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Mecânica dos fluidos

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Espiral provocada por um avião a decolar, visível pelo impacto do ar, que desliza das
suas asas, com um corante gasoso expelido do chão.

A mecânica dos fluidos é a parte da física que estuda o efeito de forças em fluidos. Os
fluidos em equilíbrio estático são estudados pela hidrostática e os fluidos sujeitos a
forças externas diferentes de zero são estudados pela hidrodinâmica.

Índice
[esconder]
 1 Propriedades físicas dos fluidos hidráulicos
 2 Teoria
 3 Tipos de escoamentos
 4 Métodos experimentais
 5 Abordagem computacional
 6 Leis da Hidrodinâmica
 7 Ligações externas
 8 Ver também
 9 Referências

Propriedades físicas dos fluidos hidráulicos

As propriedades dos fluidos hidráulicos relevantes para o estudo do escoamento dos


fluidos são a massa volúmica, a tensão superficial, a viscosidade, e restantes
propriedades reológicas.

Teoria

Os fluidos respeitam a conservação de massa, quantidade de movimento ou momentum


linear e momentum angular, de energia, e de entropia. A conservação de quantidade de
movimento é expressa pelas equações de Navier Stokes. Estas equações são deduzidas a
partir de um balanço de forças/quantidade de movimento a um volume infinitesimal de
fluido, também denominado de elemento representativo de volume.

Atualmente, o estudo, análise e compreensão da fenomenologia da maior parte dos


problemas em dinâmica de fluidos e em transferência de calor, como macro-áreas que
compõem a dinâmica de fluidos, são desenvolvidos através da Modelagem
Computacional. Nesta, um modelo matemático é desenvolvido, com base na
fenomenologia do problema considerado. A partir deste modelo, geralmente um sistema
de equações diferenciais parciais ou equações diferenciais ordinárias, é desenvolvido
um modelo computacional ou utilizado um código computacional comercial, para a
execução de simulações numéricas, em fluidodinâmica computacional, obtendo-se
assim projeções temporais da solução do problema. Esta solução é condicionado pelas
condições iniciais e condições de contorno do problema, que estabelecem as condições
de evolução deste no tempo e no espaço.

A Teoria do Contínuo fundamenta a conceituação teórica que justifica a maior parte das
análise em CFD. O fluido, um meio contínuo, é discretizado com base no modelo das
partículas fluidas. Esta abstração conceitua um elemento representativo de volume
(representative element of volume, REV). Neste elemento de volume, de micro ou nano
dimensões, uma propriedade ou quantidade física mantem um valor médio, sob as
mesmas condições, passível de reprodução em laboratório, sob as mesmas solicitações
externas ao fluido. Assim uma partícula representativa de um volume de fluido, o REV,
é o menor volume em que as propriedades do fluido se mantém. As moléculas de um
contínuo vibram constantemente, cessando esta vibração somente no estado de repouso
termodinâmico, o zero absoluto. Fisicamente em um REV o caminho médio percorrido
pelas moléculas do fluido entre duas sucessivas é no mínimo da ordem de grandeza das
próprias moléculas deste fluido.
Hoje em dia os modernos aviões usam um artifício para driblar a formação de vórtices
nas pontas das asas, como o winglet, um pequeno leme na extremidade da asa,
permitindo que pelo menos um metro e meio de asa seja aproveitada na sustentação da
aeronave, que é perdida para os vórtices que se formam na sua ausência. O vórtice
ocorre quando o ar mais denso que flui abaixo da asa escapa para a parte superior menos
densa, prejudicando sua sustentação naquela ponta de asa. Vórtices no sentido horário
surgem na ponta da asa esquerda, anti-horário na asa direita. Nos profundores não se
formam vórtices, pois não há diferença entre densidades do ar nos dois lados da
empena.[carece de fontes?]

Experiências recentes dão conta de que uma superfície irregular da fuselagem, tipo
"bola de golfe", com aqueles sulcos em concha, tem mais fluidodinâmica do que a
mesma superfície quando plana e polida. Este efeito se verifica com as asas das aves,
onde a superfície apresenta um arrasto mínimo, mesmo com a aparente irregularidade
das penas.

