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Organização e Gestão de Obras I

Construção de um Edifício Residencial


Custo Unitário de Fabrico da operação de construção que abrange betão C25/30 em lajes

Data de entrega: 03/02/2022


Índice
Parte 2: Execução da Empreitada 2

2.1. Introdução 2

2.2. Critérios de Medição 3

2.3. Custo unitário de uma operação de construção 4

2.3.1. Custo unitário da Mão de Obra 4

2.3.2. Custo unitário dos Materiais 6

2.3.3. Custo unitário do Equipamento 8

2.3.3.1. Variáveis do CHP retiradas das tabelas da bibliografia: 8

2.3.3.2. Variáveis do CHP estimadas: 9

2.3.3.3. Variáveis do CHC: 10

2.3.4. Resultado do custo unitário de fabrico 10

2.4. Valor total da proposta 11

2.4.1. Valor de Venda, Vv 11

2.4.2. Valor da Proposta, Vp 12

2.5. Conclusões 13

Anexos 14

Referências 17

1
Parte 2: Execução da Empreitada
2.1. Introdução
O trabalho tem como principal objetivo o lançamento de um concurso público e preparação da
respetiva proposta numa primeira parte e, na presente segunda parte, tem fins de execução da obra na
sua totalidade, com base num projeto para construção de um edifício residencial localizado no distrito
de Braga. O relatório que se segue diz respeito à componente da execução da empreitada.

A execução da obra consiste em, do ponto de vista do empreiteiro concorrente, estabelecer as


qualificações a exigir no processo de consultas aos subempreiteiros (2.2.), calcular o custo unitário de
fabrico atual de uma operação de construção (2.3.), sendo que este valor será criteriosamente
comparado com valores de referência obtidos de diversas fontes, e, por fim, calcular o valor total da
proposta de preço da empreitada (2.4.) atualizando o preço de acordo com o passo anterior.

Ao longo do trabalho, foram tidas em conta algumas considerações e pressupostos:

❖ Aplica-se ao presente caso o Formulário do Caderno de Encargos para contratos de empreitadas,


constante na Portaria n.º 959/2009 de 21 de Agosto;
❖ O prazo de execução da empreitada na sua globalidade é de 510 dias (17 meses) e o preço base
apresentado pelo dono da obra é de 5 000 000,00€;
❖ Aplicam-se todas as Leis, Decretos e códigos em vigor sendo estas as orientadoras de todo o
processo até à criação do anúncio;
❖ Consulta de anúncios nos sites oficiais, como guia para a elaboração do trabalho;

Operação de construção a tratar: 4.6 Coeficiente de eficiência do trabalho: 1.20

Encargos com Estaleiro (% de FB+SB): 10% Margem Industrial: 18%

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2.2. Critérios de Medição
A medição das Lajes deve ser feita entre as faces das vigas, lintéis pilares e paredes em que se
inserem. Foram adoptadas as quantidades da estimativa orçamental de 905,22m3 a qual pode ser
dividida em 8 partes de iguais (daqui em diante agrupadas no conceito de piso tipo) e 4 partes desiguais.
Foi feita uma medição simples do piso tipo e comprovou-se que essa laje terá cerca de 85m3, isto para a
espessura de 0,30m.

Citando o artigo 4.6: “Betão C25/30 em lajes, de acordo com o projecto, incluindo todos os
trabalhos preparatórios e acessórios, equipamentos, fornecimento e execução.”

Para efeito do trabalho será considerado que se utiliza betão pronto. A colocação será efectuada
por bombagem nas lajes, sapatas, lintéis e muros e por balde movido por grua no caso de pilares e vigas
que não sejam betonadas em conjunto com as lajes. Os custos com a grua encontram-se englobados nos
encargos com o estaleiro. Assim, a composição de preço da actividade ficará resumida ao lançamento,
espalhamento e compactação (adicionado do custo de betão pronto e, nos casos aplicáveis, de
bombagem), seguir-se-ão as regras estabelecidas pela NP EN206-1 e NP EN 13670.

