta ordem por consequência, é modelos de gerenciamento de inventário, isto
uma ordem que visa minimizar o custo total de se dá por ser o mais utilizado pelas industrias
inventário (EOQ). e por servir de base para os modelos mais
sofisticados. Este modelo trata as incertezas
de modo randômico e manipulado de forma
2.2 CUSTOS DE INVENTÁRIO probabilística. Assumindo que, a demanda é
representada por uma distribuição normal,
Normalmente três tipos de custo são
estimada pela média da demanda de um
pertinentes ao modelo de gerenciamento de
determinado material para um período e seu
inventário continuo: custo de manutenção do
respectivo desvio padrão.
estoque (carrying cost), custo de encomenda
(ordering cost) e custo de falta de material A quantidade da ordem a ser liberada pode
(shortage cost). ser determinada pela seguinte equação da
EOC:
“Carrying Costs” é o custo que uma empresa
incorre ao longo de um determinado período
de tempo para manter e armazenar o seu
inventário. As empresas utilizam este número
para ajudá-las a determinar o quanto de lucro
pode ser feito com estoque atual. Ela também
ajuda a descobrir se há uma necessidade de
produzir mais ou menos, a fim de manter-se
com as despesas ou manter o mesmo fluxo
3. LÓGICA FUZZY
̅
2𝐶𝑜𝐻𝑑 (𝐶ℎ+𝐶𝑠) 3.1 CONCEITUAÇÃO
𝐸𝑂𝐶 = √ (1)
𝐶ℎ𝐶𝑠
A Lógica Fuzzy (Nebulosa) é a lógica que
Onde: suporta os modos de raciocínio que são
EOC: Quantidade de Ordem Econômica aproximados ao invés de exatos. Modelagem
e controle fuzzy de sistemas são técnicas
Co: Custo de ressuprimento por período para o tratamento de informações qualitativas
Ch: Custo de manutenção do inventário de uma forma rigorosa. Derivada do conceito
por período de conjuntos fuzzy, a lógica fuzzy constitui a
base para o desenvolvimento de métodos e
Cs: Custo de escassez do material por
período
algoritmos de modelagem e controle de
processos, permitindo a redução da
d ̅: Média semanal da demanda complexidade de projeto e implementação,
H: Horizonte de análise (número de tornando-se a solução para problemas de
semanas em análise) controle até então intratáveis por técnicas
clássicas.
Ela difere dos sistemas lógicos tradicionais
A determinação de quando este em suas características e seus detalhes.
ressuprimento deverá ocorrer em um sistema Nesta lógica, o raciocínio exato corresponde a
de gerenciamento de inventário contínuo é um caso limite do raciocínio aproximado,
denominado ponto de ressuprimento, isto é, o sendo interpretado como um processo de
exato momento que uma nova ordem deve ser composição de relações nebulosas. Na lógica
liberada. Neste modelo, se a demanda é fuzzy, o valor verdade de uma proposição
incerta, deve-se somar o estoque de pode ser um subconjunto fuzzy de qualquer
segurança. Isto se dá pela equação a seguir: conjunto parcialmente ordenado, ao contrário
dos sistemas lógicos binários, onde o valor
verdade só pode assumir dois valores:
verdadeiro (1) ou falso (0).
𝑅 = 𝑑̅𝑇 + 𝐸𝑆 (2)
3.2 SISTEMA DE CONTROLE DE
𝐸𝑆 = 𝑍𝜎√𝑇 (3) INVENTÁRIO FUZZY (GIF)
No Sistema de controle de Inventário Fuzzy
Onde: (GIF) proposto neste estudo, existem 3
componentes: os Inputs, as regras e os
outputs. O GIF é estruturado através do
R: Qtde a ser ressuprida
programa MATLAB onde o calculo das
ES: Estoque de Segurança
quantidades das ordens econômicas serão
T: Lead Time
gerados, juntamente com o período em que
∂: Desvio Padrão da demanda semanal deve ser ressuprido o material. Os elementos
z: Nível de serviço desta análise são estruturados de acordo com
o sistema de inferência montado no Toolbox
de Fuzzy do MATLAB, conforme figura 1:
As variáveis de entrada deste trabalho são suprimento fuzzy são baseadas nos dados
demanda e disponibilidade de suprimento, históricos, experiência da gestão e na análise
enquanto as variáveis de saída ficam sendo a de montecarlo das mesmas. Para a variável
quantidade econômica para suprir a demanda demanda se assumiu que 5 variáveis
e o respectivo período de ressuprimento. As linguísticas serão usadas: Muito Baixo, Baixo,
funções utilizadas para fuzzificar as variáveis Médio, Alto e Muito Alto.
