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VOCÊ NÃO TEM PODER!

Confissão positiva: uma versão evangélica do pensamento positivo.

O pensamento positivo nasceu nas religiões espíritas orientais. Alguns falsos mestres
dos EUA, a saber: Essek William Kenyon, Kenneth Copeland, Kenneth Hagin e Benny Hinn,
misturaram essa prática pagã com doutrinas cristãs. E assim esse ensinamento falso veio parar
no Brasil.
Chamo-os de falsos mestres porque a Bíblia assim os chama: (II Pedro 2.1, Colossenses
2.8, Galátas 1.8) Kenyon começou a difundir seus ensinamentos falsos no meio da igreja
dizendo o seguinte: “Nós somos filhos de Deus e Ele criou todas as coisas pela sua palavra,
portanto, se somos filhos de Deus, nossa palavra também tem poder. Podemos gerar
realidades”. Benny Hinn, em um de seus discursos mais famosos, ousou ensinar para que não
disséssemos que somos pobres, ao contrário disso, pegássemos a carteira e falássemos: “Ah!
Carteirinha cheia de dinheiro” (não estou aumentado, ele disse exatamente isso. Nesse
mesmo discurso, seguindo a mesma linha, ensina para não dizer que você está doente, e sim,
batesse no corpo dizendo “Ah! Corpinho saudável” Segundo Benny Hinn, ao dizer que você
está doente, essa declaração tem poder para gerar realidades. Nessa mesma linha, Paul Yonggi
Cho, ensina que ao pedir alguma coisa a Deus, por exemplo um carro, você deve dizer a cor, o
ano, a marca e assim todos os detalhes, pois essa declaração tem poder de gerar realidades
espirituais. Essas práticas que parecem mágica, são a confissão positiva dentro do meio
evangélico brasileiro.
No Brasil, esse movimento começou por meio das igrejas pentecostais, neopentecostais, mas
atualmente não são poucas as pessoas do meio evangélico de todas os segmentos, que usam o
jargão: “tá amarrado!”, “tá decretado”, “Deus vai te dar vitória”, como se gritar, clamar ou
falar de forma convicta algumas palavras, pudesse mudar ou melhorar alguma situação.
Movimentos como a “Marcha pra Jesus”, tem seu fundamento nessa doutrina da confissão
positiva, onde se acredita que ao demarcar territorialmente uma área somado aos com brados
de “O Brasil é de Jesus!”, “Rio de Janeiro é de Jesus!, “Brasília é de Jesus!”, essa declaração
tem poder de gerar realidades espirituais. A primeira Marcha pra Jesus no Brasil, aconteceu há
26 anos, no ano de 1993. Interessante é que nesse período a medida que o movimento foi
aumentando, também foi aumentando a corrupção a promiscuidade, o número de adultérios
inclusive dentro das igrejas e é melhor eu parar por aqui.
Um cristão deve reivindicar seus direitos junto ao Pai? Se somos filhos do Rei, por isso temos
direito desse reinado? As nossas palavras possuem mesmo poder? É isso que é fé?
Quando pensamos na palavra “decretar”, é preciso lembrar que o termo “decreto”, pertence
somente ao Senhor de toda a glória. Os decretos eternos de Deus, são exclusivos de sua
pessoa o qual fez desde a eternidade (Sl 33.11; Is 14.26-27; 46.9-10; Dn 4.34-35; Mt 10.29-30;
Lc 22.22; At 2.23; 4.27-28; 17.26; Rm 4.18; 8.18-30; I Co 2.7; Ef 1.11; 2.10; II Tm 1.8-9; I Pe
1.18-20). Logo, o único que possui o direito de decretar algo é Deus.
Existem pelo menos 3 pontos que precisam ficar bem claros na mente de todo verdadeiro
cristão?
1. Deus não depende das palavras dos homens para agir. Ele é e sempre será soberano.
Soberania é o atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas
criadas. Determinando-lhe fim que desejar. (Romanos 11.36-33);
2. Todo cristão verdadeiro deve reconhecer sua condição de criatura dependente de Deus.
Quando entendemos biblicamente o que na realidade é o homem, ficamos conscientes de
nossas falhas e limitações. (Jó 42.2-6);
3. A confissão positiva dá mais valor a uma espécie de palavra mágica repetida, do que a
verdade da Escritura. O poder de Deus está na Escritura que é a própria voz do nosso Deus
soprada e registrada pelos autores bíblicos. (I Timóteo 4.12);
Não podemos ignorar o fato de que as palavras têm sua importância, claro! Isso não significa
dizer que elas têm esse poder aí descrito. As palavras, quando não bem colocadas, podem
machucar, magoar, entristecer, trazer sentimentos maus, etc. Baseado nisso é que Paulo diz:
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas somente a que seja útil
para a edificação, de acordo com a necessidade, a fim de que comunique graça aos que a
ouvem.” (Efésios 4.29). Tiago também vai nos orientar dizendo “De uma mesma boca procede
bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.” (Tiago 3.10)
Portanto, estude a Escritura, ore. Não confie em palavras humanas, supostamente milagrosas.
Precisamos confiar no que Deus deixou registrado para nós na sua Escritura. E é ela que irá
trazer boas palavras de vida eterna.

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