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Herege ou santo?
Pelo Me. José Aparecido Gomes Moreira*
Austin, Texas/USA
* O Autor, nascido em São José dos Campos, SP, é ex-servita, com dois filhos: Sérgio e Samuel. Es-
tudou Filosofia e Teologia em Buenos Aires e em São Paulo; fez mestrados em História e Etno-história,
e Estudos Latino-americanos, na cidade do México. Ex-membro da CEHILA (Comissão de Estudos de
História da Igreja na América Latina), atualmente colabora com Ameríndia (www.amerindiaenlared.org)
e trabalha na Secretaria de Saúde do Estado do Texas, em programas binacionais de saúde pública, na
fronteira com o México. É Autor de Conquista y Conciencia Cristiana. El pensamiento indigenista y jurídico-
-teológico de Don Vasco de Quiroga (+1565). Quito-México; Abya-Yala-MLAL, 1990 e 1992.
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in the middle of the 20th century. Despite approaching the fourth cen-
tennial anniversary of the release of his writings, Sarpi’s contribution
to the political, theological, and economic thought of his time con-
tinues to be insufficiently recognized. Recent and innovative studies,
however, promise to repair a multi-secular and quasi-intentional silence
or obliviousness.
Keywords: Paul Sarpi. Tridentine Council. Protestant Reformation.
Roman Inquisition. Second Vatican Council.
1. O encontro do grupo OSMeninos do Turvo (sic), colegas ex-seminaristas da Ordem dos Servos
de Maria (OSM) no Brasil, realizado nos dias 10 e 11 de janeiro de 2015, na pequena cidade de Turvo,
Estado de Santa Catarina, serviu-me, literalmente, de pré-texto para focar a atenção no estudo do
pensamento de Paolo Sarpi, um dos personagens mais significativos, não só da história da OSM, mas,
com certeza, da história do mundo ocidental europeu, num de seus períodos mais críticos e criativos
como foi o dos séculos XII-XVII, séculos de grandes transformações político-econômicas, jurídicas e
religiosas que se encontram no cerne das instituições do mundo moderno e contemporâneo, em sua
mais recente etapa da “globalização” capitalista. Agradeço aos organizadores desse encontro a inclusão
da experiência deste ilustre servita, como um dos subsídios para a reflexão sobre “participação cidadã”
no processo político, econômico, social e religioso do Brasil atual, tema geral do painel.
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Menino prodígio
Nascido em Veneza, a Sereníssima, em 14 de julho de 1552, com o
nome de Pietro, “Pierino”, e falecido em 15 de janeiro de 1623, Sarpi,
ao receber o hábito servita aos 13 anos de idade, no dia 24 de novem-
bro de 1566, na comunidade de Santa Maria dei Servi, recebeu o novo
nome de Paolo, costume comum nas Ordens Mendicantes, para signifi-
car uma mudança total de vida ao adotar o hábito religioso.
Conta seu principal biógrafo, Fulgenzio Micanzio, que no dia se-
guinte de o menino Sarpi ter recebido o hábito dos Servos, havendo
uma Disputatio, ou seja, um debate público, anual e solene, na igreja de
Santa Maria dei Frari, da Ordem dos Franciscanos Menores, em Veneza,
pediram-lhe para argumentar contra as teses propostas no debate. No
começo da disputa, “causou muita graça entre os participantes”, porque,
no momento da troca de cortesias que se faziam entre os “disputantes”,
o menino, não se recordando que estava vestido com outra roupa, pen-
sava em retirar o boné (berretta), quando, na realidade, retirava o capuz
(cappuccio), ficando com ele na mão o resto do tempo da disputatio.
Outros debates públicos se seguirão ao longo dos seus anos de jo-
vem estudante, preparando-o para defender-se da Inquisição romana
ante futuras acusações de heresia.
Um pré-iluminista
Embora nos anteceda precisamente por quatro séculos, Sarpi viveu,
como muitos de nós, na intersecção entre dois séculos marcados por
grandes mudanças em todas as áreas do conhecimento e da tecnologia
e, ao mesmo tempo, de grandes crises institucionais, entre elas na pró-
pria Igreja católica.
