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VOCÊ NÃO REFLETE A IMAGEM DO SENHOR

Há poucos dias tive uma experiência marcante com meu filho do meio, o Daniel. Ele é
portador de uma doença ocular conhecida como estrabismo convergente. Essa doença
faz com que um dos olhos convirja para o centro, e para que haja correção ele precisou
colocar um tampão por alguns dias; como não resolveu, ele precisa usar óculos. Daniel
tem 4 anos.
Para uma criança de 4 anos usar óculos não é fácil, os pais precisam de paciência,
persistência e estratégia para fazer uma criança de 4 anos entender a necessidade que ela
tem de usar os óculos.
Pois bem, depois de muitas vezes ele quebrar os óculos, (o que me pareceu ter sido algo
proposital, pois ele já percebeu que quando os óculos quebram ele fica uns dias sem
usar), eu me perguntei: “Alguém já explicou pra ele o porquê dele precisar dos óculos?
Será que alguém já mostrou a ele a realidade de quem ele é?” Ao questionar a minha
esposa ela disse que não. Foi aí que tive uma ideia, que apesar de muito difícil, talvez
ele precisasse entender o que ele realmente é.
Fui à internet e pesquisei imagens de crianças com o mesmo problema, o coloquei de
frente para o computador e perguntei o que tinha de errado com os olhos daquelas
crianças. Ele prontamente apontou para o olho que estava “torto” (no entendimento
dele) e começou a rir. Imediatamente eu disse a ele que ele era exatamente daquele jeito
sem os óculos. Por isso precisava usá-los. Não era um acessório opcional, ou um
brinquedo, e sim algo do qual ele precisava para corrigir uma deficiência.
Mais do que de pressa, minha esposa o pegou do meu colo e o colocou diante do
espelho sem os óculos, e ali diante do espelho ele pode ver o que realmente ele é.
Depois de muito conversarmos e mostrarmos a ele o quão importante são os óculos, ele
ficou bastante pensativo olhando para as fotos que imprimi.
Essa experiência me fez pensar a seguinte questão: Como é difícil fazer alguém que
amamos perceber a sua deficiência. Como pais, queremos encobrir, fazer com que eles
não percebam, que é algo normal, ou ainda como os psicólogos dizem, é preciso levar
para o lúdico. Penso que às vezes sim, mas por vezes é preciso mostrar a realidade nua e
crua assim como ela é.
Assim somos nós! Temos uma deficiência adquirida por uma doença chamada
PECADO! Essa doença nos fez deixar de sermos perfeitos, deixamos de ser à imagem e
semelhança de Deus em sua forma plena. A doença do pecado nos deixou com algumas
deficiências, e essas deficiências precisam ser resolvidas também com os óculos
chamado JESUS. Sem ele, nossa visão de mundo é deficiente, torta. Sem Cristo, não
podemos enxergar de maneira plena a realidade de quem somos. Ele sim reflete a
imagem do Senhor. Olhando através de Cristo, podemos contemplar a glória do Deus
invisível. Olhando para Cristo vemos duas realidades: aquilo que não somos, e aquilo
que deveríamos ser.
Esse mito de que somos um espelho que reflete a imagem do Senhor, é uma forma
lúdica de mascarar a nossa deficiência, nossa doença, nossa morte. E assim a gente vai
levando a vida, rindo da deficiência alheia, sem saber que somos iguais a eles:
deficientes! Temos todos a mesma deficiência, sejamos heteros ou homo, de esquerda
ou de direita, negros ou brancos, todos precisamos do mesmo corretivo para voltar a
enxergar de forma plena, através de Jesus Cristo.
Há quem acredite, que somos a imagem de Deus, assim tal qual Ele é. Dotados das
mesmas qualidades, portanto, livres de qualquer ação da natureza pecaminosa.
Comparo-os, àqueles que sabem que tem uma doença, por exemplo: câncer, AIDS,
dentre outras, e que se negam a reconhecer suas limitações, se negam a enxergar que
não são perfeitos, logo, ludicamente acham que Jesus é só um acessório, algo opcional,
ou até mesmo um brinquedo, assim como meu filho tratava os óculos dele. Enquanto
você trata Jesus como um acessório ou um brinquedo, lamento dizer que continuarás
indo a passos largos para a condenação eterna. Tenha Jesus como uma necessidade, e
não tire Ele dos seus olhos nunca mais.
Que Deus o abençoe.

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