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Tecnológicos
da Pesagem
Índice
ENERGIA
3 Principais formas e equilíbrio com o meio
A HISTÓRIA DA BALANÇA
11 Seus primórdios e evolução no tempo
METROLOGIA
17 Definição e importância da aplicação
O QUILOGRAMA PADRÃO
20 Definição e sua relação com o Metro e o Litro
LEI DE OHM
21 Suas fórmulas e as associações de resistores
EXTENSÔMETRO ELÉTRICO
24 Definição e modo de uso
TRANSDUTOR
25 Definição e suas aplicações
PONTE DE WHEATSTONE
26 Configuração e utilização
CÉLULA DE CARGA
27 Características de funcionamento
EXERCÍCIOS
35 Exercícios de fixação
ENERGIA
Não há uma definição exata para energia, mas podemos dizer que está associada ao
inter-relacionamento sempre mútuo entre dois entes ou sistemas físicos.
Segundo o princípio de LAVOISIER, a energia não pode surgir do nada e nem pode ser
destruída. A única possibilidade que existe é a transformação de um tipo de energia em outro.
Veremos a seguir que Energia é algo único, que apenas muda seu nome dependendo da ação
que provoca ao meio em que se encontra.
Iremos concluir também que tudo que possui energia tem um potencial, tendendo a ceder
essa energia para que seu meio fique equilibrado.
A água no alto da cachoeira, por exemplo, tem uma Energia Potencial armazenada em virtude
da sua posição em relação à superfície. Essa energia foi adquirida pela transformação da
Energia Solar, que elevou a água até o topo da cachoeira por evaporação formando nuvens e
vencendo a gravidade.
ENERGIA CINÉTICA
Quando a água entra em queda (movimento), essa energia passa ter o nome de Energia
Cinética, que é a tendência natural da água para dissipar/equilibrar essa energia com o meio.
Essa Energia Cinética ainda pode ser usada através das pás de uma turbina para se
transformar em Energia Elétrica.
Quando a Energia Potencial estiver associada à deformação de um material elástico, ela será
chamada de Energia Potencial Elástica e seu cálculo dependerá da deformação (x) causada no
material, e de uma constante (k), que determina a elasticidade do material.
Veja que, de posse dessa energia, a mola tende a voltar ao seu estado normal para
dissipar/equilibrar essa energia com o meio. O mesmo ocorre quando aplicamos uma força à
célula de carga metálica, cuja definição veremos em um dos próximos capítulos.
A Energia Térmica está associada à Energia Cinética das moléculas que compõem um
elemento. É um outro bom exemplo da tendência que as coisas têm de compartilhar sua
energia para equilíbrio com o meio em que estão.
Algo quente transfere calor para outro menos quente através do ar, água, metal, ou outros
meios. Portanto, causando o equilíbrio da temperatura.
Composta por diferentes comprimentos de ondas (cores), a luz branca, que chega a um
objeto de cor laranja, por exemplo, excita os átomos deste material elevando seus elétrons
de uma camada menos energética para outra mais energética. Então, estes elétrons
energizados tendem a voltar para sua camada original perdendo a energia que receberam na
mesma forma de radiação, ou seja, no comprimento de onda da cor laranja. As outras
frequências de radiação que compunham a luz branca, e não foram refletidas, serão
absorvidas pelas moléculas do objeto dando energia cinética a elas (calor).
Por isso, ao tocarmos em pontos de uma calçada com nuances de preto e branco, na parte
branca sentimos menos aquecimento do que na parte preta, pois na branca toda a luz foi
refletida, e na preta foi totalmente absorvida.
A Energia Elétrica é usada quando os polos de uma tomada ou de uma bateria tendem a
equilibrar suas diferenças de potenciais energéticos através de um meio condutivo elétrico
(fios metálicos, etc.), produzindo uma corrente elétrica pelos fios, levando energia do ponto
que tem mais potencial (mais elétrons) para aquele que tem menos potencial elétrico (menos
elétrons).
Neste caminho, é dissipada a energia nas mais diversas formas: na forma de luz (lâmpadas), de
calor (resistência do chuveiro), som e imagem (rádio e TV), etc.