Como filósofo, historiador, economista e teólogo jurista, não vê
conflito entre as ciências modernas e a teologia escolástica, tendo sido
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dedicadas à economia: De usuras y simonía (1569); Tratado sobre las rentas de los beneficios eclesiásticos, De re-
dditibus beneficiorum ecclesiasticorum..., (Valladolid, 1566); Comentario resolutorio de cambios; Enajenación
de las cosas eclesiásticas; Comentario sobre los expolios de los clérigos, que, certamente, exerceram influência no
pensamento teológico-econômico de P. Sarpi. Suas obras completas foram publicadas em Veneza, em
1598, com o título de Compendium horum omnium navarri operum (ver biografia em Wikipedia).
3. Não menos ilustre que Azpilcueta, o arcebispo Bartolomé Carranza, teólogo jurista da Ordem
de Santo Domingo e influente participante do Concílio de Trento, havia participado também da famosa
Controversia de Valladolid, em 1550, em que outro dominicano, frei Bartolomé de las Casas, e o teólogo-
-jurista Juan Ginés de Sepúlveda debatiam sobre a guerra “justa” de conquista das Américas e o direito
dos naturais (indígenas). Os três processos contra o arcebispo de Toledo, um na Espanha e dois em
Roma, duraram quase 20 anos para serem resolvidos, por fim, a seu favor, infelizmente a poucas sema-
nas antes de morrer na mesma cidade de Roma.
4. Sobre a ajuda de Sarpi a Galileu na invenção e demonstração desse instrumento, em Veneza, ver
introdução de Albert van Helden à obra de Galileu, Sidereus nuncius or the sidereal messenger, p. 4-6.
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Não era a primeira vez que Veneza, em sua longa história de or-
gulhosa autodeterminação, sofria uma intervenção externa, provinda
do maior poder imperial da Idade Média. Para responder com eficácia,
Paolo Sarpi é nomeado Teólogo Consultor da República, no dia 28 de
janeiro de 1606, e, em maio do mesmo ano, inicia seu trabalho, publi-
cando dois textos de Jean Gerson, reunidos num pequeno volume sob
o título de: Trattato e resoluzione sopra la validità della scomunica (“Tratado
e resolução sobre a validade da excomunhão”) e, pouco depois, com a
edição coletiva do Tratatto del’Interdetto.6 Estava inaugurada a guerra das
escrituras entre a Cúria romana e a Sereníssima, destinada a ter conse-
quências inesperadas para ambos os lados da contenda.
6. O título completo é: Tratatto del’Interdetto della Santità di Paulo V, nel quale si dimostra, che egli non
è legitimamente publicato, & che per molte ragione non sono obligati gli Ecclesiastici all’essecusione di esso, ne possono
senza peccato osservarlo. Composto pelos seguintes teólogos: Pietr’Antonio, arquidiácono e vigário geral
de Veneza; Frei Paulo [Sarpi], da Ordem dos Servos, teólogo da Sereníssima República de Veneza;
Frei Bernardo Giordano, menor observante, teólogo; Michel’Agnolo, menor observante, teólogo; Frei
Mar’Antonio Capello, menor conventual, teólogo; Frei Camillo, agostiniano, teólogo; Frei Fulgenzio
[Micanzio], da Ordem dos Servos, teólogo. Veneza: Edição Roberto Meietti, 1606.
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9. SARPI, Fra Paolo. Istoria del Concilio Tridentino. T. I. Mendrisio: Angelo Borella e Com., 1835,
p. 2-3
10. Talvez uma das reedições mais recentes em italiano seja a de 1974, pela editora Einaudi, de
Turim, acessível em <http://www.letteraturaitaliana.net/pdf/Volume_6/t147.pdf>. Acesso em
30/04/2015.
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fadiga nem faltando o cuidado, onde tive a graça de ver algum registro
completo de anotações ou cartas e pessoas que tiveram grande parte
naqueles manejos. Tendo, portanto, recolhido tantas coisas que me po-
dem fornecer material suficientemente abundante para a narrativa do
desenrolar [do Concílio], tomo a resolução de organizá-las.11
Consciente da importância transcendental desse acontecimento
para a história sociopolítica e religiosa de seu século e percebendo a
ausência de uma narrativa coerente que se ocupasse do conjunto dos
fatos e de suas “causas antecedentes”, não apenas de algum sucesso em
particular, Sarpi empreende a difícil tarefa de descrever “as causas e os
manejos de uma convocatória eclesiástica no transcurso de 22 anos [...]
que terminou obtendo um resultado todo contrário ao desejado por
aqueles que a planejaram”.
