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Resumo capítulo 1 do livro do Porto

Na abordagem hidráulica, os escoamentos de líquidos, como a água, são agrupados em


diferentes tipos com características comuns. Alguns termos utilizados na classificação
hidráulica incluem laminar, turbulento, unidimensional, bidimensional, rotacional,
irrotacional, permanente, variável, uniforme, variado, livre, forçado, fluvial e torrencial.

O escoamento laminar ocorre quando as partículas do fluido se movem ao longo de


trajetórias bem definidas em lâminas ou camadas, mantendo sua identidade no meio. Esse
tipo de escoamento é influenciado principalmente pela viscosidade do fluido e é comum em
baixas velocidades ou em fluidos altamente viscosos.

Por outro lado, o escoamento turbulento é caracterizado pelo movimento irregular e


aleatório das partículas do líquido, resultando em transferência de quantidade de
movimento entre as regiões da massa líquida. Esse é o tipo mais comum de escoamento
encontrado em problemas práticos de engenharia, especialmente quando se trata de água,
que possui uma viscosidade relativamente baixa.

O escoamento unidimensional é aquele em que as propriedades do escoamento, como


pressão, velocidade e massa específica, são funções de apenas uma coordenada espacial
e do tempo. Já o escoamento bidimensional ocorre quando as partículas fluem em planos
paralelos com trajetórias idênticas, sem variação do escoamento na direção normal aos
planos.

No texto, também é mencionado que existem programas computacionais disponíveis para


acompanhar o conteúdo e resolver exemplos em quatro diretórios específicos: bombas,
redes, canais e variável.
O escoamento de um líquido pode ser rotacional ou irrotacional. Se as partículas do líquido
possuem rotação, é rotacional; caso contrário, é irrotacional. O escoamento pode ser
permanente (invariante no tempo) ou não permanente (variável). Um escoamento uniforme
tem a mesma velocidade em todos os pontos. O escoamento pode ser de superfície livre,
quando o líquido está em contato com a atmosfera, ou em pressão, ocorrendo no interior de
tubulações sem contato com o meio externo. Perturbações no regime de escoamento
podem causar alterações de velocidade e pressão, mas não modificam a seção transversal.
O escoamento turbulento livre pode ser classificado como fluvial ou torrencial, dependendo
da velocidade média do líquido em uma seção. A equação da energia, aplicada a um
volume elementar de líquido, relaciona as forças de pressão, a força de superfície devido à
resistência ao escoamento e a componente do peso na direção do movimento. A equação
fundamental da dinâmica é usada para descrever o equilíbrio das forças no líquido. Para um
líquido ideal em movimento permanente, a equação de Euler é obtida. Quando as variações
de pressão são pequenas e o fluido é incompressível, o teorema de Bernoulli é derivado,
relacionando a carga total ao longo de cada trajetória. A equação fundamental da dinâmica
também é aplicada na direção normal ao escoamento, considerando as forças de pressão e
a componente do peso.
A equação mencionada permite determinar a distribuição de pressão na direção normal à
linha de corrente, com base na distribuição de velocidade na mesma. Se as curvaturas das
linhas de corrente forem desprezíveis e o efeito da aceleração normal for negligenciado, a
equação resultante indica que a distribuição de pressão é hidrostática na direção normal.
Isso é particularmente importante em escoamentos livres. Além disso, a equação do
movimento ao longo de uma linha de corrente relaciona as forças por unidade de peso com
as energias equivalentes. A integração dessa equação permite determinar a perda de
energia ou perda de carga ao longo da linha de corrente. A equação também leva à noção
de linha de energia, representada por diferentes componentes, como a carga de pressão, a
carga de posição, a carga cinética e a perda de carga. A linha piezométrica é o lugar
geométrico dos pontos com cotas determinadas pela soma da carga de pressão e da carga
de posição.
O tubo piezométrico é utilizado para analisar o comportamento dos escoamentos em
superfícies livres. Em escoamentos permanentes e uniformes, a linha de energia é paralela
à linha piezométrica, que representa a própria linha d'água. No entanto, em outros casos, as
duas linhas podem não ser paralelas.

A equação da energia em tubos de fluxo é derivada ao longo de uma linha de corrente


ideal. No entanto, em muitas aplicações práticas, o interesse está nos valores médios nas
seções transversais dos tubos de fluxo. Embora a pressão, a massa específica e a carga de
posição não variem significativamente nessas seções, as distribuições de velocidade ao
longo das trajetórias podem afastar-se do valor médio da velocidade.

A equação da energia considera a transferência de energia cinética e a transferência de


quantidade de movimento ao longo da seção transversal do tubo de fluxo. São introduzidos
fatores de correção, como o coeficiente de Coriolis e o coeficiente de Boussinesq, para
levar em conta as distribuições de velocidade.