de entrada e saída são denotadas por O universo de discurso da variável demanda
funções triangulares e trapezoidais. é dado pela função de pertinência (figura 2)
baseado nos parâmetros [0 d ̅ – σ d ̅ d ̅ + σ
3.3 VARIÁVEIS DE ENTRADA Maxd ]. Os parâmetros foram desenvolvidos
de acordo com as características observadas
Como visto no tópico acima, as variáveis de através da análise de montecarlo (distribuição
entrada são Demanda e Disponibilidade de normal) e a situação atual de incerteza de
Suprimento que estão descritos pelas demanda.
“membership functions” ou funções de
pertinência: Demanda e Suprimento. A
demanda fuzzy e a disponibilidade de
R1. If (DEMANDA is MUITO_BAIXO) and (SUPRIMENTO is BAIXO) then ("QUANTIDADE" is MEDIO)(PERIODO is BAIXO) (1)
R2. If (DEMANDA is MUITO_BAIXO) and (SUPRIMENTO is MEDIO) then ("QUANTIDADE" is BAIXO)(PERIODO is MEDIO) (1)
R2. If (DEMANDA is MUITO_BAIXO) and (SUPRIMENTO is MEDIO) then ("QUANTIDADE" is BAIXO)(PERIODO is MEDIO) (1)
R4. If (DEMANDA is BAIXO) and (SUPRIMENTO is BAIXO) then ("QUANTIDADE" is MEDIO)(PERIODO is BAIXO) (1)
R5. If (DEMANDA is BAIXO) and (SUPRIMENTO is MEDIO) then ("QUANTIDADE" is BAIXO)(PERIODO is MEDIO) (1)
R6. If (DEMANDA is BAIXO) and (SUPRIMENTO is ALTO) then ("QUANTIDADE" is BAIXO)(PERIODO is MUITO_ALTO) (1)
R7. If (DEMANDA is MEDIO) and (SUPRIMENTO is BAIXO) then ("QUANTIDADE" is MEDIO)(PERIODO is MUITO_BAIXO) (1)
R8. If (DEMANDA is MEDIO) and (SUPRIMENTO is MEDIO) then ("QUANTIDADE" is MEDIO)(PERIODO is MEDIO) (1)
R9. If (DEMANDA is MEDIO) and (SUPRIMENTO is ALTO) then ("QUANTIDADE" is MEDIO)(PERIODO is ALTO) (1)
R10. If (DEMANDA is ALTO) and (SUPRIMENTO is BAIXO) then ("QUANTIDADE" is ALTO)(PERIODO is MUITO_BAIXO) (1)
R11. If (DEMANDA is ALTO) and (SUPRIMENTO is MEDIO) then ("QUANTIDADE" is ALTO)(PERIODO is MEDIO) (1)
R12. If (DEMANDA is ALTO) and (SUPRIMENTO is ALTO) then ("QUANTIDADE" is BAIXO)(PERIODO is MEDIO) (1)
R13. If (DEMANDA is MUITO_ALTO) and (SUPRIMENTO is BAIXO) then ("QUANTIDADE" is ALTO)(PERIODO is
MUITO_BAIXO) (1)
R14. If (DEMANDA is MUITO_ALTO) and (SUPRIMENTO is MEDIO) then ("QUANTIDADE" is ALTO)(PERIODO is
MUITO_BAIXO) (1)
R15. If (DEMANDA is MUITO_ALTO) and (SUPRIMENTO is ALTO) then ("QUANTIDADE" is ALTO)(PERIODO is MEDIO) (1)
A figura 8 mostra que o modelo convencional O maior custo identificado foi o custo devido a
possui custo de abertura de ordem menor que falta de material, que no modelo convencional
o modelo regido .pelo sistema de controle é evidente por não conseguir gerenciar as
fuzzy, isso se dá pois o metodo convencional , incertezas de suprimentos, quando o mesmo
considera lotes fixos e acima da demanda, no sistema de controle fuzzy é bem próximo
fazendo com que o numero de ordens de de zero por apresentar pontos de
ressuprimento seja menor do que o gerado ressuprimento em todos os períodos porem
pelo sistema de controle fuzzy que sugere em níveis menores.