E continua:
Embora esse Concílio tenha sido desejado e buscado pelos homens pie-
dosos para reunificar a Igreja que começava a se dividir, confirmou o
cisma e obstinou as partes, tornando irreconciliáveis as discórdias; e,
tendo sido manipulado pelos príncipes no que diz respeito à reforma da
Igreja, causou a maior deformação desde a existência do nome cristão; e
ainda, embora imaginado pelos bispos para reaver sua autoridade, esta,
transferida em grande parte e tão somente ao pontífice romano, fez com
que a perdessem totalmente, reduzindo-os a meros coadjuvantes.12
Quase 40 anos depois da obra de Sarpi, o jesuíta Pietro Sforza Pal-
lavicino publicou, em 1656, a primeira parte de uma Istoria del Concilio di
Trento, em dois volumes, com a finalidade de “refutar uma história falsa,
divulgada sobre o mesmo assunto, por Pietro Soave Polano”.
Trata-se de uma obra contratada por ordem do Papa, para a qual
Pallavicino foi dispensado de seu trabalho como professor no Collegium
Romanum e se colocaram a seu dispor as informações do e sobre o Con-
cílio existentes nos arquivos secretos do Vaticano, assim como todos os
materiais anteriormente coletados por Contelorio e Alciati, historiado-
res que não tinham logrado até então cumprir com o propósito de es-
11. Idem, p. 2.
12. Idem, p. 3. Eis o texto original: ”Imperoché questo concilio, desiderato e procurato dagli uomi-
ni pii per reunire la Chiesa che comminciava a dividersi, ha così stabilito lo schisma et ostinate le parti,
che ha fatto le discordie irreconciliabili; e maneggiato da li prencipi per riforma dell’ordine ecclesiastico,
ha causato la maggior deformazione che sia mai stata da che vive il nome cristiano, e dalli vescovi spe-
rato per racquistar l’autorità episcopale, passata in gran parte nel solo pontefice romano, l’ha fatta loro
perdere tutta intieramente, riducendoli a maggior servitù”.
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crever uma história alternativa à de Sarpi. Por essa obra, Pallavicino foi
devidamente reconhecido e premiado por seu amigo, o papa Alexandre
VII (1655-67), tendo sido feito cardeal in petto, ou seja, em privado ou
em segredo, no dia 19 de abril de 1657 e tornado público dois anos
depois, a 10 de novembro de 1659.
Para Francesco De Sanctis, importante político, crítico e historiador
da literatura italiana do século XIX, Sarpi foi um herói, cuja descrição
do Concílio de Trento como uma “deformação”, não reforma, era to-
talmente justificada.13
Segundo John W. O’Malley, atual historiador do Concílio de Tren-
to, “a questão levantada por Sarpi em sua Istoria del Concilio Tridentino
retorna inevitavelmente: foi um Concílio ‘livre’?” A essa sua pergunta
o próprio O’Malley imediatamente responde: “certamente não foi livre
no sentido Protestante, simplesmente porque foi presidido por legados
papais. Não foi livre nem no sentido em que o Concílio de Constança
foi livre, onde o principal objetivo dos prelados fora resolver o escân-
dalo de três concorrentes ao trono papal”.14 Em outro lugar de seu
recente estudo, O’Malley comenta, apropriadamente, que Paolo Sarpi
interpretou Trento “como uma estória trágica de falha de uma reforma
verdadeira e total, e o triunfo do abuso papal do poder”.15
13. O’MALLEY, J.W. Trent and all that. Renaming Catholicism in the early modern era. Cambridge;
London: H.U.P., 2000, p. 34.
14. ID. Trent. What Happened at the Council. Cambridge: The Belknap Press of Harvard Univer-
sity Press, 2013, p. 251.
15. ID., p. 10.
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repetisse várias vezes com satisfação: Orsù, andiamo dove Dio ci chiama!
A seu principal biógrafo e confrade, Fulgenzio Micanzio, teria dito, em
leito de morte, na noite anterior: Andate a riposare; ed io ritornerò, onde sono
venuto. Outras versões sobre seus últimos dias de vida o fazem aparecer
più viccino al culto protestante.