Também se faz experiência com bordos de ataque enrugados, tais como as nadadeiras
de uma baleia, com reais vantagens para as mesmas áreas quando lisas e retas, por
exemplo. Em ambos os casos, diminui-se a resistência do meio e melhora a performance
e o consumo de energia de empuxo.

Os navios mais rápidos hoje construídos são aqueles em que o roda de proa (chapa
enformada onde convergem a quilha, as balizas reviradas e as longarinas de proa; que é
a parte do navio que corta a água) possui uma longa protuberância ogival abaixo da
linha d'água, que permite uma excelente hidrodinâmica ao anular a formação das ondas
com outras ondas de valores contrários.

[editar] Tipos de escoamentos

Os escoamentos podem ser classificados quanto à compressibilidade e quanto ao grau


de mistura macroscópica.

Um escoamento em que a densidade do fluido varia significativamente é um


escoamento compressível. Se a densidade não variar significativamente então o
escoamento é incompressível.

O grau de mistura de um fluido em escoamento depende do regime de escoamento, que


pode ser laminar, turbulento ou de transição.

No regime laminar, as linhas de fluxo são paralelas ao escoamento, fazendo com que o
fluido escoe sem que ocorra mistura. Em um duto circular, o escoamento é laminar até
um valor de Reynolds de aproximadamente 2100.

Na transição entre os regimes laminar e turbulento, percebe-se que as linhas de fluxo se


tornam onduladas, o que indica que começa a haver mistura entre uma camada e outra.
Para um duto circular, esse regime ocorre para um valor de Re entre 2100 e 2300.

Para valores de Re acima de 2300, têm-se regime turbulento. Nesta fase, percebe-se
uma mistura entre as camadas de fluxo.
[editar] Métodos experimentais

O escoamento de fluidos é actualmente estudado por velocimetria laser e por


velocimetria por imagem de partículas.

[editar] Abordagem computacional

A dinâmica de fluidos tem sido solicitada a fornecer soluções a problemas complexos


em hidrodinâmica, projetos de edificações, aeronaves, navios e veículos espaciais, em
hemodinâmica e em biofísica. Nestas áreas a obtenção e o de tratamento de soluções
considera um elevado número de dados, informações e variáveis, resultando em densos
sistemas de equações. A modelagem computacional propõe um conjunto de métodos e
técnicas para a abordagem destes problemas.

[editar] Leis da Hidrodinâmica

Por forma a melhor compreender a física do deslocamento de fluidos em regime não


turbulento, criou-se uma série de leis, que levaram à equação de Bernoulli. O que se
estabelece segundo a equação é que

em que C é um valor relativo e constante, p é uma pressão relativa de outro ponto, h


corresponde à diferença de alturas entre eles, e v à diferença de velocidades a que se
encontram. A equação de Bernoulli está de certo modo relacionada com o porquê dos
aviões voarem, e das garrafas de perfume expelirem líquido quando pressionadas.

O que se passa com as asas do avião é que a sua periferia é feita de tal forma que o ar
que passa por cima da asa tem que percorrer um maior percurso em relação ao ar que
passa por baixo da asa. Ou seja, o ar sobre a asa move-se a uma velocidade maior. Dado
este fato, a equação de Bernoulli prediz que a pressão acima da asa torna-se menor que
abaixo da asa e, por este motivo, a uma determinada velocidade, a diferença de pressão
é suficiente grande para fazer o avião levantar vôo.

O mesmo se passa no perfume: ao passar sobre a "boca" do frasco, o tubo estreita-se,


sendo o ar nesse ponto obrigado a circular a uma velocidade maior. Assim, isso cria
uma variação de pressão que empurra o perfume para a sua superfície, sendo depois
disparado para o ar.

As equações de Bernoulli não possuem aplicação soberana na mecânica dos fluidos. As


complexas Equeções de Navier-Stokes são também utilizadas na análise da Mecânica
dos fluidos.