ordens economicas a cada período.
Por fim, fica nitido que com o uso do sistema
Tambem se é notado que os custos de de controle de inventário fuzzy, o custo total
manutenção do inventário é bem menor de gerenciamento do estoque é menor que o
quando utilizado o sistema de controle fuzzy gerado pelo modelo convencional.
pois comparado ao metodo convencional
possui níveis de inventário inferior.
Capítulo 16
Resumo: Uma previsão exata da demanda em uma cadeia de suprimentos é a chave para redução
dos custos relacionados ao inventário. Baseado em redes neurais artificiais se propõe um modelo de
previsão de demanda para auxilio a cadeia de suprimentos. Um algoritmo de aprendizagem é
proposto para que auxilie em séries temporais futuras, a fim de validar o estudo feito e seu
desempenho, os dados simulados serão comparados diretamente com os dados reais de demanda,
logo ao comparar os dados desta previsão usando uma rede do tipo Mult Layer Perceptron (MLP) e
redes neurais recorrentes, pode-se mostrar que as redes neurais recorrentes tendem a ajudar na
precisão das previsões.
processamento do sistema volta ao passo 1. demanda incerta, pois o cliente pode tem uma
Este procedimento é seguido tantas quanto gama infinita de fornecedores, as mudanças
forem necessárias as vezes, até que o de ciclo de produção são constantes devido a
conjunto atinja a convergência e/ou resultados redução de pessoal e de fornecedores
esperados. qualificados. Também vale considerar que a
cadeia de suprimentos (CS) como um todo
não trabalha linearmente, pois recebe
5. SIMULAÇÕES DO MODELO PROPOSTO influencia do mercado e da situação caótica
econômica mundial. Logo, estes pontos de
A simulação do sistema é dada pela seguinte
incerteza no tempo, testam as variáveis de
equação (15):
entrada tal como, o desempenho do modelo
de previsão proposto.
𝑥(𝑘 + 1) = 𝜆𝑥(𝑘)(1 − 𝑥(𝑘)) (15)
Se inicializa a simulação em k=0 chegando a
k=52, onde o período de 1 ano será
analisado.
Onde será adotado o valor de λ = 4.25 e
x(0)=0.5 devido as restrições relacionadas ao A tabela 1 apresenta os erros de previsão
estoque de segurança do produto e tempo sobre os dados de treinamento e a tabela 2
inicial de transporte, respectivamente. por consequência aponta os erros em cima
da previsão.
A equação acima descreve um sistema atual,
onde a concorrência torna a previsão de
Capítulo 17
Resumo: Esse estudo resultou do trabalho para disciplina Projeto de Produto III,
intitulado “Abrigo Urbano: pedestres e ciclistas”, projeto desenvolvido a partir de
pesquisas das necessidades e problemas cotidianos de pessoas que utilizam a
mobília dos espaços urbanos. Para fomento do trabalho, foram realizadas
pesquisas sobre mobiliários urbanos, metodologias projetuais, ferramentas do
design e análises ergonômicas. Como resultado, utilizou-se de métodos centrados
no usuário e de análises estruturais, funcionais, estéticas, entre outras que foram
essenciais para atender os requisitos do projeto e seu desenvolvimento. Como
resposta a tudo isso, foi projetado um abrigo urbano baseado nos conceitos de
inovação, urbano e sustentabilidade, para atender pedestres e ciclistas que
transitam no espaço urbano público o que possibilitou novas visões e expectativas
sobre o espaço urbano público e o mobiliário urbano no Brasil.