Cada elemento de construção deverá ser betonado de forma contínua, ou seja, sem intervalos
maiores do que os das horas de descanso, inteiramente dependentes do seguimento das diversas fases
construtivas, procurando-se sempre a redução dos esforços de contração entre camadas de betão de
idade diferentes.

A Betonagem da laje será coincidente com as vigas, no entanto, para efeitos práticos utilizar-se-á
apenas as estimativas acima como referência. Como referido acima será um processo contínuo, pelo que
a betonagem da laje sucederá de uma só vez, resultando nos custos fixos (i.e. carro bomba) desta fase
serem contabilizados pelo número de lajes, 12.

Para efeito do trabalho será considerado que se utiliza betão pronto (corrente C20/25) o qual
terá de ser mínimo de classe S3 e variar de XC4 a XC1. O espalhamento, compactação e vibração serão
feitos manualmente através de ferramentas da autoria do estaleiro assim como equipamento especial à
Betonagem como o vibrador.

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2.3. Custo unitário de uma operação de construção

Neste capítulo apresentou-se o Custo Unitário de Fabrico (FB) da operação de construção de


uma empreitada que abrange betão C25/30 em lajes, de acordo com o projecto, incluindo todos os
trabalhos preparatórios e acessórios, equipamentos, fornecimento e execução, no contexto do valor da
empreitada. Para determinar este Custo Unitário de Fabrico foi tido em consideração o seguinte:

❖ Localização da obra, no distrito de Braga, uma vez que de zona para zona do país verificam-se
flutuações dos preços, quer do material quer da entrega dos mesmos;
❖ Coeficiente de eficiência do trabalho como dado do enunciado, sendo este valor 1,2;
❖ Verificar ao longo da resolução a consistência das unidades, dando o resultado final $/m3;
❖ O Custo de Fabrico é dado pela soma do Custo da Mão de Obra (MO), Custo do Material (MT) e
custo do equipamento (EQ);

Estabeleceu-se ainda contacto com uma empresa do ramo da Engenharia e Construção Civil do
Distrito de Braga de forma a serem obtidos valores adequados à realidade, na falta de informação
adicional digna, optou-se por utilizar esses valores como referência para o trabalho em adiante.

2.3.1. Custo unitário da Mão de Obra

Sabe-se que o Custo Unitário da Mão de Obra ou é dado pelo quociente do Custo Horário da
mão de obra com a produtividade de cada elemento ou pela multiplicação com a Taxa de Homem Hora
de cada elemento. O Custo Horário por sua vez é determinado em função do vencimento mensal, das
horas de trabalho anuais e, por fim, corrigido por um coeficiente resultado dos encargos sociais uma vez
que, embora um trabalhador tenha um horário fixo, existem baixas, subsídios de férias, formações,
prémios, etc. Como tal, apresenta-se abaixo a metodologia de ponderação destas variáveis.

Para o vencimento mensal recorreu-se à tabela salarial por categoria da AICCOPN [1] de acordo
com a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para a construção Civil e Obras Públicas de 2021
[1]. Para a equipa considerou-se um vibradorista de betão (mão de obra especializada) e um servente.
Estes dois grupos de trabalhadores enquadram-se na categoria XI e XII, respectivamente.

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Figura 1 - Categorias da AICCOPN [1], a amarelo as categorias de vibradorista (CC) e servente.

A estas categorias, XI e XII, correspondem as gamas salariais de 671,00€ e 666,00€,


respetivamente. Contudo, estes valores parecem um pouco baixos dada a crise de mão de obra que o
setor sente atualmente pelo que, recorreu-se a um simulador de salários na construção civil [2] em
Portugal, obtendo os seguintes valores médios:

Tabela 1 - Resultados obtidos no simulador de salários [2].

Ajudante de construção civil com um ano de experiência 714 €

Aplicador de Betão com um ano de experiência 733 €

Tendo tudo em consideração, decidiu-se pela adoção de uma média dos valores acima retirados
do AICCOPN [1] e do simulador salarial [2], sendo então o vencimento mensal do vibradorista de e do
servente de 702€ e 690€, respetivamente.