Elas são não lineares e com uma infinidade de soluções não-analíticas, ou seja, somente
obtidas com aporte computacional. São equações que relacionam densidade dos fluidos,
acelerações, variação de pressão, viscosidade e gradientes de velocidade.

Contudo, estas equações podem aproximar boas soluções algébricas quando feitas as
devidas aproximações. Assumir, por exemplo, que o fluido é incompressível e sem
viscosidade (idealização) faz com que estas equações sejam simplificadas e permitem
soluções mais sãs.[1]

Forças decorrentes da pressão


A pressão, que é uma força exercida pela água ou qualquer outro fluido numa superfície
qualquer, por exemplo, numa barragem ou numa comporta, determina-se pelas leis da
hidrostática. A pressão exercida pela água é sempre perpendicular à superfície ( da
barragem ou da comporta ) e varia com a profundidade

[editar] Pressão hidrostática

A pressão hidrostática em um ponto

Considere um volume cúbico de água. Estando este em repouso, o peso da água acima
dele necessariamente estará contra-balançado pela pressão interna neste cubo. Para um
cubo cujo volume tende para zero, ou seja um ponto, esta pressão pode ser expressa por

em que, usando unidades no sistema SI,

P é a pressão hidrostática (em pascals);

ρ é a massa específica da água, ou densidade (em quilogramas por metro cúbico);

g ou a é a aceleração da gravidade (em metros por segundo quadrado);

h é a altura do líquido por cima do traço (em metros).

No caso de a pressão atmosférica não ser desprezível, é necessário acrescentar o valor


da sua pressão, tomando a equação o seguinte aspecto

[editar] Princípio de Arquimedes


Ver artigo principal: Princípio de Arquimedes

A diferença de pressão é a origem da força de empuxo

Um corpo sólido imerso num fluido sofre a ação de uma força dirigida para cima
igual ao peso do fluido deslocado.

FE = Wfluido = ρfluido . Vdeslocado . g

Isto é devido à pressão hidrostática no fluido.

No caso de um navio, o seu peso é contra-balançado por uma força de impulsão igual ao
volume de água que desloca, que corresponderá ao volume submerso do navio. Se lhe
for acrescentada mais carga, esse volume submerso vai aumentar, e, com ele, a força de
impulsão, permitindo ao barco flutuar. No Brasil, dá-se o nome de empuxo a esta
força.

A descoberta do princípio da impulsão é atribuída a Arquimedes.

[editar] Pressão atmosférica


Experiência de Torricelli: na parte superior do tubo há quase-vácuo.

Ver artigo principal: Pressão atmosférica

A pressão atmosférica é a pressão hidrostática causada pelo peso do ar acima do ponto


de medição. Áreas de baixa pressão têm menos massa atmosférica acima do local,
enquanto que as áreas de alta pressão têm mais massa atmosférica acima do local. Da
mesma forma, quanto maior for a elevação, menos massa atmosférica acima haverá, por
isso que a pressão diminui com o aumento da altitude.

[editar] Princípio de Pascal


Ver artigo principal: Princípio de Pascal

O Princípio de Pascal enuncia-se da seguinte forma:

Uma variação de pressão provocada num ponto de um fluido em equilíbrio


transmite-se a todos os pontos do fluido e às paredes que o contêm.

Uma aplicação prática é a prensa hidráulica. Para um êmbolo de 10m² e outro de 1m²,
uma força equivalente a 70 kg será suficiente para levantar um veículo que pese 700 kg,
no outro êmbolo.

Prensa hidráulica: O aumento da força hidráulica

Considerando a pressão num ponto 1 com uma altura h como p1, se variarmos a sua
pressão em Δp, a sua pressão passará a ser
Como 1 é um ponto genérico, todos os pontos do fluido serão acrescidos de Δp

Mas,

Então para dois pontos distintos no fluido, 1 e 2

Δp1 = Δp2

Logo,

ou,

Assim, o peso possível de ser levantado no ponto 2 é proporcional à área do êmbolo em


2, mesmo que pequenas forças e áreas existam em 1.

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