para proteção contra sol e chuva, ponto de O design conceitual de um produto está
informação e bicicletário. O objetivo do focado na combinação de diversas
projeto é desenvolver um artefato a partir da perspectivas do design de produtos: uma
identificação - sob diversos aspectos da vida visão de design centrada no usuário, uma
das pessoas que frequentam o espaço variedade de pesquisas qualitativas e
urbano - de problemas e necessidades quantitativas e de abordagens de coleta de
latentes que ajudaram a desenvolver dados, além de técnicas de visualização,
melhores soluções e gerar conhecimentos como esboços, geração de imagens e
que possam ser integrados ao artefato. A prototipagem.
pesquisa em questão procura mostrar cada
A seguir é possível observar a descrição do
etapa do uso dos métodos abordados. Para
desenvolvimento do projeto em cada fase do
isso, se fez uso de métodos Löbach (2001) e
design thinking:
ferramentas do design thinking de serviços de
Scheneider e Stickdorn (2014). O projeto
resultou em um artefato que busca o
2.1 EXPLORAÇÃO
atendimento as necessidades de pedestres e
ciclistas em coerência com a A exploração é o entendimento da situação,
responsabilidade sócio ambiental, assim, o primeiro passo foi pesquisar e
proporcionar uma experiência agradável, e mapear as necessidades e os problemas
estabelecer relações entre usuário e enfrentados pelas pessoas nos espaços
tecnologia. Observa-se que o design de urbanos públicos e para comprovar essas
objetos já não está mais restrito a forma, necessidades e problemas aplicou - se um
função, material e produção. Pode-se dizer questionário que serviu como base para
que atualmente o design está focado na definir os requisitos projetuais. Após isso
interação entre pessoas e tecnologia, e os foram feitas as análises por meio dos métodos
produtos servem como plataformas para de Löbach (2001), ainda na fase de
experiências, funcionalidade e ofertas de exploração. Nesta etapa os métodos usados
serviço. (BUCHANAN, 2001 apud MIENTTEN, são: análise estrutural, funcional, estética,
2014). simbólica e de mercado. Em suma essas
análises nos permite conhecer mais sobre os
Logo, o conceito do projeto está pautado em
materiais a serem usados e os materiais e
três palavras-chaves: urbano, inovação e
estruturas existem utilizados nas mobílias
sustentabilidade. Além disso, deu-se enfoque
urbanas no Brasil; a estética e a função
nas medidas antropométricas e na ergonomia
simbólica do mobiliário urbano brasileiro, ou
de concepção visto que as contribuições
seja, a forma e como o seu significado muda
ergonômicas foram feitas desde o começo do
com o tempo; a adequação ergonômica e
projeto analisando as várias alternativas. O
características de uso; e também foi vista a
resultado visual deu-se por meio de sketches
tipologia de mobílias urbanas pelo mundo e
e renders 3D.
como ela se caracteriza em cada continente.
2. METODOLOGIA DE PESQUISA
2.2 REFLEXÃO 1
Conforme citado anteriormente, foram
Após a pesquisa de exploração e análises
utilizados métodos da metodologia de Löbach
fez-se uma reflexão sobre a coleta de dados,
(2001) e ferramentas do design thinking de
esta foi associada ao conceito da
serviços Scheneider e Stickdorn (2014). O
biomimética, que faz uso da natureza como
processo do projeto se fez pelas fases do
exemplo e fonte de inspiração.
design thinking de serviços: exploração,
criação, reflexão e implementação. Apesar
dessa estrutura geral, os processos de design
2.3 CRIAÇÃO
são interativos em sua abordagem. Logo, as
idas e voltas e também a simultaneidade das Após a fase de exploração e reflexão veio a
fases é comum e necessário. A pesquisa em fase de criação. É nesse momento onde
questão procura mostrar cada etapa do uso ocorre a geração de alternativas, com
dos métodos abordados. esboços de ideias e também o
desenvolvimento do conceito de design.