Os encargos sociais, coeficiente que corrige de forma a obtermos o gastos reais por trabalhador,
foram ponderados pelo exemplo das aulas teóricas, analisando a razão entre vencimento base/horas
úteis anuais e total de custos anuais/horas efetivas anuais de trabalho, obtendo-se um coeficiente de
1,05. Desta forma o custo horário de acordo com a realidade de trabalho toma os seguintes valores:

Tabela 2 - Custo horário para um vibradorista e um servente, respetivamente.

Custo horário de 1 Vibradorista 8,30 €/(h.H)

Custo horário de 1 Servente 8,16 €/(h.H)

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De modo a obter o custo da mão de obra nas unidades desejadas (€/m3) o custo horário de cada
elemento da equipa tem de ser afetado pela Taxa Homem Hora (THH) de cada um. Consultando a Tabela
de Rendimentos de Mão de Obra de J. Paz Branco, na tabela de Aplicação de Betão em Obra, de
consistência Normal, retirou-se uma THH da equipa em média de 1,56 (H.h/m3) das quais 0,33
correspondem a mão de obra especializada, vibradorista, e consequentemente, 0,67 de servente. Além
disto THH é ainda afetado por um coeficiente que traduz as condições de trabalho, o coeficiente de
eficiência que, como já referimos é 1,2. A THH toma o valor de 1,56 (H.h/m3) pelo que, THH Vibradorista
é 0,51 (H.h/m3) e a do servente é 1,05 (H.h/m3).

Finalmente, o Custo Unitário da Mão de Obra é dado pelo somatório dos custo horários
multiplicados pela THH de cada um, ou seja: €/(h.H) * (H.h/m3) = €/m3 como desejado, verificando-se a
coerência das unidades. Assim, o Custo Unitário da Mão de Obra é 12,80 €/m3.

2.3.2. Custo unitário dos Materiais

Para o cálculo do Custo Unitário de Fabrico, ter-se-á de ponderar o custo unitário dos materiais
pelo que é necessário averiguar o material da operação de construção bem como os restantes custos de
entrega e serviços diversos. Dado isto, torna-se necessário contactar alguma empresa do ramo que
preste os serviços inerentes ao material desta operação ou que recorra a este tipo de serviços. O
material em questão é betão pronto C25/30 para lajes, bombado por uma auto bomba e assim,
obteve-se preços e considerações aplicáveis ao Distrito de Braga, localidade da obra:

❖ Preço de betão por m3 de 60€/m3 mais iva;


❖ Custos de deslocação da bomba à obra, por cada betonagem, de 75€ mais iva;
❖ Custo de bombagem de 7,5€/m3.

De forma a comparar estes valores, recorreu-se a uma página online [3] de uma empresa de
orçamentação do mesmo tipo de serviço, contudo, os valores apresentados não foram tidos em conta
pois eram relativamente superiores e menos fiáveis que os apresentados pela empresa contactada.. De
realçar que nesta mesma página verificou-se uma coerência com o tipo de custos apresentados pela
empresa consultada, à exceção de um custo de transporte. Quando confrontada com esta incongruência,
a empresa consultada, justificou-se ainda com a elevada oferta de betão pronto em Braga, existem várias
empresas de betão pronto, pelo que o custo da página online [3] não é praticado pelas empresas de

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betão pronto bracarense. Por conseguinte, decidiu-se não ter em consideração os valores da página
online [3].

Aos preços acima referidos foi acrescido um iva de 23% e considerou-se uma betonagem por
laje, ou seja, o custo de deslocação da auto bomba será por metro cúbico de cada laje, chegando-se ao
custo de deslocação da auto bomba de 92,25€/Volume médio de cada laje = 1,22 €/m3, onde o volume
de cada laje foi dado pelo volume total de betão das lajes a dividir pelo número de lajes (considerando
12 lajes, aproximação feita pela planta do edifício).