No circuito elétrico abaixo, a lâmpada funciona como uma resistência retendo parte da
energia elétrica transformando-a em energia luminosa, deixando a outra parte passar em sua
forma cinética (corrente elétrica).
Temos como similaridade o exemplo dos vasos comunicantes, onde a diferença de potencial
da água cria uma corrente limitada pela resistência do registro. A diferença é que a pilha
continua criando quimicamente uma diferença potencial para manter a corrente, e nos vasos
comunicantes a corrente de água cessa quando o sistema entra em equilíbrio.
Um dos mais antigos registros é o papiro de Ani. Ao que parece, o egípcio Ani viveu na cidade
de Tebas por volta do ano 2250 a.C. e tudo indica que ele foi um escriba de importantes
sacerdotes. Seu trabalho era registrar todas as oferendas que entravam em um grande
templo.
O destino da alma de um antigo egípcio, segundo crenças da época, era definido com base na
pesagem do seu coração. Esta pesagem era feita por comparação com a pena da verdade da
deusa Maat.
Notem que a balança é operada por um deus egípcio chamado Anúbis e este modelo de
balança, que tem mais de 4000 anos, já possuía um dispositivo que permitia a retirada da tara
do recipiente que continha o coração (afinal o que interessava aos deuses era o peso líquido).
A balança egípcia trabalha por comparação, ou seja, ela entra em equilíbrio quando os dois
pratos estiverem com a mesma massa.
A balança egípcia cumpria seu papel, mas tinha o inconveniente dos pratos serem sustenta-
dos por tirantes (cordas), essa característica dificultava muito a pesagem de cargas volumo-
sas, uma vez que as cargas ficavam esbarrando nos tirantes.
Este problema foi resolvido fixando-se os pratos sobre os braços da balança e aproximando o
sistema do chão (como se fosse uma espécie de gangorra).
A solução para este problema veio com a introdução das alavancas. Observou-se que quanto
mais próximo da carga estiver o ponto de apoio de uma barra de alavanca, menor será a
quantidade de massa padrão a ser aplicada no sistema para que o mesmo entre em equilíbrio.
E se essa massa padrão se deslocar longitudinalmente (no sentido do comprimento), o sistema
entrará em equilíbrio com diferentes valores de carga aplicada.
Muitas destas tecnologias foram aproveitadas nos sistemas de pesagem. Talvez um dos mais
significativos avanços tenha sido a introdução de resistências variáveis (potenciômetros)
mecanicamente acopladas aos ponteiros dos mostradores das balanças. Pela primeira vez
esta ideia permitiu converter uma informação mecânica em uma informação elétrica.
O QUE É:
A metrologia é a ciência das medidas e das medições, sendo uma área essencial para as cadeias
de produção e gestão da qualidade.
Em cada um dos exemplos, é possível perceber que existe uma unidade de medida base,
que determina parâmetros para a realização das atividades, e a metrologia está presente
nisso.
Além disso, a qualidade e os parâmetros definidos por meio desta ciência auxiliam na geração
de valor, qualidade e eficácia dos processos.
COMO SURGIU:
A palavra metrologia tem origem grega (metron e logos), que significa estudo da medida. Assim,
esta ciência surgiu a partir da necessidade de medir e quantificar as coisas.
Contudo, é importante destacar que cada povo determinou os seus sistemas e medidas de
quantificação, o que dificultava o comércio e as exportações.
Para facilitar o comércio e as relações econômicas, surge a metrologia, criando critério a fim
de padronizar as medidas e facilitar o comércio, unificando as medidas, sendo aceitas
mundialmente e criando o Sistema Internacional de Unidades (SI).
Evitar desperdício: Evitar desperdício e otimizar o trabalho, desde as atividades mais sim-
ples até os processos mais críticos.
Nesse sentido, a metrologia entra com a mensuração, aliada ao conceito de qualidade e con-
formidade.
Por exemplo, as empresas e indústrias que trabalham com linhas de produção mensuram a
calibração das máquinas, e caso elas estejam mal ajustadas, o desperdício e os custos serão
muito maiores, sem contar com os retrabalhos.