Para Stickdorn (2014),
Foram feitas sessões de brainstorming e
prototipação física (mock-ups) em escala
reduzidas, para gerações de alternativa (2001), a estética não diz respeito à beleza de
sempre avaliando e refinando as soluções um produto, mas a capacidade de sensibilizar
encontradas. Foi nesse processo de criação pelo menos um dos sentidos humanos: a
que surgiu a alternativa de utiliza o conceito função estética é a relação entre um produto
da biomimética. A biomimética aborda e um usuário, experimentada no processo de
temáticas referentes à função, estética e percepção. É o aspecto psicológico da
sustentabilidade. O elemento da natureza percepção sensorial durante o uso (LOBACH,
escolhido foi o casulo, após análises de 1981). Isso também diz respeito as percepção
estrutura e estética de alternativas. O casulo de identidade e pertencimento do local por
é colocado como fonte de inspiração, parte dos usuários, adaptando algo que é do
principalmente pela sua função de proteção, habitat natural dos seres vivos com a
além da estética do abrigo que também foi inovação tecnológica contemporânea.
inspirada na forma do casulo. Para Löbach
Capítulo 18
Como pré-requisito para o desenvolvimento médios para reparos (MTTR) de cada um dos
dos três modos definidos para a realização componentes do sistema, realizados sobre os
deste trabalho, foram calculados os tempos dados fornecidos pela indústria. Tais tempos
médios entre falhas (MTBF) e dos tempos médios estão mostrados na Tabela 2.
Tabela 2: Tempos médios obtidos a partir dos dados originais (em horas).
Componente MTBF MTTR
Recepção e Preparo 319,94 0,87
Extração por Difusão 85,8 2,66
Extração por Moenda 1 124,96 0,48
Extração por Moenda 2 42,99 0,48
Fonte: Elaborado pelos autores
Aplicação do método analítico para obtenção de zero falhas no sistema (P0), obtida a partir
da confiabilidade através da aplicação das da taxa de utilização média de manutenção,
fórmulas (1) a (8) baseadas na teoria de filas corresponde à disponibilidade do
redefinidas resultou nos valores apresentados componente.
na Tabela 5. Observe-se que a Probabilidade
4.3 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL: MODO A distribuição Weibull foi adotada por ser
3 indicada na modelagem de tempo entre
falhas de equipamentos [Montgomery 2004].
A simulação do modelo proposto foi realizada
A distribuição exponencial é um caso
no software FlexSim® versão 7.5.4. Antes de
particular da distribuição de Weibull, onde os
realizar a simulação os dados foram
tempos entre as falhas do equipamento e os
submetidos a testes de significância
tempos de reparo são tempos aleatórios. As
estatística. Para a verificação da aderência
Figuras 4 e 5 apresentam os resultados dos
dos dados utilizou-se os testes não
testes de aderência bem como os valores de
paramétricos de Anderson-Darling e
forma (α) e escala (β) obtidos com a
Kolmogorov-Smirnov, disponíveis o pacote
modelagem Weibull, para o Tempo até as
ExpertFit® do FlexSim®.
falhas e para o Tempo para reparos
A execução deste recurso do software respectivamente.
assegurou a qualidade dos dados e sua
aderência aos testes de significância
estatística, indicando sua não rejeição.
Tempo para
Tempo até Reparos
as Falhas
MTTR: 0,87
Recepção
Forma α: 1,203515
e Preparo
Escala β: 0,91893
MTTR: 2,66
Extração
por Forma α: 0,511967
Difusão
Escala β: 1,474338
MTTR: 0,48
Extração
por Forma α: 0,95596
Moenda 1
Escala β: 0,4702
Para a construção do modelo de simulação, Tempo Médio Entre Falhas: horas (h);
representado na Figura 6, foram
estabelecidas as seguintes unidades de Tempo Médio Para Reparos: horas
medidas nas configurações iniciais: (h).