Para além destes custos foi também necessário considerar o consumo do vibrador em custos
unitários, ou seja €/m3. Consequentemente, com a pesquisa de vibradores de betão para o preço deste
equipamento retirou-se a potência dos mesmos. Daqui resulta a energia consumida por unidade de
tempo (KW) onde, devido à obrigatoriedade de vibrar o betão aquando a betonagem, admitiu-se
funcionamento contínuo. A potência a dividir pela produtividade da equipa e por fim, multiplicada pelo
custo da electricidade em €/(kW*h) resulta em €/m3, que confirma que as contas efetuadas estão
consistentes com o objetivo. Para calcular estes valores, recorreu-se a uma média dos valores de preço
de energia elétrica e da potência dos vibradores:

Tabela 3 - Estudo de mercado de potências

https://www.hilarioalves.com/ 1800 W
https://bernardinos.pt/ 1600 W
ncmaquinasferramentas.pt 1800 W
média 1,73 KW

Tabela 4 - Estudo de mercado de custos de eletricidade

endesa 0,1371 €/(kW*h)


edp 0,1445 €/(kW*h)
iberdrola 0,1378 €/(kW*h)
Média 0,1398 €/(kW*h)

Assim sendo, somando todos estes valores tem-se o custo unitário dos materiais de 89,66€/m3.

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2.3.3. Custo unitário do Equipamento
No cálculo do custo unitário do equipamento é importante determinar primeiramente os
equipamentos e componentes a utilizar. Estes são o equipamento vibrador de betão e a componente
agulha do vibrador e ambos serão adquiridos por compra. Teve-se ainda em consideração que a
componente tem vida útil inferior à vida útil do equipamento e custo significativo.

O custo unitário do equipamento é dado pelo rácio entre o custo horário de utilização do
equipamento (CHU) e a produtividade. Quanto à produtividade neste caso, e para este tipo de
equipamento, será dada em função da mão de obra do trabalhador, resultado de: Produtividade =
min(Produtividade da equipa, Produtividade do equipamento) onde, Produtividade do equipamento é ½
da produtividade do vibradorista que, se verifica ser inferior que a Produtividade da equipa. Voltando ao
CHU este é função do custo horário de propriedade (CHP) e do custo horário de conservação (CHC). O
modelo usado no cálculo do custo unitário do equipamento não teve em conta a inflação, dado este
valor ser comparativamente inferior à taxa de juro do investimento (j), pelo que não haverá discrepância
significativa. Através de uma pesquisa, tendo em conta os valores observados tanto da Mota-Engil, SGPS,
S.A. como do Banco Montepio, avançamos com j de 6%.

O CHP envolve três domínios como, i) o valor do equipamento ao longo do tempo, ou seja, custo
de aquisição afetado pelo juro e tendo em conta a vida útil do equipamento corrigida pelas taxas de
afetação e produção em obra, anualmente; ii) custos das componentes que se desgastam afetado pelo
juro e tendo em conta a vida útil do equipamento corrigida pelas taxas de afetação e produção em obra,
anualmente; iii) custos de seguros (neste caso, o mais lógico seria custos de seguros por um conjunto de
equipamentos) e custos de armazenamento dado que, o equipamento não estando sempre em obra
requer logísticas com encargos monetários, corrigida pelas taxas de afetação e produção em obra,
anualmente.

2.3.3.1. Variáveis do CHP retiradas das tabelas da bibliografia:


Algumas das variáveis envolvem demasiada complexidade para o contexto deste trabalho, pelo
que alguns destes valores foram fornecidos pelos docentes:

Ha - Número de horas úteis possíveis de trabalho durante um ano, 2000 h;

8
r - coeficiente entre o valor residual e o valor atual do equipamento, sendo 16,66%;

Ta - vida útil do equipamento, 6000 h;

m - taxa de conservação, 20%;

s - taxa de seguro, 2%;

g - Taxa de gestão do equipamento, 10%;

c - taxa mínima de conservação, 20%.