Eliminar as não conformidades: Este objetivo pode ser analisado de duas formas, tanto pela
análise do processo produtivo quanto pela entrega do que foi acordado com o cliente.
SUAS ÁREAS:
Metrologia Científica: que faz o uso de pesquisas e estudos para criar métodos e medições,
atualizando os conceitos e possibilitando o alcance dos mais altos níveis de qualidade metroló-
gica;
Metrologia Legal: que está relacionada com os parâmetros de áreas específicas, referindo-
-se às exigências legais relativas aos métodos de medição e aos instrumentos de medir.
Nos próximos níveis do nosso curso, nos aprofundaremos no uso da Metrologia Legal.
Por meio dela é possível garantir que os produtos ou serviços sejam exatamente aquilo que foi
proposto, funcionando de forma efetiva e gerando assim a satisfação do cliente.
Outrossim, a metrologia também é a base para a qualidade pelo fato de ser a base científica
para os indicadores de desempenho determinados nos processos internos e no Sistema de
Gestão da Qualidade.
ÓRGÃO REGULADOR:
A balança é um equipamento de medição sujeito a fraudes, por isso exige uma legislação e
fiscalização federal baseada em portarias ligadas à Metrologia Legal.
Estudaremos nos próximos níveis do curso, de maneira mais aprofundada, as principais exigên
cias contidas na portaria do Inmetro número 236/94 específica para balanças.
UM METRO:
É a décima milionésima parte da distância da linha do Equador ao polo norte.
UM LITRO:
Um Litro equivale a um decímetro cúbico de água pura. (volume mostrado no cubo da figura
abaixo)
UM QUILO:
Equivale a Força Peso que se equilibra com 1 Litro.
Associação em série:
Quando os resistores são ligados em série, todos os elementos ligados estão conectados no
mesmo ramo do circuito (malha).
Associação em paralelo:
A solução foi criar resistências elétricas tão finas que possibilitaram ser coladas na parede de
um corpo de prova (transdutor). Esta resistência elétrica fina recebeu o nome de
extensômetro elétrico ou strain gauge em inglês.
No caso abaixo, ao deformar o corpo de prova, as resistências ou são esticadas (Ra) afastando
suas moléculas internas e conduzindo menos facilmente a energia elétrica, ou são
pressionadas (Rb), com suas moléculas se aproximando e conduzindo mais energia. Assim,
respectivamente, aumentando e diminuindo os valores de suas resistências elétricas (Ra > Rb).
O transdutor deve ser capaz de repetir esta conversão muitas vezes, voltando seus valores a
zero quando o fenômeno terminar.
Na figura abaixo vemos um microfone composto por grânulos de carvão, que ao serem
pressionados pelos êmbolos metálicos em função da pressão sonora, farão menos resistência
elétrica à corrente aplicada pela fonte de tensão E. Com isso, teremos variações de Potencial
Elétrico na saída do microfone que pode ser chamada também de Tensão de Áudio.
Detalharemos nos próximos capítulos o funcionamento da Célula de Carga com seus strain
gauges fazendo a função de resistências variáveis de acordo com a força peso aplicada.
Quando ligamos resistores de igual valor em uma certa configuração (figura abaixo), e
aplicamos uma diferença de potencial nos pontos A e B, temos uma diferença de potencial zero
entre os pontos C e D causado pelo equilíbrio entre os valores dos resistores.
No entanto, quando existir uma variação de valor de qualquer um dos resistores, teremos uma
diferença de potencial entre os pontos C e D.
Esta configuração permitiu que o transdutor apresentasse sinais de saída com valores de
tensão bastante significativos, conferindo-lhe alta sensibilidade.
Dessa forma temos uma tensão de saída da célula (Vout), correspondente à força peso
aplicada na mesma.
Com a configuração de seu circuito elétrico em Ponte de Wheatstone, e seus strain gauges
colados estrategicamente na célula, podemos ver que as forças decorrentes do peso
provocam uma variação em suas resistências.
Em seguida veremos o valor de tensão de saída (Vout) sem aplicação de peso e com aplicação
de 100kg.