A equação geral da energia para uma veia líquida, considerando as velocidades médias nas
seções transversais, leva em conta a energia total, a carga de posição, a velocidade média
e as perdas de carga ao longo do comprimento do tubo de fluxo.

Em escoamentos laminar e turbulento em dutos circulares, são fornecidos valores


específicos para os coeficientes de Coriolis e Boussinesq.

Em resumo, o tubo piezométrico é uma ferramenta para analisar o comportamento dos


escoamentos em superfícies livres, e a equação da energia em tubos de fluxo leva em
consideração as transferências de energia cinética e quantidade de movimento ao longo
das seções transversais.
A trajetória piezométrica representa a energia mecânica total por unidade de peso do líquido
em um escoamento. É obtida adicionando a carga cinética à linha piezométrica, formando a
linha de cargas totais ou linha de energia. Essa linha diminui ao longo do escoamento
devido às forças resistentes.

Algumas observações importantes são: a linha piezométrica pode coincidir ou ficar abaixo
da trajetória, indicando pressões negativas; todas as parcelas da equação da energia
devem ser representadas perpendicularmente ao plano de referência; a carga de pressão
disponível é a diferença entre a cota piezométrica e a cota geométrica; a linha de energia
diminui no sentido do escoamento, a menos que haja introdução de energia externa; a
perda de carga refere-se à perda de energia total, não à perda de carga piezométrica; em
escoamentos forçados com seção constante, as linhas de energia e piezométrica são
paralelas.

A relação entre os coeficientes de Coriolis e Boussinesq para escoamentos em seções


circulares é dada por uma equação específica.
O teorema de Vaschy-Buckingham, também conhecido como teorema dos TTs, é utilizado
na análise dimensional na Hidráulica experimental. Ele afirma que um fenômeno físico
representado por uma relação dimensionalmente homogênea de n grandezas físicas pode
ser descrito por uma relação de n - r grupos adimensionais independentes. No caso da
Hidráulica, o número máximo de grandezas básicas necessárias é 3: massa (ou força),
comprimento e tempo.

No escoamento forçado de um líquido real em uma tubulação circular, a queda de pressão ao longo do
comprimento pode ser tratada pelo teorema dos TTs. Existem 4 grupos adimensionais independentes
que descrevem o fenômeno: o fator de atrito da tubulação (representado por f), o número de Reynolds
(Re), o número de Euler (Eu) e a relação entre a queda de pressão e a carga cinética (∆p/y).

A expressão para a queda de pressão é proporcional à relação L/D, onde L é o comprimento e D é o


diâmetro da tubulação. Essa expressão é conhecida como fórmula universal de perda de carga ou
equação de Darcy-Weisbach. O fator de correção da energia cinética (a) é igual a 2, enquanto o fator
de correção da quantidade de movimento (∆) é igual a 4/3.

A queda de pressão (∆p) pode ser relacionada à carga piezométrica (∆H) usando a densidade do
líquido (p) e a aceleração da gravidade (g), resultando na equação ∆H = (∆p/(p*g)). A equação final
que relaciona a queda de pressão, a carga piezométrica e os grupos adimensionais é ∆H = (f * L *
V^2)/(2 * g * D), onde V é a velocidade média do escoamento e g é a aceleração da
o escoamento de água em uma tubulação e o funcionamento de bombas hidráulicas. No
primeiro exemplo, é fornecido um problema com uma tubulação de 300 mm de diâmetro,
onde é solicitado o cálculo da perda de carga, o sentido do escoamento e a tensão de
cisalhamento na parede do tubo. Também é pedido o cálculo do fator de atrito da tubulação
e da velocidade de atrito.

No exeplos dois obrseevamos o estudo das bombas hidráulicas, mencionando as


grandezas físicas envolvidas, como massa específica do fluido, rotação do rotor da bomba,
raio do rotor, diferença de pressões nas seções de entrada e saída, vazão e potência
necessária. São determinados os grupos adimensionais independentes que descrevem o
fenômeno físico.

Já no terceiro exemplo, é abordado um sistema de bombeamento, onde uma bomba com


rendimento de 75% recalca uma vazão de 15 L/s de água de um reservatório de montante
para um reservatório de jusante. São fornecidas as perdas de carga na tubulação e os
diâmetros das tubulações de sucção e recalque. São solicitadas as cotas da linha de
energia nas seções de entrada e saída da bomba, as cargas de pressão disponíveis nessas
seções, a altura total de elevação e a potência fornecida pela bomba.
Débora Camargo Cordeiro

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