2.3.3.2. Variáveis do CHP estimadas:


Tc - vida útil das componentes, 2000 horas por analogia com Ta;

p - relação entre o número de dias úteis que, por ano e em média, o equipamento está à disposição das
unidades de produção e o número de dias úteis que no mesmo período o equipamento poderia
teoricamente trabalhar. Por analogia ao exemplo da aula propôs-se 0,4 dado ser um equipamento para
trabalhos muito específicos;

u - relação entre o número de horas de trabalho efetivo e o número de horas que, teoricamente, o
equipamento poderia trabalhar durante o tempo à disposição das unidades de produção por analogia
propôs-se 0,35 pois, considerando que entre betonagens se tem de montar as cofragens e armaduras vai
haver uma diminuição do trabalho efetivo quando comparado com o possível.

Para o custo do equipamento, consultaram-se lojas que vendam este tipo de vibradores de
betão, adotando-se o valor da média:

Tabela 5 - Estudo de mercado de vibradores de betão

https://www.hilarioalves.com/ 479,95 €
https://bernardinos.pt/ 325,99 €
ncmaquinasferramentas.pt 420 €
Média 408,65 €

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Para o custo das componentes, consultaram-se lojas que vendam este tipo de vibradores de
betão, adotando-se o valor da média:

Tabela 6 - Estudo de mercado de agulhas do vibrador

https://www.leroymerlin.pt/Produtos/Construcao/Ferramentas-de-construcao/Outras-fe
rramentas/WPR_REF_82273736 259€
http://maquivedras.pt/index.php?route=product/category&path=950_1065_1344 192€
http://chavevertical.pt/vibradoresdebetao.html 245€
Média 232€

Desta forma calculou-se todos os domínios do CHP e obteve-se 0,71 €/h.

2.3.3.3. Variáveis do CHC:


Para CHC obteve-se um valor de 0,09 €/h. E assim, CHU sendo igual à soma de CHC e de CHP
toma o valor de, 0,8 €/h. (p, u, c, Ha, m e Custo do equipamento acima descritos).

Concluindo, custo unitário do equipamento é dado por 0,8/(0,5*1,56*0,33) = 3,11 €/m3.

2.3.4. Resultado do custo unitário de fabrico


Assim, o custo unitário de fabrico é, 12,80 €/m3 + 90,01 €/m3 + 3,11 €/m3 = 105,92 €/m3.

Em anexo encontram-se todas as tabelas inerentes aos cálculos efetuados.

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2.4. Valor total da proposta

De modo a determinar o valor total da proposta, é ainda necessário o cálculo do Valor de Venda
(Vv) e do Valor da Proposta (Vp). O primeiro trata-se de um valor provisório que é utilizado para calcular
os preços unitários de venda bem como o valor da proposta. O segundo é o valor final que o empreiteiro
concorrente irá apresentar ao dono de obra para que este analise e defina a proposta que melhor se
ajusta aos seus interesses.

2.4.1. Valor de Venda, Vv

Do enunciado sabe-se o valor da margem industrial (MI) a adotar, 18%, pelo que reorganizando a
expressão da MI e calculando previamente os custos diretos (CD), será possível obter o valor de venda.

𝐶𝐷 = 𝑀𝑂 + 𝑀𝑇 + 𝐸𝑄 + 𝐸𝐸 + 𝑆𝐵 = 𝐹𝐵 + 𝐸𝐸 + 𝑆𝐵

Do enunciado sabe-se que os EE (encargos do estaleiro) correspondem a 10% da soma dos


custos de fabrico com os custos totais das subempreitadas, pelo que
𝐸𝐸 = (1. 265. 222, 10€ + 2. 401. 107, 49€) * 0, 10 = 366. 632, 96€.

Assim, 𝐶𝐷 = 4. 032. 962, 55€ .

(𝑉𝑣 − 𝐶𝑑) 𝐶𝐷 4.032.962,55


Obteve-se então o valor de Vv, 𝑀𝐼 = 𝑉𝑣
⇔ 𝑉𝑣 = (1−𝑀𝐼)
= 1−0,18
=4. 918. 247, 01€.

O valor de venda obtido difere bastante do somatório dos valores de SB + FB e, para que estes se
𝑆𝐵 2.401.107,49€
aproximem, proceder-se-á à atualização do mesmo. Como 𝑆𝐵+𝐹𝐵
= 3.666.329,59€
≃ 0, 655 > 0, 2
𝑉𝑣 − (𝑆𝐵+𝐹𝐵)
então 𝑚 = 𝑛 = 𝑆𝐵+𝐹𝐵
= 0, 3414634146 . Atualizando os valores originais com os encargos,

obtém-se novos valores, tabela 8.

