Você está na página 1de 40

Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Instituto de Oceanografia - IO

EQUAÇÕES
PROMEDIADAS

Prof. José Luiz Lima de Azevedo

Fonte: www.surfguru.com.br

Graduação em Oceanologia
Disciplina de Dinâmica dos Oceanos I
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Nosso enfoque é na descrição do movimento da água do marmar, o que acaba


por englobar aspectos relacionados com a distribuição de clorofila, salini-
dade, temperatura, nutrientes, etc ...
Temos diversos processos oceânicos, cada um com ordens de grandeza
diferentes, ou seja, com escalas espaciais e temporais diferentes.
Movimento dos oceanos = soma de diversos movimentos com origem, fre-
quência, período e escala espacial típicos.

Cite exemplos de processos


oceânicos com diferentes es-
calas espaciais e temporais.
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Fonte: Burchard (2002)

Fonte: Rahmstorf (2002)


AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Fonte: Burchard (2002)

Fonte: NOAA
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Fonte: Burchard (2002)

Fonte: Wikipedia
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Fonte: Burchard (2002)

Fonte: www.surfguru.com.br

Fonte: www.surfguru.com.br
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Fonte: Burchard (2002)

Fonte: Wikipedia
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS
Fonte: Abril

Fonte: Burchard (2002)


AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

O que está sendo


mostrado aqui?

Fonte: WEB
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Por que estes grandes


giros oceânicos mantêm a
sua forma estável ao longo
do tempo?

Fonte: WEB
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Vamos retroceder um
pouco ... O que os
alimenta?

Fonte: WEB
AS ESCALAS DE ALGUNS PROCESSOS

Hum ....

energia

oceanos

energia
i

Fonte: WEB
VÓRTICES DE MESOESCALA

Fonte: NOAA

Fonte: NOAA
A CASCATA DE ENERGIA

DISSIPAÇÃO DA ENERGIA

Fonte: WEB
A CASCATA DE ENERGIA mesoescala

DISSIPAÇÃO DA ENERGIA

Fonte: NOAA

Fonte: WEB
Fonte: WEB
A CASCATA DE ENERGIA submesoescala

Fonte: Pérez (2016)

DISSIPAÇÃO DA ENERGIA

Fonte: WEB
A CASCATA DE ENERGIA ... micro vórtices

DISSIPAÇÃO DA ENERGIA

Fonte: WEB

Fonte: WEB
Fonte: WEB
E AS EQUAÇÕES?

DISSIPAÇÃO DA ENERGIA

Fonte: Wikipedia

Fonte: NOAA

Aqquestão qque fica é se esta dissipação


p ç energética
g é representada
p Fonte: WEB
Fonte: WEB
nas equações que descrevem o movimento oceânico. Isso será o
foco de nossa investigação agora.
O QUE VIMOS ATÉ AGORA?

Os movimentos
o e tos de peque
pequena a escala
esca a são de suma
su a importância
po tâ c a nos
os ocea
oceanos,
os,
visto que são responsáveis pela dissipação da energia absorvida (como,
por exemplo: do vento), o que permite a estabilidade dos movimentos de
larga escala.
escala
Esta dissipação de energia evita que a entropia dos oceanos crescesse
continuamente o que os levaria ao caos.
As células de circulação oceânica mantém sua forma básica com apenas
pequenas variações.
A energia dos movimentos de larga escala vai sendo transferida para os
movimentos de escala cada vez menor até ser totalmente dissipada nos
movimentos de (muito) pequena escala.
escala
O QUE VIMOS ATÉ AGORA?

O atrito
at to é o responsável
espo sá e pe
pela
addissipação
ss pação da e
energia
e g a assoc
associada
ada aos movi-
o
mentos oceânicos.
Grandes giros oceânicos, da ordem de milhares de quilômetros são forma-
dos por correntes, as quais possuem vórtices e meandros associados de
centenas/dezenas de quilômetros, e, por fim, associados a estes, turbilhões
com escalas cada vez menores. Os meandros, vórtices e turbilhões são ge-
rados pelo cisalhamento, estando associados com forças de atrito.
O fenômeno de transferência de energia de um movimento de maior escala
para os movimentos
i t dde escala
l cada
d vez menor é chamado
h d dde Cascata
C t de
d
Energia. Estes movimentos de pequena escala são conhecidos como tur-
bulência.
O MOVIMENTO DOS OCEANOS

Os movimentos do oceano podem ser separados em um movimento médio,


que é o de maior escala, o qual é bastante estável, e movimentos menores,
que possuem grande variabilidade, e cuja escala, seja espacial ou temporal,
é (em geral) muito pequena quando comparada a do movimento médio. Es-
tes movimentos menores são denominados movimentos turbulentos
turbulentos. Logo:

Movimento = Movimento médio + Movimentos menores (desvios)

Maior escala Menor escala (turbulentos)

Em resumo,
resumo o movimento dos oceanos é composto de uma média e de um
desvio em torno da média (a turbulência). Assumimos que existe um estado
básico e um estado turbulento caracterizado por ser randômico (?). Estamos
i t
interessados
d em descrever
d o movimento
i t médio.
édi
A DECOMPOSIÇÃO DAS VARIÁVEIS

Vamos decompor as nossas variáveis numa componente básica (média) e


numa componente perturbatória (o que se desviou da média), ou seja:

u  u  u v  v  v w  w  w P  P  P

Valor médio Desvio da média


DECOMPONDO AS VARIÁVEIS DA EC

u v w  u  u   v  v  w  w
  0   0
x y z x y z

u v w u  v w
     0
Vimos que:
x y z x y z
Faremos a média
da equação
q ç !
A média da média resulta
a própria média.
u v w u  v w
A média dos desvios      0
resulta zero.
x y z x y z
A EC PROMEDIADA
Hum... A EC não mu-
dou a sua forma após
ser promediada.
u v w u  v w
     0
x y z x y z
=0 =0 =0

O interessante é que:
u v w
  0
x y z u v w u  v w
     0
x y z x y z
Ou seja:
 
 V  0
  u  v w
 V   0   0
x y z
DECOMPONDO AS VARIÁVEIS DA ECM

Vamos agora trabalhar na ECM. Mostraremos como exemplo a ECMx.

u u u u  1 P
u v  w  f w f v     h  h2 u   v  v2 u
t x y z  x
u  u  u
etc...

u u  u u  u u  u u  u u 
 u u u  u  v v v  v 
t t x x x x y y y y
u u  u u    1 P
w w w  w   
 f w f w  f v  f v  
z z z z  x
1 P
  h 2h u  h  2h u   v  v2 u  v  v2 u 
 x
DECOMPONDO AS VARIÁVEIS DA ECM

Como estamos interessados no fluxo médio promediamos a equação


anterior e analisamos os termos resultantes
resultantes.

u u  u u u u u u  u u 
 u u u  u  v v v  v 
t t x x x x y y y y
u u  u u  1 P
w w  w  w  f w  
f w  f v  f v  
z z z z  x
1 P
  h  2h u   h  2h u   v  v2 u  v  v2 u 
 x

A média de termos turbulentos é nula e pode ser eliminada.


A média de produtos do tipo (média x turbulento) é nula e também pode
ser eliminada.
TERMOS TURBULENTOS NA EQUAÇÃO PROMEDIADA!!??

Resulta então:

u u u u u  u  u 
u v w  u  v  w
t x y z x y z
 1 P
 f w f v     h  2h u  v  v2 u
 x Hum ... Mas tem algo
estranho aqui!

Na equação
q ç promediada
p
ficam termos turbulentos?!
TERMOS TURBULENTOS NA EQUAÇÃO PROMEDIADA

Estes termos turbulentos na Equação da Conservação do Momentum são de extre-


ma importância, visto que representam a cascata de energia. Vamos tentar parame-
trizar estes termos em função de variáveis do escoamento médio
médio. A não inclusão
destes termos no modelo através do qual se pretende representar o movimento
poderá impossibilitar a resolução das equações que descrevem tal movimento ou
conduzir a resultados absurdos do ponto de vista físico
físico. Termos deste tipo são
chamados de termos não lineares pois envolvem produtos de incógnitas.

Ah! É isso ....

u u u u u  u  u 
u v w  u  v  w
t x y z x y z
 1 P
 f w f v     h  2h u   v  v2 u
 x
REESCREVENDO OS TERMOS TURBULENTOS

Como podemos reescrever


u  u  u 
as derivadas dos termos u  v  w
turbulentos? x y z

u u  vu  wu  u u  u  v u w


  u  u  v  u  w u 
x y z x x y y z z

uu vu wu u  u u  u  v w 


  u  v  w 
u    
x y z x y z  x y z 
REESCREVENDO A ECM PROMEDIADA

u  u u uu  vu wu 


u  v  w   
x y z x y z

Podemos então reescrever a ECMx na forma:

u u u u u u  vu  wu  
u v w     fw
t x y z x y z
1 P
fv   vh 2h u  vv  v2 u
 x
A PARAMETRIZAÇÃO DOS TERMOS TURBULENTOS