A corrente total que sai da bateria é a soma das duas correntes que passam nas malhas dos
resistores R1 + R4 e R3 + R2. E como os resistores são de mesmo valor, as correntes também
são de mesmo valor. Criando diferenças de potenciais iguais sobre os resistores. Então, se
medirmos a diferença de potencial entre os pontos C e D, veremos que esta é de zero Volt
(Vout = 0V).
Ao aplicarmos uma carga na célula, mesmo ocorrendo variação proporcional nos valores dos
resistores, e assim mantendo as correntes em seus mesmos valores, as diferenças de
potencias (tensões) sobre estes resistores terão mudado, conforme podemos ver nos
cálculos abaixo.
Então, se medirmos agora a diferença de potencial entre os pontos C e D, veremos que existirá
um valor diferente de zero (Vout ≠ 0V).
Veremos agora, ainda na configuração anterior, qual será o Vout se a carga passar para 50kg.
Conforme podemos ver no gráfico abaixo, como temos um Vout (cateto oposto) para a Carga
aplicada (cateto adjacente), e já temos seus valores para 100kg aplicado, podemos achar a
tangente do ângulo phi. Com isso, teremos condições de encontrar qualquer outro valor de
Vout correspondente, cada vez que mudarmos a carga aplicada.
Invertendo o sentido da força aplicada, qual será o valor de Vout para a condição abaixo?
Observe que é a mesma célula estudada anteriormente, mas com a carga de 100kg fazendo o
esforço ao contrário. Este comportamento gráfico ocorre também quando invertemos as
polaridades dos fios da célula.
Geralmente, em seu certificado, este valor vem especificado em até 150% abaixo do valor em
que uma célula pode entrar em sua fase de deformação plástica, e ser definitivamente
danificada.
É a resistência (em ohms Zin) entre os bornes dos fios de entrada da célula onde é aplicada a
tensão elétrica de excitação.
IMPEDÂNCIA DE SAÍDA:
É a resistência (em ohms Zout) entre os bornes dos fios de saída da célula onde são medidas as
tensões (diferenças de potenciais elétricos) ao se aplicar uma força peso à célula.
A Sensitividade nos diz o quanto em mV teremos na saída da célula (Vout), quando aplicarmos
1V (Vin) de Excitação e 100% da Carga Máxima especificada para essa célula, ou seja, é a
relação mV/V que a célula proporciona.
Célula de Carga Máxima de 10kg e com saída de 2mV por Volt de Excitação:
Podemos ver através das seguintes imagens reais, como é composta uma balança atual
utilizando, por exemplo, o indicador de pesagem modelo WT1000 e uma célula de carga de
ponto único (single point). Sendo preciso ter atenção quando da conexão dos cabos, pois os
fabricantes das células usam cores muito particulares para os fios de EXC+, EXC-, SIG+ e SIG-.
Notem também que, os únicos contatos rígidos mecânicos que a célula apresenta são com os
espaçadores estrategicamente colocados.
2) Qual foi a grande evolução na história da balança que permitiu converter uma informação
mecânica do peso em elétrica, possibilitando que esta informação fosse enviada na forma de
corrente elétrica?
a) Balança sem tirantes.
b) Balança de alavanca.
c) Anel dinamométrico.
d) Introdução de resistores variáveis mecanicamente acoplados à balança.
5) O que é um transdutor?
a) É qualquer dispositivo capaz de converter uma grandeza física em outra, ou seja, modular
uma energia com outra.
b) É qualquer dispositivo capaz de transformar uma energia em outra.
c) É qualquer dispositivo criador de energia elétrica.
d) Nenhuma das anteriores.
8) Para uma célula de carga máxima de 20kg e sensitividade de 2mV/V, alimentada com 10V de
excitação, qual o valor da tensão de saída (Vout) em seus bornes SIG+ e SIG- se aplicarmos
5kg de peso?
Obs: utilizar o conceito de sensitividade para a formação de gráfico Carga x Tensão como
mostrado na página 33, e o cálculo da tangente do ângulo formado por este gráfico como
mostrado na página 29.
a) 10mV.
b) 1mV.
c) 5mV.
d) 20mV.