Seus restos mortais encontraram descanso final somente em 19 de
novembro de 1846,16 no Campo Santo da ilha de San Michele, ao norte
de Veneza. Um monumento em sua memória foi inaugurado, não sem
a forte e persistente oposição papal, a 20 de setembro de 1892, em
Campo Santa Fosca, próximo ao local onde sofrera o atentado de 5
de outubro de 1607, num evento essencialmente político,17 como não
poderia deixar de ser. É o que indica a própria escolha da data da inau-
guração do monumento a Sarpi, ou seja, no aniversário da derrota das
tropas pontifícias, quando, a 20 de setembro de 1870, os soldados de
Bersaglieri entraram em Roma pela “brecha” aberta por sua artilharia
na muralha que separava a “cidade eterna” dos Estados Pontifícios, a
apenas doze metros do portão conhecido como “Porta Pia”, e comple-
taram a unificação da Itália.
18. Ver DAL PINO, F.A. Un grupo evangelico del duecento. I sette fondatori del Servi di Maria, p. 10.
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Um segundo Lutero
Como teólogo porta-voz de uma cidade-estado católica em con-
fronto com o poder papal, Paolo Sarpi já foi chamado de “um segundo
19. Cacciavillani, I. Paolo Sarpi. La Guerra delle Scritture del 1606 e la nascita della nuova Europa.
Venezia: Corbo e Fiore Ditori, 2005.
20. Para o conceito de “Cristandade” refiro-me à obra de RICHARD, P. Morte das cristandades e
nascimento da Igreja, em que o Autor a define como “uma forma determinada de relação entre a Igreja e
a sociedade civil, relação cuja mediação fundamental é o Estado” (p. 9). É esse modelo de “relação” que
mostra seus sinais de esgotamento e crise na “guerra das escrituras” entre a Igreja e uma cidade-estado
econômica e politicamente forte como a Veneza de Sarpi, prelúdio da nova reconfiguração na relação
de poder entre a Igreja e os estados nacionais. Resta perguntar se, quatro séculos depois, a crise atual
dos estados nacionais numa nova etapa de “globalização” capitalista de modelo único e de fortaleci-
mento da sociedade civil não esteja também dando lugar a um “novo” modelo de relação entre a Igreja
católica e a sociedade civil, desta vez sem mediações, na construção de um outro mundo possível!
21. Ver LIBANIO, J.B. A volta à grande disciplina. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1984.
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Esperanças renovadas
Depois de quatro séculos, em 1962, um grupo de jovens estudantes
internacionais servitas, em Roma, se perguntava: que diria Paolo Sarpi,
hoje, a respeito do Concílio Vaticano II, se tivesse nascido em nosso
século?25
Frei José Antônio M. Flesch, sacerdote servita a quem tivemos como
mestre de 1965 a 1968, no Seminário Menor em São José dos Campos,
São Paulo, nos anos imediatamente posteriores ao Concílio Vaticano II,
explicou-me como “conheceu” Paulo Sarpi, com essas palavras:
22. O Rev. ROBERTSON, F.A., em sua obra de 1894, Fra Paolo Sarpi. The Greatest of Venetians,
não economiza adjetivos elogiosos ao referir-se a Sarpi. Para ele, o “maior dos venezianos” é também
o “o maior gênio da sua época”.
23. Não terá sido por simples coincidência histórica que a Inquisição romana, instituída nos mol-
des da Inquisição espanhola, por Paulo III, com a Bula de 21 de julho de 1542, tenha precedido a
primeira sessão do Concílio de Trento por apenas três anos e meio.
24. O afresco de Pasquale Cati, intitulado “Concílio de Trento”, foi pintado em 1588 e encontra-
-se na Capela do Sacramento, na igreja de Santa Maria, em Trastevere, Roma. Acessível em:<http://
it.wikipedia.org/wiki/Messa_tridentina#mediaviewer/File:Council_of_Trent_by_Pasquale_Cati.jpg>.
Acesso em 24/04/2015.
25. Em entrevista gravada no encontro de Turvo, Santa Catarina, aos 11 de janeiro de 2015.
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26. Tese central da obra citada de João Batista Libânio, para quem o recente processo de “des-
construção da identidade tridentina” vem acompanhado de uma reação reconstrutora dessa mesma
identidade, por parte de setores conservadores, críticos do Concílio Vaticano II.
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