Como representar estes


Sempre lembrando termos, ou seja, como re-
que estamos inte- presentar o produto
d das
d
ressados no movi- Como representar estes
Comoflutuações?
representar estes termos,
mento médio! termos, ou seja, como
ou seja, como representar o
representar o produto
produto as flutuações?
p ç das
flutuações?

u u u u u u  vu  wu  
u v w     fw
t x y z x y z
1 P
fv   vh 2h u  vv  v2 u
 x
A PARAMETRIZAÇÃO DOS TERMOS TURBULENTOS

O cisalhamento da velocidade acaba por causar turbulência entre as


di
diversas camadas
d d de á
água, conforme
f mostra
t a fi
figura abaixo.
b i

u
v
x u Cisalhamento da velocidade

Cisalhamento da velocidade como gerador de turbulência

u u  vu  wu 
 
x y z
A PARAMETRIZAÇÃO DOS TERMOS TURBULENTOS

Os produtos entre duas velocidades turbulentas possuem dimensão de tensão/


densidade, logo, isso sugere que tais produtos poderiam ser parametrizados,
por exemplo, por expressões do tipo ν.∂u/∂y (von Schwind,1980), onde ν é o
coeficiente cinemático de viscosidade.

u
v
x u Cisalhamento da velocidade

Preciso conferir
estas unidades ...

u u  vu  wu 
 
x y z
A LEI DA VISCOSIDADE DE NEWTON
z

F
Vo
A

H
y
fluido Coeficiente dinâmico de
viscosidade
Hum... Lembro
desta aula ...
x
AVo
F 
A força necessária para manter a placa em
movimento uniforme depende de que fatores?
H
F Vo
A tensão responsável pela transfe-
transfe
rência de momentum será então:
 
A H
Tensões
T õ análogas
ál existirão
i ti ã entre
t as di
diversas camadas
d d de flfluido,
id v
porém, a consideração de camadas de espessura infinitesimal  
transforma a última expressão em: z
A PARAMETRIZAÇÃO DOS TERMOS TURBULENTOS

Os produtos entre duas velocidades turbulentas possuem dimensão de tensão/


densidade, logo, isso sugere que tais produtos poderiam ser parametrizados,
por exemplo, por expressões do tipo ν.∂u/∂y (von Schwind,1980), onde ν é o
coeficiente cinemático de viscosidade.

v’u’ < 0

Pode ser expresso em função


do cisalhamento do campo
médio u / y , causador da
turbulência que, contudo, é
positivo.

u u  vu  wu 
 
Fonte: Souza et al. (2011)
x y z
A PARAMETRIZAÇÃO DA TURBULÊNCIA

Hum ....
A viscosidade turbulenta
u é uma característica do
u u    h escoamento e não do
x fluido.

u
vu   h PARAMETRIZAÇÃO
y DA TURBULÊNCIA

u
wu    v
z
O coeficiente ν’ expressa o efeito da turbulência
como agente homogeneizador dos gradientes de
velocidade atuando de forma similar a viscosidade
velocidade,
molecular do fluido ν, sendo então chamado de
coeficiente de viscosidade turbulenta (em inglês,
    eddy viscosity).
viscosity) A unidade do coeficiente de visco
visco-
sidade turbulenta é m2s-1.
A PARAMETRIZAÇÃO DA TURBULÊNCIA

uu vu wu    h u / x     h u / y     vu / z 


    
x y z x y z

u u  u v u w  2u  2u  2u
    h 2  h 2  v 2
x y z x y z

uu uv uw


     2u
x y z
A MODELAGEM DA TURBULÊNCIA

Dois trabalhos nacionais sobre a modelagem da turbulência:


A NOVA ECM PROMEDIADA Passou para o lado
direito da equação.

u u u u  1 P
u v w  f w f v     2u   2u
t x y z  x

O coeficiente turbulento de viscosidade ν’ é muito maior que o seu análogo


cinemático ν, logo:

   

u u u u  1 P
u v w  f w f v     2u
t x y z  x
A ECMs FINAIS PROMEDIADAS

Por facilidade notacional, retiraremos a barra superior dos valores médios e o


índice linha do coeficiente de viscosidade turbulento. Com este procedimento,
as equações de conservação (promediadas) do momentum zonal, zonal meridional e
vertical resultam, respectivamente:
ECMx
u u u u  1 P
u  v  w  fw  fv    h 2h u  v  v2 u
t x y z  x

v v v v 1 P
u v w  f u     h  h2 v   v  v2 v
t x y z  y ECMy

w w w w  1 P
u v w  fu  g   h  h2 w  v  v2 w
t x y z  z
ECMz

Você também pode gostar