Neste modelo, Alimentação representa a fonte Cada componente processor do modelo foi
de ocorrência de falhas, que aguardam na configurado para trabalhar com a distribuição
Entrada – Recepção e Preparo para serem de Weibull, com parâmetros de forma (α) e
reparadas no processador Recepção e escala (β) como indica a Figura 7a. Para
Preparo. O mesmo raciocínio se repete para configurar esse parâmetro, acessou-se a
os demais componentes do sistema em série janela de propriedades do processor
que representa a linha de produção. Recepção e Preparo, na aba breakdowns, foi
adicionado um campo intitulado MTBFMTTR1,
O simulador foi configurado para trabalhar em
como indicado na 7b.
horas (time units) e em toneladas (fluid units).
Capítulo 19
[12] PACCOLA, F. T.; BIANCHI, R. O.; SANTOS contribuições para a educação gerencial. 272p.
C. G. L.; PEREIRA, M. A. C. Jogo do barco: Uma Tese de Doutorado em Administração -
bersão inovadora incluindo mapeamento de fluxo e Universidade de São Paulo, 2000.
valor. In: Congresso Brasileiro de Ensino de
[16] SCHAFRANSKI, L. E. Jogos de Gestão da
Engenharia, Juiz de Fora, MG, 2014. Anais. Juiz de
Produção: desenvolvimento e validação. 2002.
Fora: Abenge, 2014.
Tese (doutorado em Engenharia de Produção) -
[13] PANTALEÃO, L. H.; OLIVEIRA, R. M.; UFSC, Florianópolis.
ANTUNES JUNIOR, J. A. V. Utilização de um jogo
[17] SOUZA E SILVA, M. F. Sistema de
de prodição como ferramenta de aprendizagem de
produção puxado e sistema de produção
conceitos de engenharia de produção. In: XXIII
empurrado: simulação através de jogo didático de
Encontro Nacional de Engenharia de Produção,
montagem de canetas, associando idéias e
Ouro Preto, MG, 2003. Anais. Ouro Preto: Abepro,
conceitos ao ambiente da construção civil. III
2003.
SIBRAGEC - Simpósio Brasileiro de Gestão e
[14] SHIWAKU, M.; BUOSI, J. P.; PAULISTA, P. Economia da Construção, III, 2003.
H.; TURRIONI, J. B.; COSTA JUNIOR, A. G.
[18] TATSIOPOULOS, I. P. On the unification of
Resultados da utilização da dinâmica do barco de
bills of materials and routings. Computers in
papel para o ensino da gestão da qualidade. In: XI
Industry, 31(3), 293-304, 1996.
Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru, SP,
2004. Anais. Bauru: SIMPEP, 2004. [19] TRAPPEY, A.J.C. et al. An object-oriented
bill of materials system for dynamic product
[15] SAUAIA, A. C. A. Satisfação e
management. Journal of lntelligent Manufacturing.
aprendizagem em jogos de empresas -
v.7, 365-371, 1996.
[20]
python.
GIOVANE QUADRELLI
Possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Católica de Petrópolis (1987),
pós-graduação em Informática Aplicada a Educação pela Universidade Católica de
Petrópolis (1994), mestrado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (2002). Atualmente é professor titular da Universidade Católica de
Petrópolis. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Inteligência
Artificial Aplicada a Controle, atuando principalmente nos seguintes temas: redes neurais,
lógica nebulosa, controle, redes neurofuzzy e previsão de carga elétrica. Atualmente é
Coordenador do Mestrado Profissional em Gestão de Sistemas de Engenharia
IVAN CORRER
Formado em Engenharia de Controle e Automação pela Universidade Metodista de
Piracicaba (2004), Mestrado em Gerência da Produção pela Universidade Metodista de
Piracicaba (2006), Doutorando em Gerência da Produção pela Universidade Metodista de
Piracicaba (desde 2017). Atualmente é coordenador de P&D da empresa GeoTecno
Soluções em Automação para o setor industrial. Tem experiência na área de Engenharia de
Produção , Engenharia de Controle e Automação e Gestão Empresarial, com ênfase em
Automação da Manufatura, Gestão da Produção, Administração, atuando principalmente nos
seguintes temas: P&D de Novos Produtos, Controle de Processos, Controle da Produção,
Sistemas de Monitoramento, Redução de tempos de Setup.
ROBSON RODRIGUES
Bacharel em Administração pelas Faculdades Integradas Einstein de Limeira (FIEL)