Tabela 7 - Valores obtidos no cálculo dos Custos Diretos originais e atualizados.

Valor Original Atualizado

FB 1.258.958,62€ 1.697.249,16€

SB 2.401.107,49€ 3.220.997,85,€

EE 366.632,96€ 491.835,95€

CD 4.032.962,55€ 5.410.071,71€
11
Note-se que deste modo o valor de venda é quase idêntico ao novo somatório de SB + FB,
4.918.359,51€, com um erro de 0,0023% associado. É possível observar um acréscimo de 1.377.109,16€
com a atualização do preço unitário no Betão C25/30 em Lajes.

2.4.2. Valor da Proposta, Vp

O valor da proposta pode ser calculado através da expressão onde Pui é o preço unitário de
venda da operação de construção de ordem i e Qi é a quantidade de trabalho da operação de construção
𝑛
de ordem i. 𝑉𝑝 = ∑ 𝑃𝑢𝑖 × 𝑄𝑖
1

O cálculo do preço unitário de venda da operação (Pui) foi calculado segundo a fórmula onde m
é o encargo sobre o fabrico e o n é o encargo sobre as empreitadas. Estes encargos já foram
determinados em 2.4.1. sendo 𝑚 = 𝑛 = 0, 3414634146 = 34, 15%
𝑛
𝑃𝑢𝑖 = ∑[𝐹𝐵𝑖 × (1 + 𝑚) + 𝑆𝐵𝑖 × (1 + 𝑛)]
1

Uma vez calculado o preço unitário de venda da operação pode calcular-se o valor da proposta:
𝑛
𝑉𝑝 = ∑ 𝑃𝑢𝑖 × 𝑄𝑖 = 4. 918. 247, 01€
1

Podemos verificar que Vv/Vp= 1 .

12
2.5. Conclusões
Ao realizar este projeto foi possível aplicar os conhecimentos aprendidos durante as aulas e ter
uma base do que será a realidade de gestão de obra.

Como técnico de um empreiteiro concorrente, foi igualmente necessário tomar decisões, mas
desta vez mais relacionadas com outros componentes, como os materiais ou o que estes envolvem. Foi
também necessária alguma pesquisa de preços atuais, o que levou a um certo contacto com o mercado
atual dado que os valores variam muito, quer no tempo, quer de obra para obra, quer com base na
experiência dos trabalhadores contratados e do próprio empreiteiro.

Ao longo de todo o trabalho, com base nos valores que obtidos e nas respetivas análises,
pôde-se perceber que os resultados a que se chegou estão bastante próximos dos valores apresentados
pelas fontes enunciadas.

É de importante referir que o valor do custo de fabrico estimado para o método de construção
respectivo difere ligeiramente do que consta nas fichas de rendimento, pois este depende muito da
dimensão e rendimento da equipa, dos seus vencimentos, da taxa de inflação e juro de investimento, da
organização, gestão e aproveitamento dos materiais, bem como dos equipamentos.

Assim, embora haja elevados graus de variabilidade e de incerteza associados a muitos dos
parâmetros que foram definidos nos cálculos, percebe-se que, no global, foram considerados valores
razoáveis, atuais e representativos desta obra em particular e da operação de construção especificada.

Foi desafiante ter de tomar os papéis de várias entidades envolvidas num projeto como o que
nos foi entregue, e perceber os diferentes interesses de cada parte.

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Anexos

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Referências
https://www.aiccopn.pt/5/comunicacao/cat/noticias-destaque/item/item-1-55437 [1]

https://meusalario.pt/salario/compare-seu-salario?job-id=9313010000000#/ [2]

https://orcamentos.eu/precos-de-betao-pronto/ [3]

https://selectra.pt/energia/info/kwh-preco [4]

Rendimentos de Mão-de-Obra, Materiais e Equipamentos de Engenharia Civil (Tabelas), Paz e Branco 1983

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